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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES PRÓ-REITORIA

DE ENSINO
COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

Enfermagem – Saúde do Adulto

ATENDIMENTO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO DE


URGÊNCIA E EMERGÊNCIA A VÍTIMA
POLITRAUMATIZADO(A)

Viviane Carrasco
PhD in Nursing from UNICAMP
vivianecarrasco@yahoo.com.br
 ACLS – Suporte Avançado de Vida em Cardiologia
 ALSO – Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia
 APH – Atendimento Pré Hospitalar
 ATLS – Suporte Avançado de Vida no Trauma
 AVVCU – Acesso Venoso Via Cateterismo Umbilical
 BLS – Suporte Básico de Vida
 Classificação de Risco com Protocolo de Manchester
 Cursos Diversos
 DMEP – Atendimento a Catástrofes e Tragédias
 ECG e Farmacologia – AHA
 EMRA – Erros de Medicação e Reações Adversas
 FCCS – Fundamental Critical Care Support
 PALS – Suporte Avançado de Vida em Pediatria
 PHTLS – Suporte de Vida no Trauma Pré Hospitalar
 PI – Procedimentos Invasivos para Intensivistas e Emergencistas
 PICC – Catéter Central de Inserção Periférica
 SAE – Sistematização da Assistência em Enfermagem
 TA – Transporte Aeromédico
 TLSN – Suporte de Vida no Trauma para Enfermeiros
 VENTICAMP – Ventilação Mecânica para Intensivistas e
Emergencistas
 VIACAMP – Acesso à Via Aérea Respiratória para Intensivistas
e Emergencistas
Objetivos
• Avaliar a condição do doente de forma rápida e precisa;

• Reanimar e estabilizar o doente em obediência a prioridades definidas;

• Garantir que seja sempre prestado o melhor atendimento possível ;

• Iniciar a avaliação primária e secundária necessária dentro da “hora de ouro”,


para o cuidado de emergência das lesões agudas que implicam risco de vida

Trauma é uma doença!!


Hospedeiro: o doente
Vetor de transmissão: automóvel, arma de fogo, etc...

O trauma não discrimina idade, raça, sexo e nível econômico


ATLS-História...

 1976 – Acidente em Nebraska


 1978 - 1º ATLS
 1979 - ACS (American College of Surgeons)
 1980 - curso em nível nacional nos EUA
 1986 – América Latina
 2007- 1 milhão de médicos/ano; 60.000cursos; 47 países
Esse curso baseou-se na premissa de que o atendimento inicial, dado de forma
adequada e em tempo hábil, poderia melhorar significativamente o prognóstico de
traumatizados graves.

•Há necessidade de que uma equipe que


presta atendimento tenha flexibilidade para
O trauma atinge especialmente indivíduos
agir e reagir de acordo com a gravidade e
jovens e potencialmente mais produtivos
complexidade de cada caso
Distribuição Global da Mortalidade
por Trauma
 Distribuição trimodal de óbitos:

 1º pico segundos a minutos do


trauma.(ex: lesão aorta, coração, gdes
vasos).

 2º pico minutos a várias horas


do trauma. (ex: ruptura de baço,
fígado, fraturas pélvicas).

 3º pico dias a semanas do


trauma.
Um estudo na Califórnia demonstra que cerca 50% dos doentes morrem no local
do acidente ou na primeira hora, justificando desta forma a necessidade de
programas de prevenção
Distribuição Trimodal das Mortes

1º pico
Distribuição Trimodal das Mortes

1º pico
Distribuição Trimodal das Mortes
2º Pico – “Hora de ouro”
Distribuição Trimodal
ATLS das Mortes

3º Pico
Conceito
A abordagem ao doente traumatizado que estava sendo ensinado nas escolas médicas
incluia historia extensa com antecedentes médicos, exame físico iniciando na cabeça e
progredindo .....
Essa abordagem não satisfazia as necessidades do doente traumatizado, precisava ser
mudada.

1º Tratar primeiro a ameaça maior a vida

2º A falta de um diagnóstico definitivo nunca deveria impedir a aplicação do


tratamento indicado

3º Uma história detalhada não era essencial para iniciar a avaliação de um


traumatizado
Conceito

 O resultado foi o desenvolvimento da abordagem dos “XABCDE” para avaliação


e o tratamento das vítimas de trauma
 Aprendemos que o trauma mata de acordo com uma cronologia previsível...

Avaliação rápida

Definir prioridades

Evitar dano adicional

Medidas terapêuticas de suporte de vida


ATLS- Introdução
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (XABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
As avaliações primaria e secundária devem ser repetidas com frequência
- com intuito de detectar qualquer deterioração no estado do doente e
- de identificar as medidas terapêuticas a serem adotadas tão logo se
descubra a mudança ocorrida.
Preparação- Planejamento antecipado da equipe
Preparação- Planejamento antecipado da equipe

Fase pré-Hospitalar:
-Manutenção das vias
aéreas;
-Controle dos sangramentos
externos e do choque
-Imobilização do doente
-Transporte imediato ao PS.

Todo esforço deve ser realizado para abreviar a permanência no local do


acidente
Obtenção e documentação de informações necessárias à triagem a0 chegar no
hospital : hora do trauma, eventos relacionados e historia do doente)
PREPARAÇÃO- Fase intra-hospitalar

- Planejamento antecipado da equipe de urgência e emergência


-Equipamentos organizados e testados

-Laboratório e radiologia
-Equipe de atendimento protegida
Sala de Trauma
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (XABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínuma
9. Cuidados definitivos
TRIAGEM
Vítimas múltiplas X Situações de desastres
TRIAGEM
 Classificação de acordo com o tipo de tratamento e
recursos disponíveis
 Escolha do hospital a ser transportado (centro de trauma)
 Pacientes e gravidade das lesões não excedem a
capacidade de atendimento do hospital : prioridade aos
com risco de vida eminente e politraumatizados
 Pacientes e gravidade das lesões excedem a capacidade
de atendimento do hospital : prioridade aos pacientes com
maiores possibilidades de sobrevida
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (XABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínuma
9. Cuidados definitivos
EXAME PRIMÁRIO
 X Contenção de hemorragias graves
 A Vias aéreas com PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL
 B Respiração e ventilação
 C Circulação com controle da hemorragia
 D Incapacidade , estado neurológico
 E Exposição/controle do ambiente

ATLS 2004
EXAME PRIMÁRIO
•As condições que implicam em risco de vida devem ser
identificadas e seu tratamento deve ser instituído
simultaneamente

•As prioridades de atendimento de um doente pediátrico


naõ são as mesmas do adulto.

•As prioridades na assistência à mulher grávida são


semelhantes –peculiariedades;

•Trauma é uma causa frequente de morte no idoso.


A Vias aéreas com controle da coluna
cervical
 Assegurar a permeabilidade - TCE, fraturas faciais,
mandibulares ou tráqueo-laríngeas
 Técnicas de manutenção das VAS:
- “chin lift”: elevação do queixo

- aspirador rígido

- “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula


subluxações de até 5mm, mesmo com o colar cervical
(APRAHAMIAN - 1984 ).
-cânula orofaríngea
A Vias aéreas com controle da
coluna cervical
 Considerar inicialmente lesão de coluna cervical em
todo politrauma
 Retirar o colar -conscientes

-após palpação

-dúvida: Rx Coluna Cervical


Considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com
traumatismos multissistêmicos!!!
A Vias aéreas com controle da
coluna cervical
Assegurar a patência das vias aéreas e manter a oxigenação ocupam o lugar
de destaque na abordagem inicial;

Os seguintes fatores estão relacionados a maior risco de problemas nas vias


aéreas:
-Inconsciência;
-Relaxamento da língua;
-Corpos estranhos;
-Trauma de face;
-Ferimentos penetrantes no pescoço;
-Fratura de laringe/traquéia
-Queimaduras de vias aéreas
Trauma de face
Trauma de face
Grande
Queimado
Manobras

-Aspirar secreções e remover corpos estranhos;


-Elevação do queixo e tração da mandíbula;
-Cânula oro ou nasofaríngea
-Intubação oro ou nasotraqueal
-Cricotireoidostomia
-Cirúrgica
VIA AÉREA DEFINITIVA
 Indicações:
 Apnéia
 Impossibilidade de manter uma via adequada por outros métodos
 Proteção das vias aéreas contra aspirações
 comprometimento iminente ou potencial das vias aéreas
 TCE necessitando de hiperventilação
 TRM
 Necessidade de via aérea adequada antes de afastar lesão cervical
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

 Método mais rápido ( 64 segundos )


 Estabilização cervical
 Não exacerba lesões cervicais quando bem
realizada.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

 Colocação correta:
 Ruídos respiratórios em ambos pulmões

 Ausência de borborigmos epigástricos


 Insuflação do “cuff” e fixação da sonda

“Todo paciente que chegar ao


hospital com intubação
traqueal prévia, deve ser
considerada a possibilidade
de que a sonda esteja mal
posicionada”
INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL

 Indicações -fratura de coluna cervical


-impossibilidade de Rx coluna
cervical

 CI : fraturas de base de crânio e médio – faciais;


apnéia:
 276 segundos x 64 segundos - IOT
INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL
VIA AÉREA CIRÚRGICA
 Indicações
 Impossibilidade na intubação orotraqueal
 edema de glote
 fratura de laringe
 hemorragia copiosa
 lesões faciais extensas
VIA AÉREA CIRÚRGICA

 Tipos :
 Cricotireoidostomia por
punção
 Cricotiroidostomia cirúrgica
 Traqueostomia
CRICOTIREOIDOSTOMIA POR
PUNÇÃO
 Cânula plástica calibrosa
 Conector em “Y” - 1 / 4 segundos
 30 a 45 minutos
 15 l/min O2
CRICOTIREOIDOSTOMIA CIRÚRGICA
 Técnica: abertura da membrana cricotireoídea +
cânula traqueostomia (5- 7mm)
 Acima dos 12 anos/ cartilagem cricóide
SAWIN 1996
TRAQUEOSTOMIA
 Trauma laríngeo
 Laceração traqueal extensa
 percutânea

ATLS 2003
TRAQUEOSTOMIA
EXAME PRIMÁRIO
 X Contenção (principalmente por meio de
torniquetes) de hemorragias graves o suficiente
para por fim a vida quase que imediatamente.
 A Vias aéreas com controle da coluna cervical
 B Respiração e ventilação
 C Circulação com controle da hemorragia
 D Incapacidade , estado neurológico
 E Exposição
RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO
 Expor o tórax do paciente
 Inspeção, palpação, ausculta, percussão
 Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado
 Via aérea pérvia não significa uma ventilação adequada
 Não há necessidade de exame complementar para diagnosticar lesões
potencialmente fatais
 Nesta fase o oxímetro de pulso deve ser conectado ao paciente
Pneumotorax Hipertensivo
Pneumotorax Hipertensivo
 Lesões:
-Pneumotórax - trauma contuso de tórax / pulmão
Hipertensivo - “válvula unidirecional”
- diagnóstico clínico; nunca radiológico
- QC: dispnéia, hipotensão, desvio traquéia
contralateral, ausência MV, distensão veias
pescoço, timpanismo à percussão
- Tto: descompressão imediata( agulha 2ºEIC linha
hemiclavicular seguido da drenagem 5° EIC)
Drenagem Torácica
PNEUMOTÓRAX ABERTO
 Solução de continuidade - meio interno/externo
 P. intratorácica = P. atmosférica - hipóxia
 Tratamento - curativo 3 pontas (efeito de válvula)
-drenagem torácica ( longe do ferimento)
PNEUMOTÓRAX ABERTO
PNEUMOTÓRAX ABERTO
PNEUMOTÓRAX ABERTO
Hemotórax
 Sangue na cavidade torácica
 Hemotórax Maciço:
 Acúmulo de + 1500ml de sangue

Causas:
lesão de vasos da base/coração/ ferimentos
penetrantes; trauma contuso

Clínica:
sinais de choque hipovolêmico
MV ausente
Macicez
Tratamento:
Drenagem tórax 5º EIC
reposição volêmica – RL, sangue
HEMOTÓRAX
 Tratamento:
 Drenagem torácica 5º EIC linha axilar média
 Toracotomia
 > 1500 ml Sg após drenagem
 200 ml/h 4 hs
 PCR com ferimento torácico
HEMOTÓRAX
Toracotomia Urgência “Reanimação”
Tórax Instável

Fratura de dois ou mais arcos costais consecutivos em dois


locais diferentes
Tórax Instável
Contusão Pulmonar

•Lesão direta do parênquima


pulmonar
•Resultando em hemorragia e
edema na ausência de
laceração pulmonar associada
•A contusão pulmonar unilateral
induz em 06h, lesão capilar no
pulmão contralateral.
Contusão Pulmonar

•Observa-se taquipnéia, roncos , sibilos, retração da


musculatura intercostal e uso da musculatura acessória
•Pode haver enfisema subcutâneo
TAMPONAMENTO CARDÍACO
 Tríade de Beck
 elevação PVC (estase jugular)
 hipotensão arterial
 abafamento de bulhas cardíacas

 causas: ferimentos penetrantes; trauma contuso

 diagnóstico: punção; FASTEstendido (EFAST-Extended Focused


Assessment with Sonography for Trauma).

 tto: pericardiocentese, janela pericárdica, pericardiotomia via


toracotomia
CIRCULAÇÃO
 Hemorragia: principal causa de óbito no trauma

 Avaliação -nível de consciência(menor perfusão cerebral)


-cor da pele (cianose – perda 30% volemia)
- PA (diminuição – perda 30% volemia)
- pulso ( taquicardia, filiformes, ausentes)
- diurese (50ml/h); PVC
3 parâmetros rápidos: nível de consciência, cor de pele e pulso
CIRCULAÇÃO
- A 1º dúvida a ser esclarecida é se existe má perfusão tissular
Indícios importantes: nível de consciência, a cor e a temperatura da pele,
frequencia e características do pulso
- Próximo passo é controlar a hemorragia interrompendo o sangramento
-Para tal é necessário intervir cirurgicamente em caso de trauma profundo
ou detectar e estancar hemorragia superficial.
-A reanimação volêmica agressiva e contínua não substitui o controle
definitivo da hemorragia
CIRCULAÇÃO
- As hemorragias externas são coibidas por meio de
compressão externa sobre o sítio de sangramento,
previamente coberto com uma compressa ou pano limpo.

- O emprego de pinças hemostáticas às cegas, bem como


o de garrotes e torniquetes, agrava lesões isquêmicas e é
desaconselhável.
Tratamento
REPOSIÇÃO VOLÊMICA INICIAL

 Ringer lactato é a solução isotônica de escolha


 Menor sobrecarga clorídrica
 Evita o desenvolvimento de acidose hiperclorêmica
 Fonte potencial de bicarbonato
 Segundo as normas do ATLS, a reposição deve ser iniciada com uma etapa rápida
de RL (2 l no adulto e 20ml/Kg em crianças) com objetivo diagnóstico e terapêutico.
 O padrão de resposta pode ser dividido em três categorias:  Rápida
 Transitória
 Ausente
CIRCULAÇÃO
Tratamento
Reposição de Sangue- CONCENTRADO DE HEMÁCIAS/SANGUE TOTAL

 Está indicada:
 perdas sanguíneas superiores a 25 a 30% da volemia,
 apresentam resposta transitória ou ausente à etapa inicial de reposição volêmica.
 Preferencialmente os concentrados de hemácias devem ser submetidos a
todas as provas cruzadas antes de sua infusão.
 Este procedimento demanda aprox. 1 hora, só pode ser empregado em
pacientes estáveis.
EXAME PRIMÁRIO
 X Controle de hemorragias graves
 A Vias aéreas com controle da coluna cervical
 B Respiração e ventilação
 C Circulação com controle da hemorragia
 D Incapacidade , estado neurológico
 E Exposição
Escala de Coma de Glasgow
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
 Nível de consciência -Glasgow (< 8 – intubação)
- A (Alerta)
- V ( resposta ao estímulo Verbal )
- D ( só responde a Dor )
- I ( Inconsciente )

 Pupilas : tamanho e reação (nl:isocóricas fotorreagentes)


 Rebaixamento - diminuição oxigenação - lesão cerebral ou choque hipovolêmico
 Diagnóstico de exclusão :hipoglicemia, álcool e/ou outras drogas
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
 Exames complementares
 - Rx crânio: pouca utilidade
 TC crânio: exame de escolha

 Fraturas de base de crânio


 otorréia
 rinorréia
 sinal de Battle (equimose reg. Mastóidea)
 sinal de guaxinim (equimose periorbitária)
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
EXAME PRIMÁRIO
 X Controle de hemorragia grave
 A Vias aéreas com controle da coluna cervical
 B Respiração e ventilação
 C Circulação com controle da hemorragia
 D Incapacidade , estado neurológico
 E Exposição
EXPOSIÇÃO
 Despir totalmente o paciente
 Cobrir o paciente: prevenir hipotermia
 Cobertores aquecidos
 Fluidos aquecidos
 Ambiente aquecido
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (XABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
REANIMAÇÃO

Adoção de medidas agressivas de reanimação e o


tratamento de todas as lesões potencialmente fatais.

 Vias aéreas
 Respiração/ Ventilação/ Oxigenação
 Circulação
Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO

Sondas Urinárias e Gástricas (reduz distensão, riscos de aspiração)


•Contra-indicação: A lesão de uretra deve ser suspeitada quando:
• Sangue no meato peniano, equimose perineal, sangue no escroto,
deslocamento cranial da próstata, fratura pélvica.
•A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura de base
de crânio (fratura da placa crivosa).

 Monitorização (oximetria de pulso, PA, gasometria arterial, monitorização


eletrocardiográfica)
 Transferência (lesões específicas)
•A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de fratura de
base de crânio (fratura da placa crivosa).
Medidas auxiliares ao exame Primário e à REANIMAÇÃO
EXAME SECUNDÁRIO
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (XABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínuma
9. Cuidados definitivos
EXAME SECUNDÁRIO

 Exame “da cabeça aos pés”


 Avaliação de todas as regiões do corpo
 História clínica, exame físico completos
 Exame neurológico completo
EXAME SECUNDÁRIO
 História - A (Alergia)
- M (Medicação)
- P (Passado médico)
- L (Líquidos e alimentos ingeridos)
- A (Ambiente e eventos relacionados ao trauma)

•Trauma fechado
•Trauma Penetrante
•Lesões devido a queimaduras e ao frio
•Ambientes de riscos
EXAME SECUNDÁRIO
Crânio e face:
Avaliação:
-Examinar e palpar toda a cabeça e a face
-Reavaliar as pupilas, glasgow
-Examinar olhos (hemorragias, lesões penetrantes, alterações da acuidade
visual, deslocamento do cristalino, presença de lentes de contato
-Examinar as orelhas e o nariz para ver se há perda de líquor
-Examinar a boca: sg ou perda de liquor, dentes soltos

Tratamento:
•Manter a via aérea pérvea, continuar a ventilação e oxigenação
•Controlar a hemorragia
•Prevenir lesões cerebrais secundárias
•Remover lentes de contato, próteses;
EXAME SECUNDÁRIO
Coluna Cervical e Pescoço
Avaliação:
-Lesões Penetrantes e contusas, desvio da traquéia e de uso de músculos
acessórios da respiração
-Pesquisar hipersensibilidade e dor, deformidade, edema, enfisema
subcutâneo, desvio da traquéia e simetria de pulsos;
-Auscultar as artérias carótidas (sopros)
- Realizar uma radiografia de coluna cervical com raios horizontais

Tratamento:
Manter imobilização e alinhamento adequados
EXAME SECUNDÁRIO

Tórax
Avaliação:
-Examinar a parede torácica em suas face anterior, lateral e
posterior
-Auscultar o torax, palpar e percutir

Tratamento:
-Descomprimir o espaço pleural por punção com agulha ou
drenagem de tórax
-Realizar curativos adequados com feridas abertas
-Pericardiocentese quando indicado
EXAME SECUNDÁRIO
Abdome
Avaliação:
-Examinar a parede anterior e posterior do abdome – feridas penetrantes,
contusões, sangramento interno
-Auscultar RHA, percutir
-Palpar o abdome para pesquisar dor, defesa muscular involuntária e
sinais de dor a descompressão ou a presença de útero gravídico
-Realizar radiografia de pelve
-Realizar lavagem peritoneal/ ultra-som
-Realizar uma CT de abdome se o doente estiver hemodinamicamente normal

Tratamento:
-Transferir o doente para sala de operações , se indicado
-Aplicar a calça de compressão pneumática, ou enrolar um lençol ao redor
da pelve para reduzir o volume da pelve.
EXAME SECUNDÁRIO
Períneo, Reto e Vagina
Avaliação Perineal:
-Contusões e hematomas
-Lacerações
-Sangramento uretral

Avaliação Retal
-Sangramento retal
-Tônus do esfíncter anal
-Integridade da parede intestinal
-Posição da próstata

Avaliação Vaginal:
-Presença de sangue na vagina
-Lacerações vaginais
EXAME SECUNDÁRIO
Músculo-esquelético
Avaliação:
-Procurar lesões penetrantes, examinar contusões, ferimentos e deformidades
-Palpar: dor, creptação, movimentos anormais e alterações de
sensibilidade
-Verificar pulsos periféricos
-Avaliar a pelve
-Examinar a coluna lombar

Tratamento:
-Colocar e/ou reajustar talas de imobilização para fraturas de extremidades
Administrar imunização antitetânica

Neurológico:
•Reavaliar as pupilas e nível de consciência- Glasglow
•Avaliar as extremidades para verificar a resposta motora e sensitiva
•Observar sinais de localização;
Medidas Auxiliares ao Exame
Secundário
•Radiografias adicionais da coluna
•Tomografia computadorizada
•Urografia excretora
•Angiografia
•Estudo radiológico das extremidades
•Ultra-som
•Broncoscopia
•Esofagoscopia
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
REAVALIAÇÃO

 Deve haver reavaliações constantes do paciente


 Monitorização contínua dos sinais vitais, débito
urinário, e da resposta do doente ao tratamento.
ATLS
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDE)
4. Reanimação
5. Medida auxiliares ao exame primário e à
reanimação
6. Exame secundário (da cabeça ao dedo do pé)
7. Medida auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização contínua
9. Cuidados definitivos
CUIDADOS DEFINITIVOS
 Paciente evolui estável : alta

 Paciente instável : cirurgia

 Lesões que excedem a capacidade da


instituição : transferência
 Em 2018, foi lançado a nova versão do ATLS (Advanced Trauma Life
Support) e as principais mudanças nessa edição foi tema de debate
na palestra “O que há de novo na 10ª edição do ATLS?”, com
participação de Fábio José de Almeida Guilherme e Bárbarah
Rebouças.

 Principais mudanças e destaques do ATLS 10:


 – Ressalva para a mobilização manual da coluna cervical;
– A intubação orotraqueal (IOT) de sequência rápida agora é
chamada IOT assistida por drogas;
– Passa a ser recomendado o uso de videolaringoscopia para a IOT;
– Lesão da árvore traqueobrônquica passa a ser considerada uma
lesão ameaçadora à vida;
– Tórax instável passa a ser considerado uma lesão potencialmente
ameaçadora à vida;
 – Descompressão torácica (punção torácica): 5º espaço
intercostal na linha axilar média;
– A drenagem torácica deve ser feita utilizando drenos
de menor calibre, entre 28 e 32 fr;
– Indicação do FAST e eFAST;
– Profissionais de saúde devem ter parcimônia na
associação de pneumotórax com drenagem de tórax
imediata;
– É recomendado a reposição com até 1 litro de
cristaloide;
 – Punção venosa única com jelco 18;
– Uso do ácido tranexâmico;
– Transfusão maciça: definido como 10 U de
concentrado de hemácias em 24 horas ou 4 unidades
em 1 hora. A regra de reposição 3:1 (perdidos/reposto)
passar a ser 1:1:1, orientando a transfusão precoce;
– Os profissionais devem fazer uso do
tromboelastograma para guiar a transfusão e uso do
ácido tranexâmico;
– Laparoscopia é recomendada no trauma penetrante;
– Lavado peritoneal em segundo plano, porém não
excluído, devido à adoção crescente do FAST;
 – Fratura pélvica com choque hipovolêmico possui
indicação de arteriografia;
– Fórmula de Parkland: volume de reposição = 2 x
Peso (Kg) x % SCQ; e manejar pelo débito
urinário;
– ECG (Glasgow): resposta motora à pressão e não
à dor. Pressão deve ser realizada nas regiões
supraorbitária ou ungueal;
 – O novo ATLS passa a adotar a regra Canadense
para a retirada do colar cervical: paciente
consciente, glasgow = 15 e sem dor, já pode tirar o
colar cervical;
– No idoso, atenção para o trauma pélvico em que
o risco é quatro vezes maior de óbito;
– Quando transferir para o tratamento definitivo?
utilizar o mnemônico SBAR: Situation, Background,
Assessment, Recommendation.
 O que não mudou no ATLS 10 e devemos
reforçar?
 – Abordagem rápida
– Intervenção precoce
– Identificar, abordar e reavaliar
Casos Clínicos

Paciente jovem, politraumatizado, chega à emergência em coma,


com pupila D>E, reagindo a estímulos dolorosos; FC= 140bpm,
PA= 80/40mmHg, FR= 32rpm, com desconforto respiratório. A
sequência mais adequada de medidas é:
Casos Clínicos
Descreva pelo menos 5 (cinco) medidas auxiliares ao
exame Primário e à reanimação.
Resposta:
•Sondas Urinárias,
•Sonda Gástricas,
•Oximetria de pulso
•PA, gasometria arterial,
•Monitorização eletrocardiográfica
•Radiografias , USG (fast)/ Tomografia
•Procedimentos diagnósticos (lavado peritoneal)
Casos Clínicos
No atendimento ao politraumatizado: quais acessos venosos
deverão ser instalados preferencialmente e qual é a solução
isotônica indicada para a reposição do déficit do
compartimento do fluido intersticial no choque hemorrágico, e
como esta reposição deve ser feita inicialmente.
Resposta:
Bons Estudos !!!

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