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TRAUMA
● Anualmente, 5,8 bilhões de pessoas morrem decorrentes de um trauma, correspondendo a 10% de todas as causas de
morte no mundo
● A faixa etária de 1 a 39 anos de idade na população brasileira, tem como a principal causa de morte acidentes e
violência, ou seja, a doença mais prevalente até os 40 anos é trauma
● O trauma é a terceira causa de morte na população de todas as faixas etárias
● Uma parcela significativa dessas pessoas adquirem incapacidades permanentes
● De 30 a 40% dos leitos que existem atualmente são ocupados por pacientes que sofreram algum tipo de trauma
● O trauma não é um acidente
○ Na maioria das vezes é evitável: fazendo educação e prevenção em saúde.
● A maioria das causas de morte por trauma podem ser evitadas
● O tipo de patologia tratada no trauma é o choque hemorrágico/hipovolêmico, independente do local do trauma
● Incidentes traumáticos são classificados em duas categorias:
○ Intencionais: aqueles cujo objetivo é prejudicar, causar dor ou matar
○ Não intencionais: resultam de ações acidentais, sem intenção de prejudicar
● Comentários Rafão:
○ Duas vertentes: cena do trauma (PHTLS) e intra-hospitalar (ATLS)
○ Choque hipovolêmico: agir rápido e estancar o sangramento. Agora é XABCDE. X é controle de hemorragia
maciça.
○ A faixa etária acometida pelo trauma é a extra-reprodutiva. Paciente é impossibilitado de produzir recurso
financeiro.
PHTLS
● O PHTLS fornece informações para a compreensão da anatomia, fisiologia e fisiopatologia do trauma, utilizando a
abordagem XABCDE, juntamente com as habilidades que se faz necessário para realização da avaliação e atendimento
do paciente traumatizado.
○ Tudo temos que pensar em tempo.
○ A pessoa mais importante da cena é o médico. Primeiro de tudo, fazer a segurança da cena.
○ Primeiro sinal de choque → taquicardia (segundo o rafão, na tabela abaixo diz pulso)
○ Para ter pulso radial - PA sistólica >90.
3. Avaliação primária (XABCDE) com reanimação imediata ao doente com lesões que ameacem a vida
● São estabelecidos as prioridades de tratamento baseado no grau de ameaça a vida
● Escala XABCDE - Atendimento inicial ao paciente traumatizado
X. Hemorragia exsanguinante (controle de hemorragias graves)
● Fazer compressão forte
○ Sangramento arterial: em 10 minutos a artéria coagula
○ Sangramento venoso: em 2 minutos a veia coagula
A. Controle de vias aéreas e estabilização da coluna cervical
B. Respiração e ventilação
C. Circulação - verificação de pulso e controle de hemorragia
D. Exame neurológico - Escala de Coma de Glasgow, AVDI (alerta, verbaliza, deformidade,
inconsciente) e pupila
E. Exposição e ambiente com controle de hipotermia
● O PHTLS envolve o XABCDE, enquanto que o ATLS, que é feito intra hospitalar, envolve oXABDCEF,
sendo o F correspondente ao FAST - ultrassom a beira do leito
CHOQUE HIPOVOLÊMICO/HEMORRÁGICO
● O ser humano tem 5L de sangue
● A classificação do choque hipovolêmico se dá baseado na quantidade de sangue perdido, sendo dividido em classe I, II, III
e IV
● Primeiro sinal de choque hipovolêmico é a alteração (aumento) da FC - sempre checar pulso SABER
◆ Geralmente choque de grau I não se faz praticamente nada, é o MOVadministra-se soro de 500mL
HIPOTENSÃO PERMISSIVA
● Em percursos > 30 min do local permite-se que o paciente fique hipotenso no trajeto
● Quanto de hipotensão? O paciente deve manter uma PAM em torno de 70 mmHg, então uma PA de 90x60 mmHg é
permissível
● Em lesões hepáticas ou esplênicas em que não houve ruptura da cápsula e que está sangrando consegue-se chegar ao
local para realização do exame de imagem ao invés de infundir volume, aumentar PA, aumentar sangramento e o risco de
romper a cápsula, causando um sangramento de segundo tempo e elevando o risco de morte do paciente até que ele
chegue ao hospital
Transfusão maciça
● Sangue puro
● Definição
○ Transfusão de > 10 CH, aproximadamente uma volemia de um paciente adulto, em 24 horas OU
○ Transfusão de > 4 CH em 1 hora OU
○ Substituição de > 50% da volemia total em 3 horas
● Independente se vai ocorrer CIVD, transtorno de coagulação, hiperpotassemia, alteração de cálcio ou outro
○ Se ocorrer deve ser corrigido depois
● Protocolo
○ Transfusão rápida e equilibrada de hemácias, plaquetas, fatores de coagulação e outros componentes com
objetivo de evitar a instalação de coagulopatias
○ É realizado de forma protocolar a partir de gatilhos clínicos e laboratoriais preditivos dessa condição
○ A utilização precoce e agressiva de hemoderivados na proporção de 1:1:1 (CH, plasma, plaquetas),
associado a hipotensão permissiva → redução de 74% na mortalidade em 30 dias SABER - (não é concentrado
de hemácias, é sangue puro!)
● Indicação
○ Se tiver alteração de nível de consciência sem trauma craniano devido choque hipovolêmico → indicação de fazer
transfusão maciça, porque a confusão mental/agitação do paciente é por déficit de O2 e precisa levar O2 até a área
através do carreador (sangue)
○ Mecanismo de trauma
○ Exame de imagem
○ Critérios clínicos
○ Critérios laboratoriais
■ Gasometria
○ Scores
■ ABC score (imagem) SABER
● FC > 120 bpm - 1 ponto
● PAS < 100 mmHg - 1 ponto
● FAST positivo - 1 ponto
● Trauma penetrante - 1 ponto
● Se tem 2 pontos → pode transfundir maciço.
PARTE PRÁTICA
● É obrigatório que o médico preste socorro se estiver na cena
● Diante de um acidente primeiro deve-se avaliar a segurança da cena
● Para avaliar se o paciente está consciente: ver se está alerta, se verbaliza, se sente dor
○ Cada tipo de abordagem é simultânea
○ Se o paciente está inconsciente: VER, SENTIR E OUVIR
○ Sequência de abordagem: todo atendimento deve ser feito de
forma céfalo-caudal
○ No ambiente hospitalar a primeira coisa a ser feita é MOV(E)
■ M: monitor
■ O: oxigênio
■ V: veia - dois acessos em veias periféricas com maior
calibre possível
■ E: eletrocardiograma, se necessário
Caso clínico
ORGANIZAÇÃO DA SALA DE EMERGÊNCIA: monitorização (monitor multiparâmetro, oxímetro), soro fisiológico (2L), cateter
(jelco 14), ambu, máscara laríngea, tubo orotraqueal e laringoscópio (sempre testar antes!), seringas, medicamentos, carrinho de
parada, ventilador ligado
● Paciente vítima de colisão frontal poste/moto, 2 passageiros, fratura exposta em membro inferior, PA 50x20 mmHg, FC
180 bpm, não responsivo na cena
○ Realizar exame físico sempre crânio-caudal
○ O médico deve ir tomar o caso através do socorrista, investigando qual foi a cinemática do trauma enquanto
alguém da equipe inicialmente toma a liderança e faz o M (monitoriza), O (oxigênio), V (acesso periférico)
■ Perguntar há quanto tempo aconteceu o trauma, se houve vítima no local
● Se houve óbito pensa em uma acidente de maior gravidade
○ Avaliar se há sangramento ativo (X), a responsividade (A e B), perfusão para avaliar necessidade de volume (C),
exame neurológico (D) e fazer a exposição (E) - XABCDE primário
■ Como saber se houve, ou se há, bastante sangramento? Avaliando PA, FC e responsividade do paciente
○ Escala de glasgow
■ Intubar se tiver necessidade com medicação adequada
● Auscultar no tórax e no epigástrio para ver se não foi para o esôfago
○ Se for para o esôfago não tira o tubo, apenas coloca o outro, que irá para a traqueia.
Depois retira o tubo que foi para o esôfago.
■ A paciente estava inconsciente devido quadro de hipovolemia - impede o carreamento de oxigênio
● Qual o melhor medicamento para oxigenação cerebral? Sangue e droga vasoativa
○ Quando entra com nora em trauma ou parada cardíaca? Assim que conseguir o acesso
■ Acesso periférico: pode infundir droga vasoativa por até 4h
○ Avaliar pulso distal a lesão
○ Fazer inspeção e ausculta para avaliar se há pneumotórax, enfisema
○ Palpação de abdome
○ Na pelve se mexe apenas uma vez
○ FAST para avaliar lesão em vísceras
○ Fazer infusão de soro fisiológico devido hipotensão
■ Não há diferença entre cristalóide e colóide - o que vale mais atualmente é a transfusão maciça
● Infundir concentrado plasma e plaquetas 1:1:1 e iniciar com transamin na entrada
● Coletar sangue para tipagem
○ Na emergência utiliza-se O negativo
○ Na urgência deve-se tipar o sangue
● Depois de contido o sangramento a FC foi para 140 bpm e PA para 70x40 mmHg
○ Raio X de trauma → realizar raio X de tórax (único obrigatório) + área acometida
■ Raio X de cervical, tórax e quadril deixou de ser protocolo
■ Se precisar de exame de imagem de cervical deve-se realizar tomografia
● Realizada tomografia: edema cerebral, sem desvio da linha média, cervical normal, tórax livre exceto por contusão em
base direita, abdome com área hipodensa em hipocôndrio esquerdo, pelve estável e fratura tíbia e fíbula
○ Investigar possível laceração esplênica com ultrassom
○ Edema cerebral: manitol?
○ Estabilizar fratura de tíbia e fíbula e chamar ortopedista
● XABCDE secundário a cada 2 minutos
COLAR CERVICAL
● No atendimento à vítima de trauma, a proteção da coluna cervical constitui a medida universal adotada pelo profissional, e
a primeira providência deve ser a estabilização manual. Isso deve ser feito segurando a cabeça da vítima com cuidado e
movendo-a até uma posição neutra, a menos que seja contraindicado
● A finalidade principal e específica do colar cervical é proteger a coluna cervical de compressão
● Para avaliar o tamanho do colar cervical: medir através de uma linha imaginária que passa pela borda inferior da
mandíbula até o ombro do paciente, onde o colar ficará apoiado
● Paciente preferencialmente deve estar em posição neutra cervical (primeira foto)
● Estabilizar a cabeça do paciente, pegar o colar cervical na parte frontal com uma mão em C e posicionar no paciente.
Com a cabeça estável, deslizar a outra parte do colar pela parte posterior da cabeça do paciente e puxar pelo outro lado,
fechando o colar.
● Para retirar o colar: na parte posterior há duas aberturas nas quais deve-se fazer uma compressão com os dedos sobre as
vértebras cervicais e pedir se o paciente sente dor. Se doer não mexer no colar. Se não doer prosseguir com a retirada.
○ Estabilizar a cabeça com uma das mãos e com a outra soltar o velcro do colar e abrir o colar. Lateralizar
levemente de um lado para o outro a cabeça do paciente, pedindo se ele sente dor ou não.
○ Pode solicitar que o paciente tente colocar o queixo no peito para ser mais fácil de retirar então a parte do colar
que está na região posterior da cabeça
** Lesão de coluna apenas observado o paciente na maca → paciente que irá ficar paraplégico apresenta priapismo e tanto
mulher quanto homens irão apresentar respiração abdominal
RCP
● Como medir se está sendo efetiva ou não? Através da capnografia, que indica o quanto de CO2 está sendo exalado
○ Pode avaliar através do pulso femoral