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SUMÁRIO
Capítulo 1:
Atendimento Inicial ao Politraumatizado 01
Capítulo 2:
Traumatismo Cranioencefálico 08
Capítulo 3:
Trauma Torácico 11
Capítulo 4:
Trauma Abdominal 32
Capítulo 5:
Queimaduras 37
Caítulo 6:
Trauma de Extremidades 43
Capítulo 7:
Traumas em Grupos Vulneráveis (Pediátrico, 53
Geriátricoe em Gestantes)
CAPÍTULO 1:
Atendimento inicial ao
politraumatizado
Introdução
- Preparação
- Triagem
- Avaliação primária (ABCDE)
- Reanimação
- Medidas auxiliares à avaliação primária e reanimação
- Considerar a necessidade de transferência do doente
- Avaliação secundária (da cabeça aos pés) e história
- Medidas auxiliares à avaliação secundária
- Reavaliação e monitorização contínuas após reanimação
- Tratamento definitivo
A abordagem primária deve ser repetida com frequência para identificar qualquer alter-
ação do estado clínico do doente que indique a necessidade de intervenção adicional, e
na prática clínica, essa sequência de eventos ocorre em paralelo ou simultaneamente.
Fase Hospitalar: É essencial que haja planejamento antecipado à chegada do doente poli-
traumatizado, sendo importante as disponibilidades de: área de reanimação, equipamen-
tos para abordagem de vias aéreas, soluções cristalóides aquecidas e equipamentos de
monitorização. A equipe de atendimento em contato com o doente deve estar protegida
contra doenças transmissíveis utilizando máscaras, proteção de olhos, avental imper-
meável, perneiras e luvas.
A: Airway maintenance with restriction of cervical spine (vias aéreas com proteção da
coluna cervical);
A via aérea deve ser avaliada em primeiro lugar para assegurar sua permeabilidade. Identi-
fica-se sinais de obstrução por meio de aspiração e inspeção para a presença de corpos
estranhos e fraturas; as manobras para estabelecer permeabilidade devem ser feitas com
proteção da coluna cervical, sendo a manobra de elevação do mento (chin lift) ou de
tração da mandíbula (jaw thrust). Se o doente se comunica verbalmente, é pouco provável
que haja obstrução que represente risco imediato, ainda que a via aérea deva ser avaliada
constantemente em curtos intervalos de tempo. Situações que exigem via aérea definitiva
são o trauma cranioencefálico (TCE) grave, rebaixamento do nível de consciência ou escala
de coma de Glasgow (ECG) igual ou menor que 8 e respostas motoras descoordenadas
(não obrigatória, mas sugere fortemente).
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Durante a avaliação deve-se manter durante todo tempo a estabilidade da coluna cervical
(cabeça e pescoço não devem ser hiperestendidos, hiperfletido ou rodados) e deve-se
presumir a perda de estabilidade da coluna cervical (com base na história do trauma). É
importante ressaltar que a proteção da medula deve ser feita e mantida com uso de dis-
positivos apropriados de imobilização e presume-se lesão da coluna em todo paciente
com traumatismos multissistêmicos, especialmente se apresentar nível de consciência
alterado ou traumatismo fechado acima da clavícula. Também é importante considerar a
possibilidade de comprometimento progressivo da permeabilidade da via aérea, requer-
endo reavaliação frequente.
B: Ventilação e Respiração
A permeabilidade da via aérea por si só não garante ventilação adequada, sendo a troca
gasosa adequada necessária para que ocorra oxigenação tecidual e eliminação de gás car-
bônico. Pescoço e tórax devem ser expostos para avaliação distensão de veias jugulares,
posição da traqueia e movimentação da parede torácica. Realiza-se ausculta pulmonar
para confirmar fluxo de ar nos pulmões, inspeção visual e palpação para detectar lesões da
parede do tórax capazes de comprometer a ventilação, percussão visando identificar anor-
malidades (atentar-se para o fato de que o ambiente barulhento pode levar a resultados
não confiáveis).
Algumas notáveis lesões que prejudicam gravemente a ventilação em curto prazo con-
sistem no: pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço, pneumotórax aberto e lesões
traqueobrônquicas. Tais lesões devem ser diagnosticadas clinicamente, sem uso de
exames complementares, ainda na avaliação primária e resolvidas ainda no "B", antes de
passar para o "C". Ressalta-se que o pneumotórax simples pode evoluir para um pneumo-
tórax hipertensivo quando um paciente é entubado e a pressão positiva da ventilação é
provida antes da descompressão do pneumotórax.
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4 Espontânea
3 Estímulo Verbal
Abertura Ocular
2 À pressão
1 Ausente
5 Orientado
4 Confuso
1 Ausente
6 Obedece ao comando
5 Localiza a dor
1 Ausente
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Deve-se despir totalmente o paciente, cortando as roupas para facilitar o exame e aval-
iação adequados. Em seguida, ele deve ser coberto com cobertores aquecidos ou disposi-
tivo de aquecimento externo para prevenção de hipotermia. Ademais, os fluidos intrave-
nosos devem ser aquecidos antes da infusão (uso de aquecedor de fluidos alto fluxo) e o
ambiente deve ser mantido aquecido para evitar perda de calor corporal. Essas medidas
visam evitar a hipotermia, que consiste em complicação letal no paciente politraumatizado
pois desencadeia coagulopatia e vasoconstrição.
Referências
COLÉGIO AMERICANO DE CIRURGIÕES; Advanced Trauma Life Support (ATLS), 10ª Ed 2018.
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