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PRIMEIROS SOCORROS
3º PERÍODO
Introdução......................................................................................................................3
Orientações gerais e avaliação da cena......................................................................3
Avaliação da vítima.......................................................................................................4
Triagem de vítimas........................................................................................................9
OVACE..........................................................................................................................10
Parada respiratória......................................................................................................11
Parada cardiorespiratória...........................................................................................12
AVC...............................................................................................................................14
Estado de choque........................................................................................................15
Síncope.........................................................................................................................16
Crise convulsiva..........................................................................................................17
Hipotermia....................................................................................................................17
Epistaxe........................................................................................................................18
Hemoptise....................................................................................................................18
TCE...............................................................................................................................19
Queimaduras (térmicas) .............................................................................................20
Inalação de fumaça......................................................................................................22
Intoxicação por monóxido de carbono......................................................................22
Referências bibliográficas..........................................................................................24
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INTRODUÇÂO
Mais uma vez é evidente lembrar que prevenir as situações de emergências são
fundamentais. Contudo em caso da necessidade de atendimento a uma vítima, de mal
súbito ou trauma, grande parte das ações desempenhadas são simples como lavar uma
ferida, controlar uma hemorragia capilar oriunda de ferida superficial ou até mesmo
arejar um ambiente em caso de síncope. No entanto em uma condição emergencial
podem ser exigidos procedimentos de maior complexidade como uma intervenção de
uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP), e para isto, a necessidade de quem for
socorrer estar preparado (a) para o reconhecimento das condições clínicas da vítima e
quais medidas tomar.
Em quadros emergenciais é válido lembrar que a realização do contato com
centrais de emergências (SAMU, Bombeiros, etc.) é importante visto que uma
assistência especializada e com ferramentas de trabalho adequadas ao atendimento
são fundamentais.
Neste contexto de acordo com BRASIL (2003) o(a) socorrista tem como função
manter a vítima viva até a chegada do socorro, evitar causar novas lesões ou agravar
as já existentes na vítima (chamado segundo trauma) e providenciar atendimento
especializado à mesma.
Ainda segundo BRASIL (2003) é importante manter a calma e serenidade no
atendimento inspirando confiança, impedir que testemunhas removam
desnecessariamente o acidentado da cena, servir como elo de informações para o
serviço de socorro e/ou resgate, ter ações que se limitam até o ponto de seu
conhecimento e técnica e jamais tentar medicar um acidentado.
BRASIL (2003) ressalta que o atendimento de primeiros socorros quando
dividido em etapas básicas para maior organização e melhores resultados. Ao chegar a
um local o qual se encontra uma vítima deve se ter o controle da situação e efetuar uma
rápida e convicta avaliação sobre a segurança do local, em primeiro lugar segurança
para o socorrista e seus companheiros e para a vítima.
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A proteção da vítima deve ser realizada com o mesmo rigor da avaliação da
ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que visivelmente tenham perdido
o autocontrole e possam prejudicar a prestação do atendimento (BRASIL 2003).
Fica nítido que em caso de haver riscos na cena onde se encontra a vítima, como
fios elétricos soltos e desencapados, máquinas em funcionamento, risco iminente de
desabamento, incêndio, tráfego de veículos, vazamento de gás entre outros, não se
deve entrar no local até que os riscos estejam neutralizados. A eliminação dos riscos de
uma cena deve ser realizada por profissionais competentes que possuem ferramentas
e são habilitados para tal. A eliminação do risco somente deverá ser realizada pelo (a)
socorrista em caso de total certeza que este risco pode ser neutralizado com segurança
pelo (a) mesmo (a).
Não se deve movimentar a vítima de forma desnecessária ou realizar seu
transporte de forma equivocada e precipitada. O manejo da vítima somente deverá ser
realizado em outro local quando a cena não oferecer condições ao atendimento ou a
vítima já estiver em quadro de estabilidade clínica.
É necessário tranquilizar a vítima e passar segurança e conforto à mesma uma
vez que, a calma da vítima minimiza riscos à sua saúde em condições extremas.
AVALIAÇÂO DA VÍTIMA
1. Avaliação primária:
De acordo com BRASIL (2014) o objetivo da avaliação primária é identificar e
corrigir situações de risco imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que
apresentar alterações significativas em qualquer etapa da avaliação. Sendo assim todo
paciente crítico deve permanecer na cena o mínimo necessário.
a) Avaliar a responsividade da vítima (chama a vítima, perguntar se pode ajudar)
e expansão torácica.
• Se não responsivo e sem movimentos respiratórios verificar pulso carotídeo por
até 10 segundos,
• Em caso de pulso central (carotídeo) ausente iniciar protocolo de parada
cardiorrespiratória (PCR),
• Em caso de pulso central presente, abrir as vias aéreas (VA) com manobras
manuais (hiperextensão da cabeça e elevação do queixo) e iniciar suporte
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ventilatório (protocolo de parada respiratória), pode se usar métodos como jaw
thrust e chin lift.
BRASIL (2014) relata que a manobra jaw thrust é indicada para pacientes de
agravos traumáticos em que há suspeita de lesão raquimedular e/ou história de trauma.
Para a realização desta manobra é necessário posicionar-se à cabeceira do paciente,
Realizar o controle manual da coluna cervical para alinhamento e estabilização em
posição neutra, colocando as mãos espalmadas uma de cada lado da face do paciente.
Os dedos indicadores do socorrista devem inicialmente apontar para a direção dos pés.
Posicionar os dedos polegares próximos ao mento e os demais ao redor do ângulo da
mandíbula do paciente. Simultaneamente, enquanto mantém o alinhamento com as
mãos, aplicar força simétrica para elevar a mandíbula anteriormente (para frente),
enquanto promove a abertura da boca com os polegares como mostram as figuras:
Já a manobra chin lift BRASIL (2014) diz também ser indicada para pacientes
com agravos clínicos e/ou traumas. O ideal que seja realizada por 2 profissionais. O
primeiro profissional se posiciona à cabeceira do paciente e executa o alinhamento
manual da cabeça em posição neutra, estabilizando a coluna. O segundo profissional
se posiciona ao lado do paciente e com a mão pinça a arcada dentária inferior usando
como base o queixo do paciente. Com os dedos posicionados, o profissional traciona o
queixo anteriormente e levemente para baixo, elevando a mandíbula enquanto abre a
boca do paciente como vemos nas imagens:
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b) Avaliar a permeabilidade da via aérea (VA) e corrigir as situações de risco
realizando a hiperextensão da cabeça e elevação do queixo, cânula
orofaríngea e retirada de próteses se necessário.
c) Avaliar a ventilação da vítima:
• Padrão ventilatório (normal, anormal com uso de musculatura acessória),
• Simetria torácica,
• Frequência respiratória.
d) Avaliar o estado da circulação:
• Presença de hemorragias externas de natureza não traumática,
• Pulsos periféricos ou centrais (frequência, ritmo, amplitude e simetria),
• Tempo de enchimento capilar,
• Pele: Coloração, temperatura e umidade.
• Na presença de hemorragia ativa considerar uso de compressão local direta se
possível.
e) Avaliar estado neurológico:
• Escala de coma de Glasgow,
• Avaliação pupilar: foto-reação e simetria.
Para esta escala um paciente pode ter pontuação mínima de 1 ponto e máxima
de 15 pontos. Nos casos de traumatismo crânio encefálico podemos classificar o trauma
em leve (pontuação entre 13 e 15), moderado (pontuação entre 9 e 12) ou grave
(pontuação entre 1 a 8).
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2. Avaliação secundária:
BRASIL (2014) afirma que a avaliação secundaria é importante, porém não
obrigatória, principalmente nos pacientes críticos ou se sua realização implicar em
atraso de transporte. Tem como objetivo específico localizar alterações na cor da pele
ou mucosas, assimetrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos anormais
emitidos pela vítima, alterações de motoras e de sensibilidade. É importante a anotação
dos achados nesta avaliação.
Se faz pertinente ressaltar que para chegar nesta etapa o paciente deverá ter
passado pela avaliação primária e estar clinicamente estável no que diz respeito aos
parâmetros vitais avaliados na etapa anterior.
a) Realizar a entrevista SAMPLA (com paciente quando possível, familiar ou
terceiros).
• Nome e idade;
• Queixa principal;
• (S) verificação de sinais vitais: respiração (frequência, ritmo e amplitude), pulso
(frequência, ritmo e amplitude), pressão arterial e pele (temperatura, turgor, cor
e umidade);
• (A) história de alergias;
• (M) medicamentos em uso;
• (P) passado médico (passado médico ou doenças prévias);
• (L) horário da última ingestão de líquidos e/ou alimentos;
• (A) ambiente do evento.
b) Realizar avaliação complementar:
• Instalar oximetria de pulso se disponível;
• Mensurar glicemia capilar se disponível.
c) Realizar exame céfalo caudal:
• Cabeça e face: inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face,
olhos, pupilas (verificar diâmetro, reação à luz e simetria pupilar) nariz, boca; e
observar alterações na coloração e temperatura da pele.
• Pescoço: avaliar região anterior e posterior; e avaliar, em especial, se há
distensão das veias jugulares.
• Tórax: observar, em especial, se há uso de musculatura acessória, tiragem
intercostal e de fúrcula, movimentos assimétricos.
• Abdome: observar abdome distendido
• Membros superiores (MMSS): observar, em especial, a palpação de pulsos
distais e perfusão dos membros; e avaliar a força motora, solicitando que o
paciente aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez, se
descartada qualquer potencial lesão.
• Membros inferiores (MMII): observar, em especial, a palpação de pulsos distais
e perfusão dos membros (reenchimento capilar); e avaliar a força motora,
solicitando que o paciente movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada vez,
se descartada qualquer potencial lesão.
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• Avaliar a responsividade da vítima e ao mesmo tempo executar a imobilização
da coluna cervical e verificar a respiração;
• Na avaliação das vias aérea se deve manter as vias aéreas pérvias através de
manobras de abertura das vias aéreas para o trauma, retirar secreções e corpos
estranhos da cavidade oral; considerar o uso de COT; estabilizar a cabeça com
alinhamento neutro da coluna e instalar o colar cervical assim que possível;
• Na avaliação de boa respiração e oxigenação é preciso avaliar o posicionamento
da traqueia com presença ou não de turgência jugular; expor o tórax e avaliar a
ventilação, simetria torácica, uso de esforço respiratório, uso de musculatura
acessória para respirar, avaliar presença de lesões abertas e/ou fechadas no
tórax; realizar avaliação palpatória no tórax de paciente com ventilação anormal;
• Em caso de paciente com frequência respiratória inferior a 8mrm, ventilação e
oxigenação inadequadas considerar uso de BVM com reservatório para
ventilação;
• Na avaliação da circulação é importante realizar o controle hemorrágico; avaliar
o enchimento capilar (normal até 2 segundos); avaliar as características da pele,
avaliar pulso central e radial;
• Em caso de pulso radial ausente e pulso central presente considerar protocolo
de choque;
• Em caso de pulsos radial e central ausentes seguir protocolo de PCR;
• Monitorar a pressão arterial assim que possível;
• Na avaliação neurológica se deve avaliar a GCS ou AVDI (ALERTA, VOZ, DOR,
INCONSCIÊNCIA);
• Na avaliação AVDI entende-se que a fase de ALERTA a vítima ainda tem em
suas funções corporais e atividade neurológica ativas, ou seja, o sistema
nervoso central (SNC) que sob risco, ainda está sendo oxigenado e funcionando.
Na fase de VOZ a vítima está em uma transição de perda de consciência, uma
vez que a audição é um dos últimos sentidos a se perder antes do cérebro ficar
inconsciente. Na fase DOR a vítima não responde a estímulos sonoros e ao
estímulo doloroso reage mostrando incômodo ou até mesmo tentando retirar o
estímulo. Sem resposta à dor a vítima está na fase de INCONSCIÊNCIA.
• É necessário fazer exposição da vítima com controle de hipotermia.
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• Pelve: observar sangramentos, contusões ou lesões abertas, realizar palpação
das cristas ilíacas na busca de dor e/ou instabilidade realizando compressão
látero-medial e ântero-posterior;
• MMSS e MMII: observar em especial a palpação de pulsos distais e perfusão
dos membros (reenchimento capilar) avaliar a força motora, solicitando que o
paciente movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada vez, avaliar a
sensibilidade; sempre realizar a avaliação comparando um membro com o outro.
• Dorso: inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas,
ferimentos; palpar processos espinhosos durante o posicionamento na prancha
longa em busca de dor.
TRIAGEM DE VÌTIMAS
Em situações com uma vítima apenas é claro que esta tem toda prioridade e
atenção dos socorristas, entretanto existem situações em que múltiplas vítimas estão
em condições clínicas diversas e infelizmente não há capacidade de socorro a todas no
primeiro momento. Desta forma é importante determinar quais vítimas têm prioridade no
atendimento de primeiros socorros à partir de protocolo denominado método START
(Simple Triage and Rapid Treatment) . Neste método as vítimas com agravos clínicos e
com maior chance de sobrevivência terão prioridade em serem atendidas.
Segundo BRASIL (2014) a aplicação do método START consiste em:
• Nortear todas as vítimas que conseguem andar para que se afastem do local e
se direcionem para um local seguro e os identifique com a cor VERDE;
• Se dirigir pela área onde se encontram as vitimas que restaram, avaliando
rapidamente cada uma delas para classificar e identificar segundo cores.
Durante a avaliação, são permitidos procedimentos breves, como abertura de
vias aéreas ou controle de sangramento intenso.
• Em cada vítima encontrada é preciso avaliar a respiração, se a vítima não
respira, abrir as vias aéreas, avaliar possível presença de corpo estranho e
remover se possível. Se não respira mesmo após abertura das vias aéreas
classificar e identificar como CINZA. Em caso da vítima respirar apór abertura
das vias aéreas deve-se classificar e identificar como VERMELHO.
• No caso de se encontrar a vítima, mesmo sem necessidade da abertura das vias
aéreas, respirando, é necessário verificar a frequência respiratória (FR). Em
caso de FR maior que 30 rpm, classificar e identificar como VERMELHO. Em
caso de FR menor que 30 rpm, verificar reenchimento capilar.
• Avaliar o reenchimento capilar ou pulso radial. Enchimento capilar maior que 2
segundos ou pulso radial ausente classificar e identificar como VERMELHO. Em
situação da vítima ter enchimento capilar menor ou igual a 2 segundos, ou pulso
radial presente verificar se a vítima consegue cumprir ordens simples.
• Avaliar a capacidade de cumprir ordens simples. Solicitar que a vítima cumpra
ordens simples como piscar os olhos ou apertar a mão. Se não cumpre ordens
simples (inconsciente), classificar e identificar como VERMELHO. Se obedece
aos comandos classificar e identificar como AMARELO.
Neste método, ainda segundo BRASIL (2014), as vítimas classificadas como
cinza não devem ser removidas ou receber abordagens a menos que novas equipes de
socorro cheguem ao local tornando a capacidade de socorro compatível ao número de
vítimas ou as vítimas atendidas (classificadas como vermelho ou amarelo) tenham tido
o atendimento completado e assim, as vítimas classificadas como cinza deverão ser
reavaliadas.
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Este processo de triagem é dinâmico e, portanto, pode sofrer reclassificação de
acordo com as evoluções clínicas. Vale ressaltar que para identificação pode se usar
pulseiras, fitas, pincel desde que sempre visível.
É importante dizer que todo paciente com lesão traumática ortopédica de
qualquer natureza, vítimas encontradas caídas ao solo são consideradas vítimas de
trauma de coluna cervical e serão tratadas como tal (imobilização do pescoço).
A OVACE é uma obstrução das vias aéreas por um corpo estranho de ocorrência
súbita e potencialmente fatal a depender do grau de obstrução. Ocorre geralmente
laringe ou até mesmo traqueia e dever do socorrista saber identificar os casos de
OVACE e classificar esta obstrução em leve ou grave para direcionamento das ações
corretas.
Devemos suspeitar de um caso de OVACE em episódios testemunhados de
engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação.
Existem 2 tipos de OVACE e é fundamental que seja identificado o grau de
obstrução:
• Obstrução leve: Vítima capaz falar se está engasgado, consegue tossir e
respirar.
• Obstrução grave: Paciente consciente, mas não consegue vocalizar. Pode não
respirar ou ter respiração ruidosa, tosse silenciosa ou inconsciência.
Em caso de obstrução leve a conduta é:
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• não realizar manobras de desobstrução (não interferir);
• tranquilizar o paciente;
• incentivar tosse vigorosa;
• observar atenta e constantemente; e
• se evoluir para obstrução grave: realizar protocolo de obstrução grave.
Em caso de obstrução grave em pacientes responsivos devemos executar a
manobra de heimlich:
• posicionar-se atrás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca;
• posicionar uma das mãos cerrada(fechada), com a face do polegar encostada
na parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical;
• com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em
movimentos rápidos, direcionados para dentro e pra cima (em J); e
• repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo.
• É importante observar que em pacientes obesas e gestantes no último trimestre,
as compressões deverão ocorrer sobre o esterno (linha intermamilar) e não
sobre o abdome.
Em casos de obstrução grave em paciente irresponsivo devemos:
• posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;
• diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso, executar
compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho;
• abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se
visível e alcançável (com dedos ou pinça);
• se nada encontrado, realizar 1 insuflação (com reanimador manual) e se o ar
não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente;
e
• considerar o transporte a uma unidade hospitalar o quanto antes.
Em caso de ocorrência de parada respiratória ou parada cardiorrespiratória
realizar os protocolos destinados a cada ocorrência.
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• Em caso de pulso ausente iniciar RCP com protocolo de parada
cardiorrespiratória.
FONTE: American Heart Association. Destaques das diretrizes da American Heart Association
2020 para RCP e ACE. USA, 2020.
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• Se não responsivo, respiração ausente ou em gasping, posicionar o paciente em
decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca;
• Solicitar socorro e o DEA;
• Checar pulso carotídeo em até 10 segundos (A American Heart Association
recomenda avaliação de pulso e respiração de forma simultânea);
• Em caso de pulso presente realizar manobra de PR;
• Em caso de pulso ausente iniciar RCP.
• A RCP deve ter compressões eficientes e com 30 compressões e 2 ventilações
em BVM;
• As compressões devem ser realizadas na metade inferior do esterno, com
profundidades entre 5cm e 6cm (respeitando o retorno completo do tórax), em
uma frequência de 100 a 120 compressões por minuto, usando as regiões tenar
e hipotenar da mão, com as mãos entrelaçadas evitando flexão dos MMSS
durante as compressões.
• Assim que o DEA estiver disponível deve-se instalar os eletrodos no tórax
desnudo e seco do paciente, sem interromper as compressões torácicas. Ligar
o DEA e interromper as compressões somente quando o aparelho solicitar
análise. Seguir as indicações do DEA quanto à indicação do choque ou não.
• Em caso de choque indicado (fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular
sem pulso (TVSP)), solicitar e se certificar que todos se afastem do contato com
o paciente, disparar o choque quando indicado pelo DEA, reiniciar
imediatamente a RCP após o choque, começando pelas compressões torácicas
por 2 minutos (5 ciclos de 30 comp e 2 vent).
• Após 2 minutos checar novamente o ritmo com o DEA e seguir as orientações.
• Em caso de choque não indicado reiniciar a RCP com 30 compressões para 2
insuflações por 5 ciclos ou 2 minutos.
• Checar novamente o ritmo.
• Manter os ciclos de RCP até a chegada do socorro ou paciente apresentar sinais
de retorno da circulação espontânea (RCE) que podem ser respiração, tosse ou
movimentos.
Em caso de paciente com via aérea avançada como cricotireoidostomia,
traqueostomia, intubação orotraqueal, entre outros métodos, a relação de compressões
e ventilações mudam. BRASIL (2014) e American Heart Association (2020)
recomendam que, nestes casos, se realize 100 a 120 compressões por minuto e
simultaneamente 1 insuflação a cada 6 segundos. Após 2 minutos é necessário a
reavaliação dos sinais vitais da vítima.
Já em casos de contextos de atendimento onde não há disponível um
reanimador manual é recomendável se realizar apenas as compressões mantendo as
vias aéreas abertas e pérvias.
BRASIL (2014) orienta que a RCP pode ser interrompida em casos como:
• RCP em andamento sem indicação de choque pelo DEA acompanhada de
exaustão das pessoas que estão realizando a RCP e autorização de um médico;
• RCP em andamento quando as condições ambientais se tornam inseguras e/ou
muito insalubres;
• RCP em andamento quando as condições de segurança pessoal na cena se
tornam comprometidas.
É necessário dizer, segundo BRASIL (2014), que sempre que possível a
orientação dos familiares acerca dos procedimentos que serão adotados é muito
importante.
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Abaixo temos o algoritmo para profissionais de saúde no SBV (suporte básico
de vida).
FONTE: American Heart Association. Destaques das diretrizes da American Heart Association
2015 para RCP e ACE. USA, 2015.
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• Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI)
• Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH)
• Hemorragia subaracnóidea (HSA)
• Trombose venosa central (TVC)
BRASIL (2014) afirma que a suspeita para o acometimento de AVC em um
paciente deve ocorrer quando:
• Início súbito de déficits neurológicos focais, especialmente de um lado do corpo
como paresia, perda de expressão facial, desvio de rima labial, plegia ou
parestesia;
• Disturbios da fala (dislalia, disartria, afasia);
• Alteração da consciência: de confusão a completa arresponsividade;
• Manifestação de convulsão sem histórico de trauma ou episódio anterior;
• Cefaléia súbita e intensa sem causa aparente;
• Alteração visual súbita (turvação visual, diplopia);
• Vertigem ou perda do equilíbrio e/ou coordenação motora (incluindo dificuldade
para deambular);
ESTADO DE CHOQUE
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FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de
Intervenção para o SAMU 192. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília, DF, 2014.
INCONSCIÊNCIA (SÍNCOPE)
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Ainda segundo SOUZA, L.O.; MOREIRA, H.T.; SALGADO, A.M.A (2018) pode
ser classificada como reflexa (causa mais comum), síncope por hipotensão ortostática
(causa rara em pessoas menores de 40 anos entretanto frequente em idosos) e síncope
secundária a problemas cardiovasculares.
A conduta correta segundo BRASIL (2014) é realizar a avaliação primária
enfatizando a responsividade da vítima/comprovar a inconsciência, avaliar a
expansividade do tórax e checar pulso carotídeo. Em caso de ausência de respiração e
pulso iniciar protocolo de RCP. Em caso de ausência de respiração mas presença de
pulso, considerar obstrução de vias aéreas e avaliar possível obstrução e proceder de
acordo com protocolo. Em caso de pulso e respiração presentes manter a
permeabilidade das vias aéreas, manter ambiente arejado, afrouxar as roupas da vítima,
elevar os MMII e aguardar retorno da consciência.
Avaliar GCS e pupilas e iniciar avaliação secundária com ênfase para:
• SAMPLA.
• Monitorar sinais vitais e oximetria de pulso se possível.
• Ainda havendo possibilidade mensurar glicemia capilar.
CRISE CONVULSIVA
HIPOTERMIA
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A hipotermia pode ter manifestações distintas dependendo de sua classificação
como citado abaixo em referência a BRASIL (2014):
• Hipotermia leve (32ºC a 35ºC): Taquicardia, hipertensão arterial, taquipneia,
broncorreia, broncoespasmo, tremores musculares, rigidez muscular, pele fria e
pálida, cianose de extremidades, confusão mental com desorientação ou apatia,
ataxia e incoordenação de movimentos, hiperreflexia, diurese induzida pelo frio.
• Hipotermia moderada (30ºC a 32ºC): Bradicardia, hipotensão arterial, arritmias,
bradipneia, cessam os tremores, espasmos musculares, depressão do SNC com
torpor ou coma, hiporreflexia, pupilas não reativas, alucinações.
• Hipotermia grave (temperatura menor que 30ºC): Depressão profunda do SNC,
arreflexia, rigidez, bradicardia grave e hipotensão, bradipneia ou apneia, pode
ocorrer edema pulmonar e arritmias ventriculares.
Tem-se como conduta em casos de hipotermia de acordo com BRASIL (2014):
• Avaliação primária enfatizando responsividade, respiração e pulso, instituir
medidas para correção da hipotermia removendo roupas frias e molhadas para
impedir queda adicional da temperatura e aquecer com mantas metálicas ou
cobertores, manter o paciente em decúbito (em posição ortostática aumenta o
risco de convulsões);
• Avaliação secundária enfatizando SAMPLA, havendo possibilidade mensurar
PA, oximetria de pulso e glicemia capilar.
• A oferta de alimentos quentes e calóricos para pessoas orientadas é válido.
Idosos, crianças, moradores de rua, deficientes mentais, tetraplégicos,
diabéticos, alcoólatras, usuário de drogas, politraumatizados, paciente de afogamento,
grandes queimados, pessoas expostas ao vento, umidade e temperatura ambiental
baixa são considerados grupo de risco para hipotermia. É importante não haver
movimentos bruscos com a vítima evitando arritmias cardíacas. Deve-se evitar também
compressas quentes e massagear as extremidades do corpo para aquecer segundo
BRASIL (2014).
EPISTAXE
HEMOPTISE
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pode haver casos de sangramento maciço (200 a 600 ml de sangue perdido em 24h)
necessitando assim de atendimento emergencial visto o risco de óbito.
Para tal a conduta é preciso fazer avaliação primária com ênfase em garantir a
permeabilidade das vias aéreas (a lateralização da vítima em decúbito lateral esquerdo
é recomendado), manter a vítima calma, realizar a avaliação secundária enfatizando
monitoração do padrão respiratório, pressão arterial e SAMPLA.
Encaminhar a vítima ao atendimento médico o quanto antes.
É válido ressaltar a importância de entender a possibilidade de hemorragia
interna em várias situações como hemoptise e traumas. Apesar da dificuldade maior de
se perceber estes quadros podemos notar sintomas comuns nas condições de
hemorragia interna como comenta Brasil (2003):
• Pulso fraco e rápido
• Pele fria
• Sudorese (transpiração abundante)
• Palidez intensa e mucosas descoradas
• Sede acentuada
• Apreensão e medo
• Vertigens
• Náuseas
• Vômito de sangue
• Calafrios
• Estado de choque
• Confusão mental e agitação
• "Abdômen em tábua" (duro não compressível)
• Dispneia (rápida e superficial)
• Desmaio
BRASIL (2003) ainda recomenda nestes casos procurar imediatamente
atendimento especializado, enquanto se mantém o acidentado deitado com a cabeça
mais baixa que o corpo, e as pernas elevadas para melhorar o retorno sanguíneo. Vale
lembrar que em situações de TCE, AVC e dispneia a cabeça deve ser mantida elevada
para melhorar a ventilação.
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• Avaliar as pupilas;
• Repetir GCS;
• Exame de cabeça e coluna (manter atenção para sinais de perda de líquor,
fraturas abertas, exposição de tecido cerebral, ferimentos extensos de couro
cabeludo e sinais de fratura da base do crânio);
• SAMPLA
• Imobilização para transporte.
QUEIMADURAS (TÉRMICAS)
A imagem abaixo mostra que, como nem sempre as queimaduras são uniformes, deve
se levar em conta proporções corporais para este cálculo. Vale lembrar que as
proporções são diferentes entre adultos, crianças e bebês.
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FONTE: MACEDO, M.S.R.; PINTO, F.P.; SAMPAIO, B.P.; Elaboração de Procedimento
Operacional Padrão sobre Queimaduras para SAMU. Feira de Santana, Ba, 2015.
Segundo Macedo, M.S.R.; Pinto, F.P.; Sampaio, B.P. (2015) ainda são
considerados queimados graves:
• Queimaduras que envolvam olhos, ouvidos, orelhas, face, mãos, pés, períneo e
genitais;
• Qualquer queimadura com risco inalatório;
• Queimaduras elétricas e/ou com trauma associado;
• Queimadura em doente de alto risco (diabetes, gravidez, DPOC, câncer, etc.);
• Queimaduras em pacientes psiquiátricos.
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De acordo com Brasil (2014) a conduta é focada em:
• Afastar a vítima do agente causador ou o agente da vítima;
• Realizar avaliação primária e secundaria;
• No politraumatizado grave, priorizar o atendimento ao trauma e os efeitos
sistêmicos da queimadura e depois a queimadura;
• Monitorizar a oximetria de pulso;
• Manter a permeabilidade das vias aéreas;
• Observar o aspecto geral da face do paciente: cílios, sobrancelhas, pêlos do
nariz e condições respiratórias (pode haver sinais de inalação de fumaça);
• Ventilar a vítima;
• Expor a área queimada, retirando as roupas que não estejam aderidas;
• Retirar objetos como anéis, aliança, brincos, pulseiras, relógio, carteira, cinto,
desde que não estejam aderidos à pele;
• Irrigar com SF em abundância, objetivando o resfriamento da área queimada;
em seguida cobrir com compressas secas, estéreis e não aderentes;
• Prevenir a hipotermia, preferencialmente com manta metálica (se possível);
INALAÇÂO DE FUMAÇA
Brasil (2014) indica que vítima em área de risco, como as próximas a sistema de
aquecimento avariado em ambiente mal ventilado, garagens de automóveis com o motor
ligado ou próximo a focos de incêndio, com presença de sinais e sintomas gerais como:
cefaleia, náuseas, vômitos, tonturas, diminuição de acuidade visual, fraqueza, pele e/ou
mucosas cor de framboesa ou rosa carminado, dispneia, arritmias cardíacas, dor
torácica isquêmica, insuficiência cardíaca, hipotensão, síncope, confusão mental,
convulsão, coma, PCR, são motivos de inclusão da vítima de inalação de CO (monóxido
de carbono).
Para estas vítimas se deve ter a conduta de:
• Avaliar a segurança da cena.
• Considerar apoio do Corpo de Bombeiros, na suspeita de presença do gás no
ambiente, para a retirada da vítima da área de risco.
• Realizar a avaliação primária e secundária.
• Se possível oferecer oxigênio na máxima concentração disponível,
independentemente da leitura da oximetria de pulso (oxímetro de pulso não
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diferencia oxihemoglobina de carboxihemoglobina), de preferência com máscara
não reinalante com O2 a 15 l/min.
• Considerar ventilação BVM com reservatório nas vítimas com sinais de
queimaduras de vias aéreas, instabilidade hemodinâmica, alterações
neurológicas ou sinais clínicos de insuficiência respiratória, independentemente
da leitura da oximetria de pulso.
• Nas crises convulsivas, tratar a crise como estudado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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