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SUPORTE BÁSICO DE VIDA – BASIC LIFE

SUPPORT

SUPORTE BÁSICO DE VIDA – BASIC LIFE SUPPORT


SESCOOP SP

Natália Ramos Imamura de Vasconcelos


Enfermeira formada pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)
Especialista em Enfermagem em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
MBA Executivo em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)
MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV
Mestranda em Saúde pela Faculdade de Medicina de Marília
Instrutora dos cursos de Basic Life Support, First Aid e Heart Save DEA pela American Heart
Association (AHA)

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SUMÁRIO
Sumário
SEGURANÇA DO SOCORRISTA E AVALIAÇÃO DO LOCAL.......................04

CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA NO BLS.............................................................07

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA NO BLS.......................................................................09

COMPRESSÕES NA CRIANÇA..............................................................................13

COMPRESSÕES NO BEBÊ .....................................................................................16

ASFIXIA NO ADULTO ............................................................................................17

ASFIXIA EM PEDIATRIA.......................................................................................19

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...........................................................................22

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SEGURANÇA DO SOCORRISTA E AVALIAÇÃO DO LOCAL

1. Realizar os 3 passos para avaliação da cena

Passo 1: Qual é a situação?

• Considerar informações passadas pela Central de Regulação, por outras equipes no local ou
testemunhas:

• tipo/natureza de evento;
• solicitante;
• número de pacientes;
• veículos envolvidos;
• situação em andamento, etc.
• Ao chegar à cena, observar:
• tipo/natureza do evento;
• acesso (difícil?);
• situação geral: pessoas no entorno;
• presença de outros serviços;
• presença de agentes de risco que comprometam a segurança: animais, fogo, produtos
perigosos, instabilidade de estruturas, fios elétricos, acesso difícil, tráfego intenso,
armamento, aglomeração de pessoas e risco de pânico em massa, fluidos corporais,
múltiplos pacientes, etc.

Passo 2: Para onde a situação pode evoluir?

• Considerar as possibilidades de evolução da situação nos próximos minutos ou horas:


• fios energizados e soltos? choque elétrico?;
• explosão?;
• intoxicação por fumaça?;

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• colapso de estruturas?;
• hostilidade e/ou violência interpessoal?;
• vazamento de produtos?;
• contaminação?;
• vias intransitáveis?;
• aumento do número de pacientes?, etc.

Passo 3: Como controlar a situação?

• Considerar o acionamento de recursos de apoio e/ou especializados como:


• equipes adicionais do SAMU;
• corpo de bombeiros;
• policiamento;
• departamento de trânsito;
• companhia de água ou de energia elétrica;
• serviço aeromédico;
• concessionária de rodovias, etc.
• Os acionamentos devem ser realizados pela Central de Regulação Médica.

2. Após avaliar os três passos, definir:

• “CENA SEGURA”:
iniciar os procedimentos de aproximação e abordagem do paciente

• “CENA INSEGURA”:

• posicionar-se em local seguro e próximo (considerar ações de segurança já realizadas


ou sinalizadas por outros serviços já presentes na cena);
• comunicar-se imediatamente com a Central de Regulação para informar detalhes e
definir solicitação de apoio;

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• se necessário considerar as ações básicas de segurança e controle da cena;
• aguardar orientação e apoio no local seguro.

3. Considerar as ações de segurança e controle da CENA INSEGURA utilizando


regras básicas de posicionamento diante de riscos, tais como:

• fogo e fumaça na cena, além da direção do vento, posicionar-se pelo menos a 50m de
distância do local;
• escoamento de combustível, posicionar-se na direção contrária ao sentido do
escoamento;
• risco de inundação, posicionar-se em local alto e distante;
• risco de colapso de estruturas (edificações ou vias) considerar a possibilidade de
extensão e propagação dos danos e posicionar-se em local seguro;
• cenários hostis com possibilidade de violência contra a equipe (presença de armas,
indivíduos hostis, posicionamento diante de riscos, tais como:
• rede elétrica afetada, posicionar-se próximo aos postes que ainda estiverem intactos;
• presença (ou suspeita) de materiais tóxicos inaláveis ou fumaça, levar em consideração
a direção do vento, animais, etc.) manter-se afastado em local seguro até a chegada de
apoio. Se houve evolução para um cenário hostil com a equipe já na cena, considerar a
saída estratégica diante de ameaça percebida ou potencial, com imediata comunicação à
Central de Regulação;
• se a cena já conta com presença de outras equipes ou serviços (bombeiros, policiamento
etc.) considerar a sinalização e as ações de segurança já realizadas e apresentar-se ao
comando da cena para disponibilização de recursos e orientações de segurança.

4. Reavaliar a cena com frequência pois os fatores podem se alterar com rapidez.

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CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA NO BLS

Intervir para salvar uma vida envolve uma sequência de etapas em que cada uma delas é
determinante para a sobrevivência. Estas etapas podem ser descritas como elos de uma cadeia
de sobrevivência.

1.° Reconhecimento e pedido de ajuda

A suspeita de um enfarte agudo do miocárdio ou de uma paragem cardiorrespiratória (PCR)


exige o pronto reconhecimento do estado da vítima e a chamada imediata dos serviços de
emergência.

2.° Suporte básico de vida (SBV)

Numa vítima em paragem cardiorrespiratória, o coração está parado, o sangue deixa de circular
e o cérebro não é oxigenado. É necessário iniciar, de imediato, as manobras de suporte básico
de vida, com compressões torácicas e ventilações, de modo a aumentar as hipóteses de
sobrevivência da vítima.

3.° Desfibrilhação precoce

Geralmente, a paragem do coração é devida a uma perturbação do ritmo cardíaco designada


por fibrilação ventricular. O único tratamento eficaz para resolver a fibrilação ventricular
consiste na aplicação de um choque elétrico, a desfibrilação. A probabilidade de sucesso da

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desfibrilação diminui entre 7 e 10% por minuto após

a paragem cardíaca, a não ser que o SBV seja iniciado.

4.° Cuidados pós-reanimação

Após uma reanimação bem-sucedida, os reanimadores podem aumentar as possibilidades de


recuperação da vítima sujeitando-a a cuidados pós-reanimação. Para o cidadão comum, isto
pode passar apenas pela colocação da vítima em posição lateral de segurança. Os profissionais
de saúde devem usar técnicas diferenciadas de suporte avançado de vida.

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AVALIAÇÃO DA VÍTIMA NO BLS

COMPRESSÕES NO ADULTO

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Entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes
de 2015 para profissionais de saúde estão:
• Estas recomendações permitem flexibilidade no acionamento do serviço médico de
emergência para corresponder melhor ao ambiente clínico do profissional de saúde.

• Socorristas treinados são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas (ou


seja, verificar se há respiração e pulso ao mesmo tempo), na tentativa de reduzir o tempo
até a primeira compressão torácica.

• Equipes integradas por socorristas bem treinados podem usar uma abordagem
coreografada que execute várias etapas e avaliações simultaneamente, em vez do modo
sequencial, utilizado por socorristas individuais (por exemplo, um socorrista ativa o
serviço médico de emergência, enquanto outro começa as compressões torácicas, e um
terceiro fornece ventilação ou busca o dispositivo bolsa-válvula-máscara para
ventilações de resgate, e um quarto busca e prepara o desfibrilador).

• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de desempenho
(com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas, permitindo retorno
total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções nas compressões e
evitando ventilação excessiva).

• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.

• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2


polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).

• Para que haja retorno total da parede do tórax após cada compressão, os socorristas
devem evitar apoiar-se no tórax entre as compressões.

• Os critérios para minimizar as interrupções são esclarecidos, com a maior meta
possível na fração de compressões torácicas, com alvo de pelo menos 60%.

• Em locais onde os sistemas de SME já adotaram conjuntos de procedimentos que


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envolvem compressões torácicas contínuas, o uso de técnicas de ventilação passiva pode
ser considerado parte desse conjunto para vítimas de PCREH.

• Em pacientes com RCP em curso e uma via aérea avançada instalada, recomenda-se
uma frequência de ventilação simplificada de 1 respiração a cada 6 segundos (10
respirações por minuto).

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COMPRESSÕES NA CRIANÇA

As alterações no SBV pediátrico são semelhantes às do SBV adulto. Os tópicos analisados aqui
incluem:

• Confirmação da sequência C-A-B como a sequência preferida para RCP pediátrica

• Novos algoritmos RCP pediátrica administrada por profissionais de saúde com um


socorrista ou vários socorristas na era da telefonia celular

• Estabelecimento do limite máximo de 6 cm de profundidade para as compressões


torácicas em adolescentes

• Adoção da velocidade recomendada para as compressões torácicas no SBV adulto de


100 a 120/min

• Reiteração da necessidade de compressões e ventilação no SBV pediátrico

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COMPRESSÕES NO BEBÊ

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ASFIXIA NO ADULTO

Quando suspeitar ou critérios de inclusão:


Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ ou sinais de sufocação.
Conduta:

1. Avaliar a severidade

• Obstrução leve: Paciente capaz de responder se está engasgado. Consegue tossir, falar e
respirar.
• Obstrução grave: Paciente consciente e que não consegue falar. Pode não respirar ou
apresentar respiração ruidosa, tosse silenciosa e/ou inconsciência.

2. Considerar abordagem específica.

• Obstrução leve em paciente responsivo:

• Não realizar manobras de desobstrução (não interferir);

• Acalmar o paciente;

• Incentivar tosse vigorosa;

• Monitorar e suporte de O2, se necessário;

• Observar atenta e constantemente;

• obstrução grave em paciente responsivo: executar a manobra de heimlich:

• Posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca;

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• Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede abdominal,
entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical;

• Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos


rápidos, direcionados para dentro e para cima (em j); e repetir a manobra até a
desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo.

• obs: em pacientes obesas e gestantes no último trimestre, realize as compressões sobre o


esterno (linha inter mamilar) e não sobre o abdome.

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• obstrução grave em paciente irresponsivo:

• Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;

• Diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso, executar compressões


torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho;

• Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e
alcançável (com dedos ou pinça);

• Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o tórax não expandir,


reposicionar a cabeça e insuflar novamente;

• Considerar o transporte imediato mantendo as manobras básicas de desobstrução.

3. Estar atento à ocorrência de PCR

4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.

5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a


unidade de saúde.

ASFIXIA EM PEDIATRIA

• Em crianças a obstrução de via aérea deve ser suspeitada nos seguintes casos:

Dificuldade respiratória de início súbito acompanhada de tosse, respiração


ruidosa, chiado e náusea. Se essa obstrução se tornar completa, ocorre
agravamento da dificuldade respiratória, cianose e perda de consciência.

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• Para crianças maiores de um ano:

Aplicar a manobra de Heimlich, de forma semelhante a do adulto;

• Nos lactentes:

Uma combinação de palmada nas costas (face da criança voltada para baixo) e
compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no
seu antebraço; mantenha o com a cabeça mais baixa que o tronco, próximo a seu
corpo.

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Nos lactentes:
Uma combinação de palmada nas costas (face da criança voltada para baixo) e compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no seu
antebraço; mantenha o com a cabeça mais baixa que o tronco, próximo a seu corpo.

Técnica

1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas);

2) Virar o lactente segurando !rmemente entre suas mãos e braços (em bloco);

3) Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos sobre o esterno, logo abaixo,da linha mamilar).

Os passos da manobra de Heimlich para crianças maiores e os da combinação de palmada nas costas com compressões torácicas para lactentes devem ser
repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a vítima !que inconsciente.

Neste caso, proceder as manobras de abertura de vias aéreas, repetir os passos de desobstrução iniciar manobras de RCP.

Métodos de Controle de Vias Aéreas

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Os métodos de controle de vias aéreas são de três tipos: manual , mecânico e cirúrgico, sendo que o método mecânico se subdivide em básicos, avançados e
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alternativos.

A causa mais comum de obstrução de vias aéreas é a inconsciência de qualquer natureza e, na grande maioria dos casos, os métodos manuais conseguem promover
e manter a permeabilidade das vias aéreas.
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2015
para RCP e ACE. [versão em Português]. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-
content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf .

AMERICAN HEART ASSOCIATION. E-book do manual do instrutor de Primeiros Socorros


e RCP com DEA/DAE do Salva-Corações. Disponível em:
https://ebooks.heart.org/product/ebook-do-manual-instrutor-de-primeiros-socorros-e-rcp-com-
deadae-salvacoraes. Consultado em: 01/04/2018.

FIELD, J.M. et al. Part 1 Executive Summary: 2010 American Heart Association Guidelines
for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation
2010;122(18 Suppl 3).

LYNCH, B. et al. Effectiveness of a 30-min CPR self-instruction program for lay responders:
a controlled randomized study. Resuscitation. 2005;67(1):31-43.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. SBC on line. Cardiosurce Brasil.


Disponível em:http://cientifico.cardiol.br/cardiosource2/cardiologia/int_artigo29.asp?cod=157
Consultado em: 01/04/2018.

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