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PROTOCOLO PREVENÇÃO DE QUEDAS

OSASCO-PROT-FISIO-001

Queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à


posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, provocada
por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade. A queda
é um evento frequente e limitante, sendo considerado um marcador de
fragilidade, declínio na saúde ou até morte. A queda é causada pela falta de
capacidade de corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no
espaço.
Diversos fatores de risco e múltiplas causas interagem como agentes
determinantes e predisponentes, tanto para quedas acidentais quanto para
quedas recorrentes, impondo aos profissionais de saúde o grande desafio de
identificar e agir sobre os fatores de risco modificáveis e tratar os fatores
etiológicos e comorbidades presentes.
Evitar o evento de queda é considerado hoje uma conduta de boa prática
tanto em hospitais quanto em instituições de longa permanência, sendo
considerado um dos indicadores de qualidade de assistência, também
aplicado à Clínica de Nefrologia Nefrostar unidade Osasco.

Reduzir a ocorrência de queda de pacientes durante a assistência na Clínica


de Nefrologia e durante o deslocamento e trajetos feitos pelos motoristas
aos pacientes. Por meio da implantação/implementação de medidas que
contemplem a avaliação de risco do paciente, identificação com pulseiras
(vermelhas para risco alto e amarela para risco moderado) e a educação
continuada da equipe e familiares, garantam o cuidado e um ambiente
seguro.
As intervenções multidisciplinares na prevenção de queda são:

• Avaliação do risco de queda é de responsabilidade dos fisioterapeutas e


realizada através da Escala de MORSE (score de Risco baixo: 0 - 24
pontos; Risco moderado: 25 - 44 pontos; Risco elevado: > 45 pontos).
A avaliação do risco de queda deve ser feita no momento da admissão
do paciente e reaplicada a cada 3 meses ou em caso de
descompensações clínicas, ocorrência de queda e internações acima de
15 dias.
Deve-se também avaliar a presença de fatores que podem contribuir
para o agravamento do dano em caso de queda, especialmente risco
aumentado de fratura e sangramento. Osteoporose, fraturas anteriores,
uso de anticoagulante e discrasias sanguíneas são algumas das
condições que podem agravar o dano decorrente de queda.

• Identificação do paciente, através da pulseira de cores Vermelha (risco


alto) e Amarela (risco moderado).

• Atenção aos calçados utilizados pelos pacientes, bem como no


deslocamento deles na Clínica. Responsabilidade de toda a equipe
multidisciplinar.

• Educação dos pacientes e dos profissionais, sensibilização de todos.

Considera-se que todos os pacientes que adentram à Clínica para


hemodiafiltração e hemodiálise, bem como para consultas e atendimentos
multiprofissionais possuem risco de queda.
Os principais fatores predisponentes ao risco de queda relacionado aos
clientes atendidos na clínica são divididos em:
• Sócio Demográfico: Idade ≥ 65 anos;

• Psico-Cognitivos: Declínio Cognitivo;

• Condições de Saúde/ Doenças Crônicas: AVC Prévio, tontura,


hipotensão postural, baixo índice de massa corpórea, anemia, insônia,
incontinência ou urgência miccional, artrite/osteoartrose, história
prévia de quedas;

• Funcionalidade: Dificuldade no desenvolvimento das Atividades da


Vida Diária (AVD), necessidade de dispositivo de auxílio à marcha,
inatividade;

• Comprometimento Sensorial: Comprometimento visual ou


propriocep-tivo;

• Equilíbrio Corporal: Marcha e mobilidade alteradas; e

• Uso de Medicações: benzodiazepínicos, antiarrítmicos,


antihistamíni-cos, antipsicóticos, antidepressivos, digoxina, diuréticos,
laxativos, relaxantes musculares, vasodilatadores, além do número de
medicamentos utilizados (POLIFARMÁCIA: uso simultâneo de 5 ou
mais medicamentos).

Princípios Escala de Quedas de Morse:

1. A escala deve ser vista como um todo e preenchida na sua totalidade

2. A escala deve de ser aplicada a todos os clientes da clínica;

3. O resultado obtido é indicativo do risco de queda, quanto maior o


score maior o risco;

4. Considera-se alto risco de queda quando o resultado obtido, através


da aplicação da escala, é igual ou superior a 45 pontos.
Link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSew0wPMLyLSGPJh_tkaJz7bkcpy
fz5EKYuNoZcImrZK8TzVUw/viewform
1. Medidas Gerais

a. A Clínica de Nefrologia Nefrostar tem como premissa a


constante utilização de melhores práticas assistenciais, visando
a segurança do paciente, com base nisso, medidas gerais para
a prevenção de quedas de todos os pacientes, independente do
risco identificado, se torna uma das prioridades.
b. Essas medidas incluem a criação de um ambiente de cuidado
seguro conforme legislação vigente, tais como: pisos
antiderrapantes, mobiliário e iluminação adequados,
corredores livres de obstáculos (por exemplo, equipamentos,
materiais e móveis), orientação quanto ao uso de vestuário e
calçados adequados e a movimentação segura dos pacientes.
c. A utilização de estratégias de educação dos pacientes e
familiares incluem orientações sobre o risco de queda e de
dano por queda e também sobre como prevenir sua ocorrência.
d. Essas ações devem ocorrer na avaliação inicial e durante a
permanência do paciente na clínica. A elaboração e a
distribuição de material educativo são realizadas através de
campanhas para sensibilização quanto ao tema e orientações
individuais frequentes.
e. Os colaboradores também recebem treinamentos sobre o
referido Protocolo e são orientados quanto às ações sob sua
competência para evitar a queda.

2. Medidas Específicas
a. As medidas individualizadas para prevenção de queda para
cada paciente devem ser prescritas e implementadas, bem
como registradas no prontuário do paciente. Além disso, a
comunicação efetiva entre profissionais e serviços sobre o
risco de queda e risco de dano da queda deve
ocorrer diariamente.

● Na presença ou no surgimento do risco de queda, este deve ser


comunicado aos pacientes e familiares e a toda equipe de cuidado,
com intuito de reforçar as orientações.

● Avaliar a necessidade de uso de cadeira de rodas ou


acompanhamento de um profissional na entrada e saída da
hemodiálise. Pacientes identificados com pulseira Vermelha (risco
elevado) obrigatoriamente devem ser acompanhados por algum
profissional da enfermagem.

● Orientar o uso de calçado seguro.


● Orientar o paciente para somente se levantar da poltrona
acompanhado por profissional da equipe de cuidado.

● Orientar quanto ao uso correto de dispositivo/equipamento auxiliar


de marcha.

● Realizar periodicamente revisão sobre o uso de medicamentos que


aumentam o risco de queda.

● Em caso de hipotensão postural – Orientar o paciente a levantar-se


progressivamente (elevar a cabeceira da poltrona, sentar-se no
leito/poltrona com os pés apoiados no chão por 5 minutos, sair da
cama/poltrona com ajuda do profissional da equipe de cuidado.

● Considerar na avaliação clínica, o jejum por longo período como


fator agravante ao risco de queda.

● Solicitar ao paciente/ familiar que avise aos profissionais do cuidado,


antes da hemodiálise ou hemodiafiltração, a ocorrência de queda ou
contusão.

● A equipe médica pode considerar suspender o uso de heparina nas


sessões de hemodiálise em caso de queda recente.

No caso de ocorrer queda, acolher o paciente, identificar o nível de


consciência e aguardar a chegada do médico para avaliar a possibilidade
de deslocarmos seguro do paciente para outro local, como maca ou
poltrona.

O registro adequado deve ser feito no momento de conhecimento do


evento pelo enfermeiro/fisioterapeuta de plantão. Além do registro e
investigação, ambos devem enviar um aviso à equipe envolvida para
conhecimento do fato e a tomada de ações posteriores, através do sistema
de comunicação Nephrosys. A análise do ocorrido permite a identificação
dos fatores contribuintes para o evento e, com isso, realizar tratativas para
o redesenho de um processo de cuidado ou ambiente mais seguro.

1. Avaliação inicial do risco de queda do paciente através da escala de


Morse na admissão, na reavaliação a cada três meses e no retorno
após internação prolongada (acima de 15 dias), responsável
fisioterapeuta.

2. Prescrição pelo fisioterapeuta das medidas específicas de prevenção


de queda no sistema Nephrosys.

3. Conduta da fisioterapia em relação às necessidades especiais dos


pacientes com o intuito de determinar medidas preventivas, realizar
intervenções focadas nas necessidades individuais e no processo
educativo do paciente, família e dos colaboradores.

4. Orientação do paciente e dos familiares sobre as medidas


preventivas universais e individuais no início do tratamento com a
entrega de folder educativo. Realização de aula para
prevenção de quedas para colaboradores anualmente pela
fisioterapeuta.

5. Identificação do paciente com pulseira Vermelha ou Amarela na


chegada a clínica, responsabilidade do técnico de enfermagem da
triagem.

6. Registro em prontuário do paciente de todos os procedimentos


realizados.

7. A ocorrência de quedas na Clínica ou no domicílio devem ser


monitoradas diariamente.

8. A variação do número de quedas deve ser avaliada mensalmente


durante as reuniões Multidisciplinares, com análise crítica e
implementação de plano de ação quando necessário.

1. Número de quedas no mês dentro da Clínica ou no trajeto


casa-clínica; clínica- casa, quando feito pelo “personal transfer’’;

2. O monitoramento das quedas ocorre por meio da verificação do


indicador mensalmente durante as reuniões multidisciplinares;

3. Na observação da falta ou preenchimento inadequado do


registro/investigação, os responsáveis devem ser reorientados quanto
ao processo.

4. A variação do número de quedas deve ser avaliada mensalmente


durante as reuniões Multidisciplinares, com análise crítica e
implementação de plano de ação quando necessário.

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