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Tipo A:

Também conhecida como “Ambulância de Transporte”, trata-se de veículo utilizado apenas


para realizar um transporte simples de enfermo que não apresenta risco de vida. Ela pode ser
tripulada por apenas um motorista ou um motorista e um enfermeiro.
Obrigatoriamente, ela deve dispor dos seguintes itens:
 Sinalizador ótico e acústico;
 Maca com rodas;
 Suporte para soro;
 Oxigênio medicinal;
 Equipamento de radiocomunicação em contato permanente com a central reguladora

Tipo B:
Conhecido como “Veículo de Suporte Básico”, é destinado a realizar transporte pré-
hospitalar de pacientes com risco de vida e inter-hospitalar (entre hospitais). É tripulado por
um socorrista e um enfermeiro/técnico de enfermagem.
Abaixo a relação de alguns dos itens que são obrigatórios em uma ambulância Tipo B:
 Sinalizador óptico e acústico;
 Equipamento de radiocomunicação fixo e móvel;
 Maca articulada e com rodas;
 Suporte para soro;
 Instalação de rede de oxigênio com cilindro;
 Cilindro de oxigênio portátil;
 Maleta de urgência;
 Maleta de parto;
 Maletas com medicações;

Tipo C:
Veículo destinado ao transporte de pacientes de alto risco de morte para hospitais ou
transporte entre hospitais;
Alguns dos equipamentos mínimos incluem:
 cadeira de rodas dobrável,
 instalação de rede O2,
 respirador artificial,
 oxímetro,
 desfibrilador cardioversor,
 Sinalizador ótico e acústico;
 Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
 Maca com rodas articulável;
 Suporte para soro;
 Prancha longa e curta;
 Conjunto de colares cervicais.

Tipo D:
Ambulância de Suporte Avançado. Veículo capaz de transportar um paciente com alto risco
de emergência pré-hospitalar e realizar transporte inter-hospitalar. Ela deve ser tripulada por
socorrista, enfermeiro e médico.
Abaixo alguns itens que ela deve dispor:
 Sinalizador óptico e acústico;
 Equipamento de radiocomunicação fixo e móvel;
 Dois suportes de soro;
 Cadeira de rodas dobrável;
 Respirador mecânico de transporte;
 Oxímetro não-invasivo portátil;
 Monitor cardioversor;
 Bomba de infusão;
 Maleta de vias aéreas;
 Caixa completa de pequena cirurgia;
 Maleta de acesso venoso;
 Itens básicos para a equipe médica: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou filme
metálico para conservação de calor do corpo;
 Campo cirúrgico fenestrado;
 Almotolias com antisséptico;
 colares cervicais de diversos tamanhos;
 Medicamentos necessários para socorro com urgência;
 Um kit com: cânulas endotraqueais de vários tamanhos, cateteres de aspiração,
adaptadores para cânulas, cateteres nasais tipo óculos, seringa de 20 ml para sonda
dobbhoff;
 Ressuscitador manual (crianças e adultos), sondas para aspiração traqueal de vários
tamanhos;
 Pares de luvas de procedimentos, máscara para ressuscitador adulto e infantil, frasco
de geleia de lidocaína;

tipo E
Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospitalar móvel primário:
Abaixo alguns itens que ela deve dispor:
 Maca;
 Monitor multiparâmetros (capazes de monitorar função cardíaca, saturação de
oxigênio e CO2, temperatura, entre outros parâmetros fundamentais para a
manutenção da vida);
 Desfibrilador;
 Ventilador portátil;
 Kit imobilização.
 Outros equipamentos poderão ser necessários e podem variar de acordo com a
especificidade da enfermidade e da gravidade do estado do paciente.

Tipo F):
Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou fluvial,
poderá ser equipado como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D, dependendo do
tipo de assistência a ser prestada.

Intervenção Psicologia quando se está diante de um acidente de viação que envolve mortos e feridos
que precisam de ajuda de um psicólogo clínico

A intervenção psicológica integrada em eventos potencialmente traumáticos tem como objectivo diminuir
factores de risco e promover factores de protecção.
Esses riscos  estão divididos em três categorias:
 pré-traumáticos
 peri-traumáticos.
 pós-traumáticos.
sendo possível intervir na crise apenas nos últimos dois.

Os factores peri-traumáticos 
 quando o evento é súbito e inesperado; 
 a ameaça real ou percebida sobre a própria vida ou dos outros; 
 a severidade do acontecimento e a exposição a estímulos sensoriais potencialmente traumáticos; 
 a proximidade ao acontecimento; 
 a extensão ou duração da exposição; 
 perdas pessoais significativas; 
 resposta subjectiva de medo; 
 desesperança e dissociação; 
 e a falta de previsibilidade e controlo sobre os acontecimentos (IASC, 2007; Pesce, Assis, Santos
& Oliveira, 2004).

Os factores pós-traumáticos podem ser 


 reacções agudas de stress severas; 
 ausência de suporte social e familiar; 
 reacções adversas de terceiros (culpabilizar, desvalorizar sofrimento); 
 culpa do sobrevivente; 
 culpa de desempenho; 
 elevadas exigências sócias; 
 ser cuidador; 
 estratégias de coping desadequadas (evitamento, consumo de substâncias); 
 falta de informação acerca dos acontecimentos; 
 e pouco apoio de follow-up (Javidi & Yadollahie, 2012; Park, Frazier, Tennen, Mills & Tomich,
2013).

De acordo com Roberts (1991), no seu modelo concebido para a intervenção em crise nos momentos mais
agudos e iniciais do processo, há sete estágios na intervenção em crise. A saber: 
1) Avaliar a letalidade do evento e as necessidades básicas de segurança; 
2) Esta- belecer relação com a vítima e promover comunicação; 
3) Identificar os principais problemas presentes; 
4) Reflectir sentimentos e fornecer apoio emocional; 
5) Explorar alternativas; 
6) Formular um plano de acção; 
7) Realizar follow-up. 

Este modelo promove o desenvolvi- mento dos passos futuros no sentido do ajustamento do indivíduo ao
que é a sua nova realidade. Ao aplicar este modelo assumem-se os seguintes pressupostos: 
1) Todas as estratégias seguem uma orientação para o “aqui e o agora”;
2) A maioria da intervenção deve ser efectuada o mais próxima possível do evento (Simon, 1999); 
3) O período de intervenção será intensivo e limitado pelo tempo disponível (Roberts, 2001); 
4) Os comportamentos de adultos sobreviventes é interpretado como uma reacção ao stress e não como
patológico (Roberts & Dzie- gielewski, 1995); 
5) O Psicólogo Clínico, assume um papel activo e directivo de forma a assistir a vítima no ajustamento ao
processo; e 
6) Toda a intervenção é desenhada para aumentar a mobilização e retorno aos níveis funcionais anteriores
de funcionamento (Dziegielewski & Res- nicj, 1996).
Tal como o psicólogo clínico ue intervém deve ser directivo, também as tarefas práticas destas
intervenções devem ser orientadoras e estrutu- rantes. Seguindo a estrutura de Roberts (1991), citada
acima, é possí- vel desenhar um corpo de intervenção comprovadamente eficaz.
Na chegada a um acidente de viação é necessário avaliar a dimen- são do evento e as necessidades de
segurança da vítima. Uma particu- laridade dos acidentes rodoviários é o caos físico que provocam, com
destroços, e inúmeras fontes de risco físicos. É comum haver uma
inibição da dor por parte das vítimas, devido ao elevado teor de adre- nalina que circula na corrente
sanguínea após um acontecimento que provoca uma elevada quantidade de stress, o que implica um
particu- lar cuidado em relação a proteger e manter em segurança estas pessoas que frequentemente
exprimem o desejo de ir à sua viatura. Desta forma também é possível diminuir a exposição das vítimas a
estímulos sensoriais potencialmente traumáticos.
No contacto com a vítima é importante o estabelecimento de rela- ção e a promoção da comunicação. Pode
ser uma oportunidade para realizar alguma psicoeducação, já que a vítima irá atravessar um período
particularmente exigente e é importante que esta perceba o que se está a passar consigo, com os seus
sentimentos e as suas reac- ções. Dar informação acerca do que é normal que aconteça no período após o
evento – das horas seguintes até aos dias seguintes – é tranqui- lizante e protector. Da mesma forma,
incentivar a retoma de rotinas, nomeadamente de condução e de percorrer o percurso onde o acidente de
viação ocorreu, é um excelente factor para um prognóstico positivo. Ter atenção e alertar para os efeitos
negativos da automedicação e consumo de substâncias, promovendo um processo de coping o mais
adaptativo possível.
Identificar os principais problemas a resolver é uma estratégia de foco e de orientação para as soluções e
para a actividade. Pretende-se assim combater a tendência de a vítima permanecer vítima, enquanto
espectador, sem controlo sobre o processo que atravessa. Frequente- mente as temáticas que surgem nestas
situações prendem-se com o como se irão realizar os deslocamentos (se o acidente for num local não
centralizado e de acessos facilitados), os contactos familiares a realizar, a perda de bens que se encontram
nos veículos e o choque emocional e dificuldade em passar para o aqui e agora.
Reflectir sentimentos e fornecer apoio emocional é uma tarefa transversal a muitas intervenções
psicológicas. É normativo que após a identificação de problemas importantes a resolver surja algum des-
controlo emocional. Antes de se poder mudar o foco do indivíduo no intervenção psicológica na crise em
situações específicas
sentido de procurar soluções e alternativas, é importante reflectir empaticamente os sentimentos que este
manifestar. Neste caso surgem alguns temas importantes, tais como abordar o significado atribuído ao
evento pelas pessoas envolvidas. Aqui podem surgir sentimentos de culpa – naturais, mesmo quando nada
podia ser feito para evitar o desfecho dramático do acidente – exacerbados pela exposição a cená- rios
frequentemente caóticos e de destruição. Bryan (2007) refere que atribuições de responsabilidade destes
eventos feitas pela vítima a si mesma na fase imediatamente após o incidente influenciam o subse- quente
desenvolvimento de Perturbação de Stress Pós-Traumática. É importante explorar a percepção dos recursos
que cada pessoa tem, nomeadamente da rede social a que pode recorrer e que a pode apoiar nesta fase.
A exploração de alternativas é o seguinte passo lógico. Irão surgir algumas opções para resolver os
problemas identificados e o objectivo passa por ser o indivíduo a sugerir soluções. Se for possível inserir
elementos da rede social neste passo, mais protector e restabelecedor de equilíbrio será (Roberts, 2005).
A partir das alternativas e opções geradas é possível criar um plano de acção para as horas seguintes, por
exemplo, contactar familiares ou entidades que podem fornecer apoio a lidar com a situação e os desa- fios
impostos. O cliente deve ter oportunidade de tomar a iniciativa nestes passos, de forma a sentir-se mais
capaz e com uma maior per- cepção de controlo (Roberts, 2005).
Por fim, é importante recolher contactos das vítimas de forma a poder ser feito um follow-up posterior em
que se garante que a pessoa está envolvida num processo de coping adaptativo. Se necessário, este também
é o momento indicado para realizar algum aconselhamento adicional ou referenciar a pessoa para outros
serviços que a possam ajudar naquilo que ela sente que carece de apoios (Roberts, 2005).

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