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Firosa Emilia Candrinho

1. Quais os equipamentos obrigatórios no transporte de emergência médica?


Jefferson (2020) diz que os equipamentos obrigatórios no transporte de emergência
médica são:
Tipo A “Ambulância de Transporte”, utilizado apenas para realizar um transporte simples
de enfermo que não apresenta risco de vida. Obrigatoriamente, ela deve dispor dos seguintes
itens:
 Sinalizador ótico e acústico;
 Maca com rodas;
 Suporte para soro;
 Oxigênio medicinal;
 Equipamento de radiocomunicação em contato permanente com a central reguladora

Tipo B “Veículo de Suporte Básico”, transporte pré- hospitalar de pacientes com risco de
vida e inter-hospitalar (entre hospitais). Alguns dos itens que são obrigatórios em uma
ambulância Tipo B:
 Sinalizador óptico e acústico;
 Equipamento de radiocomunicação fixo e móvel;
 Maca articulada e com rodas;
 Suporte para soro;
 Instalação de rede de oxigênio com cilindro;
 Cilindro de oxigênio portátil;
 Maleta de urgência;
 Maleta de parto;
 Maletas com medicações;

Tipo C: Veículo destinado ao transporte de pacientes de alto risco de morte para hospitais ou
transporte entre hospitais. Alguns dos equipamentos mínimos incluem:
 cadeira de rodas dobrável,
 instalação de rede O2,
 respirador artificial,
 oxímetro,
 desfibrilador cardioversor,
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 Sinalizador ótico e acústico;


 Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
 Maca com rodas articulável;
 Suporte para soro;
 Prancha longa e curta;
 Conjunto de colares cervicais.

Tipo D ‘Ambulância de Suporte Avançado’ Veículo capaz de transportar um paciente


com alto risco de emergência pré-hospitalar e realizar transporte inter-hospitalar. Alguns itens
que ela deve dispor:
 Sinalizador óptico e acústico;
 Equipamento de radiocomunicação fixo e móvel;
 Dois suportes de soro;
 Cadeira de rodas dobrável;
 Respirador mecânico de transporte;
 Oxímetro não-invasivo portátil;
 Monitor cardioversor;
 Bomba de infusão;
 Maleta de vias aéreas;
 Caixa completa de pequena cirurgia;
 Maleta de acesso venoso;
 Itens básicos para a equipe médica: óculos, máscaras e aventais; cobertor ou filme
metálico para conservação de calor do corpo;
 Campo cirúrgico fenestrado;
 Almotolias com antisséptico;
 colares cervicais de diversos tamanhos;
 Medicamentos necessários para socorro com urgência;
 Um kit com: cânulas endotraqueais de vários tamanhos, cateteres de aspiração,
adaptadores para cânulas, cateteres nasais tipo óculos, seringa de 20 ml para sonda
dobbhoff;
 Ressuscitador manual (crianças e adultos), sondas para aspiração traqueal de vários
tamanhos;
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 Pares de luvas de procedimentos, máscara para ressuscitador adulto e infantil, frasco


de geleia de lidocaína;

Tipo E: Aeronaves de Asas Rotativas (Helicópteros) para atendimento pré-hospitalar móvel


primário. Alguns itens que ela deve dispor:
 Maca;
 Monitor multiparâmetros (capazes de monitorar função cardíaca, saturação de
oxigênio e CO2, temperatura, entre outros parâmetros fundamentais para a
manutenção da vida);
 Desfibrilador;
 Ventilador portátil;
 Kit imobilização.
 Outros equipamentos poderão ser necessários e podem variar de acordo com a
especificidade da enfermidade e da gravidade do estado do paciente.

Tipo F: Este veículo motorizado aquaviário, destinado ao transporte por via marítima ou
fluvial, poderá ser equipado como indicado para as Ambulâncias de Tipo A, B, ou D,
dependendo do tipo de assistência a ser prestada.

2. Qual o apoio/intervenção Psicologica quando se está diante de um acidente de


viação que envolve 10 nmortos e 5 feridos que precisam de ajuda de um
psicólogo clínico?
A intervenção psicológica integrada quando se está diante de um acidente de viação que
envolve mortos e feridos que precisam de ajuda de um psicólogo clínico tem como objectivo
diminuir factores de risco e promover factores de protecção.
De acordo com Roberts (1991), no seu modelo concebido para a intervenção psicologica
quando se está diante de um acidente de viação que envolve mortos e feridos que precisam de
ajuda de um psicólogo clínico há sete estágios nessa intervenção: 
 Avaliar a letalidade do evento e as necessidades básicas de segurança; 
 Estabelecer relação com a vítima e promover comunicação; 
 Identificar os principais problemas presentes; 
 Reflectir sentimentos e fornecer apoio emocional; 
 Explorar alternativas; 
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 Formular um plano de acção; 


 Realizar follow-up. 
Este modelo promove o desenvolvimento dos passos futuros no sentido do ajustamento
do indivíduo ao que é a sua nova realidade. Ao aplicar este modelo assumem-se os seguintes
pressupostos: 
1. Todas as estratégias seguem uma orientação para o “aqui e o agora”;
2. A maioria da intervenção deve ser efectuada o mais próxima possível do evento
(Simon, 1999); 
3. O período de intervenção será intensivo e limitado pelo tempo disponível (Roberts,
2001); 
4. Os comportamentos de adultos sobreviventes é interpretado como uma reacção ao
stress e não como patológico (Roberts & Dzie- gielewski, 1995); 
5. O Psicólogo Clínico, assume um papel activo e directivo de forma a assistir a vítima
no ajustamento ao processo; e 
6. Toda a intervenção é desenhada para aumentar a mobilização e retorno aos níveis
funcionais anteriores de funcionamento (Dziegielewski & Res- nicj, 1996).

Tal como o psicólogo clínico que intervém deve ser directivo, também as tarefas
práticas destas intervenções devem ser orientadoras e estruturantes.
Na chegada a um acidente de viação é necessário avaliar a dimensão do evento e as
necessidades de segurança da vítima. Uma particularidade dos acidentes rodoviários é o caos
físico que provocam, com destroços, e inúmeras fontes de risco físicos. É comum haver uma
inibição da dor por parte das vítimas, devido ao elevado teor de adrenalina que circula na
corrente sanguínea após um acontecimento que provoca uma elevada quantidade de stress, o
que implica um particular cuidado em relação a proteger e manter em segurança estas pessoas
que frequentemente exprimem o desejo de ir à sua viatura. Desta forma também é possível
diminuir a exposição das vítimas a estímulos sensoriais potencialmente traumáticos.
No contacto com a vítima é importante o estabelecimento de relação e a promoção da
comunicação. Pode ser uma oportunidade para realizar alguma psicoeducação, já que a vítima
irá atravessar um período particularmente exigente e é importante que esta perceba o que se
está a passar consigo, com os seus sentimentos e as suas reacções. Dar informação acerca do
que é normal que aconteça no período após o evento das horas seguintes até aos dias
seguintes é tranquilizante e protector. Da mesma forma, incentivar a retoma de rotinas,
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nomeadamente de condução e de percorrer o percurso onde o acidente de viação ocorreu, é


um excelente factor para um prognóstico positivo. Ter atenção e alertar para os efeitos
negativos da automedicação e consumo de substâncias, promovendo um processo de coping o
mais adaptativo possível.
Identificar os principais problemas a resolver é uma estratégia de foco e de orientação
para as soluções e para a actividade. Pretende-se assim combater a tendência de a vítima
permanecer vítima, enquanto espectador, sem controlo sobre o processo que atravessa.
Frequentemente as temáticas que surgem nestas situações prendem-se com o como se irão
realizar os deslocamentos (se o acidente for num local não centralizado e de acessos
facilitados), os contactos familiares a realizar, a perda de bens que se encontram nos veículos
e o choque emocional e dificuldade em passar para o aqui e agora.
Reflectir sentimentos e fornecer apoio emocional é uma tarefa transversal a muitas
intervenções psicológicas. É normativo que após a identificação de problemas importantes a
resolver surja algum descontrolo emocional. Antes de se poder mudar o foco do indivíduo no
intervenção psicológica na crise em situações específicas sentido de procurar soluções e
alternativas, é importante reflectir empaticamente os sentimentos que este manifestar. Aqui
podem surgir sentimentos de culpa naturais, mesmo quando nada podia ser feito para evitar o
desfecho dramático do acidente exacerbados pela exposição a cenários frequentemente
caóticos e de destruição. Bryan (2007) refere que atribuições de responsabilidade destes
eventos feitas pela vítima a si mesma na fase imediatamente após o incidente influenciam o
subsequente desenvolvimento de Perturbação de Stress Pós-Traumática. É importante
explorar a percepção dos recursos que cada pessoa tem, nomeadamente da rede social a que
pode recorrer e que a pode apoiar nesta fase.
A exploração de alternativas é o seguinte passo lógico. Irão surgir algumas opções
para resolver os problemas identificados e o objectivo passa por ser o indivíduo a sugerir
soluções.
A partir das alternativas e opções geradas é possível criar um plano de acção para as
horas seguintes, por exemplo, contactar familiares ou entidades que podem fornecer apoio a
lidar com a situação e os desafios impostos.
Por fim, é importante recolher contactos das vítimas de forma a poder ser feito um
follow-up posterior em que se garante que a pessoa está envolvida num processo de coping
adaptativo. Se necessário, este também é o momento indicado para realizar algum
aconselhamento adicional ou referenciar a pessoa para outros serviços que a possam ajudar
naquilo que ela sente que carece de apoios (Roberts, 2005).
Firosa Emilia Candrinho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bryant, R. A. (2007). Early Intervention for post-traumatic stress disorder. Early Intervention
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Ursano, R. J. (2007). Five Essential Elements of Immediate and Mid–Term Mass Trauma 
Intervention: Empirical Evidence. Psychiatry 70 (4), 283-315.

Jefferson, A. (2020)

Javidi, H., & Yadollahie, M. (2012). Post-traumatic Stress Disorder. International Journal Of
Occupational & Environmental Medicine, 3(1), 2-9.

Ommeren, M., V. Saxena, S., & Saraceno, B. (2005). Mental and social health during and
after acute emergencies: emerging consensus?. Bulletin of the World Health Organization, 83
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Park, L. C., Frazier, P., Tennen, H., Mills, M. A., & Tomich, P. (2013). Pro- spective risk
factors for subsequent exposure to potentially traumatic events. Anxiety, Stress, & Coping,
26 (3), 254-269.

Pesce, R. P., Assis, S. G., Santos, N., & Oliviera, R. (2004). Risco e Protecção: Em Busca de
Um Equilíbrio Promotor de Resiliência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20 (2), 135-13.

Roberts, A. R. (1991). Contemporary perspectives on crisis intervention and prevention.


Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.

Roberts, A. R., & Dziegielewski, S. F. (1995). “Foundations and applications of crisis


intervention and time-limited cognitive therapy”. In Roberts,

Simon, J. D. (1999). Nuclear, biological, and chemical terrorism:


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Journal of Emergency Menthal Health, 1 (2), 81-89.

Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. (2013). Sinistralidade Rodoviária Ano 2013 -


Relatório Anual. Disponível em: http://www.ansr.
pt/Estatisticas/RelatoriosDeSinistralidade/Documents/2013/ Relat%C3%B3rio%20Anual
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2023

Inter-Agency Standing Committee (2007). Iasc Guidelines on Mental Health and


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www.who.int/hac/network/interagency/news/iasc_guidelines_mental_
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World Health Organization. (2009). Global Status Reporto on Road Safety –


Firosa Emilia Candrinho

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tions/2009/9789241563840_eng.pdf. Consultado em: 30 de março de 2023

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