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Princípios da Urgência e

Emergência
Raquel L. da Cunda Ruthes
Disciplina: PHM III / Simulação 2
Na aula anterior
Atendimento Secundário: ATRIBUIÇÕES
➢Atendimento aos serviços de saúde

➢Estratificar o risco potencial imediato

❑Presença de critérios para instabilidade = regulação de urgência

❑Ausência critérios de instabilidade = regulação de leitos


“Ausência de médico em determinado período”
• Relatório verbal a chefia;

• Relatório à administração;

• Registro em livro;

• Representação ao conselho;

• Denúncia escrita para secretaria de saúde;

• Se implicar em óbito comunicação à polícia.


Código Penal Brasileiro

Art. 133: Qualquer pessoa que se encontre sob o cuidado, guarda,


vigilância ou autoridade do sujeito ativo e por qualquer motivo seja
incapaz de defender-se dos riscos advindos do abandono.

A incapacidade não é a civil, podendo ser corporal ou mental, durável


ou temporária.
Código Penal Brasileiro
Art. 133 – Abandonar pessoa que está sob seu cuidado

PENA: detenção de 6 meses a 3 anos

Se lesão corporal de natureza grave

PENA: reclusão de 1 a 5 anos

Se morte

PENA: reclusão de 4 a 12 anos


Teoria da culpa – por ação ou omissão
violar direito ou causar dano

Negligência – atitude passiva diante de uma situação

Imprudência – ação precipitada

Imperícia – falta de habilidade, de conhecimento técnico


https://www.bing.com/videos/riverview/relatedvi
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VRDGAR
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Código civil
Todo paciente deve ter um registro com veracidade e
sigilo dos dados

Não cumprimento
Art. 154 do código penal
Declaração de Lisboa-Bases Étnicas para o
Médico Regulador
1º Autonomia e liberdade – respeitar a autonomia do ser humano e a
liberdade de escolha, mesmo na urgência.

2º Benefício – oferecer o máximo de benefício – atendimento


adequado – melhor qualidade de vida para o paciente e para os que o
cercam.
3º Produzir menor prejuízo possível – diminuir ou evitar o risco de
iatrogenia – capacitação integral

4º Justiça, Igualdade e Solidariedade – estabelecer prioridades e


distribuir o recursos a quem tem mais necessidade
Ética e regulação de urgência

Eficiência do cuidado

Equidade

Justiça

Atender primeiro quem mais necessita


Classificar por grau de
prioridade
Declarar uma urgência é se apossar do direito de
realizar procedimentos que muitas vezes seriam
impossíveis sem autorização médica

Respeito aos princípios éticos da profissão e morais


e legais da sociedade

Liberdade , confiabilidade e pudor


NÍVEIS DA URGÊNCIA
NÍVEL 1 – Prioridade absoluta
Risco de morde imediata ou risco de perda funcional
NÍVEL 2 – Prioridade Moderada
Necessidade de atendimento médico, não necessariamente imediato
mas em poucas horas
NÍVEL 3 – Prioridade Baixa
Necessidade de avaliação médica sem urgência (várias horas)
NÍVEL 4 – Prioridade Mínima
Orientação / conselhos/ encaminhamentos
AVALIAÇÃO MULTIFATORIAL DO GRAU DE
URGÊNCIA
U – grau de urgência
G – grau de gravidade
U = G*A*V* A – atenção, recursos necessários
para o tratamento
T V – valor social que envolve o caso
T – tempo necessário para iniciar
o tratamento
Grande ocorrência de acidentes e mortes no ambiente pré-hospitalar.
84% das PCRs ocorrem em domicílio e 16% em locais públicos.

Importância do treinamento intensivo para os socorristas profissionais


da área da saúde e para os socorristas leigos, a fim de garantir um
atendimento imediato com segurança e qualidade
SITUAÇÃO DE
EMERGÊNCIA
✓ Trata-se realmente de uma emergência?
✓ Lever o paciente diretamente ao
hospital?
✓ Chamar ajuda?
✓ Quem chamar?
✓ Como chamar?
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO

Avaliar a segurança:

1. Há perigo para mim?

2. Há perigo para a vı ́tima?


A cinemática do trauma é o processo de avaliação da cena do acidente
para que, por meio dela, seja possível determinar as lesões resultantes
das forças e movimentos envolvidos, bem como estimar a gravidade
das mesmas.
Qual é a principal ação do socorrista ao analisar a
cena?
Desligar a energia, combater o princípio de incêndio.

Vento, pessoas, estruturas e ou materiais acima do local.

Ordenar que todos desçam, sinalizar e isolar, remover a vítima para


local seguro
1ª LEI DE NEWTON

Um corpo não pode, por si só, modificar seu estado de repouso ou


movimento.
LEI DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

A energia não pode ser criada ou destruída.

Ela pode ser transformada ou transferida.


Exemplos de transformação de energia

• Freada de um carro

• Atropelamento

• Colisão

• Ferimentos penetrantes
Energia cinética
• Energia produzida por um objeto em movimento.
• Para que o corpo adquira energia cinética é necessário que se aplique
uma força.
• Quanto maior o tempo que se aplica uma força, maior a velocidade
do corpo e maior será sua energia cinética.
Avaliação de cena!!!
• Assegurar-se de que a cena esteja segura e considerar
cuidadosamente a natureza as da situação.
• A avaliação da cena inclui uma forma resumida de triagem.
Avaliação de cena
1. Segurança;
2. Situação.
Questões de segurança
SEGURANÇA NO TRÂNSITO: colisões
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS/ILUMINAÇÕES
DESING DAS ESTRADAS
ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS
ACIDENTES
POSICIONAMENTO DO VEÍCULO DE
SINALIZAÇÃO
Sugestão de segurança:
Se na cena tiver dois ou mais socorristas, o recomendado é:
Um assume atuando na avaliação da vítima, e o outro socorrista livre,
vai interagir tanto com a família quanto as circunstâncias, coletando
informações necessárias e criando condições melhores de acesso e
saída.
REGRAS DE SEGURANÇA EM CENA DE
VIOLÊNCIA
1. Fique fora
2. Retire-se do local
3. Quebre a tensão
4. Defenda-se
MATERIAIS PERIGOSOS
Quando se determina que uma cena possa ter envolvimento de
materiais perigosos, o foco deve mudar para a segurança da cena e é
preciso solicitar ajuda para isolar a cena e remover e descontaminar os
pacientes.
A regra geral é:
“SE A CENA NÃO ESTÁ SEGURA, TORNE-A SEGURA”
QUESTÕES RELACIONADAS COM A SITUAÇÃO
Cena de crime
Armas de destruição
E quando estamos no pré-hospitalar?
Múltiplas vítimas?
O método START, Simple Triage and Rapid
Treatment
É o algoritmo mais utilizado ao redor do mundo para triagem primária
de incidentes com múltiplas vítimas.

Com perguntas simples e objetivas, é possível classificar as vítimas de


um desastre em cores e por consequência em uma escala de prioridade
de atendimento.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO
Avaliar a situação:
1. O que ocasionou o acidente?

2. Quantas vítimas estã o envolvidas e quais são suas idades?

3. Será́ necessário mais do que uma unidade de transporte?

4. É necessária uma ajuda específica (bombeiros, polícia)?

5. É necessário um equipamento especial?


CUIDADOS INDIVIDUAIS
CUIDADOS COM O CENÁRIO
SITUAÇÕES URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

SERVIÇO DE
RESGATE
SITUAÇÕES URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

SERVIÇO ATENDIMENTO
MÓVEL DE URGÊNCIA - SAMU
SAMU
No Brasil, o SAMU 192 teve início através de um acordo bilateral,
assinado entre o Brasil e a França, através de uma solicitação do
Ministério da Saúde.

Foi criado em 2003 e oficializado pelo Ministério da Saúde por meio do


Decreto nº. 5.055, de 27 de abril de 2004

Porto Alegre foi pioneira ao instituir o sistema de socorro, em 1995,


baseado no modelo francês de assistência pré-hospitalar.
SAMU

O SAMU Service d'Aide Médicale d'Urgence, foi idealizado em 1986 na


França e é considerado o melhor do mundo.
SAMU SC

• As atividades do SAMU no Estado de Santa Catarina iniciaram em 07


de novembro de 2005.
Paulo de Tarso Monteiro de Abraão
AMBULÂNCIAS DO SAMU

Unidades de Suporte Básico (USB):

Cada Unidade Móvel de Suporte Básico, além de material de consumo,


como medicamentos, conta com: rede de oxigênio, prancha longa de
madeira para imobilização da coluna, colares cervicais, cilindro de O2,
talas de imobilização de fraturas e ressuscitador manual adulto e
infantil
Unidades de Suporte Avançado (USA):

A USA conta com, além do material de consumo, uma incubadora para


transporte de recém-nascido, um aspirador cirúrgico para ambulância,
um respirador a volume, um monitor multiparâmetro, um oxímetro
digital e bomba de infusão para seringas, bem como todo o material
para imobilização e medicamentos de cuidados intensivos.
AMBULÂNCIAS DO SAMU
Unidades de Suporte Básico (USB):
Tecnico de Enfermagem
Condutor-socorrista

Unidades de Suporte Avançado (USA):


Médico
Enfermeiro
Condutor-socorrista
UNIDADES AÉREAS
ASA ROTATIVA
SAMU- 01 Médico e 01 Enfermeiro
Corpo de Bombeiros - 01 Piloto Bombeiro Militar, e 02 Tripulantes
Operacionais Bombeiro Militar.
UNIDADES AÉREAS
ASA FIXA
EMPRESA
01 Médico e 01Enfermeiro
01Paciente/ 01familiar
TRIPULAÇÃO
01 Piloto e 01 copiloto
ATENDIMENTO INICIAL DE EMERGÊNCIA

O atendimento inicial de um paciente em situação de emergência


demanda uma avaliação sistemática e objetiva.

Define-se paciente grave aquele que procura ou é levado a um serviço


de emergência por causa de alguma condição clínica e/ou cirúrgica que
impõe um grande risco de mortalidade ou sofrimento intenso, assim
exigindo diagnóstico e ações imediatas
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

Os pacientes passam são atendidos por seu nível de necessidade e


não por ordem de chegada, permitindo, assim, uma padronização por
categorias em relação ao evento apresentado e ao tempo esperado
para atendimento.

Essa forma de padronização de abordagem inicial se alicerça em


protocolos e diretrizes fundamentados nas melhores evidências
científicas
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Algumas perguntas são essenciais na chegada do paciente ao serviço
de emergência:

1. Qual a principal queixa do paciente? Há quanto tempo tiveram


início os sintomas e como eles estão evoluindo até este momento?

2. Há situações relacionadas ao evento?

3. Quais as características semiológicas dos sinais e sintomas


apresentados?
PROTOCOLO DE MANCHESTER – PA / UPA
PROTOCOLO DE MANCHESTER
Energias
• Energia de ordem mecânica;

• Energia de ordem física;

• Energia de ordem química;

• Energia de ordem físico-química;

• Energia de ordem bioquímica;

• Energia de ordem biodinâmica;

• Energia de ordem mista;


Lesões podem ter repercussão externamente ou internamente.

Esses meios atuam por pressão, percussão ,tração , torção


compressão, descompressão, explosão, deslizamento e contrachoque.
De conformidade com a característica que
imprimem as lesões os meios mecânicos
classificam-se em:
➢Perfurantes

➢Cortantes

➢Contundentes

➢Perfurocortantes

➢Perfurocontundentes

➢Cortocontundentes
Produzem ainda respectivamente FERIDAS:

• Puntiformes
• Cortantes
• Contusas
• Perfurocortantes
• Perfurocontusas
• Cortocontusas
• Causadas por meios ou instrumentos perfurantes de aspecto
pontiagudo.

• Lesão oriunda denomina-se ferida puntiforme ou punctória.

• Abertura estreita , raro sangramento e pouca nocividade na superfície


e ás vezes grande gravidade na profundidade em face desse ou
daquele órgão atingido.
• Ferimento de saída = quando ocorre é mais irregular e de menor
diâmetro que o de entrada em face do instrumento atuar nessa fase
através de sua parte mais afilada.
LEIS DE FILHÓS E LANGER

As feridas punctórias ou
puntiformes sofrem ação das
linhas de tração da pele, podendo
tomar a forma de botoeira, em
ponta de seta e pode ter forma
bizarra de acordo com a
confluência de linhas de tração
AGENTES PERFURANTES
AGENTES PERFURANTES
• Os meios ou instrumentos de ação cortante agem através de um
gume mais ou menos afiado, por um mecanismo de deslizamento
sobre os tecidos, na maioria das vezes em sentido linear.
• Exemplos: navalha, gilete, cutelo, bisturi, lâminas metálicas afiladas,
papel, guilhotina, estilhaços de vidros, capim-navalha e outros
AGENTES CORTANTES - CARACTERÍSTICAS

1. Regularidade e nitidez de suas margens e bordas

2. Hemorragia quase sempre abundante

3. Predomínio do comprimento sobre a profundidade

4. Afastamento das bordas da ferida (mais acentuada


nas lesões post-mortem)
AGENTE CORTANTE – FERIDA INCISA
AGENTES CORTANTES: FERIDAS ESPECIAIS
1. Na parte anterior do pescoço: esgorjamento
2. Na parte posterior do pescoço: secção quase total do pescoço denomina-
se: degolamento
3. Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo denomina-
se: decapitação
4. Evisceração (haraquiri)
5. Lesões de defesa
6. Empalamento: Forma especial de encravamento, caracteriza-se pela
penetração de um objeto no região inferior abdomen.
ESGORJAMENTO
DECAPITAÇÃO
EVISCERAÇÃO
EMPALAMENTO
O choque de superfícies pode se dar de forma:

➢Ativa (quando o instrumento é projetado contra a vítima) ou

➢Passiva (quando a vítima vai ao encontro do objeto, p.ex., em uma


queda) ou

➢Mista (ambos em movimentação)


Devido à elasticidade da pele, a mesma se
conserva íntegra e a lesão se produz em nível
profundo. São várias:
• Rubefação: é um fenômeno vaso-motor.

• Escoriação: quando o atrito do deslizamento lesa a superfície da pele

• Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame sanguíneo


infiltrando os tecidos

• Bossas e hematomas: quando o derrame sanguíneo não encontra


condições de se difundir e forma coleções localizadas
FERIDAS CONTUSAS - ESCORIAÇÕES

• O atrito (deslizamento) provoca o arrancamento da epiderme e


desnudamento da derme

• É comum nas quedas (lesões nos joelhos, cotovelos etc)

• Ocorre formação de crosta que pode ser serosa (predomínio de linfa)


ou hemática (predomínio sangüíneo)

• A recuperação se dá em prazo curto

• Interesse Jurídico: arrastamento, atropelamento, lesões de defesa


(unhadas) etc
ESCORIAÇÕES
FERIDAS CONTUSAS - EQUIMOSES

• Contusão mais freqüente e mais importante na prática

• O tecido externo apresenta-se íntegro

• Ocorre derrame sangüíneo interno e, com isto, ocorre produção de mancha


de variado tamanho, conforme a extensão da área que sofreu o choque

• O material extravasado vai ser reabsorvido e isto provoca uma variação


cromática que vai do início ao pleno reparo da lesão

• É o chamado espectro equimótico que serve para


• avaliar a data da lesão ou
• se ocorreram várias lesões em dias diferentes
ESPECTRO EQUIMÓTICO

COR EVOLUÇÃO EM DIAS

1- VERMELHO- 1-2
VIOLÁCEO
2 - AZULADO 3-6

3- ESVERDEADO 7 -12

4 - AMARELADO 12 - 20

5 - NORMAL após 20
EQUIMOSE
BOSSAS

• As bossas podem ser sangüíneas quando o líquido, não podendo se


espalhar, forma uma coleção (especialmente sob o couro cabeludo
“galo” ) ou linfática, quando seu conteúdo for linfa.

• O instrumento contundente age sobre a superfície corporal em que há


tecido ósseo abaixo e com musculatura muito tênue.

• Rompendo-se o vaso, forma-se a bossa sangüínea


BOSSA SANGÜÍNEA (com elevação da área)
FERIDA CONTUSA - HEMATOMA

• É semelhante à equimose, porém, trata-se de um rompimento de um vaso


maior, portanto, o sangramento é mais violento a ponto de descolar a pele,
formando uma verdadeira bolsa de sangue.

• Ocorre em locais de tecido frouxo, mole.

• Com o passar do tempo o organismo absorve o sangue, havendo ali, as


mesmas variações de cores da equimose, só que processo será mais
demorado.
HEMATOMA DE PÁLPEBRAS
(sem elevação da área)
OUTRAS LESÕES CONTUSAS

• LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma das


extremidades

• FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos


submetidos à ação de instrumentos contundentes (as fraturas
cranianas são geralmente radiadas)

• ROMPIMENTO DE ÓRGÃOS: decorrente de fratura


Fraturas
LESÕES MISTAS
INSTRUMENTO LESÃO ATUAÇÃO

1 – perfurocortante PÉRFURO-INCISA perfurante e


(punhal, canivete) cortante

2 – cortocontundente CORTOCONTUSA cortante e


(machado, foice) contundente

3 – pérfurocontundente PÉRFUROCONTUSA perfurante e


(projétil) contundente
LESÕES PERFUROCORTANTES

• Provocadas por instrumentos de ponta e gume que atuam pela


perfuração e cortam pelas suas bordas afiadas os planos atingidos
• Agem por pressão e secção
• Tem gravidade variável, de acordo com o agente e com os planos
atingidos
• Características:
• Lesão em botoeira (casa de botão)
• Lesões biconvexas (punhal)
• Na forma do agente
FERIDAS: CASA DE BOTÃO/BICONVEXA
INSTRUMENTOS PERFUROCORTANTES

EXEMPLOS
1. de um só gume: faca, canivete, espada, baioneta,
hastes da tesoura
2. de dois gumes: punhal, faca vazada
3. de três ou mais gumes: triangulares, lima
LESÕES CORTOCONTUSAS
• São provocadas por instrumentos que, mesmo com gumes, têm a sua
principal ação pela contusão, pela pressão devido ao seu próprio
peso

• Sua gravidade depende do ângulo de incidência, da superfície


atingida e pela força de impacto

• São lesões sempre profundas, com bordas e formas irregulares, com


destruição de tecidos, inclusive com fraturas

• Exemplos: foice, facão, machado, enxada, rodas de trem etc


GUILHOTINA – INSTRUMENTO CORTOCONTUNDENTE
LESÃO PÉRFUROCONTUSA
(por arma de fogo)

• O projétil é o mais típico agente perfurocontundente.

• É composto de chumbo e revestido ou não por outros metais.

• Possuem formas variáveis: cilíndricas ou ogivais.


CRITÉRIO DE ESTUDO DA LESÃO

São consideradas:

1. pela distância de disparo do alvo

2. pelas características de seus orifícios:


a) de entrada

b) de saída

3. pela sua trajetória (ou trajetos)


LESÕES PERFUROCONTUSAS

• Lesões que causam


• perfuração e
• ruptura dos tecidos

• Características do ferimento
• bordas irregulares
• predomínio da profundidade
• caráter penetrante ou
transfixante
LESÕES PÉRFUROCONTUSAS
• Ao atingir o corpo, o projétil provoca
• rompimento na pele, formando um orifício em forma tubular no qual se
enxuga de seus detritos (orla de enxugo)
• arrancamento da epiderme (orla de contusão)

• Ao se formar o túnel de entrada


• pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do
ferimento (orla equimótica)
ORIFÍCIO DE ENTRADA – ORLAS
(SEMPRE PRESENTES)

• ORLA DE CONTUSÃO: a pele se invagina e se rompe devido à


diferença de elasticidade de derme e epiderme.

• ORLA EQUIMÓTICA: zona da hemorragia oriunda da ruptura de


pequenos vasos.

• ORLA DE ENXUGO: zona de cor escura que se adaptou às faces do


projétil, limpando-os dos resíduos da pólvora.
ORLAS E ZONAS DE CONTORNO

1 3

2 4

1. Orla de enxugo 3. Zona de esfumaçamento

2. Orla equimótica 4. Zona de tatuagem


ORLA DE CONTUSÃO E ENXUGO
ANEL DE FISH
Agentes de Ordem Física
e seus efeitos
Modalidade

• contato direto
• efeitos: queimaduras

• irradiação solar
• efeitos: insolação – desidratação e choque
• Queimaduras: são lesões produzidas geralmente por agentes físicos
de temperatura elevada com ações:
• da chama
• do calor irradiante
• dos gases superaquecidos
• dos líquidos escaldantes
• dos sólidos quentes e
• dos raios solares
Para recordar...
Contato direto - Queimaduras
• 1º grau – ERITEMA
• apenas a epiderme é afetada
• vermelho vivo, devido a simples congestão da pele
• a coagulação fixa o eritema após a morte

• 2º grau – FLICTENA
• caracterizado pela formação de vesículas, que suspendem a
epiderme
• são constituídas do líquido amarelo-claro, transparente
• no cadáver em seus lugar se vêem placas apergaminhadas
Contato direto - Queimaduras
• 3º grau – ESCARAS:
• formam manchas de cor castanha, ou cinza-amarelada,
indicativas da morte da derme
• deixam cicatrizes proeminentes
• no cadáver, apergaminham-se

• 4º grau – CARBONIZAÇÃO:
• se particularizam pela carbonização do plano ósseo
• pode ser total ou parcial
• ocorre redução do volume do cadáver

(a gravidade das queimaduras, em relação à


sobrevivência da vítima, é avaliada em função de sua
extensão e intensidade)
Aeronave , Lapa Abril 2006
Modalidade:

• contato direto
• efeitos: necroses periféricas imediatas ou tardias (infartos)

• ambiental
• efeitos: baixa da resistência, choque circulatório
• Graus das geladuras
• 1º eritema
• 2º flictenas
• 3º necrose ou gangrena
Frio – contato direto
acidente com refrigerador doméstico
• Os principais fenômenos resultantes das alterações de
pressão são denominados BAROPATIAS:

• Diminuição da pressão – mal das montanhas ou dos


aviadores (rarefação do ar em grandes altitudes)
• Aumento da pressão - mal dos mergulhadores com
embolia gasosa (pela rápida subida à superfície)
• É a conversão do Gás Nitrogênio do estado solúvel para o estado
gasoso, com o aparecimento de sintomas.
FATORES
PREDISPONENTES

❖ ALTITUDE

❖ EXPOSIÇÕES REPETIDAS

❖ RAZÃO DE SUBIDA

❖ TEMPO EM ALTITUDE
Eletricidade artificial ou industrial:

Proposital: para execução de um


condenado - ELETROCUSSÃO

Acidental: ELETROPLESSÃO

A lesão mais simples é chamada


marca elétrica de Jellineck, os efeitos
deletérios da corrente elétrica se
devem à intensidade da corrente
(amperagem)
LADRÃO FIO ALTA TENSÃO
• É toda substância que lesa a integridade corporal ou a saúde
do indivíduo ou lhe produz a morte, mesmo em quantidades
relativamente pequenas.

• Uma substância pode ser concomitantemente medicamento e


veneno, dependendo da quantidade que é administrada

• O CONCEITO DE VENENO ESTÁ INTIMAMENTE VINCULADO À


DOSE
Ciclo toxicológico seguido pelo veneno
• 1º - Absorção ou Via de Administração - Depende da substância, oral,
pele, mucosa, hipodérmica, endovenosa Assim, o veneno de cobra, via
oral, é inócuo.
• 2º - Distribuição - O veneno é circulado pelo sangue e passa aos tecidos
• 3º - Fixação - O veneno, especificamente, fixa-se no órgão onde vai agir
(tropismo). Ex: Os metálicos no fígado, os estupefacientes no sistema
nervoso etc.
• 4º - Transformação - O organismo defende-se dos venenos
transformando-os em derivados menos tóxicos e substâncias mais
solúveis e,
• 5º - Eliminação - As substâncias são eliminadas pela urina, fezes, saliva
etc.
Características Gerais dos Venenos
• O cadáver exala odor de amêndoas amargas, quando houve ingestão de
Cianureto de Potássio ou Ácido Cianídrico.

• O cadáver daquele que ingeriu Cianureto de Potássio, além dos sinais


gerais da asfixia e do odor de amêndoas, apresenta-se com livores
violáceos na pele e rigidez precoce e intensa.

• Saturnismo é o nome que se dá ao envenenamento por Chumbo (Riso


sardônico: expressão facial tetânico).

• Hidrargirismo ou Mercurialismo é o nome da intoxicação provocada pelo


Mercúrio.
Saturnismo
Hidrargirismo
CIANURETO DE POTÁSSIO
Continuamos na
próxima aula!

Obrigada!

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