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Curso Técnico S.E./ M.

PRIMEIROS SOCORROS

Professor(a) Formador(a): Fernanda Palmeira


01. PRIMEIROS SOCORROS E LEGISLAÇÃO

Desde março de 2019, todas as escolas do Brasil deveriam ter,


obrigatoriamente, no seu quadro de funcionários (as),
professores(as) ou colaboradores (as) capacitados (as) em primeiros
socorros. A obrigatoriedade foi estabelecida, em outubro de 2018,
após ter sido sancionada a Lei nº 13.722, chamada Lei Lucas, que
tornou obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros
socorros de professores (as) e funcionários (as) de estabelecimentos
de ensino públicos e privados de educação básica e de
estabelecimentos de recreação infantil.
O curso deverá ser ofertado anualmente e será destinado à
capacitação dos (as) funcionários (as) dos estabelecimentos de
ensino e recreação, incluindo os (as) colaboradores (as)
terceirizados (as).

Os estabelecimentos de ensino e recreação que não se


adequarem, deverão ser punidos com base no que preconiza a lei.

O objetivo é garantir que todos (as) saibam como proceder até que
a assistência médica especializada chegue ao local.
Por que Lei Lucas?

A lei recebeu este nome em homenagem ao estudante


Lucas Begalli, o qual morreu por asfixia mecânica em
decorrência de um engasgo com salsicha de cachorro-
quente, em 2017, após uma excursão escolar. Na ocasião,
os (as) funcionários (as) responsáveis por acompanhar os
(as) estudantes desconheciam os procedimentos de
emergência que poderiam ter evitado o óbito do estudante.
02. CONCEITOS GERAIS

a) PRIMEIROS SOCORROS:
a) PRIMEIROS SOCORROS são os tratamentos imediatos e provisórios
ministrados uma vítima de trauma ou emergência clínica no local do
São os acidente,
próprio tratamentos imediatos
a qual corre e provisórios
risco de morte, ministrados a
e incluem reconhecer
imediatamente
uma vítima deas condições
traumaque ouameaçam a vida, evitar
emergência o agravamento
clínica no local do
das lesões e manter as funções vitais doacidentado (SANTOS, 2014).
acidente, a qual corre risco de morte, objetivando
reconhecer imediatamente as condições que ameaçam a
vida, evitar o agravamento das lesões e manter as funções
vitais do acidentado (SANTOS, 2014).
b) URGÊNCIA: É a qualidade do que é urgente; necessidade
imediata; aperto. Em termos médicos é quando há uma situação
que não pode ser adiada, que deve ser resolvida rapidamente,
pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte.
Possui um caráter menos imediatista.

 
c) EMERGÊNCIA: É a circunstância que necessita de
intervenção imediata. Em situações de emergência, a avaliação
da vítima e seu atendimento devem ser prontamente realizados
de forma objetiva e eficaz.
d) VÍTIMA: É a pessoa que sofre os resultados infelizes dos próprios
atos, dos de outrem ou do acaso.
 

e) TRANSEUNTE: Adjetivo que significa passageiro ou não duradouro.


Corresponde à expressão não passar muito tempo em um mesmo
lugar e também se refere a quem anda a pé por um lugar.
 

f) SOCORRISTA: Aquele que é habilitado profissionalmente a prestar


os primeiros socorros nos casos de mal súbito, acidente, etc.
Os acidentes representam um dos mais sérios problemas de saúde

pública, constituindo-se na principal causa de mortes e invalidez entre

jovens e crianças. Os acidentes destroem a saúde, a vida e a família de

milhões de pessoas.
03. ORIENTAÇÕES GERAIS

Antes de começarmos a falar de acidentes e procedimentos de


primeiros socorros, é preciso conhecer algumas informações e
cuidados essenciais:

 A quem devo chamar em caso de urgência?


Serviço médico da instituição que trabalho, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), Bombeiros , Polícia Militar;

 Quais são os telefones de contato em caso de emergência?

SAMU (192), Bombeiros (193), Polícia Militar (190);


 O local onde estão afixados os telefones está visível a todos (as)?

 Todos (as) conhecem o local onde estão afixados os telefones úteis?

 Existem pessoas treinadas para ajudar em caso de acidentes?

 Como fazer contato com seus (as) representantes?

 Quais os equipamentos de segurança e materiais para atendimento à


vítima que a instituição onde trabalho possui? Onde se localizam?

 Existe rota de evacuação e qual a sua localização?


04. PRIMEIROS PASSOS...

Segundo Santos (2014), reconhecer situações que ameacem a vida


em curto espaço de tempo (Ex.: parada cardiopulmonar, grandes
hemorragias, entre outros);

 Aplicar procedimentos que restabeleçam a circulação e respiração


quando necessário;
 Controlar sangramentos e tratar os ferimentos;
 Minimizar o risco de agravamento de lesões e complicações;
 Evitar infecções;
 Promover o maior conforto possível para a vítima;
 Prevenir perda de temperatura corporal (hipotermia);
 Providenciar assistência médica e transporte adequado para o
acidentado.
05. AVALIAÇÃO DA VÍTIMA E
ATENDIMENTO INICIAL E ATENDIMENTO INICIAL

Através do atendimento inicial é possível identificar as condições da


vítima e poder eliminar ou minimizar os fatores causadores de risco
de vida.

O que você faria ao encontrar um (a) estudante no chão?


Ou após ter presenciado uma queda, uma convulsão, um engasgamento ou um
acidente que ocasionou corte e sangramento?
06. O QUE DEVO FAZER DURANTE OS
PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS?

Para prestar socorro de forma eficiente e adequada, devemos ser capazes de


assumir a liderança em uma situação de emergência, ser proativo (a), manter a
calma enquanto trabalha sob pressão e orientar as demais pessoas a fazer o
mesmo. Além disso, devemos demonstrar tranquilidade e competência,
escolher palavras de incentivo e ganhar a confiança e o apoio dos presentes
para que eles (as) colaborem com os procedimentos empregados.

O reconhecimento da emergência é fundamental no atendimento ao


acidentado, pois o tempo de socorro é fator preponderante para sua
recuperação, e o acionamento precoce das equipes médicas possibilitará o
tratamento hospitalar adequado e seu retorno às atividades da vida diária e
esportiva (SANTOS, 2014).
 Primeiro e mais importante passo: SE MANTER CALMO (A);

 Realize rápida avaliação do local do acidente, a fim de identificar possíveis


perigos;

 Jamais preste os primeiros socorros se a sua própria segurança não estiver


assegurada;

 Transmita calma e confiança para a vítima;

 Evite realizar qualquer procedimento de forma intempestiva ou que não sinta


confiança para fazê-lo;

 Evite movimentar a vítima. A recomendação principal diante de uma vítima é não


 Jamais ter contato direto com sangue da vítima;

 Afaste os curiosos;

 Verifique os sinais vitais da vítima (Avaliação Primária);

 Solicite ajuda dos serviços de emergência;

 Quando solicitado pelos (as) socorristas, relate como foi o


acidente e o estado da vítima.
 

07. ACIONANDO O SERVIÇO DE ATENDIMENTO


DE EMERGÊNCIA...

Para acionar um atendimento de emergência é preciso fornecer algumas


informações importantes, que serão fundamentais para a sua localização
e para que os casos de maior gravidade sejam atendidos com a rapidez
necessária.

 Nome de quem está ligando e telefone de contato;


 Qual a localização da vítima? (endereço completo, ponto de
referência e outros);

 Condições da vítima: sexo, idade aproximada, nível de


consciência, descrição dos sintomas, padrão respiratório, onde
está localizada a lesão, como foi o acidente.
08. SINAIS VITAIS

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais


do corpo e podem orientar o diagnóstico inicial e
acompanhar a evolução do quadro clínico da
vítima.

 Respiração
 Pulso
 Temperatura
 RESPIRAÇÃO - A finalidade é a troca gasosa entre o sangue e o ar dos
pulmões. A avaliação da respiração como sinal vital inclui: a frequência
(movimentos respiratórios por minuto), caráter (superficial e profunda) e
ritmo (regular e irregular). Método de verificação: ver, ouvir e sentir.

 PULSO - O pulso é causado pela pressão do sangue contra a parede


arterial em cada batimento cardíaco. O pulso é tomado onde uma artéria
possa ser comprimida contra um osso. Verifica-se a : Frequência, ritmo e
volume.

 TEMPERATURA - A temperatura reflete o balanceamento entre o calor


produzido e o calor perdido pelo corpo.
RESPIRAÇÃO

A respiração, na prática, é o conjunto de 2 movimentos


normais dos pulmões e músculos do peito:

1 - inspiração (entrada de ar pela boca/nariz);


2 - expiração (saída de ar, pelas mesmas vias
respiratórias).

Nota-se a respiração pelo arfar (movimento de sobe e


desce do peito) ritmado do indivíduo.
Frequência Respiratória

(Potter; Perry, 2009)


PULSO

O que se chama comumente de "pulso" está associado às pulsações ou às batidas


do coração, impulsionando o sangue pelas artérias, e que podem ser sentidas ao
posicionarmos as pontas dos dedos em locais estratégicos do corpo.

Limite palpável de fluxo de sangue percebido em vários pontos do corpo.

O fluxo de sangue pelo corpo é um circuito continuo.

Indicador do estado circulatório

A frequência da pulsação é numero de pulsações em 1 min.


pulso

Fonte: SBC
TEMPERATURA

A temperatura corporal é medida em termômetros (de mercúrio ou digitais) colocados,


durante alguns minutos, com a extremidade que contém o bulbo (no primeiro caso) nas
axilas ou na boca da vítima.

O ser humano é mantido em uma temperatura constante em torno de 37ºc, sendo que
as extremidades do corpo podem se apresentar em menor temperatura.

Os limites de temperatura em que o metabolismo pode apresentar falhas são de menos


que 21ºC e maior que 42ºC.

Perda ou ganho excessivo de calor pode levar a óbito.


TEMPERATURA

ÍNDICE ADULTO CRIANÇA


ORAL 37 º C 37,4º C
RETAL 37,5º C 37,8º C
AXILAR 36,7º C 37,2º C

(Potter; Perry, 2009)


09. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A Avaliação Primária é o exame que tem como objetivo avaliar


rapidamente as funções vitais e o risco de morte da vítima. Esta
avaliação deve ser realizada com rapidez e precisão, a partir da
sequência denominada “A-B-C-D-E”.

A - desobstrução das vias aéreas com controle da cervical


B - verificação da respiração e frequência ventilatória
C - verificação da circulação / pulso e controle de hemorragias
D - verificação do nível de consciência
E - exposição da vítima
O ABCDE do Trauma (lesão caracterizada por
alterações estruturais ou fisiológicas) são uma série de
cuidados básicos e extremamente importantes para
garantir a sobrevivência da vítima ao sofrer um acidente. É
uma análise rápida e simples, a qual pode diminuir o risco
de morte da vítima.
09. ETAPAS DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A - DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS COM CONTROLE DA


CERVICAL

“A” do inglês Airways (vias aéreas) com proteção da coluna cervical.


Significa que a primeira coisa a se fazer é verificar se não há nada
obstruindo as vias aéreas do paciente como: corpos estranhos,
sangramento, secreções, edema nas vias aéreas etc.
 Faz-se necessário verificar se as vias aéreas da vítima estão permitindo que ela
respire adequadamente.

 Observe se há obstruções na via aérea (corpos estranhos, sangue, fraturas).

 Caso a vítima não esteja respirando adequadamente, cuidadosamente pressione


uma de suas mãos contra a testa da vítima e, com a outra, levante o queixo para
facilitar o fluxo de ar.

 Durante a avaliação e a manipulação da via aérea, deve-se ter cuidado para evitar
a movimentação excessiva da coluna cervical.

 Em caso de história de trauma, deve-se presumir lesão da coluna cervical. Nesses


casos, a cabeça e o pescoço da vítima não devem ser hiperestendidos, hiperfletidos
ou rotacionados. Apenas elevar o queixo da vítima para tentar manter as vias
B – VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO E
FREQUÊNCIA VENTILATÓRIA

“B” do inglês Breathing (respiração). Após excluir qualquer obstrução, deve-se


verificar se a vítima consegue respirar normalmente.

 Nessa etapa realizaremos 3 procedimentos: VER, OUVIR E SENTIR.

 Procure por sinais de respiração. Para isso, coloque a cabeça próxima ao peito da
vítima, olhando na direção da barriga, a fim de verificar se há expansão e retração do
abdômen/diafragma (resultantes dos movimentos respiratórios de inspiração e
expiração);

 Procure escutar ou sentir a respiração e ver os movimentos respiratórios.

 Caso a vítima aparente não respirar, não insista neste passo por mais de 10 segundos;

 Caso a vítima não esteja respirando, é necessário iniciar a reanimação cardiopulmonar


(RCP) imediatamente.
C – VERIFICAÇÃO DA CIRCULAÇÃO / PULSO E
CONTROLE DE HEMORRAGIAS

“C” do inglês Circulation (circulação). Agora é o momento de verificar


se a vítima possui pulso presente e se sua circulação sanguínea
encontra-se adequada. Nesta etapa afere-se a presença e amplitude
do pulso arterial, bem como o nível de consciência e presença de
sangramentos evidentes.

 Para realizar a verificação da circulação e controle de hemorragia é


preciso:
 Verificar se há sangramento visível;
 Verificar a frequência e a amplitude do pulso;
 Verificar a coloração da pele;
 Verificar se há sudorese;
Havendo hemorragia externa, é preciso impedir que a
vítima entre em quadro de hipovolemia (diminuição
anormal do volume do sangue de um indivíduo), que
podem trazer como consequência o choque hemorrágico.
Assim, apalpar, verificar o dorso e identificar de onde
surgiu a hemorragia é o primeiro passo para sua
contenção. Impedir que a vítima continue perdendo
sangue durante o atendimento pode ser decisivo para que
o óbito não aconteça.
D – Verificação do nível de consciência

“D” do inglês Disability (déficit ou incapacidade). Realiza-se um exame neurológico


primário. Verifica-se o grau de resposta aos estímulos verbais e estímulos
dolorosos.

Exame neurológico sumário. Uma avaliação primária do nível de consciência da vítima. A


primeira verificação deve ser feita pelo método AVDI:

 Alerta: toque-a no ombro com delicadeza;

 Resposta a estímulo Verbal: fale alto perto do ouvido da vítima “posso ajudar?”, “vc
consegue me ouvir?”. Se a vítima não consegue responder verbalmente, peça pra que ela
responda a partir de comandos como movimentar olhos, dedos das mãos ou dos pés;

 Resposta a estímulo doloroso ou inconsciente aos estímulos.


E – Exposição da vítima

“E” do inglês Exposure (exposição). Nesta última etapa retira-se a roupa do


paciente, tomando-se cuidado para evitar a hipotermia. O objetivo é buscar
focos de sangramento ou fraturas ainda não percebidas.

Antes da remoção da vítima para o atendimento, é preciso garantir que sua


temperatura esteja estável. Por isso, é preciso manter a vítima sempre
aquecida.
DESMAIO: Perda súbita dos sentidos, resultante da
diminuição do fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro.

Principais causas:
 Cansaço excessivo;
 Fome e diminuição da glicemia;
 Nervosismo, susto e outras emoções fortes;
 Contusões;
 Mudança súbita de posição (de deitado para
em pé).

O que fazer:
 Deitar a vítima de costas, em local ventilado,
e afrouxar suas roupas; Se a vítima desmaiar
 Elevar as pernas em nível superior à
cabeça; novamente ou por mais
 Em caso de vômito, virar a cabeça de lado
para evitar asfixia.
de 2 minutos, agasalhá-
la e providenciar
assistência médica
FERIMENTOS SUPERFICIAIS

NÃO tente retirar corpos estranhos (farpas, Só aplique medicamentos


pedaços de vidro...), a não ser que eles saiam com
. sobre o ferimento com
a água indicação médica
QUEIMADURAS TÉRMICAS

Ferimentos provocados pela temperatura (frio ou calor).

As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a sua causa, profundidade,


extensão, localização e gravidade.

Causa: Térmicas, químicas, por eletricidade e por radiação.


Profundidade:
1o. grau: só atinge a epiderme ou a pele (causa vermelhidão).
2o. grau: atinge toda a epiderme e parte da derme (forma bolhas).
3o. grau: atinge toda a epiderme, a derme e outros tecidos mais profundos, podendo
chegar até os ossos. Surge a cor preta, devido a carbonização dos tecidos.
QUEIMADURAS TÉRMICAS:
 Classificação segundo profundidade
QUEIMADURAS TÉRMICAS

O que fazer: QUEIMADURAS DE 1º GRAU

 Identifique, afaste/ controle a


causa da queimadura;

 Verifique o estado de consciência;

 NÃO remova as roupas que


estiverem grudadas na pele;

 A área queimada tende a inchar:


retire anéis e braceletes que
possam dificultar a passagem do
sangue
QUEIMADURAS TÉRMICAS

QUEIMADURAS DE 2º GRAU QUEIMADURAS DE 3º GRAU

1. Lave com água corrente


2. Cubra com papel alumínio: protege
melhor contra perda de calor e
microrganismos
3. Procure ajuda médica
imediatamente

1. Lave com água corrente


2. Cubra com gaze ou pano
limpo
3. NÃO estoure as bolhas Não passe loção, óleo, pomada, clara de ovos,
4.Procure ajuda médica creme dental, margarina ou qualquer outro
produto, pois só complicam o tratamento correto.
HEMORRAGIA

É o extravasamento de sangue
provocado pelo rompimento de um
vaso sanguíneo: artéria, veia ou
capilar. Dependendo da gravidade
pode provocar a morte em alguns
minutos. O controle de grandes
hemorragias é prioridade.

1. Hemorragia Externa - pode ser vista porque extravasa para o meio


ambiente, proveniente de uma ferida.
2. Hemorragia Interna - sangue extravasa para o interior do próprio
corpo, dentro dos tecidos ou cavidades naturais.
HEMORRAGIAS

A hemorragia não controlada pode levar à anemia


( diminuição da quantidade de glóbulos vermelhos) e à
morte por redução da oxigenação de órgãos vitais
(choque)
NÃO TOQUE NO SANGUE DA VÍTIMA: você pode pegar
alguma doença. Use luvas , evite se ferir e não leve as mãos à
boca ou olhos.
HEMORRAGIA
SINAIS E SINTOMAS

 Pulso se torna fraco e rápido;


 Pele fica fria e úmida (pegajosa);
 Pupilas podem ficar dilatadas com reação lenta a luz;
 Queda da pressão arterial;
 Vítima ansiosa, inquieta e com sede;
 Náusea e vômito;
 Respiração rápida e profunda;
 Perda de consciência, parada respiratória;
 Estado de choque.
CONTROLE DA HEMORRAGIA
EXTERNA

MÉTODO DA PRESSÃO DIRETA.

O TORNIQUETE SÓ PODE SER UTLIZADO POR


PROFISSIONAIS DA SAÚDE:
Não é aconselhado pelo risco de ocasionar necrose (morte dos tecidos) do órgão
ou membro e, consequentemente, sua amputação.
HEMORRAGIA EXTERNA

O que fazer:

 Deite a vítima imediatamente;


 Coloque sobre a ferida gaze ou pano
limpo e pressione;
 Não trocar o curativo: se preciso, colocar
novas ataduras por cima;
 Mantenha o membro ferido em posição
mais alta que o coração;
 Não elevar em caso de fratura ou dor;
 Se ainda continuar sangrando, comprima
a artéria mais próxima da região.

Mantenha o acidentado agasalhado e procure ajuda médica.


NÃO tente tirar corpos estranhos e não jogue nada ferimento.
HEMORRAGIA INTERNA

O que fazer:
Como a hemorragia não é
visível, deve-se ficar atento  CHAME ATENDIMENTO
(a) aos sinais externos: MÉDICO- SAMU 192;
 Mantenha a cabeça da vítima
 Pulso fraco e rápido; mais baixa que o corpo, menos
 Pele fria e pálida; nos casos de suspeita de
 Sede e muito suor; fratura de crânio, fratura de
coluna ou lesão cerebral;
 Tontura, confusão mental e  Coloque bolsa de gelo ou
inconsciência; compressa fria no local do
 Calafrios; trauma;
 "Abdômen em tábua" (duro).  NÃO deixe a vítima ingerir
qualquer tipo de líquido.
PARADA CARDÍACA

É a perda repentina de circulação sanguínea em resultado


da incapacidade do coração em bombear sangue.

Os sintomas incluem perda de consciência e respiração ausente ou anormal.

Algumas pessoas podem sentir dor no peito, falta de ar ou náuseas antes


da parada cardíaca.

Quando não é tratada no prazo de minutos, geralmente leva à morte.


TÉCNICA DE COMPRESSÃO
CARDÍACA E VENTILAÇÃO

Compressão cardíaca: Ventilações:


 Posicione-se ao lado da vítima, a qual deve  Abra a via respiratória (boca),
estar de costas sobre superfície plana e firme; elevando o queixo e
 Remova roupas que cubram o tórax da vítima; inclinando a testa para trás;
 Com os braços estendidos, posicione suas  Pince o nariz da vítima
mãos sobrepostas na metade inferior do utilizando os dedos;
esterno (apêndice xifoide). Os dedos devem  Sele seus lábios ao redor da
permanecer abertos sem tocar a parede
torácica; boca da vítima e sopre;
 Em seguida, exerça uma pressão,  Observe elevação do tórax.
vigorosamente, para que o esterno abaixe,
comprimindo o coração em direção à coluna
vertebral; APÊNDICE XIFÓIDE
 Descomprima em seguida.
TÉCNICA DE COMPRESSÃO
CARDÍACA E VENTILAÇÃO EM CRIANÇAS

1 SOCORRISTA = 15 COMPRESSÕES e 2 VENTILAÇÕES


2 SOCORRISTA = 30 COMPRESSÕES e 2 VENTILAÇÕES
Corpos estranhos

São corpos que penetram no organismo através de


qualquer orifício ou após uma lesão de causa variável.
Os corpos estranhos podem encontrar-se mais
frequentemente nos olhos, ouvidos ou vias
respiratórias.
DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS
POR CORPO ESTRANHO (OVACE).

Em adulto, geralmente, a obstrução ocorre durante a


ingestão de alimentos e, em criança, durante a alimentação
ou recreação (sugando objetos pequenos).

A obstrução de vias aéreas superiores pode ser causada:


 Pela língua;
 Pela epiglote;
 Por corpos estranhos;
 Por danos aos tecidos.
A MANOBRA DE HEIMLICH.

VÍTIMA CONSCIENTE:

Em pé ou sentada
1.Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome;
2. Colocar a raiz do polegar de uma das mãos entre a cicatriz
umbilical e o apêndice xifoide;

3. Realizar 5 compressões.
VÍTIMA INCONSCIENTE:
1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal (barriga pra cima);

2. Ajoelhar-se ao lado da vítima ou a cavaleiro sobre ela no nível de


suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo;

3. Posicionar a palma da mão sobre o abdome da vítima, entre o


apêndice xifóide e a cicatriz umbilical,

mantendo as mãos sobrepostas;

4. Realizar 5 compressões,
CORPO ESTRANHO NO OLHO

No olho, os mais frequentes são: grãos de areia, insetos e limalhas.

Sinais e sintomas:
- Dor ou picada local;
- Lágrimas;
- Dificuldade em manter as pálpebras abertas.

O que deve fazer:


- Abrir as pálpebras do olho lesionado com muito cuidado;
- Lavar o olho na água corrente;
- Repetir a operação duas ou três vezes;
- Se não obtiver resultado, cobrir o olho afetado com uma gaze e dirigir-se ao hospital.
O que não deve fazer:
- Esfregar o olho;
- Tentar remover o corpo estranho com lenço, papel, algodão
ou qualquer outro objeto, a fim de evitar o aumento da lesão.
 
CORPO ESTRANHO NO OUVIDO

No ouvido: os corpos estranhos mais frequentes são os insetos. 

Sinais e sintomas:
- Pode existir surdez, zumbidos e dor, sobretudo se o inseto estiver
vivo.

O que deve fazer:


- Se se tratar de um inseto, deitar uma gota de azeite e depois
deslocar-se para o hospital.

O que não deve fazer:


- Tentar remover o inseto ou outro corpo estranho inserindo objetos no
ouvido, o que pode ocasionar lesões.
CORPO ESTRANHO NO NARIZ

Corpos estranhos nas vias aéreas superiores e no sistema


digestivo são relativamente frequentes nas crianças.

Há grande variedade de objetos que podem ser encontrados nos


exames, incluindo corpos inertes (espuma, papel, borracha, contas,
sementes, grafite de lápis, etc), corrosivos (bateria eletrônica) ou
animados (insetos, vermes).
O que fazer:

- Evitar a retirada do corpo estranho sem material adequado ou sem a imobilização firme da
criança;

OBS: Objetos soltos, acidentalmente, podem ser aspirados na tentativa de remoção e causar
grave obstrução respiratória.

- Objetos de fácil visualização e de fácil preensão como espuma, papel, borracha podem ser
removidos com pinças do tipo baioneta ou jacaré;

- Dar atenção especial a baterias de brinquedos eletrônicos que, quando em contato com a
secreção nasal, podem sofrer corrosão, podendo causar queimaduras e outras lesões. A remoção
desses botões de bateria deve ser realizada o mais rapidamente possível, seguida de lavagem.
CHOQUE ELÉTRICO

É a passagem de uma corrente elétrica através do corpo, utilizando-o


como um condutor. A passagem de corrente pelo corpo pode causar
deum simples susto até queimaduras, parada cardíaca ou mesmo
a morte.
CHOQUE ELÉTRICO
PROCEDIMENTOS

1. Corte ou desligue a fonte de energia, mas não toque na vítima;

2. Afaste a pessoa da fonte elétrica que estava provocando o choque,


usando materiais não condutores e secos como a madeira, o plástico, panos
grossos ou borracha;

3. Chame o serviço de atendimento emergencial, ligando para o 192;


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4. Observe se a pessoa está consciente e respirando;

4.1 Se estiver consciente: acalme a vítima até a chegada da equipe médica;


4.2 Se estiver inconsciente, mas respirando: deite-a de lado, colocando-a em posição
lateral de segurança. Saiba como pode fazer isso de forma correta;
4.3 Se estiver inconsciente e não respirando: inicie a massagem cardíaca e a
respiração boca-a-boca. Veja como deve ser feita a massagem;

5. Continue fazendo o passo anterior até a chegada da ajuda médica.


ANIMAIS VENENOSOS

 Afaste a vítima e os curiosos do animal venenoso.


 Acalme a vítima e não deixe que faça nenhum
esforço;
 Transporte a vítima para o hospital ou fale que ela
ande vagarosamente;
 Lave a mordida cuidadosamente com água e sabão e faça um
curativo para proteger o ferimento;
 Nunca faça incisão para sugar;
 Procure saber qual hospital de sua região preparado para receber
vítimas de animais peçonhentos;
 Transporte para o hospital.
FRATURAS

Fratura é uma lesão óssea de origem traumática, que


pode ser produzida por trauma direto ou indireto.
FRATURAS

Classificação:
a) fechada: o foco de fratura está protegido por
partes moles e com pele íntegra.

b) aberta ou exposta: o foco de fratura está em contato com


o meio externo.
FRATURAS
SINAIS E SINTOMAS

1) Dor
2) Aumento de volume
3) Deformidade
4) Impotência funcional
5) Crepitação (estalo) óssea
FRATURAS
PROCEDIMENTOS

 Não movimentar vítima antes de imobilizar;


 Fraturas expostas, controlar o sangramento e proteger o ferimento;
 Fraturas de ossos longos, alinhar, tracionar e imobilizar. Examinar a
sensibilidade e pulso;
 Manter tração e alinhamento até a fixação da tala;
 Deformidades próximas a articulação que não corrigem com tração
suave, imobilizar na posição em que se encontra;
 Quando imobilizar uma fratura incluir na tala a articulação distal e
proximal da lesão (a articulação que se encontra antes e depois da
lesão);
 As talas devem ser ajustadas e não apertadas para não interromper a
circulação local.
CONTUSÃO

A contusão é uma lesão sem fratura dos tecidos moles do corpo. Ela é gerada pelo
impacto mecânico de um agente externo sobre uma parte do corpo. É comumente
chamado de hematoma, “roxo”, equimose e “galo”.

O agente agressor lesiona o tecido mole no ponto de impacto, rompendo os pequenos


vasos. O sangue é liberado e se infiltra nas proximidades, tais como a pele. Ao mesmo
tempo, a inflamação que se segue, priva a chegada de oxigênio para a lesão. Esta
asfixia é a causa da cor azul.

As contusões mais sérias podem ainda atingir órgãos internos como o cérebro, fígado,
baço, rins ou pulmões.

Os golpes causados por objetos contundentes causam principalmente, as equimoses.


Elas ocorrem durante atividades esportivas, mas também em outras circunstâncias,
como incidentes domésticos, escolares, profissionais ou até mesmo em acidentes de
trânsito.
CONTUSÃO

O que fazer:
 Aplicação de gelo para resfriar o local
da lesão por 15 minutos. Repita esse
procedimento a cada hora;
OBS: Nunca aplicar gelo diretamente na
pele, evitando assim queimaduras.
 Mantenha repouso;
 Se a contusão for nos membros
inferiores, mantenha o membro
afetado elevado;

Na ausência de ferida na contusão, a


aplicação de creme ou gel específico
alivia e reduz o inchaço.
ENTORSE

Entorses ocorrem quando uma articulação entre dois ossos é


forçada além de seus limites, causando muitas vezes hematomas
e inchaços na região. 

Pode ser difícil diferenciá-la de uma fratura, dependendo do grau


do edema (inchaço). 
Assim, trate-o como uma fratura até que um médico examine e
dê o diagnóstico final. 

O que fazer:
 Compressa fria - colocar bolsa de gelo no local para aliviar
a dor e diminuir o inchaço;
 Manter a articulação/membro afetado imóvel;
 Transportar a vítima para o pronto-socorro.
ENTORSE
Imobilização

A exemplo dos casos de fraturas, por vezes, teremos que utilizar materiais
disponíveis no local do acidente para adaptar imobilizações nos casos de luxações
e entorses, uma vez que, nem sempre teremos talas, tipoias e faixas à disposição.

Nesses casos, um pedaço de madeira, uma revista ou um papelão dobrado,


ou qualquer material rígido poderá servir de tala, a ser fixada ao osso fraturado
através de faixas, manga de camisas, gravatas ou outro material que encontrar para
a amarração. 

O importante é que esta tala apoie e sustente a articulação afetada de maneira que
ela não se movimente em nenhuma direção, até a chegada de socorro
especializado ou no percurso até o pronto-socorro mais próximo.
LUXAÇÃO

A luxação acontece quando os ossos que formam uma articulação saem (há


deslocamento) da sua posição natural devido a uma pancada forte, por exemplo,
causando dor forte no local, inchaço e dificuldade para mexer a articulação. É
classificada como:

- Completa ou incompleta: 
 Luxação completa: ocorre o deslocamento total dos ossos;
 Luxação incompleta: ocorre deslocamento é reduzido.

As luxações são muito frequentes nas crianças e podem acontecer em qualquer


local, especialmente, no ombro, cotovelo, dedo, joelho, tornozelo e pé.
Quando uma articulação se encontra-se luxada nunca se deve tentar colocá-la de
volta no lugar, pois se for mal realizado pode causar lesões graves no sistema
nervoso periférico, causando ainda mais dor e incapacidade.
LUXAÇÃO

As luxações causam os seguintes sintomas:


 Dor;
 Inchaço;
 Incapacidade de usar a parte lesionada normalmente;
 Mancha roxa ou descoloração;
 Possível perda de sensação (dormência ou sensações
anormais).
LUXAÇÃO

O que fazer:
 Não force o membro afetado, nem
tente movimentá-lo;
 Faça uma tipóia para impedir a
articulação de mexer, utilizando
tecido, uma faixa ou um cinto, por
exemplo;
 Aplique uma compressa gelada na
articulação afetada;
 Chame uma ambulância, ligando
para o 192, ou transporte a vítima
para o pronto-socorro.
Kit de primeiros socorros

O kit de primeiros socorros garante que estejamos,


minimamente, preparados (as) para socorrer, rapidamente,
vítimas de vários tipos de acidentes, como picadas,
pancadas, quedas, queimaduras, sangramentos, etc.
Kit de primeiros socorros

O kit de primeiros socorros pode ser adquirido em qualquer farmácia,


mas também pode ser preparado em casa ou na escola e adaptado às
necessidades de cada um desses locais.

O conteúdo da caixa de primeiros socorros pode ser muito variado, porém, os


produtos e materiais básicos incluem:

 1 embalagem de soro fisiológico;


 1 solução antisséptica para feridas, como álcool iodado;
 Gazes esterilizadas de vários tamanhos;
 Ataduras e esparadrapo, os quais são necessários também para
imobilizar membros ou para segurar compressas;
Kit de primeiros socorros

 Luvas descartáveis, para proteger do contato direto com sangue e


outros fluídos corporais;
 Algodão, facilita a aplicação de produtos nas bordas da ferida.
Lembrando que para a limpeza de ferimentos não é indicada a
utilização do algodão. Usa-se gaze.
 Tesoura sem ponta, para cortar esparadrapo, gazes ou ataduras, por
exemplo;
 Band-aid, para cobrir cortes e ferimentos superficiais;
 Termômetro;
 Bolsa de gelo ou bolsa térmica em gel.
Kit de primeiros socorros

O kit com estes materiais pode ser utilizado em quase todas as casas, escolas
e locais de trabalho, pois contém os materiais necessários para tratar as
situações de emergência mais comuns nesses tipos de ambiente.

O primeiro passo para preparar o kit de primeiros socorros consiste em


escolher corretamente o recipiente que irá conter todo o material. Idealmente,
deve ser grande o suficiente, mas fácil de transportar, transparente e feito de
plástico duro, para permitir observar rapidamente o que está em seu interior e
também proteger os materiais de danos.

No entanto, pode ser utilizada qualquer bolsa ou caixa, desde que


corretamente assinalada no exterior com letras, indicando \"Kit de Primeiros
Socorros\", ou uma cruz vermelha, para que qualquer pessoa possa identificar
o recipiente correto durante situações de urgência.
BIBLIOGRAFIA

AMERICAN HEART ASSOCIATION – AHA. Diretrizes para Atendimento Cardiovascular de Emergência e


Reanimação Cardiopulmonar. Out. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Primeiros socorros: como agir nas emergências. 2014 . Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=NJmVPbDQP04 > . Acesso em: 02 mar 2020.

BERGERON, J. D.; et al. Primeiros Socorros. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2007.

BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Manual de Primeiros Socorros. Rio
de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz, 2003. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca
/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf>. Acesso em: 17 maio 2019.

 COIMBRA, R. S. M.; et al. Emergências traumáticas e não traumáticas. Rio de janeiro: Atheneu, 2001.

COLÉGIO AMERICANO DE CIRURGIÕES. Suporte Avançado de Vida no Trauma (ATLS): manual do


curso de alunos. 9. ed. São Paulo: Colégio Americano de Cirurgiões, 2012. 403 p.
BIBLIOGRAFIA

HAFEN, K. Primeiros socorros para estudantes. Manole, 2002.

HARTLEY, J. Manual de primeiros socorros. Ibrasa, 1978. 280p.

POTTER, P. ; PERRY, A. Fundamentos de enfermagem. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2004.

SANTOS, E. F. Manual de primeiros socorros da educação física aos esportes: o papel do


educador físico no atendimento de socorro. Rio de Janeiro: Galenus, 2014.

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