Você está na página 1de 21

A morte e a

morte de
Quincas Berro
D'Àgua
Alessandra Pinheiro, Eduardo Augusto, Fernanda Araújo,
Laurine Saif, Linda Dantas, Lucas Souza, Milena Barros,
Rebeca Alfaia
Divisão da
aula
1. CONTEXTO HISTÓRICO: O MODERNISMO E
JORGE AMADO
2. O GÊNERO NOVELA E SUAS
CARACTERÍSTICAS
3. CONTEXTO SOCIAL DA OBRA A MORTE E A
MORTE DE QUINCAS BERRO D'ÁGUA
A morte gosta mesmo de
você...
Narrativas sobre a imortalidade sempre estiveram presentes na
literatura, sendo geralmente representada por vampiros, deuses e
até mesmo humanos que conseguiram a proeza da eternidade.

De toda forma, os imortais sempre nos fascinaram por sua natureza


distinta e sua capacidade de desprezar o tempo sem sofrer
quaisquer desgastes...

Porém, o que acontece quando, ao invés de ser abençoado pela


vida eterna, você morre mais de uma vez?
Ficou curioso?
Me segue então...
BLOCO 1

Contexto
Histórico
O Modernismo
Movimento Artístico que trouxe inovação...

Tratar de forma repetitiva sobre os


movimentos e histórias literárias sempre soa
cansativo, por essa razão irei tratar do que o
modernismo não é primeiro.
1. ESTÁTICO.
2. COMUM.
3. LINEAR.
O Modernismo trouxe à luz muitas
questões e ainda hoje rende artigos, longas
conversas. Como a possibilidade de vê-lo
como um movimento social, por exemplo.
O Modernismo e Amado...
Jorge Amado, o autor que trataremos se encaixa no âmbito de grandes
escritores modernistas, ele possuiu algumas "fases", mas que tal
contextualizar onde sua obra se encontra na linha modernista?

Na fase do Modernismo em que Amado se insere, os anos 30, tanto as


artes quanto a literatura têm uma menor preocupação com a visão
europeia sobre que deveria ser o Modernismo brasileiro, nosso autor
escreverá romances regionalistas, com uma linguagem de fácil
compreensão. E será um sucesso.

Percebemos que passado o Internacionalismo, o novo objetivo seria


trazer à língua portuguesa dignidade, lidar com preocupações sociais e
fazer isso por fim do gosto popular.
As fases de Jorge Amado
Romances proletários;
Romances com viés sentimental;
Romances ideológicos;
Romances sociais;
Romances de costumes.
BLOCO 2

Gênero Novela e
suas características
A origem da Novela
Novelas de Cavalaria
O Renascimento (Séc. XIV - XVI)
Boccaccio e o Decamerão (1348 - 1353)
Aspectos da estrutura
narrativa da novela
Enredo: A novela possui um (ou mais de um) enredo, apresenta um
ritmo mais lento que o conto e mais acelerado que o romance e as
ações dos personagens são importantes para que a narrativa aconteça;

Personagens: Não impõe limites acerca da quantidade de


personagens, que podem surgir e desaparecer da trama em função do
fio narrativo;

Tempo: Normalmente é cronológico, ou seja, respeita o começo,


meio e fim;
Espaço: É definido de acordo com a diversidade da
dramaticidade, onde os personagens se deslocam pelo espaço
de acordo com suas ações na narrativa;

Linguagem: É adaptável de acordo com as circunstâncias e


ações, a qual apresenta características da época em que a
narrativa é desenvolvida, por uma questão de coerência e
verossimilhança.
BLOCO 3

Contexto social da obra: os


personagens

1 NÚCLEO FAMILIAR

2 NÚCLEO BOÊMIO
BLOCO 3

Núcleo Familiar

- Os personagens desse núcleo representam a classe


mais elevada da Bahia
- Burocratas

1
Joaquim Soares da Cunha
Vanda
Leonardo
Eduardo
Tia Marrocas

BLOCO 3

Núcleo Familiar
Personagem: Joaquim

Funcionário público exemplar, bom pai e marido.

Rei dos Vagabundos da Bahia, boêmio também


respeitado.

Representa a dualidade da sociedade da época.

""Segundo eles, Quincas Berro D’água, ao morrer, voltara a ser aquele


antigo e respeitável Joaquim Soares da Cunha, de boa família, exemplar
funcionário da mesa de rendas estadual, de passo medido, barba
escanhoada, paletó negro de alpaca, pasta sob o braço, ouvido com
respeito pelos vizinhos…"
BLOCO 3

Núcleo Familiar
Personagem: Vanda

Filha de Joaquim e órfã de pai


A filha envergonhada
Representa a burguesia Baiana

Como é possível amar e odiar a mesma pessoa?


"É pecado ter raiva de um morto, ainda mais se esse morto é o pai da
gente. Vanda conteve-se, era pessoa religiosa, frequentava a igreja do
Bonfim, um pouco espírita também, acreditava na reencarnação. Além do
mais, agora pouco importava o sorriso de Quincas. Era ela finalmente
quem mandava e dentro em pouco ele voltaria a ser o pacato Joaquim
Soares da Cunha, irrepreensível cidadão"
BLOCO 3

Núcleo Boêmio
Os personagens deste núcleo representam
figuras caricatas e marginalizadas que viviam
pelas ruas de Salvador.

1 Quincas Berro D'Água,


Cabo Martim,
Curió,
Negro
Pastinha
e
Pé-de-Vento.
BLOCO 3

Núcleo Boêmio

Quincas: aposentado e boêmio. "Rei dos


vagabundos da Bahia"

"Sobre o balcão viu uma garrafa, transbordando de


límpida cachaça, transparente, perfeita. Encheu um
copo, cuspiu para limpar a boca, virou-o de uma
vez. E um berro inumano cortou a placidez da
manhã no mercado, […] O grito de um animal
ferido de morte, de um homem traído e desgraçado:
— Águuuuua!
BLOCO 3

Núcleo Boêmio

Curió: é o amigo brincalhão, considerado


Cabo Martim: Frequentemente visto em
romântico incurável, pois estava sempre
rodas de baralho, é o famoso personagem
apaixonado. Talentoso, falante e engraçado,
da farra, cheio de peripécias, esperto,
trabalhava numa loja vestido com uma roupa
educado, “abençoado pela sorte”, sendo
surrado e a cara pintada com intuito de atrair
bastante famoso pelas ruas de Salvador. Por
a clientela.
ter servido ao exército, tinha certa
autoridade entre os amigos.
“Vestido com um velho fraque surrado, a cara
pintada, postava-se na porta de uma loja, contra
mísero pagamento, a louvar-lhe a barateza e as “Sua altivez de mulato boa-pinta e a
virtudes, a parar os passantes dizendo-lhes agilidade de suas mãos no baralho
graçolas, convidando-os a entrar, quase faziam-no respeitado” (p.17)
arrastando-os à força” (p. 15)
BLOCO 3

Núcleo Boêmio

Negro Pastinha: mesmo com a aparência Pé-de-vento: último do quarteto, vive da


forte, é um personagem amigável e até venda de sapos, ratos e jias para exames
inocente, considerava Quincas como pai. médicos e experiências científicas, beirava
entre a lucidez e a loucura por conversar
“Negro Pastinha media quase dois metros,
com os animais que caçava.
quando estufava o peito semelhava num
monumento, tão grande e forte era. Ninguém
“Fora isso, sua profissão levava-o a distantes
podia com o negro quando lhe dava a raiva.
lugares. Caçava ratos e sapos para vendê-los
Felizmente coisa difícil de acontecer, pois Negro
aos laboratórios de exames médicos e
Pastinha era de natural alegre e bonachão.” (p.
experiências científicas – o que tornava Pé-
16)

de-Vento figura admirada, opinião das mais
acatadas.” (p. 19)

FIM!

Você também pode gostar