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sinais vitais
Introdução
Prezado(a) aluno(a), nesse capítulo vocês irão estudar sobre o atendimento inicial a vítima
que sofreu um traumatismo e sobre os sinais vitais que são parâmetros importantes que
devem ser observados durante os eventos traumáticos.
A avaliação inicial da vítima deve ser realizada rapidamente com a finalidade de reconhecer
os agravos sofridos pela vítima e obter subsídios para por em prática os primeiros socorros.
Os sinais vitais significam muito para o socorrista pois, são parâmetros importântes para a
manutenção da vida e do funcionamento adequado do corpo humano e, quando alterados,
indicam que algo está disfuncional.
Objetivos
Esquema
2.2.1 Pulso
2.2.2 Pressão arterial
2.2.4 Temperatura
2.2.5 Dor
2.3 Conclusão
2.1 Avaliação inicial da vítima
Quando aplicados com eficiência, os procedimentos de primeiros socorros significam a
diferença entre a vida e morte da vítima, a recuperação rápida e hospitalização prolongada e,
a invalidez temporária ou a invalidez permanente.
É importante o socorrista conhecer a gravidade dos casos para poder selecionar a vítima que
irá ter a prioridade no atendimento emergencial. A primeira hora após o acidente é conhecida
como “Hora de Ouro”, ou seja, vítimas potencialmente salváveis e quanto mais rápido for a
assistência à vítima, maiores as chances de sobrevivência e recuperação. Estão incluidas
nessa categoria hematomas epi e subdurais, hemopneumotórax, lesões de fígado e baço,
fraturas pélvicas com sangramento intenso e múltiplas fraturas.
Classificar em qual nível se encontra a vítima é essencial quando temos situações com
múltiplas vítimas. Ao realizar a avaliação inicial da vítima, o socorrista irá determinar em qual
nível ela se encontra e determinar a prioridade do atendimento.
Ao chegar próximo à vítima, é importante que o socorrista conduza uma comunicação efetiva
com ela. Pergunte o nome dela, se apresente, informe que você gostaria de ajudá-la e obtenha
o consentimento da vítima (ou do familiar).
Lembre-se que a vítima tem o direito de recusar o atendimento e não fornecer o consentimento
aos socorristas, entretanto, se houver risco a vida para a vítima, tente argumentar com ela a
fim de obter o consentimento formal, se mesmo diante de seus esforços para obter o
consentimento, a vítima continuar a recusa ao atendimento, o socorrista deverá realizar a
documentação da recusa da vítima em receber o atendimento emergencial ou obter
testemunhas que presenciaram a vítima recusar o atendimento.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, em seu capítulo III que trata
“Da periclitação da vida e da saúde”, o artigo 135 nos diz que a omissão de socorro é: -
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave
e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Durante a avaliação da vítima inicie pelas vias aéreas e coluna cervical, em seguida pela
respiração, circulação e sangramentos, estado neurológico e, por fim, exponha a vítima para
examiná-la com maior rigor.
• Estado neurológico: a vítima pode estar alerta ou ao contrário, pode não responder
aos estímulos. É necessário saber o nível de consciência da vítima, assim como, as
funções sensoriais e motoras;
• Exposição da vítima: procure no corpo da vítima lesões não vistas anteriormente, deixe
a vítima protegida, principalmente de baixas temperaturas, pois ela pode evoluir para
uma hipotermia.
De acordo com a sua categoria profissional, você terá maior ou menor habilidade em efetuar
os procedimentos em primeiros socorros, entretanto, não realize nenhum procedimento que
você não está apto a fazer. A seguir estão descritas algumas habilidades que os profissionais
da saúde estão aptos a fazer em primeiros socorros.
• Controlar sangramentos;
<AMPLIANDO O CONHECIMENTO>
Agora, você deverá ler nos “Protocolos de Intervenção para o SAMU 192” o item BC1 –
Avaliação primária do paciente, disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf
<FECHAR BOX>
A seguir, vamos explorar mais sobre os sinais vitais no atendimento à vítima visto que essas
informações são parâmetros importantes para a prestação do socorro.
Segundo Porto e Souza (2014) cap 21 p. 476, “os sinais vitais expressam o funcionamento e
as alterações dos órgãos e/ou sintomas mais relacionados com a manutenção da vida”. O
pulso, a pressão arterial, a frequência respiratória, a temperatura corporal são considerados
sinais vitais. Apesar de ser um sintoma, dentro da área de saúde, a dor é conhecida como o
quinto sinail vital.
Em serviços de emergência, os sinais vitais são aferidos pelos profissionais de saúde, em sua
maioria pela equipe de enfermagem e registrados em prontuários médicos. Ao analisar esses
parâmetros de registro dos sinais vitais, perceberam que os pacientes que sobreviveram ao
evento adverso à saúde possuíam menos alterações dos parâmetros vitais durante o período
em que tiveram internados em unidades de emergência hospitalar.
2.2.1 Pulso
A frequência cardíaca no adulto varia entre 60 a 100 batimentos por minuto. Durante os
episódios de taquicardia, temos os batimentos cardíacos acima de 100 por minuto; enquanto
na bradicardia, a FC está abaixo de 60 batimentos por minuto.
<INSERIR EM GLOSSÁRIO>
Pulso irregular: Pulsações com intervalos desiguais, mais longos e/ou mais curtos.
<FECHAR GLOSSÁRIO>
Para aferir o pulso periférico, o examinador deve escolher a artéria a ser avaliada e palpá-la
com os dedos médios contra o osso adjacente (figura 1).
Os locais para verificação do pulso periférico são variados (figura 2), porém, em situações de
emergência, recomenda-se aferir o pulso carotídeo em adultos e o braquial em bebês.
Figura 2: Locais para palpação do pulso periférico
A pressão arterial (PA) “consiste na força exercida pelo sangue sobre a parede dos vasos”
(PORTO; SOUZA, 20, p. 476).
A pressão arterial sistólica (PAS) é a “pressão máxima sentida na artéria durante a contração
ventricular esquerda ou sístole, enquanto a pressão arterial diastólica (PAD) corresponde a
um rechaço elástico, de repouso, que o sangue exerce constantemente entre cada contração”
(JARVIS, 20, p. 136). Quando atribuímos o valor da PA em 120x80 mmHg, o primeiro valor
corresponde a PAS, o segundo valor a PAD e a unidade padrão utilizada é milímetros de
mercúrio.
A AHA classifica as crises hipertensivas em situações de urgência, quando a PAS está acima
de 180 mmHg e a PAD acima de 120 mmHg e as crises hipertensivas consideradas
emergências, além da pressão estar elevada (180x120 mmHg), ocorre também danos em
órgão importantes.
É aceitável os valores da PA para um adulto entre 140x90 mmHg e 80x50 mmHg. Não existe
classificação para a hipotensão arterial, contudo, em estados de choque, ocorre a queda da
PA abaixo de 80x50 mmHg ou 30 mmHg inferior da pressão basal da vítima.
A escolha correta dos instrumentos de aferição da PA tem como objetivo obter dados
fidedignos na medida, desta forma, o esfigmomanômetro deve ser calibrado com frequência
e o tamanho manguito apropriado para adultos e crianças (figura 3).
<INSERIR EM GLOSSÁRIO>
<FECHAR GLOSSÁRIO>
Ao avaliar a respiração de uma vítima, o socorrista não deve informar a pessoa que sua
Frequência Respiratória (FR) está sendo avaliada, desta forma, o profissional realizar a
contagem da FR enquanto mantem os dedos médios no pulso. A avaliação da FR é realizada
durante 1’, no qual devemos observar outros aspectos, tais como:
Segundo Jarvis (2012) existem uma proporção de 4:1 entre a frequência de pulso e a
frequência respiratória, desta forma, o quadro 3 demonstra a frequência respiratória
esperadas por faixa etária.
Faixa etária Frequência respiratória
Recém nascido 30 – 40
1 ano 20 – 40
2 anos 25 – 32
8-10 anos 20 – 26
12-14 anos 18 – 22
16 anos 12 – 20
Acima de 18 anos 10 - 20
Ritmo regular
Ritmo irregular
Aumento da pressão
intracraniana
2.2.4 Temperatura
Segundo Porto e Souza (2014), é considerado febre leve a temperatura de 37,5ºC, moderada
de 37,6 a 38,5ºC e alta acima de 38,6ºC.
O socorrista poderá encontrar a vítima com a temperatura alterada, entretanto, não é sempre
que o termômetro estará disponível, desta forma, avalia-se a temperatura relativa da pele ao
colocar o dorso da mão na região frontal da cabeça. Em situações de Urgência e Emergência
a hipotermia pode ser causada por lesão medular ou exposição ao frio e nos casos de
hipertermia por febre ou insolação.
<INSERIR EM GLOSSÁRIO>
2.2.5 Dor
Em 1979 a International Association for the Study of Pain (IASP), definiu a dor como “uma
experiência sensorial e emocional desagradável associada a, ou semelhante àquela
associada a, dano real ou potencial ao tecido”. Porém, essa definição foi revisada em 2020 e
acrescentou-se alguns elementos descritos abaixo:
• “A dor é sempre uma experiência pessoal que é influenciada em vários graus por
fatores biológicos, psicológicos e sociais”.
• “Dor e nocicepção são fenômenos diferentes. A dor não pode ser inferida apenas da
atividade dos neurônios sensoriais”.
• “O relato de uma pessoa de uma experiência como dor deve ser respeitado”.
• “Embora a dor geralmente desempenhe um papel adaptativo, ela pode ter efeitos
adversos na função e no bem-estar social e psicológico”.
<AMPLIANDO O CONHECIMENTO>
Agora, você deverá ler o artigo “Dor: avaliação do 5º sinal vital. Uma reflexão teórica” de
autoria de Lucimeire Araújo; Bruna Romero, disponível em
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
00132015000400291&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. O texto levanta as questões referentes à dor
como o quinto sinal vital para os profissionais da área de saúde.
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A dor aguda é um importante sinal de alerta emitido pelo cérebro que indica que algo está
errado, desta forma, a dor aguda é um sintoma que não deve ser ignorado pelo socorrista.
Esse tipo de dor tem a função de alertar para uma lesão e é localizada facilmente pela vítima.
Para o socorrista, a dor aguda é uma importante informação que irá direcioná-lo para a
avaliação da vítima, e possivelmente indicará a localização do traumatismo ou da condição
de saúde alterada. Desta forma, o socorrista poderá utilizar-se de escalas unidimensionais
para avaliar a dor da vítima, assim, quanto maior for a intensidade de dor, mais alta será a
nota que a vítima atribuirá na escala.
Na figura 6, temos exemplos de dois tipos de escalas, a escala de faces e a escala numérica,
ambas avaliam apenas uma dimensão da dor (sensorial), mais voltada para a intensidade da
dor.
A escala numérica, é representada pelos numerais de 1 a 10, sendo que o número 1 indica
uma dor fraca e o número 10, a pior dor sentida; o restante dos números indicam intensidade
de dor intermediárias. O número zero não é indicado nessa escala, porém, ele representa a
ausência de dor.
Na escala de faces, temos a representação de cinco faces, sendo que a primeira (feliz)
representa a ausência de dor e a última (choro) indica a pior dor possível; as outras faces
indicam intensidade de dor intermediária. O socorrista também pode observar expressões de
dor na face da vítima
https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/man-points-at-a-pain-scale-
in-the-book-ukapo-foto-jornal%C3%ADstica/1038814976?adppopup=true
Provavelmente você não estará com as escalas de dor na cena onde ocorreu a urgência ou
emergência, mas, você pode deixar a vítima expressar a dor por meio de palavras (escala
verbal) no qual a vítima escolherá a palavra que mais representa a dor sentida (nenhuma dor,
pouca dor, dor moderada, dor forte e pior dor). Ou solicitar a vítima que atribua uma nota para
a dor daquele momento, onde o zero representa a ausência de dor e o dez a pior dor já
sentida, lembrando que os outros números intermediários também devem ser utilizados
lembrando que quanto mais próximo ao zero, menor é a intensidade de dor e, quanto mais
próximo ao 10, maior será a intensidade de dor.
2.3 Conclusão
Após estudar esse capítulo, podemos entender que a avaliação inicial da vítima oferece
subsídios para o socorrista executar os procedimentos necessários durante os primeiros
socorros. O socorrista deve seguir uma sequência lógica e possuir habilidades cognitivas,
motoras e emocionais para prestar o socorro à vítima em situação de urgência ou emergência.
Os sinais vitais são parâmetros que refletem as condições de saúde e podem alterar-se
rapidamente indicando a piora do estado de saúde e possibilidade de agravamento da vítima.
Resumo
A chamada “Hora de Ouro” é essencial para o socorro da vítima, pois é durante a primeira
hora que a vítima recebe os primeiros atendimentos pré-hospitalar e/ou intra-hospitalar que
garante a sua sobrevivência e diminui as chances de óbito ou de sequelas graves.
Nesse atendimento, o socorrista irá realizar a avaliação da vítima começando pelas vias
aéreas, coluna cervical, respiração, circulação e sangramentos, estado neurológico,
exposição da vítima e controle da temperatura.
Os sinais vitais também são importantes nesse momento e devem ser avaliados a cada 2 a 5
minutos. São considerados “sinais vitais” o pulso (frequência cardíaca), a respiração
(frequência respiratória), a pressão arterial, a temperatura e a dor.
A frequência cardíaca (FC) deve ser avaliada por 60 segundos no pulso radial, braquial ou
carotídeo. Em um adulto a média da FC é de 70 batimentos por minuto, o pulso deve ser
regular e cheio.
A pressão arterial (PA), na maioria das vezes, é aferida nos membros superiores com um
esfigmomanômetro e estetoscópio. A PA em um adulto é em média em torno de 120x80
mmHg, a PA sistólica acima de 130 mmHg e/ou a PA diastólica acima de 85 mmHg são
consideradas elevadas. A PA considerada baixa e pode ser considerada indícios de choque
quando está abaixo de 80x50 mmHg.
A temperatura axilar normal está na faixa entre 35,5 a 37ºC. Podemos considerar febre
quando a temperatura corporal é a partir de 37,5ºC ou mais.
A dor, apesar de ser um sintoma, é considerada o 5º Sinal vital e é medida por meio de
escalas. No cenário de um acidente, é comum a vítima apresentar dor aguda e facilmente
localizada por ela. O socorrista deve determinar o grau de dor da vítima e solicitar a descrição
desse sintoma.
Leitura(s)
ARAUJO, Lucimeire Carvalho de; ROMERO, Bruna. Pain: evaluation of the fifth vital sign. A
theoretical reflection. Rev. Dor. v. 16, n. 4, p. 291-296, Dez., 2015. Disponível
em:<https://www.scielo.br/pdf/rdor/v16n4/pt_1806-0013-rdor-16-04-0291.pdf>. Acesso em:
10 Fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção
para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde,
2016.
Referências
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para estudantes. Barueri. Manole, 2002.
JARVIS, Carolyn. Exame físico e avaliação de saúde para enfermagem. In: ______.
Ectoscopia, medidas, vinais vitais. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2014. Cap 9, p.
127-174.
KARREN, Keit J.; HAFEN, Brent Q.; LIMMER, Daniel; MISTOVICH, Joseph J. Primeiros
socorros para estudantes. Barueri. Manole, 2014.
OLIVEIRA Gabriella Novelli et al. Alteração de sinais vitais e desfecho clínico de pacientes
admitidos em unidade de emergência. Rev. Enferm. UFSM. v.10, n. 81, p. 1-19, 2020.
Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/42559/html> Acesso em: 19
nov. 2020.
PORTO, Celmo Celeno. Exame clínico. In: PORTO, Celmo Celeno; DE SOUZA, Pedro
Jorge Leite Gayoso. Sinais vitais. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2014. Cap 21, p.
475-479.
POTTER, Patricia Ann; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. In: FETZER,
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RAJA, Srinivasa et al. The revised International Association for the Study of Pain definition of
pain: concepts, challenges, and compromises. PAIN. v. 161, n. 9, p 1976-1982, Set., 2020.
VILLEGAS GONZALEZ, Juliana; VILLEGAS ARENAS, Oscar Alberto; VILLEGAS
GONZALEZ, Valentina. Semiologia de los signos vitales: una mirada novedosa a un problema
vigente. Archivos de Medicina. Jul., 2012. Disponível em:
<https://www.thefreelibrary.com/Semiologia+de+los+signos+vitales%3a+una+mirada+noved
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