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Cavidade Oral e

Esôfago

Nutrição • Núcleo 5 • Ciclo 2


SAÚDE ORAL E DENTAL

 A dieta e a nutrição  desenvolvimento dos dentes, na integridade


da gengiva e mucosa, na força dos ossos bem como na prevenção e
no tratamento das doenças da cavidade oral.
 A nutrição  desenvolvimento, a manutenção e a reparação de
dentes e tecidos orais.
 O estado da cavidade oral  capacidade de uma pessoa consumir
uma dieta adequada e alcançar o equilíbrio nutricional.

Krause, 2018
TIPOS DE PATOLOGIA

• Cárie dentária
• Doença periodontal
• Câncer de boca

Krause, 2018
VAMOS RELEMBRAR??
VAMOS RELEMBRAR??
VAMOS RELEMBRAR??
VAMOS RELEMBRAR??
CÁRIE DENTÁRIA

 Doenças infecciosas mais comuns;


 Doença infecciosa oral em que os metabólitos de ácido orgânico
levam à desmineralização gradual do esmalte do dente, seguida por
rápida destruição proteolítica da estrutura do dente.

Desenvolvimento  Quatro deles devem estar presentes


simultaneamente:
 um hospedeiro ou superfície dental suscetível;
 microrganismos (Streptococcus ou Lactobacillus) na placa dentária ou na cavidade
oral;
 carboidratos fermentáveis na dieta (substrato para as bactérias);
 tempo (duração) na boca para as bactérias metabolizarem os carboidratos
fermentáveis, produzirem ácidos e causar uma queda no pH salivar para menos de
5,5.

Krause, 2018
FORMAÇÃO DE CÁRIE DENTAL

Krause, 2018
CARIOGENICIDADE

 Propriedades propiciadoras de cárie de uma dieta ou alimento;


 Frequência de consumo
 Forma do alimento (líquida ou sólida, que se dissolve lentamente)
 Sequência de consumo de certos alimentos e bebidas
 Combinação de alimentos
 Composição de nutrientes de alimentos e bebidas
 Duração da exposição dos dentes
 Carboidratos fermentáveis: grãos, frutas, laticínios e alguns vegetais

Krause, 2018
CARIOGENICIDADE

 Cariogênicos  contêm carboidratos fermentáveis, que, quando em


contato com os microorganismos (m.o) na boca, podem causar uma queda
no pH salivar para 5,5 ou menos e estimular o processo de cárie.
 Cariostáticos  não contribuem para a cárie, não são metabolizados por
m.o e não causam uma queda no pH salivar para 5,5 ou menos dentro de
30 minutos.
Ex: alimentos ricos em proteínas (ovos, peixes, carnes e aves), a maioria dos vegetais,
gorduras e gomas sem açúcar.

 Anticariogênicos  quando consumidos antes de um alimento


acidogênico, impedem a placa de reconhecer o alimento acidogênico.
Ex: queijo cheddar envelhecido, queijo suíço (caseína, cálcio e fosfato no queijo), xilitol.
Krause, 2018
DIRETRIZES DE PREVENÇÃO DE CÁRIE

 Escovar pelo menos duas vezes ao dia, preferencialmente após as


refeições.
 Enxaguar a boca após as refeições e lanches.
 Mastigar goma sem açúcar por 15 a 20 minutos após as refeições e
lanches.
 Passar fio dental duas vezes ao dia.
 Usar creme dental fluoretado.
 Combinar alimentos cariogênicos com alimentos cariostáticos.
 Fazer lanches com alimentos cariostáticos e anticariogênicos tais como
queijos, nozes, pipoca e vegetais.
 Limitar a ingestão de carboidratos fermentáveis (comestíveis ou líquidos)
entre as refeições.

Krause, 2018
PERDA DENTAL* E PRÓTESES

 Edentulismo* e as próteses removíveis (dentaduras) podem ter


um efeito importante nos hábitos alimentares, função
mastigatória, olfato e adequação nutricional.
 Os alimentos conhecidos por causarem maior dificuldade para
as pessoas com próteses totais incluem frutas frescas inteiras e
vegetais (p.ex., maçãs e cenouras), pães com casca dura e
carnes de músculos inteiras.

Krause, 2018
PRODUTOS NATURAIS E SAÚDE ORAL

Krause, 2018
DOENÇA PERIODONTAL

 Inflamação da gengiva com infecção causada por bactérias


orais e subsequente destruição do aparato de inserção dos
dentes.
 Fator causal primário no desenvolvimento de doença
periodontal é a placa  sulco gengival, produz toxinas que
destroem o tecido e permitem o amolecimento dos dentes.
 Fatores importantes na defesa da gengiva contra a invasão
bacteriana:
1. Higiene oral
2. Integridade do sistema imunológico
3. Nutrição ideal.

Krause, 2018
DOENÇA PERIODONTAL: CUIDADO NUTRICIONAL

 ↓ de vitamina C, ácido fólico e zinco  ↑permeabilidade da


barreira gengival no sulco gengival, aumentando a suscetibilidade
à doença periodontal.
 Deterioração grave da gengiva  escorbuto.
 Vitaminas A, E, betacaroteno e proteínas  papel na manutenção
da integridade gengival e do sistema imunológico.
 Consistência modificada dos alimentos com a finalidade de
minimizar os déficits de nutrientes.
 Cálcio e da vitamina D  osteoporose e a doença periodontal.

Krause, 2018
MANIFESTAÇÕES BUCAIS DE DOENÇAS SISTÊMICAS

 Diabetes Mellitus  síndrome de ardência bucal, doença periodontal,


candidíase, cárie dentária e xerostomia.
 Infecções fúngicas da orofaringe  boca dolorosa e ardente e disfagia. As
úlceras que acompanham as infecções virais (herpes simples e
citomegalovírus)  ingestão oral reduzida.
 Cânceres de cabeça, pescoço e orais  capacidade de alimentação ou
deglutição, capacidade de produzir saliva e xerostomia
 Infecção por HIV e AIDS  estomatite, a xerostomia, a doença Periodontal,
candidíase e o sarcoma de Kaposi.

Krause, 2018
MANIFESTAÇÕES BUCAIS DE DOENÇAS SISTÊMICAS

Agudas sistêmicas Crônicas


(câncer e infecções) (DM, doenças autoimunes e DRC)

Alteram a dieta e o estado nutricional

Krause, 2018
ESÔFAGO

Krause, 2018
ESÔFAGO: ANATOMIA

Krause, 2018
ESÔFAGO

 Tubo muscular com um comprimento médio de 25 cm em adultos;


 Função: o transporte de sólidos e líquidos da boca para o estômago.
 Como um bolo alimentar é movido voluntariamente da boca até a
faringe, o esfíncter esofágico superior (EES) relaxa, o alimento se move
para o esôfago e as ondas peristálticas movem o bolo para baixo do
esôfago; o esfíncter esofágico inferior (EEI) relaxa para permitir que o
bolo passe para o estômago.

 Tempo médio de trânsito é de 5 segundos na posição ereta e de até


30 segundos em decúbito dorsal.

Krause, 2018
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) E ESOFAGITE

Processo fisiológico normal que ocorre várias vezes ao dia em neonatos, crianças e adultos
saudáveis.
Está associado ao relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago,
independentemente da deglutição, o que permite que o conteúdo gástrico entre no esôfago.
As informações de que se tem conhecimento sobre a fisiologia normal do refluxo
gastroesofágico em neonatos são limitadas, mas existem relatos de ocorrência de
regurgitação, como sintoma mais visível, em 50% dos recém-nascidos.
(Lightdale et al., 2013)

DRGE  Refluxo de ácido gástrico e/ou conteúdo intestinal para o esôfago;


Refluxo crônico: dor subesternal, eructação, espasmo esofágico, irritação faríngea, rouquidão,
regurgitação, pirose, sialorréia e sintomas asmáticos.
(Krause, 2005 / Chemin 2007)
Doença prolongada: Esofagite, ulceração, cicatriz e em alguns casos disfagia.
DRGE: DIAGNÓSTICO E SINTOMAS

 A presença de sintomas sem anomalias ou erosões ao exame endoscópico- EDA;


 Azia (sensação dolorosa de queimação e duração) relativamente curta que se
irradia por trás do esterno, e regurgitação, ou ambas, pelo menos uma vez por
semana;
 Sintomas da doença mais comum à noite;
 Dor no peito não cardíaca;
 Relação da doença com a obesidade;
 Relação da doença com pacientes com DPOC;
 Gestantes tendem a cursar DRGE, por causa do
aumento da pressão intra-abdominal.

Krause, 2018
DRGE: DIAGNÓSTICO E SINTOMAS

Krause, 2018
DRGE: FISIOPATOLOGIA

O mecanismo mais comum responsável pelo refluxo é o relaxamento transitório do


EEI, o qual é desencadeado pela distensão gástrica e permite expelir os gases do
estômago. Em média, o relaxamento transitório persiste por cerca de 20 segundos,
um tempo significativamente maior do que o relaxamento normal induzido pela
deglutição.

Krause, 2018
ESOFAGITES

ESOFAGITE EROSIVA
Exposição prolongada ao ácido, resultando em esofagite, erosões esofágicas,
ulceração, formação de cicatrizes e estenose;
Pessoas que apresentam hipersensibilidade ao ácido. Um fator que contribui para a
maior sensibilidade do esôfago ao ácido é o comprometimento da função de barreira
da mucosa.

ESOFAGITE AGUDA
Pode ser causada por refluxo, ingestão de agente corrosivo, infecção viral ou
bacteriana, intubação, radiação ou infiltração eosinofílica.

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA
Caracteriza-se por uma infiltração eosinofílica isolada e grave do esôfago manifestada
por sintomas semelhantes aos da DRGE que podem ser causados por uma resposta
imune.
Krause, 2018
ESOFAGITE
A gravidade da esofagite é influenciada por:
Composição, frequência e o volume de refluxo gástrico;
Resistência da mucosa;
Taxa de esvaziamento do esôfago e gástrico .

As principais consequências do refluxo ocorrem devido aos fatores abaixo, que diminuem a
resistência do tecido esofagiano à agressão e à eficácia dos mecanismos de clareamento
esofagiano: (Chemin)
- diminuição da eficácia dos mecanismos anti-refluxo;
- volume alimentar;
- alterações no tempo de esvaziamento do
conteúdo gástrico;
- da natureza e da gravidade (pH) do
material refluído.

Krause, 2018
ESOFAGITE

A pressão do EEI também está diminuída em situações como:

Distúrbios tipo esclerodermia;


Relaxantes da musculatura lisa;
Gestação, mulheres que usam anticoncepcionais orais com
progesterona e até mesmo no estágio final de um ciclo menstrual;
O fumo e o uso crônico de AINES também podem aumentar o riso de
esofagite;

Krause, 2018
Krause, 2018
ACALASIA (DISSENERGIA ESOFÁGICA)
Distúrbio da motilidade do esôfago inferior
(CUPPARI,2014)
A destruição do plexo de Auerbach causa diminuição da inervação
colinérgica da musculatura esofágica. Isso leva a hipertonia e não
relaxamento do esfíncter;
Esôfago acumula os líquidos ingeridos e com a pressão da gravidade
ocorre a abertura do EEI passagem de pequenos volumes para o
estômago;

Krause, 2018
HÉRNIA DE HIATO

O esôfago atravessa o diafragma por meio do hiato ou do anel esofágico.


A conexão do esôfago com o anel hiatal pode ser prejudicada,
permitindo que uma porção da parte superior do estômago se desloque
acima do diafragma.

Krause, 2018
ESÔFAGO DE BARRET (EB)

 Condição pré-cancerosa em que o epitélio escamoso normal do esôfago é


substituído por um epitélio colunar anormal conhecido como metaplasia
intestinal especializada (tecido semelhante ao revestimento do intestino);
 Etiologia desconhecida;
 Risco de Adenocarcinoma Esofágico;
 DRGE é um fator de risco, além de meia idade, pessoas brancas do sexo
masculino, obesidade, tabagismo e histórico familiar de EB ou
adenocarcinoma esofágico;
 Fator protetor: estrogênio.

Krause, 2018
ESÔFAGO DE BARRET (EB)
TRATAMENTO CLÍNICO E CIRURGICO

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO:
 Supressão de secreção de ácido;
 Elevar o ph>4,0 com inibidores da bomba de prótons, diminuindo a
produção de ácido pelas células parietais gástricas;
 Formas mais brandas: antagonistas dos receptores de H2, e antiácidos
que tamponam o ácido gástrico no esôfago ou no estômago para
reduzir a azia;
 Procinéticos que aumentam as contrações do estômago auxiliam
pessoas que possuem retardo do esvaziamento gástrico;

Krause, 2018
MEDICAMENTOS COMUNS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS
DO SISTEMA GASTROINTESTINAL SUPERIOR

Krause, 2018
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL

 Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda;


 Auxiliar na prevenção do refluxo gastro- esofágico;
 Contribuir para o aumento da pressão do EEI;
 Corrigir e manter o peso ideal;

Cuppari, 2014
MODIFICAÇÕES NO ESTILO DE VIDA E ALIMENTAÇÃO

 Fatores que desencadeiam os sintomas de refluxo: cafeína, álcool, tabagismo e estresse;


 Fracionamento e menor porcionamento das refeições;
 Tratar a obesidade;
 Alimentos carminativos: menta, café e hortelã reduzem a pressão no esfíncter esofagiano
superior;
 Bebidas alcoólicas e fermentadas estimulam a secreção do suco gástrico e devem ser
limitadas;
 Devem ser evitados alimentos altamente ácidos: tomate, sucos cítricos e refrigerantes;
 Para pacientes com esofagite grave, uma dieta líquida com baixo teor de lipídios inicialmente
minimiza a distensão do esôfago, passa mais facilmente através de áreas constritadas e
passa rapidamente pelo estômago
 Pacientes com lesões no esôfago e TGI devem evitar pimentas (tipo de pimenta pode fazer
diferença);
 Respeitar a individualidade de aceitação, que por experiência própria do paciente causem
desconforto e desencadeie os sintomas;

Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES

Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES

Shemin, 2011
TRATAMENTO CIRURGICO

Fundoplicatura de Nissen, ainda a cirurgia mais utilizada;


Indicação: crianças com sintomas intratáveis e pessoas que lograram
êxito com o tratamento clínico, aquelas que optam pela cirurgia apesar
de um tratamento clínico bem sucedido;
Pode ser realizado com uma técnica aberta
ou laparoscópica, o fundo, ou a porção
superior do estômago, envolve 360 graus a
parte inferior do esôfago e é suturado no
lugar para limitar o refluxo.

Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES

Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES

Krause, 2018
FITOTERAPIA

Erva cidreira ou Melissa officinalis


Nome popular: erva cidreira, melissa
Nome científico: Melissa officinalis
Parte utilizada: folhas
Padronização/Marcador: Ácidos hidroxicinâmicos expressos em ácido rosmarínico
Derivado vegetal: Extratos
Origem: Europa Meridional

Alegação de uso: Carminativo, antiespasmódico e ansiolítico leve

Posologia:
Infusão: 2 a 4g (1-2 c. de sobremesa) em 150ml de água
Dose Diária: 60 a 180 mg de ácidos hidroxicinâmicos expressos em ácido rosmarínico

Krause, 2018
FITOTERAPIA

Boldo do Chile ou Peumos boldos Molina


Nome popular: Boldo do chile
Nome científico: Peumos boldos Molina
Parte utilizada: folhas
Padronização/Marcador: Alcaloides totais expressos em boldina
Derivado vegetal: Extratos
Origem: Andes chilenos

Alegação de uso: Colagogo, colerético, dispepsias funcionais e distúrbios gastrointestinais espásticos

Posologia:
Infusão: 1 a 2g (1-2 c. chá) em 150ml de água, usar 01 xícara de chá 2x ao dia
Dose Diária 2 a 5 mg alcaloides totais expressos em boldina

Krause, 2018
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Malignidades da cavidade bucal (lábios e interior da boca, incluindo a porção frontal da


língua e o céu e o assoalho da boca), a orofaringe (porção posterior da língua e a parte
da garganta por trás da cavidade bucal), a laringe e o esôfago.
A maioria os pacientes com câncer de cabeça e pescoço apresentam-se desnutridos por
ocasião do diagnóstico.
A disfagia é uma característica desse tipo de câncer e ocorre em consequência da
obstrução mecânica, do comprometimento sensorial ou da odinofagia (deglutição
dolorosa).
Nesses pacientes, há alta prevalência do abuso de álcool e do tabagismo prolongado,
também associados à desnutrição crônica.

Krause, 2018
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Estimativa de novos casos de câncer de boca: 14.700, sendo 11.200 homens e


3.500 mulheres (2018 - INCA)
Número de mortes: 5.898 sendo 4.672 homens e 1.226 mulheres (SIM - 2015)
Prevenção e Fatores de risco:
 Tabagismo – o risco aumenta de acordo com o tempo de exposição ao fumo e com a
carga tabágica (número de cigarros fumados por dia)
 Etilismo
 Mascar betel (mistura de semente de areca – um gênero de palmeira –, folhas de
Piper betle –um tipo de pimenteira – e, geralmente, tabaco. Há outras variações
desta mistura). A semente de areca libera substâncias altamente cancerígenas
 Infecção pelo papilomavírus humano (HPV) tipo 16
 Exposição à radiação solar (para o câncer de lábio)
 Excesso de gordura corporal
 Gênero e Idade – a doença é mais frequente em homens brancos acima de 40 anos
 Imunosupressão
INCA, 2018
CÂNCER DE BOCA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
 Diagnóstico
Exame clínico  biópsia
Exames de imagem  tomografia computadorizada

 Tratamento
Cirúrgico  depende da avaliação do cirurgião

INCA, 2018
CÂNCER DE BOCA: DIETOTERAPIA

 Dependendo do local do tumor, o procedimento cirúrgico pode


alterar significativamente a anatomia e resultar na formação de
cicatrizes capazes de afetar negativamente a deglutição.
 Gastrostomia.

Krause, 2018
CIRURGIA DO ESÔFAGO

 indicação primária para uma esofagectomia é o câncer de esôfago


ou o esôfago de Barrett com alto grau de displasia.
 A nutrição por via enteral é preferível; entretanto, se o sistema GI
não estiver funcionando, deve-se recorrer à nutrição parenteral (NP)

Krause, 2018
CIRURGIA DO ESÔFAGO: DIETOTERAPIA

 FASE PRÉ-OPERATÓRIA
A dificuldade de deglutição (disfagia) é o problema mais comum
identificado em pacientes que aguardam uma esofagectomia.
As mudanças alimentares podem variar de alimentos regulares
devidamente mastigados e ingeridos lentamente a alimentos moles ou a
alimentos pastosos ou batidos no liquidificador.
Os pacientes podem beneficiar-se também de suplementos
nutricionais orais densamente calóricos para maximizar a ingestão de energia
e proteína.
A terapia nutricional, mediante sonda nasoentérica inserida no
paciente antes da cirurgia, pode ser necessária se as alterações na
alimentação oral não evitarem maior perda de massa corporal.

Krause, 2018
CIRURGIA DO ESÔFAGO: DIETOTERAPIA

 FASE PÓS-OPERATÓRIA
Um procedimento de transposição de tubo gástrico (gastric pull-up)
envolve a remoção de um segmento ou da totalidade do sistema esofágico e
a sua substituição pelo tecido estomacal.
Entre as complicações após esse procedimento estão o maior risco de
aspiração, disfagia, vazamento anastomótico, infecção da ferida cirúrgica e
estenose no local da anastomose.
Pode-se colocar um tubo de alimentação de jejunostomia durante a
cirurgia para a nutrição no período pós-operatório até que a ingestão oral
adequada seja recuperada.
O cronograma da sonda de terapia nutricional pode passar de
contínuo a cíclico durante a noite, enquanto o paciente faz a transição para
uma dieta por via oral durante o dia.

Krause, 2018
TRANSPOSIÇÃO DE TUBO GÁSTRICO
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS APÓS A ESOFAGECTOMIA

1. Após a esofagectomia, a terapia nutricional é prestada através de um


tubo de alimentação de jejunostomia. O paciente não pode comer ou
beber nada por via oral até que seja instruído pelo médico a fazê-lo.
2. Iniciada a dieta por via oral, o paciente recebe orientações específicas
sobre como reduzir gradativamente a alimentação por sonda e avançar a
dieta oral (de goles de líquidos transparentes a muito tenros e úmidos).
3. A redução da alimentação por sonda e a adaptação à dieta oral podem
levar várias semanas. Após a suspensão da alimentação por sonda, o
paciente deve continuar a lavar o tubo de jejunostomia diariamente. O
processo de adaptação do paciente à dieta por via oral continuará por
cerca de três meses.

Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS APÓS A ESOFAGECTOMIA
4. Durante os três meses de transição:
• Fazer seis pequenas refeições por dia e incluir fontes de proteínas e lipídeos em cada
uma.
• Escolher alimentos muito tenros e úmidos que possam ser facilmente cortados com o
lado do garfo ou da colher e usar molhos para umedecê-los.
• Aumentar gradativamente o volume e a variedade dos alimentos a cada refeição.
• Evitar cascas, sementes, amêndoas ou carnes secas, pães, pasta de amendoim,
alimentos fritos ou gordurosos, legumes crus, milho e ervilhas cozidos e frutas cruas.
• Evitar alimentos que possam causar azia e refluxo estomacal, como cafeína, frutas
cítricas, abacaxi, tomate, bebidas carbonatadas, mentas e álcool.
• Não beber mais de 118 mL de água ou outros líquidos com as refeições. Beber líquidos
cerca de 30 minutos antes ou após a refeição, sorvendo lentamente.
• Evitar doces concentrados e açúcares.
• Comer devagar e mastigar bem os alimentos.
Krause, 2018
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS APÓS A ESOFAGECTOMIA

5. Depois de três meses, deve-se voltar a acrescentar maior quantidade de


alimentos à dieta, experimentando uma comida ou bebida nova de cada
vez.
6. Depois de seis meses, o paciente deve estar alimentando-se
normalmente. Ainda é aconselhável, no entanto, fazer refeições pequenas e
frequentes.

Krause, 2018
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Msc. Daniel Chreem
daniel.chreem@celsolisboa.edu.br

Dra. Juliana Pandini


juliana.pandini@celsolisboa.edu.br

Dra. Paula Paraguassu


paula.paraguassu@celsolisboa.edu.br

Núcleo 5 Msc. Viviane Dias


viviane.dias@celsolisboa.edu.br

Telefone coordenação: 3289-4730 / Ramal: 230

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