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DOENÇAS ORAIS
Função:
Adaptação à temperatura interna
Trituração mecânica
Umidificação
Movimentos para deglutição
Hidrólise química
Objetivos
• Facilitar e viabilizar ingestão e deglutição
• Evitar ingestão alimentar inferior às necessidades para evitar desnutrição
• Evitar dor, quando há lesões
• Corrigir deficiências de nutrientes que levaram às lesões
• Modificação de consistência
• Enriquecimento de preparações líquidas/semi-líquidas
• Fracionamento adequado para alcançar o teor calórico
• Adequação de temperatura e da consistência
• Evitar preparações picantes (tempero, acidez)
• Adequação de técnica de alimentação, após avaliação criteriosa do estado
nutricional e condições de ingestão
• Estímulo através de técnicas gastronômicas
1. Tipos de lesões/problemas
A. Alterações congênitas
B) CÁRIE DENTÁRIA
Ácido (metabolismo microorganismos) /desmineralização esmalte /destruição
proteolítica da estrutura dentária.
* A cárie dentária é uma das doenças orais infecciosas, preveníveis, dos dentes, na qual
os ácidos orgânicos produzidos pelos micro-organismos orais leva à desmineralização
gradual do esmalte do dente, seguida por rápida destruição proteolítica da estrutura do
dente, e é a principal causa de perda de dentes em crianças e adultos (MAHAN,
ESCOTT-STUMP, 2010; SHILS, 2009).
Fisiopatologia
* A etiologia das cáries dentárias envolvem vários fatores. Quatro devem estar presentes
simultaneamente: (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010)
(3) Dieta com carboidratos fermentáveis, que serve como substrato para a bactéria. Os
ácidos produzidos pelo seu metabolismo causam uma queda no pH salivar de <
5,5, criando um ambiente para a cárie.(MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).O
intervalo entre a ingestão de lanches e refeições também influenciam a formação
de cáries. À medida que aumenta a frequência e a exposição ao açúcar e ao
amido, aumenta também o risco da cárie. Quanto maior for a frequência de
consumo de carboidratos fermentáveis, maior será o número de vezes que o pH da
placa cairá a níveis ácidos; e como as quedas de pH podem durar até 30 minutos
após cada “agressão”, quanto maior for a freqüência dos episódios alimentares,
maior será o risco de desmineralização. (SHILS, 2009)
Cariogenicidade de alimentos
Alimentos cariostáticos: ou alimentos que não contribuem para a cárie, não são
metabolizados por mo na placa e não causam redução no pH salivar para 5,5 ou
menos em 30 minutos (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).
Exemplos: alimentos protéicos (ovos, peixes, carnes e aves), maioria das
hortaliças, gorduras (formação de película oleosa como cobertura – REIS, 2003), gomas
de mascar e doces sem açúcar
Adoçantes sem CHO (aspartame, ciclamato, sucralose, sacarina) – podem
inibir a ação bacteriana porque nenhuma delas fornece um substrato utilizável pela
bactéria. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).
Dietoterapia
Valor calórico: adequado para atingir ou manter o “peso ideal” (cobrindo todas as
necessidades fisiológicas)
Consistência – Verificar comprometimento/ tolerância
A dieta líquida é menos cariogênica que a normal, pois é menor o tempo de
retenção e aderência na boca (REIS, 2003)
PTN: 1.0 – 1.5g/Kg (restauração celular / função cariostática) – hiperprotéica para
restauração das células epiteliais e por ter função cariostática (REIS, 2003)
CHO: 50% a 60% (atenção especial à sacarose) – normo a hipoglicídica sem
concentração de dissacarídeos, especialmente da sacarose, que é cariogênica (REIS,
2003)
LIP: 25% a 35% (cariostático) – normo a hiperlipídica???, pois têm função cariostática
e colaboram na lubrificação da cavidade (REIS, 2003)
Sat/PUFA/MUFA
VIT e MIN – adequados às necessidades (DRIs)
1. Vitamina A (reepitelização e ativação da dentina) – Ativação de odontoblastos
2. Vitamina D – Absorção de cálcio e fósforo, importantes para a dentina e a
síntese dos tecidos ósseos (REIS, 2003)
3. Vitaminas do complexo B – Metabolismo energético e de macronutrientes
(REIS, 2003)
4. Folato – Multiplicação celular
5. Ferro – Oxigenação
6. Vitamina C (colágeno) – Absorção do ferro
7. Flúor – Formação da fluorapatita
Fibras: 20 – 30g (celulose: limpeza /aumento do fluxo salivar) – Favorecimento na
irrigação (REIS, 2003)
Água: > 1ml /Kcal (hidratação e limpeza)
Fracionamento/Volume
Educação nutricional: Aspectos qualitativos e quantitativos na escolha dos
alimentos
Cárie de Mamadeira – Cárie nos dentes anteriores superiores dos bebês e crianças
pequenas. Ela é devida a à amamentação prolongada com mamadeira, especialmente
à noite, com suco, leite, fórmula ou outras bebidas adoçadas. O tempo de contato
prolongado com bebidas que contenham CHO fermentáveis e a posição da língua
contra o mamilo causa estagnação do líquido ao redor dos incisivos maxilares,
particularmente quando a criança dorme. Os dentes anteriores inferiores são
usualmente poupados pela posição protetora do lábio e da língua. Diretrizes dietéticas
para o tratamento: remoção da mamadeira na hora de dormir, modificação na
freqüência e conteúdo das mamadeiras, limitar os conteúdos das mamadeiras a água,
fórmulas, leite e suco de fruta diluído, desmamar a criança da mamadeira em torno
dos 2 anos de idade. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).
C) DOENÇA PERIODONTAL
“Doença periodontal” é a expressão geral que descreve as infecções bacterianas
da gengiva (a parte da mucosa oral que recobre a raiz e a porção apical da coroa) ou da
gengiva e das estruturas de fixação (conexão ligamento do dente ao osso alveolar
circundante). (SHILS, 2009)
* A gengivite (forma precoce de doença periodontal) é uma inflamação e infecção
da gengiva, o tecido oral componente do periodonto (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).
Fisiopatologia
Placa no sulco gengival (a placa com o tempo se combinacom o cálcio e
endurece para formar um cálculo) (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2010).
Cálculo dentário, age como um irritante local do periodonto, que fica
inflamado.
Toxinas (produzidas pela placa no sulco gengival) destroem o tecido e
provocam a perda dos dentes.
Fases do Desenvolvimento da Doença Periodontal
1º Estágio: Gengivite
Inflamação da gengiva causada pelo acúmulo de PB (Placa Bactariana) e pode ser
resolvido apenas com higienização correta.
2º Estágio: Periodontite
Inflamação e posterior perda dos tecidos de sustentação do dente, como o osso e o
ligamento periodontal. É causado pelo acúmulo de tártaro (PB endurecida) e deve ser
tratada pelo dentista.
Em estágios mais avançados, a Doença Periodontal pode evoluir para a perda do
dente.
Tratamento
1. Farmacológico
2. Cirúrgico
3. Dietoterápico
Dietoterapia
Valor calórico: adequado para atingir ou manter o “peso ideal” (cubrindo todas as
necessidades fisiológicas)
Consistência: líquida completa a pastosa (tolerância)
PTN: 1,5 – 2,0g/Kg (regeneração)
CHO: 50% a 60% (tendendo ao limite inferior: fermentação)
LIP: 25% a 35%
VIT e MIN – valores mais elevados (vitamina A, B, C, ácido fólico, zinco, Ferro). Sódio.
– Alto teor de sódio provoca ardência (Anotações Bruna)
* Vitaminas – Reepitelização, metabolismo de macronutrientes, ação antiinflamatória
cicatrizante e equilíbrio da barreira gengival, diminuindo à suscetibilidade à doença
periodontal (REIS, 2003)
* Minerais – CicatrizaçÃo e prevenção da anemia. A deficiência de zinco aumenta a
permeabilidade gengival e a suscetibilidade à doença periodontal (REIS, 2003)
Fibras – 20 – 30g/d modificadas por cocção – evitar desconforto e dor durante a
mastigação (REIS, 2003)
Fracionamento/volume: maior / menor para evitar saciedade precoce
D.1. Ptialismo
Excesso de secreção salivar. Acompanha um grande número de doenças como:
estomatites, irritações provocadas pelo fumo.
Sialorréia (excesso de saliva na cavidade oral) (Anotações Bruna)
Dietoterapia
Evitar dietas líquidas para o paciente não engasgar e evitar sólidos para não
estimular mais ainda. Dieta branda é mais bem sucedida. Observar conteúdo de açúcar
devido à diminuição da concentração das amilases.
* Intervenção pode ser cirúrgica
* Dieta pastosa ou branda
D.2. Aptialismo
Diminuição ou ausência total da secreção salivar observada nas doenças febris,
distúrbios neuropsíquicos, doenças das glândulas salivares (cálculos), desidratação.
Xerostomia (Propensão maior a cárie, disfagia)
Dietoterapia
Em caso de diminuição da saliva, oferecer alimentos saborosos e crocantes para
estimular a salivação (condimentos, biscoitos salgados)
* Uso de saliva artificial (SHILS, 2009)
*Mucosite
A seguir são relacionadas algumas das doenças que podem ocorrer na cavidade oral, que
geralmente estão associadas a quadros infecciosos: (SILVA E MURA, 2011)