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Desvantagens do uso do flúor

Acadêmicos: Amanda Caroline Scoz, Bianca Alves dos Santos, Bruna Carolina Stein, Flávia
Zimmer, Ítala Vitória A. S. Jessica Gomes, Maurício Moron Mazzini, Natália Silva de lima, Thais Levek

INTRODUÇÃO

O flúor é um mineral facilmente encontrado na natureza. Ele faz parte da família dos
halogênios, e é considerado o elemento mais abundante da sua família. E devido a
sua propriedade de alta eletronegatividade, que é a tendência em atrair elétrons,
estes minerais têm um papel importante para saúde bucal e seu uso sob a forma de
fluoreto tem papel fundamental no controle da cárie e contribui para significativa
redução na prevalência e na severidade da doença em escala mundial. É oferecido
a população de diversas formas, sendo as mais utilizadas a fluoretação da água do
abastecimento e os dentifrícios fluoretados. Apesar de benefícios relacionados a
prevenção da cárie, não se pode descartar a presença dos riscos. A exposição a
altas quantidades de fluoreto pode causar efeitos negativos, que resultam da
quantidade e da frequência de ingestão, podendo ocasionar duas formas de
intoxicação: aguda e crônica. Sendo:

• Intoxicação aguda:

Está relacionada com a ingestão de grande quantidade de flúor de uma única vez.

• Intoxicação crônica:

A toxicidade crônica está ocorre quando pequenas quantidades de flúor são


ingeridas diariamente por um longo período. A fluorose dentário é um exemplo da
ingestão excessiva e crônica de flúor durante o período de desenvolvimento dos
dentes.
Nos países ocidentais, o consumo excessivo de fluoretos deve-se essencialmente à
ingestão acidental de pastas dentífricas, consumo de alimentos infantis e bebidas
preparadas com águas fluoretadas e certas bebidas e alimentos com elevado teor
de fluoreto (Reto et al., 2008).

Porém, tanto a ingestão excessiva quanto a ausência do flúor são consideradas


problemas de saúde pública.

O excesso pode desencadear diversos problemas, como por exemplo a fluorose


dentária e a sua ausência pode causar cárie.

Uma das principais preocupações sobre a fluoretação da água é a incapacidade de


controlar a dose de flúor ingerida pelo indivíduo, o que põe em causa o conceito de
“dose ideal” (Peckham et al., 2014).

Vias de administração do flúor

A administração de flúor por via sistêmica pode ser realizada através de:

• Fluoretação da água de abastecimento público;


• Fluoretação das águas nas escolas;
• Águas engarrafadas com flúor;
• Fluoretação de alimentos como sal, leite, farinha e cereais;
• Suplementos dietéticos fluoretados (gotas, comprimidos e preparações
vitamínicas).

O flúor ingerido por esta via é transportado pela corrente sanguínea depositando-se,
principalmente, nos ossos e em menor percentagem nos dentes (Cabral, 2014)

Sintomas

Os sintomas característicos de uma intoxicação aguda por flúor aparecem


rapidamente, são eles:

• Queixas a nível digestivo (dor abdominal, vômitos, hematémeses e


melenas);
• A nível neurológico (tremores, convulsões, tetania, delírio, lentificação da
voz);
• A nível renal (urina turva, hematúria), a nível metabólico (hipocalcemia,
hipomagnesemia, hipercalemia);
• A nível cardiovascular (arritmias, hipertensão);
• A nível respiratório (depressão respiratória, apneias).

Uma intoxicação aguda por flúor pode mesmo provocar a morte devido ao bloqueio
do metabolismo celular já que o fluoreto inibe processos enzimáticos,
particularmente metaloenzimas, responsáveis por processos vitais essenciais
(Hassan et al., 2009; Sawanaet al., 2010).

A utilização excessiva de flúor em idades pediátricas pode conduzir ao


desenvolvimento de fluorose dentária. Por essa razão, o uso de dentífricos
fluoretados por crianças até aos 6 anos tem vindo a ser questionado pois relaciona-
se a sua utilização com o aumento da prevalência de fluorose dentária em crianças.

Quanto mais acentuado for o grau de fluorose, mais opaco e até amarelo-castanho
ficará o esmalte. Isto depende da quantidade de flúor ingerido, da exposição e do
estágio da amelogênese durante o período de exposição. Existem seis códigos
referentes ao grau da fluorose, chamado Índice de Dean.

Índice de Dean

• Normal (0): esmalte dentário liso, brilhante e geralmente de cor branca ou


bege pálida;
• Questionável (1): o esmalte começa a apresentar pequenas desordens na
translucidez, podendo variar entre pequenos traços esbranquiçados a
manchas;
• Muito leve (2): áreas pequenas e opacas de coloração branca, porosas,
dispersas irregularmente sobre o dente, envolvendo menos de 25% da
superfície dentária vestibular;
• Leve (3): a opacidade é mais extensa do que a anterior, mas ainda está
presente em menos do que 50% da superfície do dente;
• Moderado (4): a face exterior do dente começa a apresentar um desgaste
evidente com manchas marrons e normalmente alterando a anatomia dental;
• Severo (5): o esmalte se encontra muito afetado e a hipoplasia altera o
formato do dente em alguns casos.

No Brasil, existem registros de fluorose endêmica devido à presença de altos níveis


de fluoreto nas águas. Em regiões onde as concentrações de fluoreto na água se
apresentam extremamente altas, a população exposta pode desenvolver alterações
dentárias e esqueléticas. Embora a fluoretação das águas de abastecimento seja
praticada em muitos lugares, na esperança de reduzir a incidência de cárie dentária,
não há preocupação constante com a possibilidade de exposição ao flúor poder vir a
causar efeitos tóxicos. O flúor é o único elemento químico capaz de promover a
prevenção de uma doença, a cárie dentária, e simultaneamente provocar o
aparecimento de outra, a fluorose.
Referências:

• https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7327/1/PPG_29341.pdf

• https://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevistadaFaculdadeOdontologia/article/vi
ew/127180/86244

• http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/stomatos/article/view/4110/3350

• https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/JRD/article/view/1
6403

• https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/JRD/article/view/1
6403/10220

• file:///C:/Users/Cliente/Downloads/admin,+Gerente+da+revista,+Artigo+2.pdf

• Reto, M. et al. (2008). Teor de fluoretos em infusões de chá verde


(Camelliasinensis). Quimica Nova, 31(2), p. 317-320.

• https://www.redalyc.org/journal/4979/497955513005/html/
• Hassan H.A. e Yousef, M. (2009). Mitigating effects of antioxidant properties of
black berry juice on sodium fluoride induced hepatotoxicity and oxidative
stress in rats. Food and Chemical Toxicology, 47(9), p. 2332-2337.

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