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- A Política Nacional de Saúde Bucal tem como eixos orientadores de promoção e proteção
à saúde, incluindo:
- O que também põe em relevo a preocupação com o possível aumento de fluorose dentária
em crianças expostas sistemicamente a fluoretos durante a formação do dente.
- Ações e serviços de saúde bucal revelam que boa parte dos profissionais de saúde não
está suficientemente informada sobre aspectos fundamentais da utilização de fluoretos.
- Efetividade: é o grau de eficácia que a medida atinge na prática, no mundo real dos
serviços, ações e programas de saúde.
- Ex: uma medida pode ser altamente eficaz, mas não necessariamente efetiva.
- O Brasil é o terceiro país em consumo per capita de dentifrícios, atrás dos EUA e Japão.
Mecanismo de ação
- A cárie dentária é decorrente do acúmulo de bactérias sobre os dentes e da exposição
frequente dos açúcares fermentáveis.
- Toda vez que o açúcar é ingerido, as bactérias presentes no biofilme dental produzem
ácidos que desmineralizam a estrutura mineral dos dentes durante o tempo que o pH
fica abaixo (<6,7 para dentina e <5,5 para esmalte).
- Após certo tempo de exposição ao açúcar, o pH se eleva a valores acima dos críticos
para esmalte-dentina e a saliva tende a repor os minerais dissolvidos, por meio de um
fenômeno chamado remineralização.
- Assim, mesmo que a queda do pH gerada no biofilme dental pela exposição aos
carboidratos favoreça a dissolução da HA, havendo íon flúor presente no ambiente bucal, a
FA ainda terá tendência a se precipitar (formar cristais).
- Logo, 5,5 deve ser considerado o pH crítico para o esmalte de um indivíduo ou população
não exposta diariamente a nenhuma forma de fluoreto.
- Entre o valor de 5,5 e 4,5, ao mesmo tempo em que o dente perde minerais na forma de
HA, ele também tem uma certa quantidade de íons cálcios e fosfatos dissolvidos retornando
ao dente na forma de FA.
***Ou seja, na desmineralização, o dente perde minerais na forma de HA, mas ganha íons
de cálcio e fosfatos dissolvidos na forma de FA. Perde HA e ganha FA. GRAVA.
- Quando ingerimos água fluoretada ou comemos alimentos preparados com essa água, há:
- Desenvolver ações intersetoriais para ampliar a fluoretação nas águas no Brasil é uma
prioridade governamental, garantindo-se continuidade e teores adequados, nos termos da
Lei n° 6.050 e normas complementares, com a criação e/ou desenvolvimento de sistemas
de vigilância compatíveis.
- Compostos de flúor, na forma sólida ou solução aquosa, podem ser adicionados às águas
de abastecimento público, nas estações de tratamento ou poços de captação previamente
ao seu envio à rede de distribuição.
- É obrigatória desde 1974 no Brasil “onde exista estação de tratamento de água” – Lei
Federal n° 6.050.
- Estudos mostram que essa medida beneficia proporcionalmente mais aqueles que mais
precisam dela, pois seu impacto preventivo é maior quanto maior a desigualdade
social.
Vigilância epidemiológica:
Vigilância sanitária:
- No Brasil o valor máximo é 1,5ppm ou seja 1,5mg de fluoreto por litro de água.
- Na maior parte do Brasi o teor ideal de flúor é 0,7ppm ou 0,7mg de flúor por litro.
- Se essa medida fosse paralisada, haveria aumento de prevalência de cárie em 27% para
dentição decídua e aproximadamente 35% para dentição permanente após cinco anos.
- A vigilância para essa medida é necessária, pois há quem acredite que esta não possui
efeito ou é prejudicial à saúde humana, e quer inviabilizar a fluoretação de águas.
Biossegurança
- Já quando está na água, a única consequência pode ser a fluorose dentária, porém em
graus muito leves, apenas quando o teor é preconizado para a localidade.
Aspectos éticos
***Se a água é hipofluorada, não protege contra à cárie, e deve ser informado à população.
***Se a água é hiperfluorada, crianças até 9 de idade ficam expostas a desenvolver fluorose
dentária em graus estética e funcionalmente significativos.
Indicação
- Toda a população.
II. Dentifrícios
- É um dos métodos mais racionais de prevenção das cáries, pois alia a remoção do
biofilme dental à exposição constante do flúor.
Ação
- Em acréscimo, o F se retém na cavidade bucal por um período ainda maior de tempo por
dois mecanismos.
- Nas superfícies dentais limpas pela escovação, o F reage com o dente, formando
regularmente pequena quantidade de fluoreto de cálcio na superfície esmalte-dentina.
Compostos
- O MFP pela ação de enzimas chamadas fosfatases, que estão presentes na cavidade
bucal.
- Os demais componentes dos dentifrícios devem ser compatíveis para evitar que o flúor se
ligue a outros íons, tornando-se insolúvel e perdendo a sua ação.
- Ex: NaF não deve ser agregado a dentifrícios contendo Ca como abrasivo, como
carbonato de cálcio, pois ocorre a ligação flúor com cálcio do abrasivo, formando-se fluoreto
de cálcio (CaF2) dentro do tubo e não no dente.
- Assim, quando for utilizado para escovação, o fluoreto de cálcio formado no dentifrício não
libera fluoreto, impedindo sua ação preventiva.
- Porém, o carbonato de cálcio pode ser utilizado como abrasivo nos dentifrícios que
utilizam o MFP, pois este só libera fluoreto quando na cavidade bucal, não permitindo sua
reação dentro do tubo.
- Para dentifrícios que utilizam o fluoreto de sódio, o agente abrasivo deve ser compatível
(ex: sílica, não reage quimicamente com o flúor).
Eficácia
- O efeito de produtos fluoretados deve ser avaliado com ensaios clínicos randomizados.
Efetividade
- O ano de 1989 é considerado, para fins epidemiológicos, o ano no qual grande parte dos
brasileiros passou a ter acesso a dentifrícios fluoretados.
Indicações
- Toda a população.
- Recomenda-se que, nessa ação, o biofilme seja evidenciado e que o sujeito seja
incentivado a complementar a escovação, sem o uso do dentifrício, nas áreas e superfícies
necessárias.
- Pode ter como desvantagem, as dificuldades operacionais para realizar as medidas, logo,
os planejamentos, execução e avaliação devem ser compartilhados com os dirigentes
educacionais e com os responsáveis da população alvo.
3. Cujo CPOD médio seja maior do que 3 aos doze anos de idade.
4. Em que menos de 30% dos indivíduos dos grupos sejam livres de cárie até os 12 anos
de idade.
Enxaguatórios bucais
- Exige pelo menos 25 bochechos semanais por ano, sem interrupções prolongadas.
4. Menos de 30% dos indivíduos do grupo são livres de cárie aos 12 anos de idade.
Géis
- Foi difundido no Brasil nos anos 80 e integrado nos anos 90 como “Procedimentos
Coletivos de SB”.
- Recomendação de não beber água e nem comer por 30 minutos após a aplicação, porém
não há evidência da relevância anticárie.
- A profilaxia prévia deve ser considerada para grupos de alto risco de cárie, para que o F
forme reservatórios na superfície dental, sem a camada de biofilme por cima.
São indicados para pacientes com alto risco ou atividade de cárie que não estão
conseguindo controlar a cárie por meios convencionais de uso de flúor (ex: pessoas que
usam aparelho ortodôntico).
- Surgiu na época que se considerava que o efeito anticárie do F era sistêmico, e assim,
seria necessário e indispensável ingerir F durante a formação dos dentes.
- Por isso, considera-se que essa indicação dos suplementos não é racional.
iii. Vernizes
- São materiais aderentes à superfície dentária com o objetivo de reagir com a superfície
dental e manter uma liberação de F para um ambiente bucal por um período maior de
tempo.
- É necessária a limpeza prévia dos dentes, por meio de escovação, posterior secagem,
isolamento relativo.
- A aplicação é individual.
- Há evidência que esses materiais utilizados como selantes de sulcos e fissuras previnem
não só a iniciação como a progressão de cárie.
- O efeito selador sugere eficácia de aplicação desses materiais na TRA.
- São indicados para indivíduos de alto risco de cárie (experiência passada de cárie) e para
aqueles que não usam regularmente dentifrícios fluoretados.
Fluorose dentária
- Mudanças desde linhas opacas brancas finas cruzando transversalmente o longo eixo da
coroa, até quadros onde áreas de esmalte gravemente hipomineralizadas se rompem, e
geralmente, o esmalte restante fica pigmentado.
- A dose limite de ingestão de fluoretos capaz de produzir fluorose é entre 0,05 e 0,07 mg
F/dia/kg de peso corporal.
- O período crítico de exposição a dosagens excessivas é do nascimento até oito anos de
idade.
- Acesso aos produtos com F antes dos 3 anos é apontado como fator de risco.
- Considerando que a água fluoretada e o uso de dentifrício fluoretado são as formas mais
eficientes e custo-efetivas para a prevenção de cáries, outras formas deveriam ser
indicadas apenas para pessoas com alto risco de cárie ou atividade da doença.
***Para crianças abaixo de dois anos, o profissional de saúde deve considerar outras fontes
de fluoretos, como o nível de F na água, e outros fatores que podem afetar a suscetibilidade
à cárie para indicar ou não o uso de dentifrício fluoretado.
- Crianças abaixo de 6 anos não devem utilizar bochechos com soluções fluoretadas pelo
risco de ingestão repetida.
- Suplementos com fluoretos não são indicados como medida de saúde coletiva.
- O aleitamento materno por um período maior que seis meses pode ser um fator de
proteção ao desenvolvimento de fluorose dentária, evitando assim o uso de fórmulas para o
aleitamento artificial.
- Refere-se à ingestão, de uma única vez, de grande quantidade de flúor provocando desde
irritação gástrica até a morte.
- Nenhuma pessoa pode estar exposta a concentrações iguais ou superiores a 5,0 mgF/kg
corporal – que corresponde à dose provavelmente tóxica (DPT).
- Náuseas e vômitos têm sido relatados quando a aplicação tópica de F-gel com moldeiras,
entretanto sem nenhuma preocupação com a letalidade.
- Acidentes ocorreram no passado com produtos que não são mais usados atualmente.
Oponentes da fluoretação das águas provocam efeitos adversos para a saúde geral das
pessoas, o que carece de comprovação científica.