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TRATO DIGESTÓRIO
Objetivos Nutricionais:
1. Alterações nos hábitos alimentares;
2. Reduzir acidez bucal;
3. Privar substratos bactérias
4. Manter pH neutro. 9. Produtos temperados com ervas naturais (cheiro
verde, cominho, orégano).
Recomendações Nutricionais: 2.4 Queilose
1. Consistência da dieta: normal;
2. VET de acordo com o estado nutricional; Objetivos Nutricionais:
3. Dieta normoglicídica (menos sacarose, reduzir
amidos cozidos); normolipídica; normo a 1. Reduzir ardência e irritação;
hiperproteica (0,8 a 1,2 g/kg/dia); 2. Auxiliar na cicatrização.
4. Aumentar a ingestão de líquidos e fibras (celulose);
5. Aumentar fracionamento e diminuir volume. Recomendações Nutricionais:
6. Evitar extremos de temperatura;
7. Ingestão de alimentos “detergentes”, alimentos que 1. Consistência da dieta: branda;
ajudam a limpar os dentes enquanto são 2. Dieta normoglicídica (menos sacarose),
consumidos: frutas, vegetais crus, queijo, normolipídica, hiperproteica (1,2 g/kg/dia);
amendoim. 3. Vitaminas, principalmente as do complexo B;
4. Aumentar fracionamento e diminuir volume;
5. Evitar condimentos picantes, ácidos e salgados;
2.2 Gengivite 6. Temperatura dos alimentos: morna a fria.
7. Evitar frutas e vegetais ácidos.
Objetivos Nutricionais:
1. Reduzir a inflamação; 2.5 Edêntulos
2. Promover recuperação tecidual;
3. Correção de hábitos alimentares.
Objetivos Nutricionais:
Recomendações Nutricionais: 1. Consistência adequada da alimentação.
1. Consistência da dieta de acordo com a tolerância do
paciente, podendo ser branda ou pastosa; Recomendações Nutricionais:
2. VET de acordo com o estado nutricional;
3. Dieta normoglicídica (menos sacarose), 1. Consistência da dieta de acordo com a tolerância do
normolipídica, hiperproteica (1,2 - 1,4 g/kg/dia); paciente, podendo ser branda ou pastosa;
4. Vitaminas, principalmente as do complexo B; 2. VET de acordo com o estado nutricional;
5. Aumentar o fracionamento e reduzir volume; 3. Dieta normoglicídica, normolipídica,
6. Evitar condimentos picantes, ácidos e salgados; normoproteica;
7. Temperatura dos alimentos: ambiente e fria. 4. Fibras modificadas pela cocção;
8. Produtos temperados com ervas naturais (cheiro 5. Aumentar o fracionamento e reduzir volume.
verde, cominho, orégano).
Nos casos mais graves, com a finalidade de Nível II: é composto por alimentos úmidos e de textura
prevenir a aspiração, bem como a desidratação e a macia, como vegetais cozidos, frutas macias e maduras e
desnutrição, a via enteral exclusiva pode ser indicada. A cereais mais umedecidos, ou seja, alimentos que requerem
definição da consistência dos alimentos deve estar de grau mínimo de mastigação; são excluídos pães, bolo seco,
acordo com a avaliação realizada, geralmente sendo queijo em cubos, milho e ervilha;
iniciada com preparações cremosas (sopa, creme, mingau Nível III: consiste em alimentos próximos da textura
etc.), e é importante definir se existe risco de aspiração e se normal, com exceção de alimentos muito duros e crocantes;
os líquidos ou finos podem ser ofertados. A princípio é são permitidos pães, arroz, bolos macios, alface, carnes
importante manter a via enteral, pois a aceitação oral pode macias; devem-se evitar frutas e vegetais duros, castanhas e
ser insuficiente. De acordo com a progressão da aceitação e sementes.
da consistência da via oral, a via enteral pode ser reduzida.
Para que o refluxo ocorra, a pressão na porção Anomalias no corpo, como hérnia de hiato, também
proximal do estômago deve ser maior do que a pressão podem contribuir para o refluxo gastroesofágico e a
esofágica. Pacientes com distúrbios respiratórios crônicos, esofagite. O esôfago atravessa o diafragma por meio do
como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hiato ou do anel esofágico. A conexão do esôfago com o
apresentam risco de DRGE devido aos frequentes aumentos anel hiatal pode ser prejudicada, permitindo que uma
porção da parte superior do estômago se desloque acima do crescente nos últimos 40 anos e especulações de que deva
diafragma. O sintoma mais comum da hérnia de hiato é a continuar a crescer nas próximas décadas (Thrift e
azia. Quando ocorre o refluxo ácido na presença de uma Whiteman, 2012). Os fatores de risco de EB incluem
hérnia de hiato, o conteúdo gástrico permanece acima do histórico prolongado de sintomas relacionados com a
hiato por mais tempo do que o normal. A exposição DRGE (mais de 5 anos), meia idade, pessoas brancas do
prolongada ao conteúdo ácido aumenta o risco de sexo masculino, obesidade, tabagismo e histórico familiar
desenvolvimento de uma esofagite mais séria. de EB ou adenocarcinoma esofágico. O estrogênio pode ser
um elemento de proteção responsável pela menor incidência
de EB nas mulheres (Asanuma et al., 2016).
5.1.1 Fisiopatologia
5.5.2 Fisiopatologia
Úlcera péptica é uma doença de etiologia ainda Esses são os indicadores que podem ser adotados
pouco conhecida, de evolução crônica, com surtos de para a avaliação nutricional.
ativação e períodos de remissão, caracterizada por perda
circunscrita de tecido nas áreas do tubo digestório que
entram em contato com a secreção acidopéptica do
estômago. Tanto na gastrite quanto na úlcera, o ponto
central é o desequilíbrio entre os fatores que agridem a
mucosa (como ácido clorídrico, pepsina, bile,
medicamentos ulcerogênicos) e os que a protegem (como
barreira mucosa, prostaglandinas, secreção mucosa). Esse
desequilíbrio resulta em lesão da mucosa.
6.3 Objetivos da Terapia Nutricional
7.3.1 Fisiopatologia
7.5.4 Dietoterapia
Farinhas feitas de milho, batata, arroz, soja, tapioca,
araruta, sorgo, grão-de-bico, frutas oleaginosas (como a
A eliminação dos peptídeos de glúten da dieta é o farinha de amêndoa), amaranto, quinoa, painço, teff e trigo
único tratamento para a DC no presente. A dieta omite todo sarraceno podem ser utilizados como substitutos nas
o trigo, centeio e cevada da dieta porque estas são as receitas. Os pacientes podem esperar diferençasde texturas e
principais fontes das frações de prolaminas. sabores dos alimentos comuns ao utilizarem as farinhas
substitutas, mas as novas receitas podem ser palatáveis com
os devidos ajustes. Nos produtos de panificação SG, gomas
Em geral, devem-se pesquisar deficiências de como a goma de xantano, a goma guar e a celulose (de
nutrientes nos pacientes antes de se iniciar a suplementação. grãos sem glúten) servem para dar a elasticidade necessária
Em todos os pacientes recém-diagnosticados, o clínico deve para prender os gases fermentados nos produtos de
considerar a verificação das concentrações de ferritina, de panificação.
folato nas hemácias e de 25-OH vitamina D. Se os pacientes
lactose aumenta com o avanço da idade (Suchy et al.,
Uma dieta verdadeiramente SG exige exame 2010). Até os adultos que mantêm alta concentração de
cuidadoso dos rótulos de todos os produtos de panificação e lactase (75% a 85% dos adultos brancos de ascendência
alimentos embalados. Os grãos contendo glúten não são europeia ocidental), a quantidade de lactase é cerca da
usados apenas como ingredientes primários em muitos metade daquela de outras sacaridases, como a sacarase,
produtos, mas também podem ser acrescentados durante o alfadextrinase ou glicoamilase. O declínio da lactase é
processamento ou preparação dos alimentos. Por exemplo, comumente conhecido como hipolactasia.
proteína vegetal hidrolisada pode ser feita de trigo, soja,
milho ou misturas desses grãos.
7.6.2 Fisiopatologia
A dieta para a pessoa com DC exige uma mudança
importante do estilo de vida em função da ausência de grãos Quando são consumidas grandes quantidades de
tradicionais na dieta. Grande número de alimentos feitos lactose, especialmente por pessoas que têm pouca enzima
com trigo (em particular pães, cereais, massas e artigos de lactase restante ou com problemas GI concomitantes,
panificação) faz parte de uma dieta ocidental. No entanto, podem ocorrer fezes amolecidas ou diarreia. Como é o caso
há uma conscientização cada vez maior entre as empresas com qualquer açúcar mal absorvido, a lactose pode atuar
alimentícias e restaurantes da expansão da demanda de osmoticamente e aumentar a água fecal, bem como fornecer
alimentos SG, e as empresas do ramo da alimentação estão um substrato para a fermentação por bactérias intestinais, o
reagindo a isso. O indivíduo e seus familiares devem ser que pode resultar em aumento do volume abdominal,
ensinados sobre a leitura dos rótulos, os aditivos flatulência e cólicas. A má absorção da lactose deve-se a
alimentares seguros, a preparação dos alimentos, fontes de uma deficiência de lactase, a enzima que digere o açúcar do
transcontaminação (torradeiras, recipientes de condimentos, leite. A lactose não hidrolisada em galactose e glicose no
silos e bufês) e fontes ocultas de glúten (como os intestino delgado alto passa para o cólon, onde bactérias a
medicamentos e as hóstias e elementos da celebração da fermentam a AGCCs, dióxido de carbono e gás hidrogênio.
Comunhão) para cumprirem a dieta. Comer em lanchonetes,
restaurantes, locais de venda de alimentos, barracas de rua,
7.6.3 Tratamento Clínico
em casa de amigos e em eventos sociais pode ser um
desafio, especialmente no início.
A má absorção de lactose é diagnosticada por: (1)
um teste respiratório do hidrogênio anormal, ou (2) um teste
7.6 Intolerância à Lactose de tolerância à lactose anormal. Durante um teste
respiratório do hidrogênio, o paciente recebe uma dose
A intolerância à lactose é a síndrome de diarreia, padrão de lactose depois de jejum e se mede o hidrogênio
dor abdominal, flatulência ou aumento do volume na respiração. Se a lactose não for digerida no intestino
abdominal ocorrida depois do consumo de lactose. A delgado, passa para o cólon, onde é fermentada pela
intolerância secundária à lactose pode se desenvolver como microbiota intestinal a AGCCs, CO2 e hidrogênio. Este
consequência de infecção do intestino delgado, de último é absorvido na corrente sanguínea e expirado pelos
transtornos inflamatórios, do HIV ou de desnutrição. Nas pulmões. O teste respiratório do hidrogênio mostra aumento
crianças, é tipicamente secundária a infecções virais ou das concentrações 60 a 90 minutos depois da ingestão de
bacterianas. A má absorção de lactose comumente se lactose.
associa a outros transtornos GI, como a SII.
Durante o teste de tolerância à lactose, dá-se uma
7.6.1 Etiologia dose de lactose e, se o indivíduo tiver enzima lactase
suficiente, a glicemia se eleva, refletindo a digestão de
lactose em galactose em glicose. Se o indivíduo for
Altas concentrações da enzima lactase na intolerante à lactose (deficiente em lactase), a glicemia não
membrana de borda em escova estão presentes no intestino se elevará porque a lactose não é absorvida; passa para o
delgado de todos os mamíferos recém-nascidos. Depois do cólon e podem aparecer sintomas GI. O teste de tolerância à
desmame, cerca de 75% da população mundial diminui lactose baseou-se originalmente em uma dose oral de
dramaticamente a síntese da enzima apesar da exposição lactose equivalente à quantidade de 1 litro de leite (50 g).
contínua à lactose (Levitt et al., 2013). Diz-se que essas Recentemente, têm sido utilizadas doses mais baixas do que
pessoas têm não persistência à lactase. A maioria dos 50 g de lactose que se aproximam mais do consumo
adultos de ascendência asiática, africana, latina e de nativos habitual de lactose dos derivados do leite.
americanos é não persistente para lactase, enquanto a
maioria dos caucasianos é persistente para lactase. Relata-se
que a má absorção ou intolerância à lactose é baixa em A má absorção de lactose demonstrada nem sempre
crianças com menos de seis anos de idade, mas aumenta indica que uma pessoa será sintomática. Muitos fatores têm
durante toda a infância, alcançando o pico na faixa de 10 a seu papel, inclusive a quantidade de lactose ingerida, a
16 anos de idade. atividade residual da lactase, a ingestão de alimento além da
lactose, a capacidade da microbiota do intestino de
fermentar a lactose e a sensibilidade do indivíduo aos
Poucas evidências indicam que a intolerância à produtos de fermentação da lactose (Misselwitz et al.,
2013). O consumo de pequenas quantidades deve ter poucas tolerado. Embora o acréscimo de probióticos possa mudar
consequências porque os AGCCs são rapidamente isso, faltam evidências para comprovar (Morelli, 2014)
absorvidos, e os gases podem ser absorvidos ou eliminados.
Quantidades maiores, geralmente acima de 12 g/dia,
consumidas em uma única refeição (a quantidade 8 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
tipicamente encontrada em uma xícara de 240 mL de leite)
podem resultar em que mais substrato entre no cólon do que
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são
este pode dispor pelos processos normais. Como os
crônicas e acometem o trato digestório. A história natural
tamanhos das porções das bebidas lácteas estão aumentando
caracteriza-se pela frequente exacerbação dos sinais e
e mais de uma fonte de lactose podem ser consumidas na
sintomas, com diferenças dependendo da localização e da
mesma refeição, as quantidades de lactose consumidas
extensão do processo fisiopatológico.
podem ser mais importantes do que no passado (Misselwitz
et al., 2013). As duas formas mais comuns de apresentação são:
A doença diverticular é uma das condições clínicas 8.6.3 Tratamento Clínico e Cirúrgico
mais comuns entre as sociedades industrializadas. A
diverticulose caracteriza-se pela formação de excrescências
em forma de bolsas ou bolsos (divertículos) no cólon, os O tratamento inclui antibióticos e ajuste da ingestão
quais se formam quando a mucosa e a submucosa colônicas oral conforme tolerado. Os pacientes com casos graves de
herniam através de áreas enfraquecidas no músculo. A diverticulite com dor aguda e complicações provavelmente
prevalência de diverticulose é difícil de determinar, já que a precisarão de internação e tratamento com antibióticos
maioria dos indivíduos permanece assintomática. Esta intravenosos (IV) e alguns dias de repouso do intestino. A
condição se torna mais comum à medida que as pessoas cirurgia fica reservada aos pacientes com episódios
envelhecem, sobretudo naquelas com mais de 50 anos recorrentes de diverticulite e complicações quando houver
(Peery et al., 2012). Diverticulite é uma complicação da pouca ou nenhuma resposta à medicação. O tratamento
diverticulose que indica inflamação de um ou mais cirúrgico para diverticulite remove a parte doente do cólon,
divertículos. Na maioria das vezes, representa uma mais comumente o cólon descendente ou o sigmoide.
reativação da diverticulose; depois que se reduz em um
período de remissão, reverte ao estado de diverticulose. Nas 8.6.4 Dietoterapia
populações ocidentais, a diverticulose é encontrada mais
frequentemente no lado esquerdo, tipicamente no cólon
sigmoide; isso contrasta com o envolvimento colônico Historicamente, tem sido comum na prática clínica
direito encontrado nas populações da África e Ásia recomendar evitar frutas oleaginosas, sementes, cascas,
(Feingold e Whelan, 2008). milho e pipoca para prevenir sintomas ou complicações da
doença diverticular. No entanto, um estudo de 18 anos não
encontrou associação entre consumo de frutas oleaginosas,
8.6.1 Etiologia de milho ou de pipoca e sangramento diverticular (Strate et
al., 2008). De fato, demonstrou-se uma relação invertida
A causa da diverticulose ainda não foi claramente entre o consumo de frutas oleaginosas e pipoca e o risco de
elucidada. Estudos epidemiológicos têm implicado dietas diverticulite, sugerindo um efeito protetor.
pobres em fibras no desenvolvimento da doença
diverticular. As dietas pobres em fibras reduzem o volume Durante um episódio agudo de diverticulite ou
das fezes, predispondo os indivíduos à constipação e ao sangramento diverticular, a ingestão oral geralmente é
aumento das pressões intracolônicas, o que sugere que a reduzida até que os sintomas diminuam. Eventos
diverticulose ocorra em consequência de lesão do cólon complicados podem precisar de repouso do intestino e de
induzida por pressão. No entanto, um estudo verificou que suporte de nutrição parenteral (NP). Uma vez retomada a
uma dieta pobre em fibras não se associava à diverticulose, ingestão oral ou em casos leves a moderados, é prudente
e que uma dieta rica em fibras e evacuações mais frequentes começar uma dieta pobre em fibras (10 a 15 g/dia) como a
pode estar ligadas a aumento, e não diminuição, da chance dieta a progredir, seguida por um retorno gradual a uma
de divertículos (Peery et al., 2012). Outros estudos têm dieta rica em fibras.
focalizado o papel da diminuição das concentrações do
neurotransmissor serotonina em causar diminuição do
relaxamento e aumento dos espasmos da musculatura do Embora não haja evidências convincentes de que
cólon. Estudos também verificaram ligações entre a doença uma dieta rica em fibras reverta a fisiopatologia da doença
diverticular e a obesidade, insuficiência de vitamina D, falta diverticular, há razoáveis evidências de que esse tipo de
de exercício, tabagismo e certos medicamentos, incluindo dieta melhore os sintomas diverticulares (Tarleton e
anti-inflamatórios não esteroidais, como a aspirina e DiBaise, 2011). Uma dieta rica em fibras combinada a uma
esteroides (McGuire et al., 2015; Peery et al., 2012). hidratação adequada promove fezes pastosas e volumosas
que são eliminadas mais rapidamente e precisam de menos
esforço na defecação. As ingestões recomendadas de fibras
dietéticas, preferivelmente de alimentos, são de 25 g/dia benéficas (como lactobacilos e bifidobactérias), esse
para mulheres adultas e 38 g/dia para homens. alimento é dito prebiótico. Os FOS são um ótimo exemplo
de prebióticos; são encontrados naturalmente em alimentos
(alho, cebola, tomate, alcachofra, banana) ou adicionados
A ingestão de fibras deve aumentar gradualmente (p. ex., em iogurtes, suplementos e fórmulas enterais), ou,
porque pode causar distensão abdominal ou gases. Se um ainda, sintéticos (disponíveis comercialmente em sachês).
paciente não puder ou não quiser consumir a quantidade Outros prebióticos são a inulina, amido resistente e GOS.
necessária de fibras, suplementos de metilcelulose ou fibras
de Psyllium podem ser utilizados com bons resultados. Uma
dieta rica em fibras, possivelmente com suplementação de Os AGCC (acético, butírico e propiônico)
fibras, é preconizada na diverticulose assintomática para produzidos pelas bactérias intestinais têm diferentes ações
reduzir a probabilidade de progressão da doença, impedir a fisiológicas:
recorrência de episódios de sintomas e prevenir diverticulite
aguda. A ingestão adequada de líquidos deve acompanhar o 1. São fonte de energia para os colonócitos, sendo
alto consumo de fibras. O papel em potencial da microbiota importantes para a manutenção da integridade da
bacteriana alterada na inflamação diverticular sugere que barreira mucosa;
combinar terapia com probióticos e outras terapias pode dar 2. Diminuem o pH intestinal, afetando a atividade de
certo no tratamento deste transtorno (Maconi et al., 2013). enzimas microbianas: um dos mecanismos
propostos é a modificação de enzimas
(azorredutases, nitrorredutases, betaglucoronidase
9 PREBIÓTICOS E PROBIÓTICOS E AÇÃO NO etc.) produtoras de carcinógenos, reduzindo o risco
TRATO DIGESTÓRIO de desenvolvimento do câncer de cólon;
3. Diminuem o pH intestinal, que contribui para
menor solubilidade e menor reabsorção passiva de
O ecossistema intestinal é formado por mais de 50 ácidos biliares;
gêneros de bactérias, incluindo cerca de 1.000 espécies. No 4. Transferem água para o lúmen intestinal, facilitando
trato intestinal humano, existem cerca de 100 trilhões de a solubilidade e a absorção de minerais,
bactérias, e sua maior concentração está nos cólons, onde se especialmente do cálcio.
alojam em torno de 1 × 10 12 unidades formadoras de
colônias (UFC)/g. Entre essas bactérias estão algumas
patogênicas e as consideradas benéficas. A manutenção do Têm sido associados a ações sistêmicas: o ácido
equilíbrio da microbiota é essencial para a saúde do acético com a redução de ácidos graxos livres do soro; e o
hospedeiro. Em condições saudáveis, os microrganismos propiônico com a diminuição do colesterol no sangue.
benéficos “controlam” as bactérias nocivas, mantendo o Embora algumas dessas ações ainda estejam sendo
equilíbrio do ambiente intestinal. Esse equilíbrio baseia-se investigadas, ressalta-se a importância da fermentação
nas seguintes atividades das bactérias benéficas: bacteriana e sua relação com a síntese de AGCC de modo
geral. Mas cabe lembrar que os prebióticos são aqueles
1. competição por nutrientes com as patogênicas; carboidratos que interferem na microbiota intestinal,
2. produção de antimicrobianos; levando ao crescimento seletivo das bactérias benéficas.
3. ativação das respostas imune e inflamatória.