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PROCESSO SELETIVO – 2022

010. PROVA OBJETIVA


PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

FONOAUDIOLOGIA
(OPÇÕES: 013, 026, 036, 045 E 058)

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CONHECIMENTOS GERAIS 01. É correto concluir que o artigo

(A) tece considerações acerca da pandemia que nos


Língua Portuguesa atinge intensamente, sugerindo que a ciência aja
para “desfabricar” o vírus.
Leia o texto, para responder às questões de números 01 a 06. (B) apresenta reflexões acerca de sentimentos que po-
dem ser enfrentados de diferentes maneiras, pro-
No dia em que digito esse trabalho, fim de um março chu- pondo ao leitor atitude de soerguimento.
voso em uma tarde de sábado, com certeza vivemos tempos
sombrios gerados pela pandemia. Na esperança, talvez, de (C) indica posturas reativas que podem ajudar a vencer
que mais adiante, lido por um raro leitor, o caos tenha amai- a negatividade e a solidão, permitindo ver o futuro
nado sua fúria nos dando alguma luz para clarear melhor com mais otimismo.
nosso caminho.
(D) estabelece relações entre forças ativas e reativas,
Mas até por isso pensei que, se não fabricamos o vírus,
destacando nestas o elemento revitalizador capaz
temos que ajudar a “desfabricá-lo” e a única forma que acho
de dissipar velhas mágoas.
para isso é a de tentar o fortalecimento interno por meio de ati-
tudes pensadas e sentidas, que possam dar um novo rumo à (E) discorre acerca do ressentimento como uma forma
nossa caminhada em meio à tragédia que zombou do mundo. de levar o leitor a encontrar o meio de combater a
Senti-me refletindo sobre isso, levado pela solidão não epidemia com ações mais efetivas.
consentida, esta solidão que nos põe a sós com nosso pró-
prio íntimo, revendo fatos e pessoas a quem devemos muitas
revisões de atitudes. Pensei, então, no ressentimento. Pen- 02. A oposição entre forças ativas e reativas representa, se-
sei nessa força reativa que impede a criação das coisas lúci- gundo o texto,
das que nos levam ao encontro de uma maior serenidade na (A) o verdadeiro caos que habita o indivíduo e o impede
relação com o outro, o outro que achamos que seja o nosso de ser resiliente diante dos obstáculos da vida.
inferno, quando na verdade em nós mesmos é que habita a
erva daninha do ressentimento. (B) a sensação de estar preso na teia da mágoa, reali-
Eu havia falado, antes, sobre o ressentimento como uma mentando ódios e ressentimentos invencíveis.
poderosa força reativa dentro de nós. É então que me vem
(C) o temor de que o tempo não permita vencer a solidão
o pensamento de Nietzsche, em uma interpretação genial
que nos é imposta pela pandemia.
sobre o que ele chamou de forças ativas e reativas, em per-
manente luta nos puxando de um para outro lado, até que (D) a reação natural ao desejo de isolamento que se im-
possamos atingir um equilíbrio entre elas. põe em períodos de conflito íntimo.
Forças ativas são nossas forças interiores que podem
(E) a luta para vencer a ideia internalizada de que o ou-
criar, recriar, fazer desabrochar para a vida tudo aquilo de
tro é responsável por aquilo que nos atormenta.
que mais gostamos, que seriam interpretadas como uma
necessidade imperiosa de deixarmos de ser aquilo que não
somos, de realizarmos desejos nunca realizados, em vista da 03. É comum que artigos de opinião e textos de base científi-
censura do sistema de qualquer natureza. ca façam citação de autores de renome; trata-se
Seria a vida em expansão, mas então deparamos com as
forças reativas que impedem esse desabrochar para o futuro, (A) da retomada de informações importantes que permi-
que nos mostram como seria difícil sentir a incompreensão tem dar continuidade ao tema, suprindo a deficiência
e estar à margem, como seria mais seguro não contestar o de raciocínio lógico.
sistema e adequar-se a ele para nossa comodidade. Fica-
(B) de dar uma nova abordagem ao assunto, garantindo
mos, então, sempre voltados para o passado, de costas para
que o leitor possa participar da polêmica que envolve
o futuro.
o assunto discutido.
Quando falei em ressentimento, falava justamente de es-
tar preso às amarras do passado, ressentindo algo que não (C) da estratégia de usar um argumento de autoridade,
passa, seja o perdão, seja a aceitação, seja o esquecimento. como forma de dar ancoragem às ideias e argumen-
Ele é uma forte amostra destas forças reativas que impedem tos que apresentam.
a caminhada, nos deixando enredados na teia da inútil má-
(D) do recurso acadêmico de que se lança mão para su-
goa que aprisiona.
prir carências do próprio texto e assegurar uma boa
Nestes tempos de pandemia, em que naturalmente au- recepção.
mentam nosso tédio, nossa raiva e nossa solidão por estar-
mos distantes do que vivíamos antes, penso que seria uma (E) do estabelecimento de um vínculo intelectual com os
boa coisa nos refazermos de velhas e desgastadas atitudes. autores citados, o que permite que estes respondam
A situação caótica em que vivemos vai passar e, quando pas- por eventuais questionamentos.
sar, espero que passemos também com um melhor uso de
nossas forças ativas, que nunca deixarão de existir, mas que
terão sempre pela frente a censura das forças reativas. Mas
a gente chega lá, pois como disse o próprio Nietzsche, “é pre-
ciso que haja o Caos para enxergarmos melhor as estrelas”.
(Wilson Daher, Reflexões nietzschenianas.
Revista Kapiuara, vol. VI. Adaptado)

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04. A adoção de uma expressão linguística que dê destaque 07. Assinale a alternativa que reescreve o trecho destacado
ao assunto e dissipe a presença do enunciador terá como no enunciado – A vida pode ser mais leve, a menos que
reescrita livre, adequada e de acordo com a norma-pa- nos deixemos levar pelo ressentimento. –, preservan-
drão, a contida em: do a relação de sentido nele expressa.
(A) No dia em que este trabalho se digita, ainda se vivem (A) ... contanto que nos deixemos levar pelo ressentimento.
tempos sombrios gerados pela pandemia.
(B) ... exceto se nos deixarmos levar pelo ressentimento.
(B) Mas até por isso foi pensado que, se o vírus não foi
fabricado por nós, ajudar a “desfabricá-lo” é meu de- (C) ... todavia nos deixamos levar pelo ressentimento.
ver também.
(D) ... não obstante nos deixamos levar pelo sentimento.
(C) O assunto ressentimento nos é caro e já foi mencio-
nado; e o tratamos como uma poderosa força reativa. (E) ... conquanto nos deixamos levar pelo ressentimento.
(D) Nestes tempos de pandemia, a situação caótica que
a gente vive vai passar, por certo com melhor uso
Leia a charge, para responder à questão de número 08.
das forças reativas.
(E) Ao falar em ressentimento, eu falava de se estar pre-
so às amarras do passado, situações que permitem
a você ter o ressentimento devidamente revisto.

05. Com foco em aspectos formais do uso da língua portu-


guesa, assinale a alternativa que substitui as passagens
destacadas no trecho transcrito, obedecendo à norma-
-padrão de regência, colocação pronominal e emprego
do sinal de crase.
Pensei nessa força reativa que impede a criação das
coisas lúcidas que nos levam ao encontro de uma maior
serenidade na relação com o outro, o outro que achamos
que seja o nosso inferno, quando na verdade em nós
mesmos é que habita a erva daninha do ressentimento.
(A) Ponderei a essa … obstrui à … dirigem-nos de en-
contro a … reside a
(B) Considerei acerca dessa … obsta à … transportam-
-nos até à … encontra-se a
(C) Levei em consideração essa … cerceia a … transfe-
rem-nos para … se acha à (Henfil. Disponível em:
https://www.pinturasdoauwe.com.br/. Acesso em: 19.11.21)
(D) Refleti sobre essa … se opõe à … nos conduzem
até … se localiza a
(E) Meditei acerca dessa … limita a … nos carregam 08. O efeito de sentido de humor da tira caracteriza-se como
até a … assenta-se à
(A) comentário irônico da personagem que faz as per-
guntas, diante da declaração da professora, que se
06. Assinale a alternativa em que o trecho entre colchetes escusa de responder objetivamente àquele.
reescreve o destacado, adotando expressão linguística
compatível com a norma-padrão de concordância. (B) falha de comunicação, graças à incompreensão da
resposta dada pela professora, o que gerou a reite-
(A) ... com certeza vivemos tempos sombrios gerados
ração da pergunta para esclarecer os fatos.
pela pandemia. [tempos o mais possível sombrios]
(B) ... espero que passemos também com um melhor (C) crítica implícita à condição de vida associada à pro-
uso de nossas forças ativas, que nunca deixarão fissão declarada pela personagem, com base na ela-
de existir... [que sempre haverão] boração da fala de quem faz as perguntas.

(C) ... uma necessidade imperiosa de deixarmos de ser (D) recriminação explícita à escolha de vida feita pela
aquilo que não somos, de realizarmos desejos nun- personagem feminina, expressa no comentário de-
ca realizados... [desejos que nunca se realizou] sabonador feito pela outra personagem.
(D) Nestes tempos de pandemia, em que naturalmente au- (E) reação de indiferença da personagem que faz as
mentam nosso tédio, nossa raiva e nossa solidão... perguntas, que não ouviu a resposta às perguntas
[nosso tédio, nossa raiva e nossa solidão amplia-se] que dirige à outra.
(E) É então que me vem o pensamento de Nietzsche,
em uma interpretação genial sobre o que ele chamou
de forças ativas e reativas, em permanente luta...
[forças ativas e reativas; tratam-se de forças em per-
manente luta]
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Matemática e Raciocínio Lógico R A S C U N H O

09. A tabela mostra a quantidade de água e a quantidade de


sal que foram colocadas em cada um de quatro vasilhames.

Quantidade de
Quantidade
sal acrescentada
Vasilhames de água por
em cada
vasilhame, em mL
vasilhame, em g
1 210 6,2
2 360 7,4
3 190 4,3
4 440 10,9

Suponha que todo o sal foi dissolvido na água e que o


conteúdo desses quatro vasilhames foi colocado em um
único vasilhame. Retirando-se 800 mL dessa água com
sal, é correto afirmar que a quantidade de sal, em gra-
mas, que foi retirada corresponde a

(A) 21,4.

(B) 20,9.

(C) 19,2.

(D) 18,9.

(E) 17,6.

10. Um levantamento foi realizado em três comunidades


para a verificação da realidade vacinal dos habitantes. A
tabela a seguir mostra os resultados obtidos.

Número de
Número de
indivíduos que
indivíduos que
Comunidades estavam com
responderam
a vacinação
à enquete
completa
1 380 325
2 420 392
3 535 417

Considerando a porcentagem de indivíduos com a vaci-


nação completa dentre os entrevistados em cada comu-
nidade, a ordenação das comunidades, da maior para a
menor porcentagem, é

(A) 2, 3, 1.

(B) 3, 2, 1.

(C) 1, 3, 2.

(D) 2, 1, 3.

(E) 1, 2, 3.

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11. A aplicação de 300 mL de soro em um paciente é iniciada R A S C U N H O
com a frequência de 20 gotas por minuto. Sabe-se que
1 mL é composto por 20 gotas. Após uma hora e meia,
desde o início da aplicação, o médico responsável quer
que a aplicação do soro termine em mais duas horas e
meia. Para isso acontecer, o número de gotas aplicadas
por minuto deverá aumentar em

(A) 10.

(B) 8.

(C) 6.

(D) 4.

(E) 2.

12. Em um turno fictício de um enfermeiro, ele tem sob sua


responsabilidade 35 pacientes que precisam tomar anti-
térmico, 27 que precisam tomar analgésico, 9 que pre-
cisam tomar antiviral, 12 que precisam tomar apenas
antitérmico e analgésico, 3 que precisam tomar apenas
analgésico e antiviral e 5 que precisam tomar antitérmi-
co, analgésico e antiviral. A diferença entre o número de
pacientes que não tomam analgésico e o número de pa-
cientes que tomam apenas analgésico é igual a

(A) 12.

(B) 11.

(C) 9.

(D) 8.

(E) 5.

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Políticas Públicas de Saúde 16. Assinale a alternativa que apresenta um objetivo da Políti-
ca Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
13. As doenças e lesões ocupacionais foram responsáveis pela (A) Criar centros especializados em todas as Regiões
morte de 1,9 milhão de pessoas no mundo em 2016, sendo de Saúde voltados à atenção clínico-ginecológica,
a maioria devido a doenças respiratórias e cardiovascula- inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e
res. O monitoramento da perda de saúde relacionada ao outras DST.
trabalho deve ser realizado em nível nacional, regional e
global, permitindo intervenções apropriadas para melhorar (B) Construir, em parceria com outros atores, um Pac-
a saúde da população trabalhadora e a equidade na saúde. to Nacional para Implantar o Programa de Anemia
Falciforme voltado às mulheres negras.
No Brasil, a Lei Orgânica de Saúde define como atribuições
do Sistema Único de Saúde para a Saúde do Trabalhador (C) Controlar e avaliar a qualidade dos serviços e
programas de saúde da mulher, nas instituições e
(A) realizar o atendimento dos trabalhadores portadores
empresas públicas e privadas.
de doenças profissionais e do trabalho, mediante
convênio firmado com as empresas. (D) Articular a atenção à mulher em situação de rua com
(B) garantir ao sindicato dos trabalhadores requerer a inter- ações de prevenção de DST/Aids, câncer de colo
dição de máquinas, quando houver exposição a risco uterino e de mama e saúde mental.
iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. (E) Ampliar o acesso das mulheres às informações
(C) financiar o subsistema de assistência à saúde do tra- sobre as opções de métodos anticoncepcionais.
balhador nos municípios, visando ao atendimento do
trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou porta-
dor de doença profissional e do trabalho. 17. Intensificar a busca ativa e os tratamentos supervisionados
para o controle de doenças infecciosas, controlar e reduzir
(D) executar procedimentos médicos, de enfermagem, fisio-
a incidência de tuberculose, DST/Aids e outros agravos e
terapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre
propor estratégias que garantam o acesso dessa popula-
outros necessários ao cuidado integral dos trabalhado-
ção às vacinas disponíveis no SUS, são ações do Plano
res em seu domicílio.
Operativo para Implementação de Ações em Saúde da
(E) subsidiar, por meio de projetos específicos, a insta- População em Situação de Rua referentes ao eixo:
lação e o funcionamento dos serviços de saúde nas
empresas para atendimento dos trabalhadores. (A) Promoção e vigilância em saúde.

(B) Monitoramento e avaliação das ações de saúde.


14. O acolhimento de todas as pessoas que procuram os
(C) Fortalecimento da participação e do controle social.
serviços de saúde, oferecendo fácil acesso e sem dife-
renciações excludentes, visando construir respostas às (D) Educação permanente em saúde.
demandas e necessidades, corresponde ao princípio da
Atenção Básica denominado: (E) Inclusão da população em situação de rua no escopo
das redes de atenção à saúde.
(A) Equidade.
(B) Integralidade.
18. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e
(C) Resolutividade.
do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prio-
(D) Universalidade. ridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimen-
(E) Longitudinalidade. tação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao tra-
balho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito
e à convivência familiar e comunitária.
15. Na assistência ao parto, deve ser estabelecida relação
Assinale a alternativa correta.
de respeito entre os profissionais de saúde e as mulheres
durante o processo de parturição. Deve haver respeito (A) A prevenção e a manutenção da saúde do idoso se-
aos sentimentos, emoções, necessidades, valores cultu- rão efetivadas por meio de atendimento geriátrico e
rais, disposição dos profissionais para ajudar a mulher gerontológico na atenção básica e pela busca ativa
a diminuir a ansiedade, insegurança e outros temores, de casos de doenças específicas da população idosa.
promoção e manutenção do bem-estar físico e emocional
ao longo do processo da gestação, do parto e do nasci- (B) Os casos de suspeita ou confirmação de violência
mento, informação e orientação permanente à parturien- praticada contra idosos devem ser notificados pelos
te sobre a evolução do trabalho de parto. serviços de saúde públicos e privados à autoridade
sanitária.
Essas são práticas que correspondem à diretriz da Políti-
ca Nacional de Humanização denominada: (C) É assegurado a todo idoso o direito de optar pelo tra-
tamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
(A) Transversalidade.
(B) Clínica Ampliada. (D) Em todo atendimento de saúde, os maiores de seten-
ta anos terão preferência especial sobre os demais
(C) Acolhimento.
idosos, exceto em caso de emergência.
(D) Gestão Participativa.
(E) Em razão da idade, os planos de saúde podem cobrar
(E) Protagonismo. valores diferenciados aos idosos.
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19. Constitui(em) objetivo(s) da Política Nacional de Saúde CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Integral da População Negra:
21. De acordo com a literatura baseada em Furkim, sobre
(A) sensibilizar os gestores, profissionais de saúde e a
controle motor neurológico da fase oral da deglutição, os
população em geral para reconhecer a população
movimentos da mandíbula são controlados pelo nervo
negra como sujeitos de direitos, envolvendo-os nas
encefálico denominado
ações e implementando estratégias para aproximá-
-los da temática. (A) hipoglosso.

(B) fortalecer a assistência básica no cuidado à saúde (B) facial.


da população negra, facilitando e garantindo o aces- (C) trigêmeo.
so e a qualidade da atenção necessária ao enfrenta-
mento dos fatores de risco das doenças e dos agra- (D) glossofaríngeo.
vos à saúde. (E) vago.
(C) fortalecer e articular ações de vigilância em saúde,
identificando os fatores de risco das doenças e agra- 22. A disfagia orofaríngea iatrogênica é causada por interven-
vos à saúde da população negra. ções medicamentosas ou cirúrgicas que podem afetar as
(D) identificar, combater e prevenir situações de abuso, fases oral e faríngea da deglutição de diversas formas.
exploração e violência, incluindo assédio moral, no Segundo Furkim, quando se utiliza anestesia de mucosa,
ambiente de trabalho. indicado como anestésico tópico para aliviar passagem
de fibra endoscópica ou para o controle da dor dentária,
(E) desenvolver ações básicas de saúde à população essa medicação terá como possível efeito:
negra em áreas rurais, voltadas para a vacinação,
(A) boca seca e diminuição de apetite.
atendimento odontológico, controle de tuberculose e
outras doenças transmissíveis. (B) diminuição de reflexo de tosse e vômito.
(C) sinais de desidratação crônica.
(D) mucosa seca e espessamento de secreções bron-
20. Compete ao Ministério da Saúde em relação à Política
queais.
Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bisse-
xuais, Travestis e Transexuais: (E) estado mental alterado e rigidez muscular.

(A) executar procedimentos para implante de próteses


de silicone para travestis e transexuais. 23. Paciente adulto é submetido à avaliação videofluoros-
cópica da deglutição, que revelou alterações de resíduo
(B) conduzir os processos de pactuação sobre as ações
presente em seios piriformes e abertura do segmento
de atenção integral à saúde LGBT no âmbito das
faringoesofágico. Para essa alteração, a fonoaudió­loga
Comissões Intergestores Bipartites.
pode indicar uma manobra voluntária de limpeza de
(C) definir estratégias de serviços para a garantia dos r­ecessos faríngeos, como a de
direitos reprodutivos da população LGBT. (A) deglutições múltiplas.
(D) executar as ações da Política Nacional de Saúde (B) deglutição com esforço.
Integral LGBT nos Estados e Municípios.
(C) intercalar deglutição de sólido com a de líquidos.
(E) promover ações de vigilância, prevenção e atenção (D) lateralização da cabeça para ambos os lados.
à saúde nos casos de doenças relacionadas à popu-
lação LGBT. (E) emissão de fonemas guturais.

24. Na avaliação videofluoroscópica da deglutição, pode ser


observado que a etiologia da aspiração pode ser encon-
trada antes, durante ou após o episódio de deglutição.
Quando ocorre a aspiração após a deglutição, as causas
podem ser
(A) atraso do reflexo de deglutição e redução da inver-
são da epiglote.
(B) redução do controle motor oral e redução do fecha-
mento laríngeo.
(C) redução da contração faríngea e disfunção do
e­sfíncter esofágico superior.
(D) redução da anteriorização laríngea e ausência do
r­eflexo de deglutição.
(E) alterações estruturais e redução do controle motor oral.

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25. Na avaliação da mastigação e da deglutição, o fonoau- 29. Para a avaliação fonoaudiológica de paciente com parali-
diólogo observa as seguintes alterações: hipofunção da sia facial periférica, considere a fase flácida como aquela
musculatura mastigatória, exagerada atividade de língua, que aguarda a regeneração do nervo facial e a fase de
amassamento do alimento contra o palato e ausência de sequelas após a regeneração do nervo facial. Na fase de
vedamento labial. Essas alterações podem ser possíveis sequelas, com relação à avaliação dos movimentos de
causas de que alteração da mastigação? olhos e lábios, podem ser evidenciados, respectivamente,

(A) Mastigação com ruídos. (A) fechamento natural sem força; filtro labial desviado
(B) Padrão de mastigação unilateral. para o lado não afetado.

(C) Mastigação rápida. (B) queda do supercílio; queda da comissura labial para
o lado afetado.
(D) Padrão de mastigação bilateral simultâneo.
(C) piscadas assincrônicas; protusão desviada para o
(E) Mastigação com movimentos mandibulares limitados.
lado não afetado, com diminuição do movimento.

(D) lacrimejamento excessivo durante a mastigação;


26. Mulher, 53 anos, com quadro clínico caracterizado por protusão desviada para o lado comprometido.
f­atigabilidade acentuada após atividade muscular contí-
nua, havendo melhora da força muscular após um perío- (E) fechamento natural sem força e forçado incompleto;
do de repouso. A fraqueza muscular é flutuante com piora rima labial ausente ou apagada do lado comprometido.
no final do dia e com acometimento das musculaturas
ocular, facial e bulbar. Apresenta os seguintes achados
em avaliação fonoaudiológica: aumento da nasalidade,
refluxo nasal, dificuldade em controlar o bolo alimentar 30. Segundo a literatura e a prática clínica fonoaudiológicas,
na boca, presença de resíduo em valéculas e hipofarin- é possível considerar que, em casos de pacientes com
ge após a deglutição e presença de aspiração devido à presença de mordida aberta anterior, ocorram as seguin-
fraqueza das estruturas envolvidas. Diante dessas altera- tes alterações de mastigação:
ções, é possível suspeitar de um quadro de
(A) a função mastigatória geralmente é rápida, com redu­
(A) Esclerose Lateral Amiotrófica. ção do número de ciclos, podendo ocorrer deslize a­nte­
rior da mandíbula para aumentar o espaço intraoral.
(B) Síndrome de Guillain-Barré.
(B) a função mastigatória é pouco eficaz, com predomí-
(C) Distrofia muscular de Duchenne.
nio de movimentos verticais da mandíbula, com par-
(D) Distrofia de Becker. ticipação do dorso da língua para pressionar o ali-
mento contra o palato e fraca ou nenhuma pressão
(E) Miastenia Gravis Autoimune Adquirida. do músculo bucinador.

(C) a dimensão vertical pode apresentar-se menor do


27. De acordo com a literatura, a fase faríngea da degluti- lado cruzado, facilitando a mastigação desse lado,
ção em neonatos é considerada complexa e destaca um com assimetrias musculares decorrentes do maior
músculo que tem papel de protagonista, visto que sua trabalho do lado de preferência mastigatória.
função está presente em grande parte dos fenômenos
mecânicos que ocorrem nessa fase. Esse músculo é o (D) notam-se lábios superiores mais estreitos que infe-
riores e a língua encontra-se plana e alargada por
(A) tireoioideo. conta da própria conformação óssea e do estado de
contração muscular diminuído, o que faz a mastiga-
(B) cricofaríngeo.
ção ter atividade incoordenada.
(C) constritor médio da faringe.
(E) cansaço ao mastigar alimento na face oclusal dos
(D) miloioideo. dentes, comprometendo o processo de trituração e
pulverização, e pouca participação dos músculos
(E) palatofaríngeo.
orbiculares da boca e bucinador, enquanto a língua
apresenta menor movimento de lateralização.

28. O músculo da expressão facial que traciona a pele do


pescoço para cima é o

(A) zigomático.

(B) platisma.

(C) abaixador do ângulo.

(D) bucinador.

(E) mentual.

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31. Para efeito de diagnóstico diferencial, as alterações da 34. Em relação à função nasal, Di Francesco (2003), men-
articulação temporomandibular (ATM), podem ser classi- ciona que as cavidades nasais e paranasais apresentam
ficadas segundo os distúrbios articulares definidos como uma anatomia peculiar, que permite resistência à passa-
problemas nas estruturas articulares associadas ao dis- gem do ar, ideal para a realização das funções primor-
co articular ou superfícies articulares caracterizados por diais do nariz. Segundo a autora, há resistência à passa-
dor articular, limitação dos movimentos, ruídos articula- gem do ar tanto na respiração nasal quanto na respiração
res, dor muscular e, eventualmente, edema pré-auricular. oral em porcentagens diferentes, sendo que
Nesses casos, quando ocorre o deslocamento articular
ou a luxação, tem-se, como consequência, (A) 50 a 60% da resistência total da respiração encontra-se
no nariz.
(A) perda de contato entre as superfícies articulares,
d­evido ao deslocamento do côndilo, o que impossibi- (B) 70 a 80 % da resistência total da respiração encon-
lita o fechamento da boca. tra-se no nariz.

(B) quando há redução, acontece a recaptura do disco (C) 80 a 90 % da resistência total da respiração encon-
articular durante o movimento e, sem redução, ocor- tra-se no nariz.
re o reposicionamento do disco.
(D) a respiração oral confere apenas 10% da resistência.
(C) ocorrência de lesões articulares de diferentes ori-
gens, além de irregularidades ou alterações dos teci- (E) a respiração oral confere 40% da resistência.
dos duros e moles intracapsulares.

(D) inflamação articular, dor, diminuição da mobilidade,


crepitação e edema quando associado a trauma ou 35. Na avaliação fonoaudiológica, paciente com 53 anos,
infecção. homem, com histórico de acidente vascular cerebral em
tronco encefálico apresentou as seguintes características
(E) contração muscular involuntária e repentina, decor- de fala e voz: imprecisão na articulação das consoantes,
rente de distensão ou solicitação extrema. voz rouca, qualidade vocal tensa-estrangulada, monoto-
nia, hipernasalidade e musculatura de fala comprometida
nos níveis fonatório, ressonantal e articulatório. Diante
32. De acordo com a literatura, a classificação de Spina para dessas características, o fonoaudiólogo pode inferir que
as fissuras labiopalatinas toma como ponto de referência esse paciente tem uma disartria
o forame incisivo, portanto, quando a fissura localiza-se
posteriormente ao forame incisivo atingindo o palato duro (A) hipocinética.
parcialmente, o palato mole e a úvula, é chamada de
(B) atáxica.
(A) fissura transforame incisivo.
(C) espástica.
(B) fissura pós-forame incisivo completa.
(D) hipercinética.
(C) fissura pós-forame incisivo incompleta.
(E) flácida.
(D) fissura pré-forame incisivo.

(E) fissura pré-forame incisivo bilateral.


36. As características vocais dos pacientes com disartrias
podem ser variáveis dependendo do nervo craniano
33. Dados de literatura referendados em Di Francesco (2003)
l­esado, de forma que, quando há comprometimento no
apontam que a respiração oral é um fator de desestabili-
componente funcional de ressonância afetando o funcio-
zação das vias aéreas superiores durante o sono, sendo
namento do músculo elevador do esfíncter velofaríngeo,
a apneia do sono comum em crianças, que, por terem o
pode-se afirmar que o nervo craniano comprometido é o
sono desconfortável, apresentam sintomas e característi-
cas diurnos, tais como:
(A) hipoglosso.
(A) sonolência, hipoatividade, respiração mista, baixa
(B) abducente.
performance escolar e cefaleia noturna.

(B) infecções de vias aéreas, desempenho escolar ade- (C) trigêmeo.


quado, deficit de memória e respiração nasal.
(D) glossofaríngeo.
(C) hiperatividade, rinorreia aguda, distúrbios da deglu-
tição, otite média e cefaleia constante. (E) vago.

(D) respiração oral, hipersonolência, deficit de atenção,


infecções de vias aéreas e rinorreia crônica.

(E) despertares noturnos frequentes, respiração mista,


cefaleia matinal e desempenho escolar adequado.

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37. Na avaliação clínica da fala de indivíduos com fissura 40. Segundo Ortiz (2010), na avaliação de um paciente com
labiopalatina, a literatura aponta testes complementa- apraxia de fala como sequela neurológica, em relação
res de avaliação de ressonância, como o teste em que aos aspectos sequenciais da fala, uma análise revela
é s­olicitada ao paciente a emissão de uma vogal susten- três tipos fundamentais de erros: antecipação, reiteração
tada, sendo utilizadas duas emissões das vogais /i/ e /u/ e metátese. Assinale a alternativa que explica o erro e
e de vocábulos dissílabos com o fonema /b/ variando a apresenta um exemplo de metátese.
tonicidade da sílaba. A primeira emissão é realizada nor-
(A) Substituição de um fonema que apareceria na c­adeia
malmente e, na segunda, o fonoaudiólogo pinça as nari-
da fala, por exemplo, o paciente fala “lanela” em vez
nas do paciente com o polegar e indicador, fechando-as.
de “panela”.
Esse teste complementar é chamado de
(B) Inversão sequencial dos fonemas dentro da palavra,
(A) teste de emissão de ar nasal. por exemplo, o paciente falou “lapena” para “panela”.
(B) avaliação da função velofaríngea. (C) Repetição de um fonema que já apareceu na cadeia
da fala, por exemplo, o paciente emitiu “panepa” em
(C) teste de inteligibilidade de fala. vez de “panela”.
(D) teste de hipernasalidade. (D) Troca de fonemas na sequência normal de apareci-
mento, por exemplo, o paciente falou “panepa” em
(E) teste de hiponasalidade. vez de “panela”.
(E) Emissão repetitiva de um fonema que já ocorreu na
38. Para a terapia fonoaudiológica nas alterações de fala cadeia da fala, por exemplo, o paciente falou “napela”
por disartrias, a literatura, segundo Ortiz (2010), consi- em vez de “panela.
dera como pontos fundamentais para o tratamento os
processos motores de respiração, fonação, ressonância,
articulação e prosódia. No que diz respeito à respiração, 41. A literatura pautada em Ortiz (2010) descreve que há
a avaliação fonoaudiológica para determinar condutas certo consenso no que tange às especializações hemis-
deve considerar que alterações na amplitude da respira- féricas de diferentes funções cognitivas, de forma que o
ção podem gerar hemisfério direito está relacionado a funções como per-
cepção visuoespacial, reconhecimento de expressões
(A) aumento do tempo de pausa entre as palavras e faciais, bem como
e­scape de ar durante a fonação.
(A) ao funcionamento da memória verbal, às inteligên-
(B) inspiração frequente, emissão e frases curtas e fona- cias social e emocional e ao raciocínio analítico.
ção por curto período. (B) aos demais aspectos formais da linguagem como a
(C) hipernasalidade associada à ausência de movimen- fonologia, morfologia e sintaxe.
tação de véu palatino. (C) às inteligências social e emocional e aos atos comu-
nicativos, ou seja, à pragmática.
(D) diminuição da amplitude dos movimentos de arti­
culação. (D) à organização estrutural do sistema linguístico e aos
aspectos funcionais da linguagem.
(E) o aumento da velocidade de fala e dos movimentos
de articulação. (E) ao raciocínio analítico, aos aspectos da expressão e
à recepção de linguagem.

39. Segundo Ortiz (2010), os dois tipos principais de apraxia


são a ideatória e a ideomotora. É correto afirmar que a 42. Assinale a alternativa que apresenta possíveis manifes-
apraxia ideatória consiste em tações da afasia do tipo Broca, segundo Ortiz (2010).
(A) Alteração leve da compreensão oral e da compreen-
(A) um deficit na habilidade de sequencializar comandos
são gráfica, emissão oral com redução e estereoti-
motores necessários ao posicionamento correto dos
pias, leitura em voz alta com estereotipia, disgrafia.
articuladores durante a produção voluntária da fala.
(B) Emissão gráfica com paragrafias literais e grafêmi-
(B) um distúrbio na performance dos movimentos neces- cas, alteração da emissão oral com parafasias fonê-
sários para o uso de objetos. micas e semânticas, repetição ruim e alteração leve
da compreensão oral.
(C) uma inabilidade para sequencializar os movimentos
dos braços, pernas, mãos e pés durante uma ação (C) Alteração leve da compreensão gráfica para textos e
voluntária. alteração leve da compreensão oral, anomias, para-
fasias fonêmicas esporádicas e semânticas.
(D) um deficit na habilidade de sequencializar movimen-
tos voluntários não verbais da língua, lábios, mandí- (D) Emissão gráfica com paragrafias literais, alteração da
bula e outras estruturas orais associadas. emissão oral com parafasias fonêmicas e agramatismo.
(E) Alteração da compreensão oral para ironias, metáfo-
(E) uma inabilidade de fazer uso de um objeto ou gesto,
ras e ambiguidades, alteração da emissão oral com
devido à perda do conhecimento de suas funções.
anomias, parafasias semânticas e paráfrases.

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43. Com base em Ortiz (2010), a compreensão da fala ini- 46. Assinale a alternativa correta sobre o desenvolvimento do
cia-se pela recepção e pela análise acústica do som, de sistema fonológico, considerando a idade de 1 a 3 anos,
forma que o estímulo sonoro é captado na área auditiva segundo literatura de Fernandes, Mendes e Nava, (2010).
primária, área de Heschl, situada no giro
(A) Entre 12 e 18 meses, o inventário fonético é peque-
(A) frontal inferior. no, consistindo plosivas, nasais e semivogais com
um vocabulário de 50 palavras.
(B) pré-frontal.
(B) Entre 12 e 24 meses, o inventário fonético é de
(C) temporal médio. 200 palavras com estruturas silábicas ainda sim-
ples como vogal-consoante ou consoante-vogal ou
(D) temporal superior.
consoante-vogal-consoante.
(E) pós-central.
(C) Aos 12 meses, é a fase de maior expansão do inventá-
rio fonético, mas ainda com omissões e substituições.

44. Paciente de sexo masculino, de 45 anos com pós-AVCi, (D) Aos 36 meses, a criança adquire sons mais comple-
apresentou na avaliação fonoaudiológica as seguintes xos, começa a usar palavras mais longas e o siste-
manifestações: foi capaz de realizar muito bem as provas ma fonológico começa a estabilizar-se.
de repetição sem, necessariamente, compreender o que
repetiu; emissão oral fluente com presença de parafasias (E) Dos 24 aos 36 meses, a criança possui um voca-
semânticas, anomias e circunlóquios; compreensão da bulário que lhe permite expressar suas necessida-
escrita alterada, embora a leitura em voz alta é boa com des e as estruturas silábicas ainda são simples com
a presença de algumas parafasias, mas não foi capaz consoante-vogal-consoante-vogal.
de compreender o que leu; teve melhor desempenho no
ditado do que nas provas de escrita espontânea. Diante
de tais manifestações, o fonoaudiólogo pode inferir que 47. Os músculos da respiração são didaticamente divididos
se trata de uma afasia do tipo em torácicos e abdominais. Assinale a alternativa que
apresenta dois músculos torácicos (MT) e dois músculos
(A) amnéstica/anômica.
abdominais (MA), respectivamente.
(B) transcortical sensorial.
(A) Diafragma e peitoral maior (MT); quadrado lombar e
(C) transcortical motora. escaleno (MA).

(D) transcortical mista. (B) Escaleno e quadrado lombar (MT); oblíquo interno e
oblíquo externo (MA).
(E) condução.
(C) Peitoral maior e peitoral menor (MT); diafragma e
quadrado lombar (MA).

45. Considere o processamento de linguagem escrita em (D) Oblíquo externo e oblíquo interno (MT); quadrado
uma abordagem que leva em conta quatro processa- lombar e diafragma (MA).
dores, interligados e conectados entre si: ortográfico;
fonológico; semântico e contextual. Nesses conceitos, (E) Quadrado lombar e diagrama (MT); escaleno e oblí-
quando um leitor, ao ler em um texto a palavra batida, o quo externo.
significado relacionado à bebida preparada com cacha-
ça, água e açúcar ou à colisão entre automóveis será
dado por um processador e pela análise do texto, ao ati- 48. Em pacientes após a ressecção da laringe e, consequen-
var outro processador, apenas um desses significados temente, comprometimento vocal, a utilização da voz
será ativado. Nesse exemplo, são ativados dois proces- traqueoesofágica é uma possibilidade de comunicação e
sadores, a saber: devem ser informadas ao paciente as vantagens e des-
vantagens do uso dessa prótese. São consideradas duas
(A) fonológico e ortográfico.
desvantagens da voz traqueoesofágica:
(B) fonológico e semântico.
(A) aprendizado lento por parte do paciente e qualidade
(C) semântico e contextual. vocal metálica.

(D) ortográfico e contextual. (B) custo das próteses e aprendizado lento.

(E) semântico e ortográfico. (C) qualidade vocal muitas vezes imprecisa e não per-
mite variações de pitch e loudness.

(D) tamanho do estoma para oclusão digital e necessi-


dade de destreza manual do paciente.

(E) realização de cirurgia para colocação da prótese e


emissão fisiológica.

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49. Considerada pela literatura como causa de disfonias 51. A literatura com base em Behlau relata que, nas dis-
o­rganofuncionais, o edema de Reinke ocorre por reação fonias congênitas por alterações laríngeas, o primeiro
natural do tecido ao trauma fonatório associado ao con- sintoma cardinal a ser observado é a obstrução respira-
sumo de tabaco por longo tempo. Tem sido descrito como tória em que fase é mais evidente e qual é a caracterís-
qualidade vocal de um paciente com edema de Reinke, tica auditiva do e­stridor. Nessa observação, quando um
bebê apresenta estridor inspiratório hiperagudo, combi-
(A) voz predominantemente rouca, por vezes fluída e nado com uma prolongada fase expiratória, em frequên-
crepitante, com pitch grave e modulação restrita, e cia grave, sugere obstrução
pode ocorrer ataque vocal brusco.
(A) intratorácica, com característica asmatoide podendo
(B) voz áspera, crepitante, comprimida e de intensidade ser em broncomalácia.
reduzida, emissão grave, tensa, com ataques vocais
bruscos. (B) abaixo da laringe, por compressão externa da traqueia.

(C) voz levemente rouca ou soprosa, a frequência é gra- (C) na faringe ou no trato respiratório inferior.
ve ou muito grave com intensidade excessiva, modu- (D) alveolar comum em laringomalácia ou paralisia bila-
lação vocal restrita e ataques vocais extremamente teral de pregas vocais.
bruscos.
(E) no brônquio menor ou alveolar.
(D) a rouquidão e soprosidade como principais sinais
perceptivo-auditivos, dor na laringe ou pescoço, per-
da da potência da voz e fadiga vocal. 52. Nas disfonias neurológicas, os achados da avaliação clí-
nica fonoaudiológica podem sugerir indícios de compro-
(E) uma disfonia silente com voz grave, crepitante, com metimentos neurológicos. De acordo com Behlau, quan-
dor na fonação, intensidade reduzida e algumas síla- do um paciente neurológico apresenta uma voz muito
bas com ênfase fortemente marcada e ataque vocal grave, pode ser indício de
brusco frequente.
(A) perda do controle de variação de intensidade pela

esistência glótica que pode acontecer em altera-
ções extrapiramidais.
50. Na residência multiprofissional, o fonoaudiólogo residen-
te observou a seguinte avaliação: mulher de 35 anos com (B) perda do controle fino de frequência e intensidade,
queixa de disfonia com relatório sobre as características que pode acontecer em alteração central cerebelar.
da lesão laríngea apontando lesão grande de coloração
(C) comprometimento de regime vibratório duplo e dife-
esbranquiçada com limites bem definidos localizados na
rença de tensão entre as pregas vocais, por exem-
metade da porção vibratória e observou-se fenda glóti-
plo, em casos de desnervação.
ca em ampulheta; já a avaliação vocal revelou qualidade
v­ocal rouca-áspera e bitonal com frequência fundamental (D) incapacidade de encurtar as pregas vocais com pre-
grave; ataque vocal brusco com degrau de sonoridade; domínio da ação do cricotireóideo, geralmente com-
incoordenação pneumofonoarticulatória e, quando solici- pensatória à paralisia de nervo recorrente.
tado à paciente a manobra vocal de fonação inspiratória,
não se evidenciou o ligamento vocal. Pela análise desses (E) incapacidade de alongar as pregas vocais, geral-
dados, o fonoaudiólogo residente pode inferir que essa mente por paralisia de nervos laríngeos superiores.
paciente tem como causa da disfonia:

(A) nódulos vocais. 53. Paciente submetido a um procedimento cirúrgico na


l­aringe teve o nervo laríngeo inferior seccionado no lado
(B) granulomas. direito. Para esse paciente, pode ser indicado um exercí-
cio para a reabilitação que consiste em realizar o trabalho
(C) pólipos vocais.
vocal
(D) cistos intracordais. (A) com a cabeça preferencialmente voltada para o lado
direito, a fim de estimular a prega vocal seccionada.
(E) leucoplasia.
(B) com a cabeça voltada para o lado esquerdo, pois
não há como retomar a função da prega vocal do
lado seccionado.

(C) preferencialmente com a cabeça deslocada para o


lado direito, a fim de estimular a prega vocal sadia.

(D) preferencialmente com a cabeça rodada para o lado


esquerdo, na tentativa de estimular a prega vocal s­adia.

(E) com a cabeça tombada para o lado direito, porque é


necessário estímulo para retomar alguma função da
prega vocal seccionada.

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54. Paciente adulto, comparece para avaliação audiológica 56. Na avaliação processamento auditivo central, os testes
com queixa de que não ouve bem e que tende a falar comportamentais dicóticos caracterizam-se por apre-
em voz alta, porque tem dificuldades em controlar a pró- sentarem estímulos de fala diferentes às duas orelhas
pria voz. A média dos limiares obtidos constam no quadro simultaneamente ou de maneira sobrepost­ a. O teste
a seguir. dicótico de dígito (TDD) avalia a habilidade auditiva de

Limiares médios entre 500, 1 000 e 4 000 Hz (A) figura-fundo para sons não verbais.

Orelha direita Orelha esquerda (B) figura-fundo para sons verbais.


Via aérea 50 60 (C) fechamento.
Via óssea 35 45
(D) ordenação temporal.
Ausência de reflexos acústicos.
(E) localização.
Além dos limiares apresentados, o teste Weber laterali-
zou para a orelha direita. O teste Bing audiométrico reve-
lou que não há mudanças no limiar ósseo, nas frequên-
57. A avaliação das respostas comportamentais a estímulos
cias de 500 e 1 000 Hz, nas condições óssea absoluta e
sonoros auditivos de crianças, descrito pela literatura,
óssea relativa.
utiliza níveis de referência das respostas auditivas da-
A partir dos dados constantes no quadro, o fonoaudiólogo quelas sem perda auditiva como parâmetros de avalia-
pode deduzir que houve provável perda auditiva ção das habilidades auditivas. Portanto, com base nes-
ses níveis de referência, são esperados para crianças de
(A) condutiva bilateral. 3 a 6 meses de idade, os seguintes padrões de respostas
a sons instrumentais (PR) e os seguintes níveis mínimos
(B) mista bilateral. de resposta na avaliação de reforço visual com tons pu-
ros dBNA (NMR)
(C) mista à direita e condutiva à esquerda.
(A) localização lateral direita/esquerda, localização dire-
(D) sensorioneural bilateral.
ta para baixo e para cima (PR) de 40 a 60 dB (NMR).
(E) sensorioneural moderada à direita e severa à
(B) localização lateral direita/esquerda, localização
e­squerda.
indireta para baixo e indireta para cima (PR); de 60
a 80 dB (NMR).

(C) atenção, sobressalto, procura da fonte sonora (PR);


55. Quando comparado aos limiares auditivos na audiome-
de 40 a 60 dB (NMR).
tria tonal, o limiar do reflexo acústico em pacientes com
perda auditiva neurossensorial pode sugerir a presença (D) atenção, sobressalto, localização lateral direita/esquer-
de recrutamento auditivo que corresponde à diferença da (PR); de 60 a 80 dB (NMR).
igual ou inferior à
(E) atenção, procura da fonte sonora e localização late-
(A) 30 dB entre os limiares do reflexo acústico contrala- ral direita/esquerda (PR); de 60 a 80 dB (NMR).
teral e o limiar tonal da mesma frequência.

(B) 40 dB entre os limiares do reflexo acústico contrala-


teral e o limiar tonal da mesma frequência. 58. Quando, na avaliação audiológica de um paciente, regis-
tram-se variações dos limiares como piora e melhora do
(C) 50 dB entre os limiares do reflexo acústico contrala- limiar tonal de, pelo menos, 15 dB entre audiometrias em
teral e o limiar tonal da mesma frequência. uma ou mais frequências, sem diferenças no limiar tonal,
e de, pelo menos, 15 dB entre a primeira e a última audio-
(D) 60 dB entre os limiares do reflexo acústico contrala-
metria, essa perda auditiva é considerada
teral e o limiar tonal da mesma frequência.
(A) estável.
(E) 70 dB entre os limiares do reflexo acústico contrala-
teral e o limiar tonal da mesma frequência. (B) ascendente.

(C) flutuante.

(D) progressiva.

(E) flutuante/progressiva.

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59. Dentre as estruturas do sistema auditivo central, o lem-
nisco lateral é

(A) a maior estrutura do tronco encefálico com duas


divisões, o núcleo central e o núcleo pericentral, e
possui organização tonotópica, além de alto nível de
resolução de frequência.

(B) a única estrutura do tronco encefálico com informa-


ção auditiva ipsolateral originada na cóclea através
do nervo auditivo e tem representação tonotópica.

(C) a estrutura que possui neurônios sensíveis às modi-


ficações espaciais e de tempo e neurônios sensíveis
à estimulação binaural que permitem a localização
da fonte sonora.

(D) A primeira estação binaural, ou seja, é a primeira a


receber informações ipso e contra laterais e integra
as diferenças de tempo e intensidade em ambas as
orelhas.

(E) a via primária pela qual trafegam informações auditi-


vas ascendentes e descendentes e é uma das estru-
turas que define a organização tonotópica.

60. Assinale a alternativa correta sobre os tipos de curvas


timpanométricas descritas para medidas em admitância,
com sonda grave de 220 ou 226 Hz.

(A) Curvas com pico centrado em pressão mais negati-


va do que – 100 daPa correspondem à alteração na
orelha média, provável disfunção da tuba auditiva.

(B) Pico de máxima admitância à baixa pressão, mas


com amplitude reduzida, é compatível com disjunção
da cadeia ossicular.

(C) Curva plana caracterizada por ausência de pico


de máxima admitância é encontrada em casos de
a­umento de rigidez do sistema.

(D) Curva aberta é encontrada nas alterações da orelha


média, em casos de disfunção da tuba auditiva.

(E) Pico de máxima admitância deslocado para pressão


negativa é compatível com o aumento da rigidez do
sistema.

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