Você está na página 1de 27

LÍNGUA PORTUGUESA

Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
Alex José Periscinoto. do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais indevidas.
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Argumento do Atributo
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
acreditar que é verdade. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
largo uso do argumento de quantidade. da celebridade.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos médico:
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
frases carentes de qualquer base científica. conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
por bem determinar o internamento do governador pelo período
Argumento de Existência de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o hospital por três dias.
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
mão do que dois voando”. Como dissemos antes, todo texto tem uma função
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
Argumento quase lógico episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa não outras, etc. Veja:
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
provável.

9
LÍNGUA PORTUGUESA
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista.
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
meio ambiente, injustiça, corrupção). é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
o argumento. para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do desenvolver as seguintes habilidades:
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite totalmente contrária;
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
outros à sua dependência política e econômica”. contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação oposta.
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
assunto, etc). argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o sociedade.
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no dedução.
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
pensamento e seu comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo da verdade:
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - evidência;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - divisão ou análise;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - ordem ou dedução;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - enumeração.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma A forma de argumentação mais empregada na redação
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar alguns não caracteriza a universalidade.

10
LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo sentimentos não ditados pela razão.
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
para o efeito. Exemplo: realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Fulano é homem (premissa menor = particular) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistematizar a pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
O ferro, o bronze, o cobre são metais seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa ser assim relacionadas:
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Lógico, concordo. dos elementos que farão parte do texto.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Claro que não! informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
Exemplos de sofismas: em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Dedução fenômeno.
Todo professor tem um diploma (geral, universal) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Fulano tem um diploma (particular) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Indução análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
(particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral são empregados de modo mais ou menos convencional. A
– conclusão falsa) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- artificial.
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A

11
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
sabiá, torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar expandida;d
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto diferenças).
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na palavra e seus significados.
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
os pontos de vista sobre ele. fundamentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
Elemento especiediferença maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
a ser definidoespecífica acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
ou instalação”;

12
LÍNGUA PORTUGUESA
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
assim, desse ponto de vista. contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de cordeiro”;
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, verdadeira;
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de universalidade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
menos que, melhor que, pior que. desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos para a elaboração de um Plano de Redação.
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. tecnológica
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido resposta, justificar, criando um argumento básico;
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Nesse caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
postulados e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria consequência);
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados argumento básico;
concretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. menos a seguinte:
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões Introdução
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - função social da ciência e da tecnologia;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - definições de ciência e tecnologia;
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- Desenvolvimento
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - apresentação de aspectos positivos e negativos do
argumentação: desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual;

13
LÍNGUA PORTUGUESA
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Tipos de Intertextualidade
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos A intertextualidade acontece quando há uma referência
países subdesenvolvidos; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
passado; apontar semelhanças e diferenças; intertextualidade.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
urbanos; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
mais a sociedade. as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
Conclusão texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
consequências maléficas; com outras palavras o que já foi dito.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
apresentados. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
redação: é um dos possíveis. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
que ela é inserida. de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
textos caracterizada por um citar o outro. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termo “citação” (citare) significa convocar.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Pastiche é uma recorrência a um gênero.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los a recriação de um texto.
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
ou lido. comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.

14
LÍNGUA PORTUGUESA
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Introdução
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Desenvolvimento
A intertextualidade explícita: Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– é facilmente identificada pelos leitores; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
– não exige que haja dedução por parte do leitor; lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
– apenas apela à compreensão do conteúdos. Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; ção do desenvolvimento:
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
parte dos leitores; - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para dificultando a linha de compreensão do leitor.
a compreensão do conteúdo.
Conclusão
PONTO DE VISTA Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos tos levantados pelo autor.
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma Parágrafo
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
narrador-observador e o narrador-personagem. esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Primeira pessoa - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto sintética de acordo com os objetivos do autor.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma dade na discussão.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
só descobrimos ao decorrer da história.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
Segunda pessoa desenvolvimento e conclusão):
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
PARÁGRAFOS
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir:

15
LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafórica João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA
– catafórica africana.
Comparativa (uso de comparações por semelhanças) Mais um ano igual aos outros...
Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre elas
quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a um
cozinha têm janelas grandes.
mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

ORTOGRAFIA OFICIAL

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

16
LÍNGUA PORTUGUESA
Uso do “S” ou “Z”
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação, exclamação,
POR QUÊ
ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E
ÊNCLISE)

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.

17
LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTI- Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
VO Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, número, Todos parecem meio bobos.
VERBO
pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).

18
LÍNGUA PORTUGUESA
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).

19
LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
rito.
Pronomes • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, pio) ou advérbio (gerúndio).
nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no Tipos de verbos
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Desse modo, os verbos se dividem em:
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o vender, abrir...)
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- (ser, ir...)
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
Colocação pronominal • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). acontecer...)
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
gerúndio antecedidos por “em”. pentear-se...)
Nada me faria mais feliz. • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. Vozes verbais


Orgulhar-me-ei de meus alunos. As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
podendo ser três tipos diferentes:
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
ções, nem após ponto-e-vírgula. • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
Verbos do lago)
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
possuem subdivisões. partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo equivalente ao verbo “ser”.
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). Conjugação de verbos
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
presente, futuro do pretérito. são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im- que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
perfeito, futuro. gem.

20
LÍNGUA PORTUGUESA
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

21
LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
• Lugar: O vírus veio de Portugal. Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em-
• Companhia: Ela saiu com a amiga. prego da crase:
• Posse: O carro de Maria é novo. • Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu-
• Meio: Viajou de trem. na.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica-
Combinações e contrações das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- • Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e estresse.
havendo perda fonética (contração). • Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei-
• Combinação: ao, aos, aonde xando de lado a capacidade de imaginar.
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso • Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima
à esquerda.
Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra-
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante se:
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois • Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- mos uma reunião frente a frente.
mento de redigir um texto. • Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e • Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te
conjunções subordinativas. atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
Conjunções coordenativas a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma fica a 50 metros da esquina.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em
cinco grupos: Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
• Aditivas: e, nem, bem como. • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
• Adversativas: mas, porém, contudo. / Dei um picolé à minha filha.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
• Conclusivas: logo, portanto, assim. minha avó até à feira.
• Explicativas: que, porque, porquanto. • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Conjunções subordinativas Ana da faculdade.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. à escola / Amanhã iremos ao colégio.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Condicionais: e, caso, desde que. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Comparativas: como, tal como, assim como. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
• Finais: a fim de que, para que. e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
• Temporais: quando, enquanto, agora. Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
opcional.

23
LÍNGUA PORTUGUESA
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enunciado é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações (perí-
odo composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e finalizados com a pontuação adequada.

Análise sintática
A análise sintática serve para estudar a estrutura de um período e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
• Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e nominais, agentes da passiva)
• Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adverbiais, apostos)

Termos essenciais da oração


Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o predicado
é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo, onde o verbo está presente.

O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificável, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se concentra no verbo impessoal):
Lúcio dormiu cedo.
Aluga-se casa para réveillon.
Choveu bastante em janeiro.

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

24
LÍNGUA PORTUGUESA
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informação. O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS
Aparece sempre separado por vírgulas. sendo atacado.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções conjun-
Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS tivas.
com a fome no país.
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções sou locu-
ções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ou ção.
infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...

25
LÍNGUA PORTUGUESA

FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...


quanto mais / menos... mais /menos, à medida que,
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as pessoas
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho, dente por
Antes de citação direta
dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar é
vírgula e travessão) puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda está sendo
estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.

26
LÍNGUA PORTUGUESA
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
OBRIGADO / Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
Deve concordar com a pessoa que fala.
OBRIGADA “obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a volta às
Quando tem função de adjetivo para um substantivo, aulas.
BASTANTE concorda em número com o substantivo. Bastante criança ficou doente com a volta às aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável. O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para a
MENOS
existe na língua portuguesa. festa.

MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a As crianças mesmas limparam a sala depois da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da formatura.

Quando tem função de numeral adjetivo, deve


concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem.
As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensalidade.

27
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.

28
LÍNGUA PORTUGUESA
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

QUESTÕES

1. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR - Administrador


De acordo com as exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa, a palavra destacada está corretamente empregada em:
(A) Os estudiosos na área de tecnologia e as empresas de desenvolvimento de softwares estão interessadas na ampliação do uso da
internet em nossa sociedade.
(B) As instituições escolares encontram bastantes motivos para inserir computadores e celulares nas escolas públicas e privadas para
a melhoria do ensino.
(C) O acesso a empregos formais e a redução das taxas de pobreza precisam ser abordadas com urgência nos planejamentos gover-
namentais.
(D) A preocupação com o aparecimento de novas pandemias tem se tornado extremamente imperativas para manter a saúde da
população.
(E) Os empresários compraram uniformes azuis-marinhos para os trabalhadores responsáveis pela manutenção da limpeza dos es-
critórios.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
2. CESGRANRIO - 2021 - Banco do Brasil - Escriturário - Agente 3. CESGRANRIO - 2021 - Banco da Amazônia - Técnico Científico
Comercial - Prova A

Disponível em:<https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-
-quais-sao-os-limites> . 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

O grupo de palavras que atende às exigências relativas ao em-


prego ou não do hífen, segundo o Vocabulário Ortográfico da Lín-
gua Portuguesa, é
(A) extra-escolar / médico-cirurgião
(B) bem-educado / vagalume
(C) portarretratos / dia a dia LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade. Jornal do Brasil, Rio de Janei-
(D) arco-íris / contra-regra ro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
(E) subutilizar / sub-reitor

30
LÍNGUA PORTUGUESA
No texto, foram empregadas as palavras aí (l. 31) e ótimo (l. 35), A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz
ambas acentuadas graficamente. para o trecho uma ideia de
Duas outras palavras corretamente acentuadas pelos mesmos (A) adição
motivos que aí e ótimo são, respectivamente, (B) adversidade
(A) juíz e ébano (C) comparação
(B) Icaraí e rítmo (D) extensão
(C) caquís e incrédulo (E) soma
(D) país e sonâmbulo
(E) abacaxí e econômia 6. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
cial/2021/”Prova A”
4. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- Privacidade digital: quais são os limites
cial/2021/”Prova C” Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasileiros usuá-
O período em que a palavra ou a expressão em destaque NÃO rios de internet, representando cerca de 69,8% da população com
está empregada de acordo com a norma-padrão é: 10 anos ou mais. Ao redor do mundo, cerca de 4 bilhões de pessoas
(A) As professoras de que falamos são ótimas. usam a rede mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo
(B) A folha em que deve ser feita a prova é essa. smartphone.
(C) A argumentação onde é provado o crime foi dele. Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase) utópico.
(D) O aluno cujo pai chegou é Pedro. Uma vez na rede, a informação está registrada para sempre: deixa-
(E) As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas. mos rastros que podem ser descobertos a qualquer momento.
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, essa é uma
5. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- discussão que precisa ser feita. Ela é importante, inclusive, para tra-
cial/2021/”Prova C” zer mais clareza e consciência para os usuários. Vale lembrar, por
A palavra salário vem mesmo de “sal”? exemplo, que não são apenas as redes sociais que expõem as pes-
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma soas. Infelizmente, basta ter um endereço de e-mail para ser rastre-
Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di- ado por diferentes empresas e provedores.
nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de A questão central não se resume somente à política de privaci-
discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300 dade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao modo como cada socie-
anos depois. dade vem paulatinamente estruturando a sua política de proteção
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não de dados.
perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun- A segurança da informação já se transformou em uma área es-
damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de tratégica para qualquer tipo de empresa. Independentemente da
ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de demanda de armazenamento de dados de clientes, as organizações
segunda divisão) e, sim, o sal. têm um universo de dados institucionais que precisam ser salva-
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga- guardados.
rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao Estamos diante de uma realidade já configurada: a coleta de
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você informações da internet não para, e esse é um caminho sem vol-
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento. ta. Agora, a questão é: nós, clientes, estamos prontos e dispostos
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran- a definir o limite da privacidade digital? O interesse maior é nosso!
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro Esse limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló- quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
gico. Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, muito possi-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos velmente não. Isso porque, embora muitas pessoas não saibam, a
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha maioria das redes sociais prevê que, a partir do momento em que
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época um conteúdo é postado, ele faz parte da rede e não é mais do usu-
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze- ário.
res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de Daí a importância da conscientização. É preciso que tanto clien-
sobrevivência). tes como empresas busquem mais informação e conteúdo técni-
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his- co sobre o tema. Às organizações, cabe o desafio de orientar seus
toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re- limites da privacidade digital.
cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala- Vivemos em uma época em que todo mundo pode falar per-
rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário manentemente o que quer. Nesse contexto, a informação deixou
para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional de ser algo confiável e cabe a cada um de nós aprender a ler isso e
e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for- se proteger. Precisamos de consciência, senso crítico, responsabi-
ma de moedas. lidade e cuidado para levar a internet a um outro nível. É fato que
ela não é segura, a questão, então, é como usá-la de maneira mais
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” inteligente e contribuir para fortalecer a privacidade digital? Essa é
VC S/A, São Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. uma causa comum a todos os usuários da rede.

Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital-


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021. Adaptado.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
No trecho “Às organizações, cabe o desafio de orientar seus feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque um algoritmo
clientes, já que, na maioria das vezes, eles não sabem quais são os pode executar essas tarefas com mais rapidez e precisão do que um
limites da privacidade digital” (parágrafo 8), a expressão destacada humano.
expressa a noção de Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que cumprem es-
(A) condição sas funções precisam desenvolver novas habilidades, como a criati-
(B) finalidade vidade para resolver novos problemas, empatia para se comunicar
(C) concessão melhor e responsabilidade.
(D) causalidade Edmondson diz que toda profissão vai exigir adaptabilidade e
(E) comparação flexibilidade, do setor bancário às artes. Digamos que você é um
contador. Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar para
7. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- se qualificar; seu QE contribui na conexão com um recrutador e de-
cial/2021/”Prova A” pois no relacionamento com colegas e clientes no emprego. Então,
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo quando os sistemas mudam ou os aspectos do trabalho são auto-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: matizados, você precisa do QA para se acomodar a novos cenários.
(A) A associação brasileira de mercados financeiros publicou Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili-
uma diretriz de segurança, na qual mostra-se a necessidade de dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar. No mundo
adequação de proteção de dados. corporativo, o QA está sendo cada vez mais buscado na hora da
(B) A segurança da informação já transformou-se em uma área contratação. Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difícil
estratégica para qualquer tipo de empresa. mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.
(C) Naquele evento, ninguém tinha-se incomodado com o pa- Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma missão
lestrante no início do debate a respeito de privacidade digital. crítica. A capacidade de aprender, mudar, crescer, experimentar se
(D) Apesar das dificuldades encontradas, sempre referimo-nos tornará muito mais importante do que o domínio de um assunto.”
com cuidado aos nossos dados pessoais, como CPF, RG, e-mail, Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-
para proteção da vida privada. -cap-50429043>.Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
(E) Quando a privacidade dos dados bancários é mantida, como
nos garantem as instituições, ficamos tranquilos. A colocação do pronome oblíquo átono destacado está de
acordo com o que prevê a norma-padrão da língua portuguesa no
8. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer- seguinte período:
cial/2021/”Prova B” (A) Consideraria-se o QA mais importante que o QI há duas dé-
O que é o QA e por que ele pode ser mais importante que o QI cadas?
no mercado de trabalho (B) Se busca investir naquilo que pode fazer a diferença entre a
Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas de al- máquina e o homem.
guém crescer na carreira, poderia considerar pedir um teste de QI, (C) As mudanças no mercado de trabalho jamais dar-se-ão sem
o quociente de inteligência, que mede indicadores como memória investimento no capital humano.
e habilidade matemática. (D) Os candidatos que saem-se melhor nas entrevistas são con-
Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras letrinhas: tratados mais rapidamente.
o quociente de inteligência emocional (QE), uma combinação de (E) Alguns se consideram mais preparados para enfrentar ad-
habilidades interpessoais, autocontrole e comunicação. Não só no versidades no trabalho do que em família.
mundo do trabalho, o QE é visto como um kit de habilidades que
pode nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida. 9. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes para o cial/2021/”Prova C”
sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que a tecnologia rede- A colocação do pronome oblíquo destacado está de acordo
fine como trabalhamos, as habilidades necessárias para prosperar com a norma-padrão em:
no mercado de trabalho também estão mudando. Entra em cena (A) O dinheiro não foi-me bastante.
então um novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que considera (B) O depósito só estará concretizado, se houver quem validá-
a capacidade de se posicionar e prosperar em um ambiente de mu- -lo.
danças rápidas e frequentes. (C) Se você pudesse emprestar esse dinheiro, depositaria-o ain-
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas informa- da esta semana?
ções, mas de descobrir o que é relevante, deixar para trás noções (D) Explique-me como funciona esse financiamento.
obsoletas, superar desafios e fazer um esforço consciente para mu- (E) Me empreste seu cartão, que eu faço a transação hoje.
dar. Esse quociente envolve também características como flexibili-
dade, curiosidade, coragem e resiliência. Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as
Amy Edmondson, professora de Administração da Harvard Bu- questões 10 e 11.
siness School, diz que é a velocidade vertiginosa das mudanças no
mercado de trabalho que fará o QA vencer o QI. Automatiza-se fa- Lições após um ano de ensino remoto na pandemia
cilmente qualquer função que envolva detectar padrões nos dados No momento em que se tornam ainda mais complexas as dis-
(advogados revisando documentos legais ou médicos buscando o cussões sobre a volta às aulas presenciais, o ensino remoto conti-
histórico de um paciente, por exemplo), diz Dave Coplin, diretor da nua a ser a rotina de muitas famílias, atualmente.
The Envisioners, consultoria de tecnologia sediada no Reino Unido. Mas um ano sem precedentes na história veio acompanhado
A tecnologia mudou bastante a forma como alguns trabalhos são de lições inéditas para professores, alunos e estudiosos. Diante do
pouco acesso a planos de dados ou a dispositivos, a alternativa de
muitas famílias e professores tem sido se conectar regularmente via
aplicativos de mensagens.

32
LÍNGUA PORTUGUESA
Uma pesquisa apontou que 83% dos professores mantinham (C) As empresas têm mantido-se atentas às leis de proteção
contato com seus alunos por meio dos aplicativos de mensagens, ambiental vigentes no país poderão ser penalizadas.
muito mais do que pelas próprias plataformas de aprendizagem. (D) Os dirigentes devem esforçar-se para que os funcionários
Esse uso foi uma grande surpresa, mas é porque não temos outras tenham consciência de ações de proteção ao meio ambiente.
ferramentas de massificação. A maior parte do ensino foi feita pelo (E) Os trabalhadores das áreas rurais nunca enganaram-se a
celular e, geralmente, por um celular compartilhado (entre vários respeito da importância da agricultura para a subsistência da
membros da família), o que é algo muito desafiador. humanidade.
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, mensagens
direcionadas são uma forma relativamente barata de comunicação. 13. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
A importância de cultivar interações entre os estudantes, mesmo cial/2021/”Prova A”
que eles não estejam no mesmo ambiente físico, também é uma De acordo com as exigências da norma-padrão da língua por-
forma de motivá-los e melhorar seus resultados. Recentemente, tuguesa, a concordância verbal está corretamente empregada na
uma pesquisadora afirmou que “Aprendemos que precisamos dos forma destacada em:
demais: comparar estratégias, falar com alunos, com outros profes- (A) Para entender o público das plataformas digitais, analisa-
sores e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo que ram-se, durante dez semanas, o comportamento de jovens
seja cada um na sua casa. Além disso, a pandemia ressaltou a im- considerados viciados em aplicativos.
portância do vínculo anterior entre escolas e comunidades”. (B) Em grupos de jovens usuários de redes sociais, constata-
Embora seja difícil prever exatamente como o fechamento das ram-se inúmeras situações de dependência crônica do uso de
aparelhos celulares.
escolas vai afetar o desenvolvimento futuro dos alunos, educado-
(C) Nos serviços de ouvidoria das empresas de comunicação,
res internacionais estimam que estudantes da educação básica já
atendem-se a reclamações de todos os tipos sobre falhas nas
foram impactados. É preciso pensar em como agrupar esses alunos
conexões telefônicas.
e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo e decidir como
(D Nas análises sobre privacidade dos usuários, atribuem-se
enfrentar essa ruptura, com aulas ou encontros extras, com anos corretamente aos aplicativos de conversas a maior responsabi-
(letivos) de transição. lidade pela situação atual.
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pandemia. Dis- (E) Com base em dados estatísticos, estimam-se que os jovens
ponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2021/04/24/ sejam os maiores responsáveis pela navegação nas redes so-
8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-pandemia. htm>. Acesso ciais.
em: 21 jul. 2021. Adaptado.
14. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
10. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021 cial/2021/”Prova C”
O pronome oblíquo átono em destaque está colocado de acor- A concordância verbal está de acordo com as exigências da nor-
do com a norma-padrão em: ma-padrão da língua portuguesa, na forma verbal destacada em:
(A) No processo ensino-aprendizagem, o objetivo deve ser de-
(A) Todas as pessoas do gabinete do diretor foi à reunião.
senvolver aptidões para que os alunos sempre mantenham-se
(B) Os 10% dos funcionários da agência do sul gosta de cho-
em dia com os avanços da ciência.
colate.
(B) Se reclama muito das dificuldades do ensino remoto devido
(C) Já deu sete horas no meu relógio.
a problemas de conexão.
(D) Surge, quando menos se espera, novos trabalhos para fazer.
(C) Os profissionais da educação nunca cansam-se de estudar
(E) Pesquisam-se novas fórmulas de vacinas mais duráveis.
os conteúdos que possam interessar os alunos nas aulas.
(D) Para garantir o progresso dos estudantes, os professores
sempre dedicam-se a pesquisar novos métodos de ensino. 15. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
(E) Quando as escolas se preocuparem em empregar novas De acordo com as exigências da norma-padrão da língua portu-
metodologias no ensino-aprendizagem, alcançarão melhores guesa, o verbo destacado está corretamente empregado em:
resultados. (A) No mundo moderno, conferem-se às grandes metrópoles
importante papel no desenvolvimento da economia e da geo-
11. No trecho “A importância de cultivar interações entre os política mundiais, por estarem no topo da hierarquia urbana.
estudantes, mesmo que eles não estejam no mesmo ambiente físi- (B) Conforme o grau de influência e importância internacional,
classificou-se as 50 maiores cidades em três diferentes classes,
co” (parágrafo 4), a expressão destacada estabelece com a oração
a maior parte delas na Europa.
principal a relação de
(C) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a respon-
(A) condição
sabilidade de motor propulsor do desenvolvimento e a condi-
(B) concessão
ção de lugar privilegiado para os negócios e a cultura.
(C) comparação (D) Em centros com grandes aglomerações populacionais, rea-
(D) conformidade liza-se negócios nacionais e internacionais, além de um atendi-
(E) proporcionalidade mento bastante diversificado, como jornais, teatros, cinemas,
entre outros.
12. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 (E) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as cidades
O pronome destacado foi utilizado na posição correta, segundo globais como verdadeiros polos de influência internacional, de-
as exigências da norma-padrão da língua portuguesa, em: vido à presença de sedes de grandes empresas transnacionais
(A) Quando as carreiras tradicionais saturam-se, os futuros pro- e importantes centros de pesquisas.
fissionais têm de recorrer a outras alternativas.
(B) Caso os responsáveis pela limpeza urbana descuidem-se de
sua tarefa, muitas doenças transmissíveis podem proliferar.

33
LÍNGUA PORTUGUESA
16. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 19. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
A regência do verbo destacado está de acordo com as exigên- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a pontu-
cias da norma-padrão da língua portuguesa em: ação está corretamente empregada em:
(A) Para ganhar espaço no mercado imobiliário, os bancos cos- (A) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando aten-
tumam a ampliar prazos e limites e baratear o financiamento dem, de forma voluntária, aos funcionários e à comunidade em
da casa própria. geral, pode ser definido como responsabilidade social.
(B) O planejamento econômico é fundamental para o sucesso (B) As empresas que optam por encampar a prática da respon-
de um empreendimento familiar, o que envolve ao ato de pes- sabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor ima-
quisar as melhores oportunidades disponíveis. gem no mercado.
(C) Antes de se comprometer com a aquisição de um imóvel (C) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em
acima de sua renda, recomenda-se ao comprador que pesqui- campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam rela-
se melhores condições de mercado. cionar-se melhor, com a sociedade.
(D) A inadimplência ocorre quando o cidadão não acata às cláu- (D) A responsabilidade social explora um leque abrangente de
sulas que determinam os prazos dos empréstimos bancários. beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o bem-
(E) Grande parte das pessoas que se candidatam a emprésti- -estar dos trabalhadores, a redução de impactos negativos, no
mos bancários aspiram a construção da casa própria. meio ambiente.
(E) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia
17. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração de em-
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o uso do pregos não a preocupação com a sociedade como um todo.
acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada
em: 20. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
(A) Os pais, inseguros na sua tarefa de educar, não percebem cial/2021/”Prova C”
que falta de limites e superproteção comprometem a formação A palavra salário vem mesmo de “sal”?
dos filhos. Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da Roma
(B) A indisciplina nas salas de aula aumentou a partir do mo- Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sentido. O di-
mento em que as mídias divulgaram a necessidade de dar nheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na forma de
maior liberdade aos estudantes. discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado em Roma 300
(C) A atenção e a motivação são condições que levam a pessoa anos depois.
a pensar e agir de forma satisfatória para desenvolver o proces- Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não
so de aprendizagem. perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre (fun-
(D) As famílias e as escolas encontram-se, na atualidade, fren- damentais para a fabricação de armas), sacas de grãos, pepitas de
te a jovens com quem não conseguem estabelecer um diálogo ouro (metal favorito para ostentar como enfeite), prata (o ouro de
produtivo. segunda divisão) e, sim, o sal.
(E) As escolas chegaram a etapa em que os professores estão Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que ga-
cada vez mais com dificuldade para exercer o seu importante rantia a preservação da carne. A demanda por ele, então, tendia ao
papel de ensinar.
infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como poupança. Você
poderia trocá-las pelo que quisesse, a qualquer momento.
18. CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comer-
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o gran-
cial/2021/”Prova A”
de meio universal de troca – seja em Roma, seja em qualquer outro
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o em-
lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um fóssil etimoló-
prego do acento grave indicativo da crase é obrigatório na palavra
gico.
destacada em:
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados romanos
(A) A exigência de entrar em contato com instituições financei-
recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não tinha
ras obrigou o cliente a criar senhas para ter acesso aos serviços
um exército profissional no século 4 a.C. A força militar da época
bancários.
era formada por cidadãos comuns, que abandonavam seus afaze-
(B) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os indiví-
duos se preparem para enfrentar a invasão do acesso a suas res voluntariamente para lutar em tempos de guerra (questão de
vidas privadas. sobrevivência).
(C) A revolução da tecnologia da informação modificou a re- A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do his-
alidade social, penetrando em todas as esferas da atividade toriador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cristo). Ele
humana. escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que os soldados re-
(D) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido a im- cebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra sala-
portância de solucionar problemas causados pela invasão de rium.” Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um salário
dados. para valer. Quando Roma passou a ter uma força militar profissional
(E) O surgimento das redes sociais e dos sites de compartilha- e permanente, no século 3 a.C., o soldo já era mesmo pago na for-
mento conduziu as pessoas a novas situações de risco na so- ma de moedas.
ciedade atual.
VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São
Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
O período em que o sinal de dois pontos é empregado para ANOTAÇÕES
introduzir uma enumeração, como no trecho que segue “demanda
garantida” (parágrafo 2), é:
(A) A remuneração faz parte do conjunto de ganhos de um ______________________________________________________
prestador de serviço; ou seja: todos os ganhos auferidos pela
pessoa compõem sua remuneração. ______________________________________________________
(B) As horas extras, o vale-transporte e o plano de saúde po-
dem fazer parte da remuneração: muitos trabalhadores esco- ______________________________________________________
lhem seus empregos com base nessas vantagens.
(C) O gerente informou aos candidatos como seria a remune- ______________________________________________________
ração pelos serviços: “O valor mensal vai depender de diversos ______________________________________________________
itens, a serem combinados.”
(D) Muitos itens já fizeram papel de dinheiro: o sal, usado até ______________________________________________________
hoje por tribos da Etiópia, a cachaça, utilizada no Brasil colo-
nial, e o bacalhau, antes usado na Escandinávia. ______________________________________________________
(E) O tabaco também já foi usado como moeda de troca: no sé-
culo XVIII, o estado americano de Virginia adotou esse método. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 B ______________________________________________________
2 E ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 C
6 D ______________________________________________________
7 E ______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 D
10 E ______________________________________________________

11 B ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 B
______________________________________________________
14 E
15 C ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 E
_____________________________________________________
18 D
19 A _____________________________________________________

20 D ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

35

Você também pode gostar