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comunicação e expressão
Leitura e Análise de
Texto: argumentação
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comunicação e expressão
Leitura e Análise de
Texto: argumentação
Competências
Compreensão e análise crítica de textos caracterizados
pela utilização de recursos argumentativos.
Habilidades
Conhecer as técnicas de leitura adequadas aos textos
argumentativos, Reconhecer a funcionalidade desses
textos e suas formas de composição.
Apresentação
Nesta aula, você conhecerá as principais técnicas de lei-
tura adequadas aos textos argumentativos e aprenderá
sobre a funcionalidade desses textos e suas formas de
composição.
Para Começar
Você já se deu conta de quantas vezes na vida somos
convencidos a fazer algo que, a princípio, não quería-
mos? Veja um exemplo dessa situação:
Esta é Me dá a
minha banana ou
banana! Eu quero eu chamo o A banana
essa banana. meu amigo. é tua...
Não, a banana
é minha!
causa consequência
Dar a banana Sair ileso
Chamar o amigo gorila para
Não dar a banana
resolver a situação
Esse exemplo demonstra o poder que pode ter um argumento quando se
caracteriza pela qualidade, consistência e capacidade de fundamentar e
aprofundar o ponto de vista de quem o utiliza.
Geralmente, pensa-se que comunicar é simplesmente transmitir infor-
mações. No entanto, a comunicação somente se realiza com eficiência
quando o emissor da mensagem consegue agir sobre o receptor. Nesse
sentido, quando se comunica não se pretende apenas que o receptor re-
ceba e compreenda a mensagem, pretende-se, principalmente, que ele
acredite nela e faça o que nela se propõe. Para tanto, a utilização de argu-
mentos é fundamental.
Neste capítulo aprenderemos o que é um argumento, quais são os ti-
pos de argumentos existentes e quais são as principais estratégias argu-
mentativas utilizadas na produção de textos. Vamos começar?
Fundamentos
Argumento é todo procedimento linguístico que tem por objetivo persu-
adir, fazer o receptor aceitar o que lhe foi comunicado, crer no que foi
dito e fazer o que foi proposto (FIORIN, 2003). Quando bem feita, a argu-
mentação dá consistência ao texto, produzindo sensação de realidade ou
impressão de verdade.
No entanto, a boa argumentação não garante a veracidade e fidedig-
nidade das ideias apresentadas no texto. Pode-se convencer uma pessoa
de alguma coisa utilizando raciocínios que não são logicamente demons-
tráveis, mas são plausíveis. Isso quer dizer que se pode argumentar uti-
lizando como prova não só aquilo que é necessariamente certo ou real,
mas também o que é provável, plausível, possível, lógico, racional. Daí a
importância da habilidade do leitor capaz de detectar os argumentos uti-
lizados em um texto e sua forma de composição.
Conceito
A palavra argumento vem do latim argumentum cujo signi-
ficado é prova, indício. Portanto, argumentar significa apre-
sentar fatos, ideias, razões, provas que comprovem uma
afirmação, um ponto de vista ou uma tese.
1. Argumento de autoridade
O argumento de autoridade baseia-se na apresentação do ponto de vista
de autores renomados ou de uma pessoa reconhecida na área do assunto
em discussão. Geralmente, essa apresentação é feita por meio de citações
que, por um lado, criam a imagem de que o falante conhece profunda-
mente o assunto que está apresentando e, por outro lado, torna as pes-
soas citadas fiadoras da veracidade do ponto de vista apresentado.
Observe a utilização desse tipo de argumento no fragmento apresen-
tado a seguir:
Atenção
Para ter validade, um argumento de autoridade deve obe-
decer a duas regras: a autoridade citada tem de ser reconhe-
cidamente especialista do assunto em questão e não deve
Embora esse tipo de argumento seja muito utilizado, não se deve confun-
di-lo com o lugar-comum, expressões que são repetidas abusivamente,
carentes de base científica e de validade discutível.
O grupo financeiro JPMorgan lucrou US$ 5 milhões por hora no primeiro trimestre
deste ano. Dá praticamente R$ 9 milhões, o que significa que um trabalhador bra-
sileiro de salário mínimo levaria cerca de 1.500 anos para receber o que um grupo
como esse ganha em uma hora.
O JPMorgan não está sozinho em ganhos tão siderais: o Goldman Sachs registrou
lucros de pelo menos US$ 25 milhões em cada um dos 63 dias úteis do ano (R$ 44
milhões).
No total, os 14 maiores bancos de investimento tiveram uma receita conjunta de
US$ 78,8 bilhões no primeiro trimestre, os melhores números em três anos, apenas
US$ 1,2 bilhão abaixo do pico de US$ 80 bilhões registrado no primeiro trimestre de
2007 (antes da eclosão da crise chamada então de crise das “subprimes”).
— ROSSI, Clóvis. Folha de S. Paulo. Caderno Dinheiro, 12/5/2010.
Violência epidêmica
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora possa acometer indivíduos
vulneráveis em todas as classes sociais, é nos bairros pobres que ela adquire caracte-
rísticas epidêmicas. A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades de
um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemi-
na pelo interior. A incidência nem sempre é crescente, mudança de fatores ambientais
e medidas mais eficazes de repressão, por exemplo, podem interferir em sua escalada.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao
sabor das emoções, raramente o conhecimento científico sobre o tema é levado em
consideração. Como reflexo, a prevenção das causas e o tratamento das pessoas
violentas evoluíram muito pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações nos mecanismos bio-
lógicos de controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com di-
ficuldades adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as frustrações
de seus desejos.
A violência urbana é uma doença com múltiplos fatores de risco, dos quais os
mais relevantes são a pobreza e a vulnerabilidade biológica.
Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente
desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão dos estudos científicos já publicados permite identificar três fatores princi-
pais na formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento:
E agora, José?
Agora que você já sabe o que é argumentação, seus ti-
pos e seu processo de construção nos textos, chegou a
hora de aprender como utilizar esse conhecimento no
processo de Produção de textos da área administrativa.
Para tanto, na próxima aula, você aprenderá a produ-
zir os principais textos referentes à sua área de atuação
profissional como resumos, resenhas, paráfrases, cor-
respondências organizacionais, propostas e projetos.
Bons estudos e até a próxima aula!
Glossário
Argumento: todo procedimento linguístico que Subprimes: mercado obrigacionista/de crédito
tem por objetivo persuadir, fazer o receptor imobiliário de menor qualidade.
aceitar o que lhe foi comunicado, crer no que Alusão: referência.
foi dito e fazer o que foi proposto.
Referências
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. G
ramática re- KOCH, I. V. A
rgumentação e linguagem. 6a ed.
flexiva: texto, semântica e interação. São São Paulo: Cortez, 2000.
Paulo: Atual, 2004.
FIORIN, L. J.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: lei-
tura e redação. 6a ed. São Paulo: Ática,
2003.