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DE TEXTOS
EM INGLÊS
AVANÇADO
Introdução
Textos argumentativos têm como característica essencial a tentativa de
convencimento do leitor a respeito de uma ideia, hipótese ou opinião
por meio da discussão de tema, de uma análise crítica e da apresentação
de um ponto de vista. Para produzir textos argumentativos, existem
estratégias que podem ser utilizadas e que contribuem para que a ar-
gumentação seja devidamente embasada e, consequentemente, atinja
seu objetivo de persuadir o leitor.
Neste capítulo, você vai aprender quais são os tipos de argumentação e
como eles podem funcionar na língua inglesa. Em um segundo momento,
você vai reconhecer o sentido da argumentação nos seguintes gêneros
textuais: artigo de opinião, artigo acadêmico, resenha e carta (ou e-mail)
de reclamação. Por fim, você vai aprender formas de colocar em prática
os tipos de argumentação em suas produções textuais em língua inglesa.
Os tipos de argumentação
Em geral, textos argumentativos apresentam dois elementos essenciais: author’s
claim e author’s arguments. O primeiro elemento se refere à tese defendida pelo
autor, isto é, aquilo que ele está tentando provar ou afirmar. O segundo elemento
consiste na série de justificativas que dão apoio à tese sustentada. Na composi-
2 Produção textual e capacidade de argumentação
Se você quiser saber mais sobre como funcionam os tipos de argumentação indutivo
e dedutivo, leia o artigo Types of Argumentation:
https://goo.gl/7Y2a4W
The teachers at Up University are excellent because they all have at least
a Master’s Degree.
Analogy (analogia)
A person’s heart is like a box of chocolates. You never know what is inside.
Nem sempre a citação de autoridade é utilizada como uma fonte positiva de informação.
É possível também utilizar esse recurso para contra-argumentar, isto é, para mostrar
que a ideia de um determinado autor é inválida. Veremos mais à frente um exemplo
concreto disso.
Example (exemplificação)
These strategies will also vary based on the grade you teach. For example,
a Grade 1 student should not be expected to learn all of the strategies listed
here. Similarly, a Grade 4 student should be learning the strategies at a higher
level (for example, working with 1000’s rather than 10’s) (GRAY; HARTLEY,
2015, p. 03).
It is true that more and more factories are being built along this stretch
of the river and that a certain amount of waste will inevitably be discharged
into the river. However, in all the discussions that I have had with these firms'
representatives, I have not found one who does not have a responsible attitude
to environmental protection (BBC, 2011, documento on-line).
Vemos que a tese que o autor sustenta é o que está na segunda frase: I
have not found one who does not have a responsible attitude to environmental
protection. Entretanto, ele antecipa um possível contra-argumento do leitor,
isto é, afirma ser verdade que fábricas estão sendo construídas ao longo do
rio e que inevitavelmente haverá lixo sendo despejado. Entretanto, logo em
seguida, ele apresenta um argumento refutando a ideia geral de poluição ao
afirmar que todos os representantes das empresas que ele encontrou tinham
uma atitude responsável em relação à questão ambiental. Essa também é uma
maneira de convencer o leitor a respeito do ponto de vista que o autor defende.
President Trump has run a disgraceful and hysterical campaign vilifying illegal immigrants
and refugees – two categories that appear indistinguishable to him. He doesn’t have a positive
word to say about any immigrants, even the legal ones. Most of his vitriol has focused on
a caravan of a few thousand refugees fleeing Central American crime and poverty,
which he calls an “invasion” of “criminals and gang members,” necessitating a
response from up to 15,000 U.S. troops.
The scandal isn’t that refugees want to come to the United States. It’s that Trump is abusing
these aspiring Americans and closing our doors to them. He has cut refugee admissions to the
lowest level since 1980. As the country prepares to celebrate Thanksgiving – commemorating
the journey of an earlier group of refugees – let’s open our hearts and our admissions process
to today’s asylum-seekers. That doesn’t mean letting in everyone who wants to come
here, but it also doesn’t mean turning away almost everyone or calumniating
them as an invading army of terrorists, criminals and freeloaders (BOOT, 2018,
documento on-line).
Neste excerto, vemos que o autor inicia o texto expondo sua tese que con-
siste em uma crítica à campanha encabeçada pelo presidente Donald Trump
contra refugiados e imigrantes ilegais. A primeira estratégia argumentativa é a
citação que está entre aspas no texto e que faz referência às falas do presidente.
Nesse caso, a citação não é tratada como uma fonte de credibilidade. Ela serve
para desqualificar o discurso de Trump. O autor escolheu citar justamente
palavras que têm uma conotação negativa e isso tem um impacto sobre sua
argumentação, pois sustenta a ideia de que as afirmações do presidente com
respeito ao tema tratado são negativas. Nesse momento, o autor conduz o leitor
a fazer uma imagem desfavorável ao presidente.
Uma segunda estratégia que podemos observar é a contra-argumentação.
Quando o autor diz que That doesn’t mean letting in everyone who wants to
come here (isso não significa que devamos deixar entrar todos os que querem vir
para cá), ele antecipa um argumento que o leitor possa ter e contra-argumenta
logo em seguida, apresentando atitudes que ele considera nocivas em relação
aos estrangeiros.
Produção textual e capacidade de argumentação 7
Artigos acadêmicos
Artigos acadêmicos também são textos argumentativos, pois procuram comprovar
ou debater uma ideia. Em geral, os artigos consistem em estabelecer um problema
e propor soluções. A fim de apresentar essas soluções, o autor busca argumentos
persuasivos que corroborem sua tese. Esse gênero costuma depender muito do
apoio de fontes externas para sustentar suas alegações, pois nenhuma pesquisa sai
do ineditismo absoluto. Os estudos se baseiam em pesquisas anteriores, debates
acadêmicos, autores consagrados, etc., dialogando constantemente com eles.
Dado seu caráter científico, não se trata simplesmente de dar a sua opinião
sobre um determinado assunto, mas, sim, de algo mais aprofundado que
demanda mais investigação e maiores cuidados na hora de fazer afirmações.
Review (resenha)
A resenha consiste em um comentário opinativo a respeito de uma obra ou
parte dela. Em geral, ela é publicada em revistas, jornais e outros periódicos.
Há resenhas de obras literárias, álbuns de música, mas há também resenha de
textos acadêmicos, muito comum em periódicos científicos.
A resenha não é um simples resumo da obra, mas, sim, uma análise crítica,
como o próprio nome sugere. Trata-se também de uma forma de avaliação
da obra, dizer seus pontos positivos e negativos. Toda avaliação tem critérios
específicos e, portanto, é preciso saber argumentar para validar a sua proposta
avaliativa. Veja o exemplo a seguir.
Sibling envy is at the heart of this intimate yet kaleidoscopic anime, the first of its genre to
premiere at Cannes, in which four-year-old Kun (Moka Kamishiraishi) must come to terms
with the arrival of his baby sister, Mirai. His tantrums send him spinning off into fantasy ren-
dezvouses with relatives whose loftier perspective enables the youngster to get a handle on
the cute calamity cramping his style: among them, teenage Mirai; his mother as a girl, whose
unruliness is strangely familiar; and his Brando-esque great-grandfather, wounded in the war.
(…)
Mirai definitely puts Hosoda in the Japanese industry’s top league, showing a similar spirit
of high-blown romanticism as Your Name (2016), anime’s high-water mark in recent
years. It doesn’t, though, quite have the same degree of narrative mastery: a few
flat transitions back to reality and weakness for drenching Kun’s reconciliations in
cutesy overkill dull its finish. But Hosoda’s delicate, painterly style is perfect for capturing
Kun’s evanescent imaginary haven – and conveying the message about the moral courage
needed to leave it (HOAD, 2018, documento on-line).
Esse texto é uma resenha crítica de um anime. O autor inicia o texto fazendo
um breve resumo do enredo do filme e destacando a sua importância no cenário
cinematográfico (foi o primeiro anime a estrear em Cannes, festival francês
de grande repercussão internacional no mundo do cinema).
Em sua avaliação, o autor faz uma analogia entre Mirai e outro anime
japonês chamado Your name, de 2016. O autor compara os dois filmes, dizendo
que ambos têm um traço característico dos animes desse período: um espí-
rito altamente romântico. Em seguida, o autor faz uma avaliação dos pontos
Produção textual e capacidade de argumentação 9
Entre as qualidades mais importantes de uma resenha crítica, poderíamos citar a impar-
cialidade e a capacidade de síntese. No site da Universidade Federal do Amazonas, você
encontra um roteiro detalhado sobre como produzir uma resenha crítica de qualidade:
https://goo.gl/iEYd3H
8 Kennedy Avenue
New York
NSW 2010
11 November, 2018
Up University
School of Arts, Languages and Cultures
10 Produção textual e capacidade de argumentação
Josh White
16 Bright Street
New York
jwhite@upuniversity.com
555-555-555
Subject: Library to be closed
Sincerely,
Josh White
A carta de reclamação precisa ser crítica, mas não precisa soar agressiva. Algumas
dicas para escrever um texto desse gênero são:
Seja claro e conciso e não se estenda demais.
Vá direto ao ponto, não fique dando voltas no texto até chegar ao ponto que deseja.
Não escreva de forma irônica ou agressiva, pois isso imprime um tom ameaçador
no texto.
Inclua cópias de documentos relevantes, se for o caso.
https://goo.gl/VhPiwE
12 Produção textual e capacidade de argumentação
1. Meu texto está interessante? Será que o leitor vai procurar aprender
mais sobre o assunto de que estou tratando?
2. Explicitei claramente qual o problema que me propus a discutir?
3. Coloquei apenas o meu ponto de vista? Ou acrescentei pontos de vista
opostos ao meu?
4. Minha posição/opinião ficou clara no texto?
5. Meu texto está convincente, isto é, consegui ser persuasivo?
6. Antecipei argumentos contrários a minha tese e os refutei?
Em seguida, você deve checar se seu texto tem três partes essenciais:
a) Introdução: espaço no qual você deve expor sua tese, ou seja, sua
ideia principal.
b) Corpo do texto: parte na qual você deve explicar os motivos pelos
quais defende sua tese. Aqui, nossos tipos de argumentação se fazem
ainda mais presentes (exemplificação, causa e efeito, analogia, citação
e contra-argumento).
c) Conclusão: espaço no qual você apresenta suas considerações finais, mos-
trando ao leitor o motivo pelo qual ele deve aderir ao seu ponto de vista.
Marcadores argumentativos
Até aqui, estudou-se a estrutura básica de um texto argumentativo. Porém, é
importante utilizar os marcadores argumentativos adequadamente, pois eles
dão grandes contribuições para a construção da argumentação.
Since Brazilian economy was showing signs of decline at that time, there
was an aggravation of social problems.
That is the reason why Germany entered the war.
The railway was built so that the country could achieve rapid modernization.
Analogy (analogia)
Como vimos, a comparação entre elementos que têm uma ou mais carac-
terísticas em comum é uma estratégia de argumentação bastante utilizada
em diferentes gêneros textuais. Confira agora algumas maneiras de se fazer
analogias na língua inglesa. Atente para os elementos em destaque que marcam
a ideia de comparação:
Authority (citação)
According to Freud...
As Chomsky writes...
In accordance with the Clinical Trials recommendation...
As stated by Hegel...
Based on Lacan’s study on...it is possible to state that...
Example (exemplificação)
A exemplificação é talvez uma das maneiras mais simples, porém não menos
importante, de se enriquecer um argumento. Usamos exemplos cotidianamente
para nos expressar nas mais diversas situações — das mais simples às mais formais.
A seguir, você pode conferir algumas formas de fazer exemplificações em inglês:
14 Produção textual e capacidade de argumentação
Counter-argument (contra-argumento)
Como foi visto até aqui, existem diferentes tipos de argumentação, por exemplo,
causa e consequência, analogia, citação, exemplificação e contra-argumento.
Deve-se atentar ao fato de que cada um desses tipos de argumentação é produ-
zido em diferentes gêneros textuais; além disso, procure analisar seus efeitos
do ponto de vista discursivo.
Produção textual e capacidade de argumentação 15
Leituras recomendadas
MACHADO, A. R.; DIONISIO, A. P.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. 2. ed. São
Paulo: Parábola, 2010.
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.
DIAKIDOY, I. N.; IOANNOU, M. C.; CHRISTODOULOU, S. A. Reading argumentative texts:
comprehension and evaluation goals and outcomes. Reading and Writing, v. 30, n. 9, p.
1869-1890, 2017.
DRUMMOND, J. A. Roteiro para escrever uma resenha crítica. 2009. Disponível em: <http://
home.ufam.edu.br/salomao/Tecnicas%20de%20Pesquisa%20em%20Economia/Textos%20
de%20apoio/Roteiro%20para%20resenha%20critica.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gênero e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
NEELEMAN, A.; KOOT, H. V. The linguistic expression of causation. In: EVERAERT, M.; MARELJ,
M.; SILONI, T. (Ed.). The theta system: Argument Structure at the Interface. Oxford: Oxford
University Press, 2012.
SONG, G.; WOLFF, P. Linking perceptual properties to the linguistic expression of causation.
Language, culture and mind, p. 237-250, 2003.
VAN EEMEREN, F. H.; GROOTENDORST, R. From analysis to presentation: a pragma-dialectical
approach to writing argumentative texts. In: VAN EEMEREN, F. H. Reasonableness and Effec-
tiveness in Argumentative Discourse: Fifty Contributions to the Development of Pragma-
-Dialectics. Amsterdam: Springer, 2015. p. 713-729.
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