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DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS

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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2

DISFUNÇÕES ESTÉTICAS ............................................................................ 3

A CELULITE .................................................................................................... 3

FORMULAÇÕES ANTICELULÍTICAS ........................................................... 15

GRAUS DE CELULITE .................................................................................. 17

ESTRIAS ....................................................................................................... 20

FLACIDEZ TISSULAR E MUSCULAR .......................................................... 22

A LIPODISTROFIA OU GORDURA LOCALIZADA: ...................................... 25

DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS ........................................................... 27

ACNE ............................................................................................................. 33

INVOLUÇÕES CUTÂNEAS ........................................................................... 36

FOTOENVELHECIMENTO ESCALA DE GLOGAU ...................................... 38

MANCHAS PIGMENTARES (MELANINA) .................................................... 40

ALTERAÇÕES VASCULARES DA PELE ..................................................... 43

DESCRIÇÃO DAS LESÕES CUTÂNEAS ..................................................... 45

COSMETOLOGIA APLICADA AO TRATAMENTO DE ALTERAÇÕES


HIPERPIGMENTARES, DISCROMIAS E ACNES E AO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO ................................................................................................ 59

PEELINGS PARA O TRATAMENTO DA ACNE ............................................ 68

PROTOCOLOS UTILIZADOS PARA O TRATAMENTO DA ACNE .............. 70

ENVELHECIMENTO CORPORAL ................................................................ 74

NUTRICOSMÉTICOS .................................................................................... 81

PROTEÇÃO SOLAR ..................................................................................... 83

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 92

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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DISFUNÇÕES ESTÉTICAS

Disfunções estéticas são alterações orgânicas de diversas e diferentes


causas que podem estar presentes no corpo humano. Dentre elas, as mais comuns
são: Paniculopatia Edematofibroesclerótica (PEFE) ou o fibroedema gelóide
(FEG) termos da também conhecida como “celulite”, estrias, a flacidez tissular
e muscular, gordura localizada. Trazem implicações estéticas e consequências
importantes, como isolamento social, diminuição da auto-estima, depressão,
estresse. Por outro lado, a cada dia a área da estética e beleza vem crescendo e
oferecendo opções de tratamento.

A CELULITE

A celulite é caracterizada principalmente pelo aparecimento de ondulações


na pele, dando a esta aspecto de casca de laranja. É causada por alterações no tecido
gorduroso sob a pele, em conjunto com alterações na microcirculação e consequente
aumento do tecido fibroso. As principais regiões acometidas são glúteos, abdome e
coxas.

A escolha do tratamento depende muito do grau de acometimento da pele,


estilo de vida e outras características do paciente.

Celulite ou fibro edema geloide é causada por alterações no tecido adiposo


da pele, em conjunto com alterações de microcirculação e aumento do tecido fibroso.

A celulite
não é
simplesmente um
problema estético
e certamente não
responde de
forma significativa a um simples tratamento cosmético.

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Em associação ao grande número de tratamentos específicos disponíveis,
há um significativo interesse na atuação de produtos tópicos, cosméticos ou
cosmiátricos, tendo em vista, especialmente a necessidade de aliviar as condições
inestésicas da pele nas regiões afetadas.

Na verdade, os produtos anticelulíticos deveriam ser referidos como produtos


destinados ao controle da aparência da celulite. De forma geral, a cosmiatria
anticelulite objetiva interferir nas manifestações inestésicas presentes na pele afetada
pela celulite, promovendo sua funcionalidade e aparência. As formulações
apresentam atividade multifatorial, atuando na lipodistrofia local, no auxílio à
drenagem e à reestruturação cutânea. São focos de atuação, além da redução nos
acúmulos de gordura, o aumento da firmeza (melhores condições do tecido
subcutâneo, pela atuação preventiva em níveis microcirculatórios e intersticial –
auxílio à drenagem e à reestruturação do tecido), a promoção da hidratação, maciez
e funcionalidade da pele com aparência comprometida descrita como celulite.

Incluem-se aqui os resultados clínicos da eficácia dos agentes anticelulíticos


mais comumente utilizados, especialmente relacionados à atividade lipolítica; dentro
desse contexto estima-se que 80% das mulheres ocidentais, obesas ou não,
apresentam necessidade de redução da camada gordurosa subcutânea,
especialmente concentrada nas pernas, coxas e nas nádegas.

 LIPÓLISE

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A lipólise, ou quebra de gordura, inicia-se com a degradação de triglicerídeos
em glicerol e ácidos graxos livres (AGL). Em seguida, ocorre a hidrólise dos
triglicerídeos; os AGLs de cadeia longa são direcionados para o interior da
mitocôndria, onde ocorre a oxidação a CO2 e água, com produção de energia sob a
forma de trifosfato de adenosina (ATP). De forma alternativa, os AGLs podem ser
reesterificados a triglicerídeos no citoplasma.

 MICROCIRCULAÇÃO

Nos últimos anos, o conhecimento acerca da microvascularização tem


auxiliado na determinação da relação entre a estase venosa e lipoesclerose.
Investigações morfo-histoquímicas têm mostrado correlações entre a patogenia das
microangiopatias e alterações adiposas particulares.

As alterações relevantes, observadas no tecido microvascular, incluem ruptura


da estrutura de suporte de tecido gorduroso e formação de novo colágeno,
acarretando esclerose nodular. Dessa forma, depreende-se que uma atuação
preventiva em relação à microcirculação vascular e a atuação em nível intersticial
podem ser a base para a melhora do estado do tecido subcutâneo.

Há reduzida literatura científica acerca da microcirculação no tecido adiposo.


A maior parte das experiências tem sido realizadas em animais, especificamente em
ratos. Métodos invasivos estão implicando em estudos dos pequenos vasos
sanguíneos no tecido humano.

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Infelizmente, biópsias repetidas até a hipoderme do mesmo indivíduo, se não
impossíveis de serem obtidas, certamente não são aceitáveis do ponto de vista ético.
Esse procedimento se justifica somente por razões patológicas do tecido adiposo em
uma região específica do corpo, como pernas,
abdome e mamas.

Entender a microcirculação tem uma


grande importância para o esteticista, pois
alterações hemodinâmicas , linfáticas ou que
afetem as pressões tissulares podem causar
prejuízo na microcirculação e com isso algumas
disfunções como fibro edema gelóide, edema e
fibrose podem ser ainda mais agravadas.

A microcirculação compreende um conjunto complexo e funcional de


microvasos (capilares, arteríolas, vênulas). São vasos com calibres extremamente
pequenos porém muito importantes . Para compreender este sistema de microvasos
vamos primeiro entender de forma resumida o fluxo do sangue também na
macrocirculação.

O sangue proveniente das artérias tem o fluxo direcionado para as arteríolas


(pequenos vasos que constituem as ramificações finais das artérias), após segue para
os capilares sanguíneos(onde ocorrem as trocas metabólicas) e depois segue para
as vênulas (pequenos vasos que constituem os segmentos iniciais das veias)
desembocando finalmente nas grandes veias. É claro que o percurso é muito mais
complexo e longo, neste trajeto poderíamos citar conceitos como metarteríolas,
esfíncter pré-capilar, pressões que regulam a saída e entrada dos líquidos nos vasos,
etc.

Mas hoje vou frisar nossa atenção nos capilares, este minúsculo vaso tão
importante para o profissional de estética.

Mas onde reside sua importância?

Primeiramente, sem ele não ocorreriam as trocas de gases e nutrientes entre


o sangue e o tecido. Quando parte do líquido do sistema sanguíneo (plasma) flui para

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o interstício para levar nutrientes e oxigênio para as células, algo muito importante
acontece.

É o momento que nosso tecido está sendo nutrido, oxigenado e esta filtração
ocorre nos capilares, mas precisamente na porção arterial dos capilares sanguíneos.
Ao mesmo tempo que ele leva nutrientes, recolhe toxinas, gás carbônico e restos
metabólicos, através da porção venosa dos capilares. Essa troca é muito importante
porque permite melhor nutrição, oxigenação e um dos grandes motivos de afecções
estéticas como o fibro edema gelóide é um tecido mal oxigenado, fruto de uma troca
deficiente entre os vasos e o tecido. Parte daquele líquido tissular oriundo da filtração,
ou seja parte daquele líquido que saiu dos capilares não retorna e permanece então
entre as células (líquido intersticial). Ou seja nem todo líquido que sai, retorna aos
capilares sanguíneos , uma parcela fica no interstício e quem recolhe este excesso
são os capilares linfáticos. Isso é demasiadamente importante porque se não
houvesse esta filtração por parte dos capilares linfáticos, ocorreria um quadro
acentuado de edema (excesso de líquido no espaço intersticial).

Uma vez dentro do conjunto de vasos linfáticos, este líquido que agora
denomina-se linfa, percorre todo o trajeto no sistema,
passando inclusive pelos linfonodos, onde a linfa é
filtrada e desemboca no sistema sanguíneo( mais
precisamente na junção da veia jugular com a veia
subclávia).
Que maravilha nossa microcirculação! Sua função não
se resume somente a troca de gases, mas ao controle
da quantidade de proteínas nos vasos e interstício , a
regularização das pressões tissulares, a um melhor
suprimento aos tecidos e entendendo a fisiologia
desse sistema de vasos conseguimos tratar melhor
disfunções estéticas e obter resultados positivos!

 APLICAÇÃO TÓPICA DE
LIPOLÍTICOS

A administração tópica de moduladores adrenérgicos faz com que se elevem


a concentração de estimulantes β-adrenérgicos e dos inibidores α-2-adrenérgicos, o

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que leva a resultados similares dos observados in vitro – bloqueia-se a inibição da
lipólise. É possível a indução da lipólise com o aumento da concentração local de β-
agonistas ou pela inibição da fosfodiesterase ou de receptores α-2-adrenérgicos nos
adipócitos do tecido-alvo, os ácidos graxos livres podem ser liberados mais
prontamente.

 ATIVOS FARMACOLÓGICOS ANTICELULÍTICOS

No tratamento do fibro edema gelóide são utilizados princípios ativos que


possuem seu mecanismo de ação no tecido conjuntivo ou na melhoria da
microcirculação local, podendo ser de uso sistêmico, tópico ou transdérmico.

Existem diversos ativos que podem ser utilizados, e um dos maiores benefícios
no tratamento é que estes atuem na microcirculação, dessa forma temos extrato de
castanha-da-índia, vegetais de hera, ginkgo biloba e rutina, que têm como mecanismo
de ação diminuir a hiperpermeabilidade capilar e aumentar o tônus venoso.

Os princípios ativos conhecidos aos quais são atribuídos efeito sobre o tecido
adiposo são as metilxantinas (teobromina, teofilina, aminofilina, cafeína).

Os efeitos sistêmicos da cafeína quando utilizadas por via tópica foram


testados. As taxas séricas obtidas após uso criterioso de gel hidroalcoólico a 5%
foram inferiores às obtidas após ingestão de uma xícara de café.

Dentre os ativos utilizados no tratamento do fibro edema geloide, com ações


sobre o tecido conjuntivo, destaca-se a Centella asiática, que atua principalmente na
ativação e melhoria da circulação sanguínea.

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O silício é um elemento estrutural do tecido conjuntivo, regulador e
normalizador do metabolismo e da divisão celular. Na microcirculação, modifica
favoravelmente a permeabilidade capilar venosa e linfática.

1. AMINOFILINA (TEOFILINA ETILENODIAMINA)

• Mecanismo de atuação – estimulação β-adrenérgica por inibição da


fosfodiesterase.

• Faixa de concentração de uso recomendada – 2 a 10% (em níveis acima de


1 a 1,5%, pode ocorrer escurecimento da emulsão ou cristalização; etilenodiamina
nas formulações pode auxiliar na estabilização).

• pH de estabilidade – 8,3 a 8,9.

2. SILANÓIS

Silanóis são compostos contendo grupamentos hidroxila (OH) diretamente


ligados aos átomos de silício (Si), sintetizados com dois locais de ligação em aberto
no átomo de silício, ao qual são ligadas as moléculas ativas. No caso específico do
metisilanetriolteofilinato, um dos ligantes é o ácido teofilineacético e o outro ácido
algínico.

O alginato na molécula serve como bloqueador de qualquer xantina,


potencialmente perigosa da porção teofilina.

Segundo avaliações dos fabricantes, a atividade lipolítica dos organossilicones


(silícios orgânicos) não bloqueiam o metabolismo celular, como faz a cafeína e a
teofilina quando puras.

Os silanóis protegem o tecido conectivo contra espécies altamente reativas de


oxigênio, citotóxicas e inflamatórias (por reação com proteínas e proteoglicanos,
destruição das fibras elásticas, enrijecimento conectivo), especialmente o ânion
superóxido. Estudos em fibroblastos humanos demonstram que os silanóis se opõem
à reticulação pela criação de pontes entre aminoácidos hidroxilados das fibras de

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colágeno e elastina, protegendo as fibras de ligações cruzadas causadas pela
glicosilação enzimática.

Pelo conjunto de atuações, a associação de silanóis aos lipolíticos em


formulações anticelulíticas, com atuação antirradicais livres, apresenta função
estimulante de fibroblastos para a regeneração do conectivo.

3. METILXANTINAS

Os ativos mais indicados são os que contém cafeína e seus fitoextratos, pois
além de serem os mais seguros, atuam diretamente na lipólise tópica. Já existem
estudos onde foi comprovado que o silício estimula a atividade lipolítica de pelo
menos um estimulante β-adrenérgico e aumenta o ácido teofilineacético. A
fosfodiesterase é inibida pela cafeína, teofilina e aminofilina, que também possuem
atividade de estimulação β-adrenérgica. Sendo assim, os triglicerídeos que estão
como reservas lipídicas local, são transformados em ácidos graxos livres e eliminados
pelo sistema linfático.

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4. EXTRATOS VEGETAIS

Se a aglomeração lipídica decorrente do excesso de triglicerídeos, causa


compressão dos tecidos vizinhos, redução da irrigação local, degradação celular e
acúmulos de catabólitos, há edema e inflamação local. A redução dos aglomerados
lipídicos pode eliminar a causa da inflamação. O uso de agentes que alteram a
permeabilidade dos capilares venosos e linfáticos pode auxiliar na eliminação do
exsudato e na reabsorção do edema local. Entre os fitoextratos específicos utilizados
nas formulações anticelulíticas, grande parte contém derivados xantínicos e
apresenta atividade descongestionante do tecido decorrente da atividade venotônica.

Citam-se como exemplos:

• Camelliajaponica (chá verde japonês).

• Camelliasinensis (chá preto).

• Citruslimon (limão).

• Cola acuminata (cola).

• Equisetum (cavalinha).

• Filipendula (meadowsweet).

• Foeniculumofficinale (funcho).

• Fucusvesiculosos (algas).

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• Hederahelix (hera).

• Ilexparaguaiensis (mate).

• Laminaria digitata (devil´sapron).

• Mitchellarepens (morango).

• Ruscusaculeatus (brusca).

• Visnaga vera (visnaga).

O uso desses ativos incrementa a microcirculação periférica, facilita a


drenagem de infiltrados e trocas teciduais, além de promover tonificação e efeitos
firmadores locais.

Algumas patentes e referências na literatura acerca de fitoextratos se referem


aos efeitos anticelulíticos de extratos vegetais, como hera, terpenos etc.

5. ASIATICOSIDE

Princípio ativo da Centella asiática. Ativo que tem a propriedade de atuar sobre
a circulação de retorno, aumentando a elasticidade das paredes venosas, melhorando
a circulação sanguínea, eliminando edemas e hematomas, combatendo processos
degenerativos do tecido conjuntivo venoso e perturbações funcionais nos membros
inferiores, como pernas pesadas e doloridas,
formigamentos e câimbras.

Usado em gel, creme ou loção e em formulações


via oral. Insolúvel em água, pouco solúvel em etanol.
Não há necessidade de conversão do produto, pois seu
teor corresponde a 100% de matéria ativa encontrada
na planta. Utilizado em concentrações de 0,1 a 0,5% em cremes, loções e géis e de
20 a 60 mg ao dia por via oral.

6. EXTRATO DE CAFÉ VERDE

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Extrato aquoso rico em cafeína, que apresenta ação ativadora da circulação.
Usado em produtos para cuidado com a celulite e firmadores corporais.

Utilizados em concentrações de 1 a 10%.

7. CIDREN – BLEND DE ÓLEOS ESSENCIAIS

Esse blend de óleos essenciais para drenagem linfática é uma opção de


princípio ativo natural altamente puro, sendo eficaz mesmo em pequenas
concentrações. Sua utilização em cosmético dispensa o uso de fragrâncias, devido
ao seu odor característico. É um blend composto por óleos essenciais de alecrim,
grapefruit, cipreste, zimbro e menta, cada qual com propriedades específicas. Pode
ser utilizados em cosméticos em geral e em linhas profissionais e especializadas em
drenagem linfática. Utilizado em concentrações a partir de 0,5%.

8. EXTRATO GLICÓLICO DE GINKGOBILOBA

Contém flavonoides e óleos essenciais. Tem ação antirradicais livres, anti-


inflamatória, estimulante da microcirculação e vasoprotetora.

Utilizado na concentração de 3 a 6 %.

9. GLUCOSAN CAFEÍNA

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É um ativo encapsulado molecular de cafeína
e de ciclodextrinas.

Libera o princípio ativo progressivamente e


com maior biodisponibilidade para o efeito lipolítico e
vasodilatador, inerentes à cafeína. Usado em
emulsões, cremes e géis, no controle e combate à
celulite e gordura localizada. Utilizado nas
concentrações de 2 a 10%.

10. SLIMBUSTER H

Mistura de extratos glicólicos de Marapuama, catuaba e pfafia. Ativo


desenvolvido para amenizar manifestações da celulite. A presença de saponinas
triterpênicas e flavonoides contribui para a drenagem do edema, característico da
celulite e advindo de uma insuficiência venolinfática. Esses ativos possuem ação
vasotônica, favorecendo a reabsorção do edema, diminuindo o volume hídrico,
reduzindo a pressão local e aliviando a dor. Este
escoamento de água, com a estimulação da circulação,
favorece a eliminação de metabólitos e toxinas.

Possui ação direta na ativação da microcirculação,


com efeito direto sobre a celulite, comprovado com teste
clínico e assim melhorando sobretudo o aspecto de
“casca de laranja”. Apresenta em sua composição
ingredientes ativos com ação estimulante e lipolítica,
provavelmente por bloqueio de receptores α-adrenérgicos. Por esse mecanismo
pode-se obter um efeito lipolítico (quebra de gordura), pois os receptores β-1-
adrenérgicos são modulados pelo α-2-adrenérgicos (anti-lipolíticos) e a inibição
destes últimos permitiria a atuação ilimitada dos receptores β-1-adrenérgicos
(lipolíticos) e, consequentemente, a eliminação de gordura. Usado em emulsões, géis
de carbômeros, de celulose ou em polímeros espessantes para géis-creme.

Usado em concentrações de 5%.

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FORMULAÇÕES ANTICELULÍTICAS
Os principais parâmetros para a eficiência das formulações anticelulíticas
consistem na capacidade de incorporação, estabilização e promoção de
penetrabilidade do conjunto de substâncias ativas a se empregar. Há ainda, a
necessidade de adequação da atividade emoliente e hidratante à massegeabilidade
e espalhabilidade.

Como sistemas de veiculação, apresentam destaque as emulsões fluidas ou


semifluidas, os séruns, aquosos ou géis (incluindo-se os hidroalcoólicos).

Têm destaque os sistemas de vetorização, ativos lipossomados,


microemulsões, nanocápsulas, entre outros promotores de permeação de
performance cosmética de destaque.

Apesar do grande interesse pela elevada ocorrência, ainda há reduzida


pesquisa terapêutica do ponto de vista cosmético. Há citação de comprovação de
efeitos por prazos superiores a oito semanas.

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Há concordância no fato de que resultados superiores são obtidos quando há
utilização nos estágios iniciais da celulite e ainda, em que não significam cura, mas
possibilitam a obtenção de melhores condições “cosméticas” da pele afetada.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

Tratamento cosmiátrico para celulite

Descrição da situação-problema

Adriana é uma esteticista conceituada, que mora em uma cidade do interior de


Minas Gerais e ficou bastante famosa por seus tratamentos estéticos apresentarem
excelentes resultados.

Ela está trabalhando atualmente com tratamentos cosmetológicos para


celulite. Muitas pessoas, principalmente mulheres, procuram sua clínica para prevenir
e tratar essa patologia. A profissional realiza a anamnese de cada cliente e propõe
um tratamento diferenciado para cada um deles.

Juliana, uma jovem de 18 anos, procurou seus atendimentos, pois apresentava


celulite, principalmente na região de coxas. Reclamava que tinha muita dor local e se
envergonhava de apresentar a pele com a aspecto "casca de laranja".

Como poderia ser o protocolo proposto por Adriana para tratar a celulite
de sua paciente?

Resolução da situação-problema

Como Juliana é jovem, seu corpo


responde muito bem a estes tratamentos
cosméticos, pois não apresenta nenhum
tipo de desordem bioquímica.

O tratamento ideal seria aplicação


de um blend de óleos essenciais e cafeína,
que possuem ação anti-lipolítica, reduzem
o edema e inchaço local de no mínimo 10 sessões.

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Também poderia propor atividade física regularmente e aumentar a ingestão
de água.

GRAUS DE CELULITE

Como já dissemos mais acima, a celulite é algo bem comum. Apesar de não
chegar a ser um problema de saúde, ela pode ser algo bastante prejudicial a
autoestima, principalmente a feminina e é classificada em graus. Uma das
classificações mais utilizadas é a que divide a celulite em 4 graus conforme a
intensidade.

Em entrevista ao portal Drauzio Varela, a nutricionista Madalena Vallinoti


define da seguinte maneira os graus de celulite:

 Grau 1: Leve — A celulite é interna,


não é vista nem sentida e só
aparece caso a pele seja apertada
com força. É nesse grau que os
vasos estão suscetíveis à ação
inflamatória e as toxinas começam a
se acumular.

 Grau 2: Visível — Nesse estágio não


é preciso mais comprimir a pele para notar as marcas. Seu
aspecto é acolchoado, porque o sistema linfático está mais
comprometido. Ao apertar a pele, ela fica amarelada por
conta do acúmulo de líquidos.

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 Grau 3: Intensa — A superfície da pele passa a ter aspecto de gomos visíveis;
os nódulos começam a aparecer e ser sentidos com o
toque. Como a pele já está mal nutrida, pode haver
desidratação dos tecidos. A textura torna-se áspera, os
poros ficam dilatados e surgem microvarizes. É a partir
desse estágio que começam os primeiros sinais de dor
e o inchaço fica bem evidente.

 Grau 4: Grave — A celulite se torna visível até mesmo através das roupas. As
fibras que constituem a musculatura formam nós e as células de gordura se agrupam
formando nódulos maiores, prejudicando a circulação. Os nervos podem ser
comprimidos, o que faz a região ficar endurecida e dolorida. Com a circulação
comprometida, fica difícil eliminar as toxinas, o que agrava ainda mais a celulite.

TRATAMENTOS

É importante ressaltar que quanto antes se iniciar qualquer cuidado para


combater a celulite, melhores serão os resultados. Tanto é que as chances de se
reverter o quadro no grau 1 são de 100%. Entre os tratamentos, os que apresentam
melhores resultados são:

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Drenagem linfática

A técnica de massagem da drenagem linfática é


capaz de estimular o sistema linfático fazendo com que
as toxinas acumuladas entre as células e o excesso de
líquido retido que causam a celulite possam ser
eliminados pelo organismo na urina.

Manthus/Heccus

O Manthus e o Heccus são aparelhos que


combinam ultrassom, estímulos elétricos e correntes
polarizadas capazes de estimular o sistema linfático e
diminuir as células de gordura. Isso melhora a
circulação e estimula o organismo a eliminar as
toxinas do corpo.

Carboxiterapia

Este é um tratamento a base da


aplicação de gás carbônico na camada mais
profunda de pele onde o gás consegue romper
as fibroses e auxiliar na quebra de gordura. Os
vasos sanguíneos se dilatam e a circulação
sanguínea melhora bastante, o que faz com que
os edemas diminuam.

 Porque homens não têm Celulite?

Mulheres produzem o estrogênio, hormônio responsável pela formas sinuosas


do corpo feminino. É o acúmulo de gordura em regiões estratégicas que transformam
menininhas em mulherões.

A soma de tanto tecido adiposo à retenção de líquidos resulta na celulite, que


se agrava sob a influência de alimentação inadequada, vida sedentária e distúrbios
hormonais.

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O estrogênio faz com que a gordura nas mulheres vá para coxas e glúteos. Por
baixo dessa região, há músculos muito fortes. Quando eles são contraídos, a pele é
puxada e os furinhos ficam visíveis.

Como a presença de estrógeno é mínima no corpo masculino, os homens


estão livres desse problema! Eles produzem testosterona, hormônio que faz a gordura
ir para o abdômen – daí a barriga de chope! Para a sorte deles, a musculatura da
barriga é mais fraca. Assim, eles podem contrair os músculos, mas os buracos não
aparecem.

Além disso, o tecido gorduroso do corpo masculino possui septos grossos e


oblíquos, fazendo com que a gordura se projete para dentro do tecido.

Para entender melhor: esses septos seguram a pele e, ao contrário do que


acontece com a mulher, estão dispostos de forma que a gordura adquirida fique do
lado de dentro, evitando a formação de ondulações na pele.

A CELULITE NÃO É UM
PROBLEMA DE SAÚDE, APENAS
UMA QUESTÃO ESTÉTICA!

ESTRIAS

Estria é uma atrofia tegumentar


adquirida que surge quando as fibras
elásticas e colágenas (responsáveis pela
firmeza da pele) se rompem e formam
“cicatrizes”. As estrias ocorrem mais em
mulheres, podendo ser discretas ou
exuberantes.

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O aspecto das estrias iniciais são lesões lineares rosadas ou cor da pele,
deprimidas ou discretamente elevadas e, na fase tardia, brancas com espessura e
largura variáveis, sendo mais frequentes nas nádegas, coxas, abdome e costas. Não
se sabe a causa, mas geralmente essas lesões aparecem após a distensão excessiva
ou abrupta da pele que desencadeia uma inflamação e depois rompimento das fibras
elásticas e colágenas.

Podem ocorrer em situações como: crescimento rápido durante a


puberdade, aumento excessivo dos músculos por exercícios físicos exagerados,
colocação de expansores sob a pele ou próteses (de mamas, por exemplo), gravidez,
obesidade, uso prolongado de corticosteroides tópicos, orais ou injetáveis e anorexia
nervosa.

Tratamentos

O tratamento das estrias representa um desafio e os resultados nem sempre


são satisfatórios. O ideal é que seja realizado logo que elas surjam, na fase em que
são recentes e rosadas. Os tratamentos conhecidos podem ser feitos de forma
isolada ou em associação, sempre com acompanhamento médico: cremes com ácido
retinoico, com ácido glicólico ou com vitamina C; microdermoabrasão;
radiofrequência; microagulhamento, vários tipos de luzes e laser – como o laser
corante pulsado (dye laser), excimer laser, luz intensa pulsada, Nd:YAG, lasers
fracionados não ablativos e ablativos, como o érbio e o CO2. Os resultados dos
tratamentos são variáveis, podendo tanto haver melhora importante quanto pouca
alteração no aspecto.

Prevenção

As estrias devem e podem ser evitadas antes de se instalarem


permanentemente. Um cuidado importante é controlar o ganho de peso, evitando que
a pele sofra grandes distensões. O uso de cremes hidratantes, embora não haja
evidência científica de correlação com a prevenção de estrias na gestação, é uma
prática comum, sendo benéfica para a manutenção da qualidade da pele.

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FLACIDEZ TISSULAR E MUSCULAR

A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo.


A flacidez refere-se ao estado mobilizado, frouxo ou
lânguido do tecido. Ela pode ser muscular ou cutânea,
sendo a sua causa multifatorial, o que incluem fatores
genéticos, ambientais e de maus hábitos, como o
sedentarismo. Não há um fator único e específico que
cause flacidez.

A maior causa da flacidez muscular é a falta de


exercícios físicos, pois quando os músculos não são solicitados com certa frequência,
suas fibras atrofiam-se. O sedentarismo é considerado um dos fatores mais
frequentes para seu aparecimento, seguido pela perda de massa muscular e aumento
do depósito gorduroso (o que acontece nos idosos acima de 60 anos, em especial).
Esses processos são decorrentes do envelhecimento fisiológico, que tem seu início
por volta dos 30 anos.

Quanto à flacidez tissular, percebe-se que a maior incidência de casos é na


mulher, em consequência de fatores hormonais e à gestação. Porém, outros fatores,
como o excesso de sol (fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada
e efeito sanfona, contribuem para o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por
volta dos 30 anos. Os idosos também repõem menor quantidade, o colágeno e a
elastina, que são as fibras mais importantes da tonicidade da pele. Cirurgias que
promovam perda de peso rápida também favorecem a flacidez.

Preveni-la é o melhor tratamento, principalmente no caso da tissular, com


exercícios físicos, alimentação rica em proteínas e dita balanceada, evitar efeito
sanfona, uso de cremes que aumentam o tônus e a hidratação.

Os que possuímos hoje no mercado são:

 correntes bioelétricas, como as microcorrentes,


 Carboxiterapia,
 procedimentos que utilizam laser

22
 e cosmecêuticos que sejam precursores de colágeno, como a vitamina
C e hidroxiprolina (aminoácido).

Os maus hábitos alimentares, que levam ao acúmulo de gordura, provocam a


perda do manto hidrolipídico, que é responsável pela nutrição da pele, interferindo no
processo do aparecimento da flacidez cutânea.
Como fatores principais para ocasionar a flacidez: quadril retrovertido,
predisposição genética, idade, sol em excesso, maus hábitos alimentares e vestuário
inadequado, que dificulta a circulação sanguínea e linfática, o que leva a não
eliminação das toxinas, altera o pH do tecido e facilita o aparecimento da celulite
flácida. Além disso, há o problema do trauma mecânico, que deforma a silhueta em
razão da compactação do tecido adiposo (fibrose) abaixo da roupa.
A ocupação inadequada deste nos locais onde encontra espaço para sua
acomodação forma a “gordura localizada”, juntando-se a flacidez. (SOUZA, F. A.
Fisioterapia Dermatofuncional, ano).

Diferença entre Flacidez de Pele e Flacidez de Músculos


A flacidez tecidual ou tissular é quando a pele fica flácida, frouxa; já a muscular é
quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não tonificada. A pele
geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a tonicidade do mesmo. Se o
músculo está flácido, a pele também parece flácida, porém se a pele está flácida e o
músculo tonificado, então a aparência não é tão evidente.
A pele tem um tecido e o músculo é outro. O músculo espessa ou “cresce”
conforme os exercícios, já a pele não.
Para um tratamento adequado, é necessária uma avaliação rigorosa, com uma
boa diferenciação dos dois tipos de flacidez.

Veremos a seguir quais procedimentos devem ser adotados:

1- Flacidez Dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de pinça, aperte e


estique o bumbum. Se quando soltar a pele voltar ao normal e ficar esticada, não há
flacidez dérmica. Mas se demorar a normalizar, a flacidez está presente.

23
2- Flacidez Muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo apresentar
mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez.
Especialistas alertam que a flacidez é favorecida por uma rotina de perder e ganhar
peso inúmeras vezes. Cada vez que você emagrece, perde um pouco de músculos,
principalmente se o emagrecimento for brusco e se acompanhado pelo sedentarismo.
O combate aos radicais livres, que levam à redução da produção de colágeno
deve fazer parte do tratamento e pode ser realizado por intermédio da ingestão de
alimentos ricos em proteínas, como: carnes, peixes e ovo, e de alimentos ricos em
antioxidantes, como as vitaminas A, C, E o ômega-3, contido, por exemplo, no
salmão.
Outra dica é a aplicação de cremes que contenham alfa-hidroxiácidos,
retinoides, DMAE e a Idebenona, descoberta recentemente.

Além disso, temos outras dicas importantes:


• A prática de musculação três vezes por semana é peça chave no combate à
flacidez. Peça para o seu instrutor da academia montar um programa específico para
fortalecer os músculos das áreas do seu corpo mais atingidas pelo problema;
• Os exercícios aeróbios também são recomendados porque melhoram o
condicionamento físico e ajudam na perda de peso. As opções são variadas:
caminhada, corrida, bicicleta, natação e patinação;
• Mude sua alimentação. Consuma mais proteínas, soja, laticínios, frutas e
verduras e diminua o consumo de frituras e alimentos gordurosos em geral;

24
• Lembre-se de sempre usar filtro solar. Ele protege a pele contra o
envelhecimento precoce e contra a flacidez dérmica ou tissular.

FASES DA FLACIDEZ

 Fase Elástica: Lei de Hooke, ou seja, a tensão é diretamente proporcional


à habilidade do tecido em resistir à carga. Nesta fase, quando o tecido for submetido
a uma tensão, apresentará resistência. Voltará ao normal quando a carga for retirada.
 Fase de Flutuação: Com a carga mantida, o estiramento continua e tende
a um limite ou valor de equilíbrio. Nesta fase ocorrem alterações nas cadeias de
carbono, portanto, se a carga a que o tecido foi submetido for retirada, não voltará à
configuração inicial.
 Fase Plástica: Nesta fase ocorre uma deformação permanente no tecido,
ou seja, se o tecido passar do seu limite de elasticidade, esta deformação torna-se
permanente. O tecido já apresenta queda.
 Ponto de Ruptura: Depois de um estiramento total, o organismo tentou
reverter e não conseguiu. Neste caso, já há instalação de estrias, outro problema
estético. É como se um pano fosse esticado até o máximo e não aguentasse a força
– e como consequência haveriam “rasgos”.

A LIPODISTROFIA OU GORDURA LOCALIZADA:

A lipodistrofia ou gordura localizada é o acúmulo de tecido adiposo em


determinadas áreas do corpo. Os locais de distribuição da adiposidade acumulada no
organismo variam de pessoa para pessoa. Alguns indivíduos acumulam gordura na
região abdominal (tendência androide) e outros na região do quadril (tendência
ginoide).

O grau de adiposidade de uma pessoa depende de vários elementos, entre


eles destacam-se os fatores genéticos e o tipo de alimentação. Outros fatores
externos como a má postura e o sedentarismo também induzem ao acúmulo de
gordura.

25
Os depósitos de gordura localizados em determinadas regiões do organismo
são difíceis de serem corrigidos por regimes alimentares ou exercícios. Exemplos
deste tipo de adiposidade incluem a gordura acumulada na região abdominal inferior
e na região dos quadris (culotes) e coxas (GORDURA LOCALIZADA, 2008).

A distribuição da lipodistrofia localizada ocorre de maneira diferenciada no


homem e na mulher, por questões hormonais ligadas ao sexo. A mulher passa por
fases de alterações hormonais em sua vida, que incrementam a duplicação de células
gordurosas.

A primeira destas fases é a puberdade, que induz a duplicação das células


gordurosas que se depositam sobre abdômen, flancos, quadril, coxas, joelhos e
mamas, conforme a carga genética, desenvolvendo as características sexuais
secundárias da mulher.

A segunda fase acontece na gravidez, quando a interferência hormonal


proporciona a duplicação de células gordurosas. Diversas mulheres, após a gravidez,
alcançam seu peso anterior à gestação, porém ficam com depósitos de gordura
localizada em regiões específicas como o abdômen.

Mesmo magra e com índice de massa corporal normal, a mulher fica com a
silhueta inestética. Em condições em que a mulher engorda em demasia durante a
gestação e acumula um grande sobrepeso, o estímulo é maior sobre as células
adiposas e o aspecto inestético é mais agravado.

Com o avanço da idade, se a mulher aumenta seu peso corporal, o volume dos
adipócitos aumenta e mais gordura é acumulada em depósitos localizados.

26
Os homens apresentam menor incidência ao acúmulo de gordura localizada,
porém, quando isto ocorre, geralmente é na região abdominal e apresenta grande
correlação com as doenças cardiovasculares.

Tratamentos

Alguns exemplos, combinados com hábitos de vida saudável e exercícios


físicos.

 Drenagem linfática

 Criolipólise

 Lipo cavitação

 Carboxiterapia

 Massagem modeladora

DISFUNÇÕES ESTÉTICAS FACIAIS

BIOTIPO CUTÂNEO

A pele sã é aquela que se apresenta em condições anatômicas, histológicas e


funcionais normais, que não padece de alterações nem sequelas estéticas nem
cosméticas, estando seus parâmetros dermocosméticos dentro dos valores
fisiológicos.

A medição destes parâmetros permite diagnosticar o biótipo cutâneo.

São eles: sebo, ph, hidratação. O equilíbrio dos três parâmetros está
geneticamente determinado, mas pode ser alterado por vários fatores como: clima,
envelhecimento, hormônios, alimentação, sol, estresse, alterações digestivas, uso
indevido de cosméticos .

27
Os valores normais do sebo são 90 a 100 microgramas por centímetro
quadrado de pele. Valores acima indicam pele oleosa, seborreica, e valores abaixo
indicam pele hipolipídica ou seca.

O pH deve ser ácido, sendo no homem 5 e na mulher 5,5, aproximadamente.


O grau de acidez, alcalinidade e neutralidade é medido numa escala de zero a
quatorze, onde pH zero é o estado de acidez absoluta; pH 14 é o estado de
alcalinidade absoluta e pH 7 é o estado de neutralidade.

A pele pode ser classificada em normal, seca, oleosa ou mista.

Pele normal (eudérmica):

• Característica: superfície lisa e flexível, equilíbrio hídrico e lipídico, cor rosada


e não brilhosa. Geralmente é uma condição genética. O teor de hidratação e nutrição
encontra-se equilibrado. Aparência de pele de criança.

• À lupa: textura e granulação finas, sem brilho nem pontos negros, poros e
folículos normais (sem dilatação).

• Ao toque: macia, suave, elástica. Não é fina demais nem grossa. Secreção
suor/sebo em equilíbrio.

Pele seca (alípica):

• Característica: facilmente irritável e sensível. Fina, opaca, esbranquiçada,


seca. Espessura epidérmica diminuída; manto hidrolipídico escasso; orifícios
pilossebáceos e poros invisíveis; produz repuxamentos; intolerância a sabões
alcalinos; envelhecimento precoce; predisposição a: irritações, telangiectasias,
eritemas, hipercromias, desidratação. Vulnerável ao frio, vento e calor.

• À lupa: apresenta aspecto farinhoso. Não há dilatação de poros, nem


comedões.

28
• Ao toque: sensação de sequidão e fina rugosidade. Falta de leve untuosidade
conferida pelo manto hidrolipídico. Pouco elástica e muito fina. A pele poderá estar
seca por falta de água e/ou gordura.

Pele oleosa (lipídica):

• Característica: maior espessura epidérmica, ósteos dilatados, manto


hidrolipídico abundante, superfície gordurosa e úmida, aspecto brilhante. Apresenta
comedões e transpiração abundante. É irritável e observa-se certa alcalinização da
pele. A pele oleosa poderá evoluir para uma pele seborreica a depender de fatores
endógenos (hormonais, metabólicos, psíquicos) e exógenos (uso de produtos
comedogênicos, clima quente e úmido, entre outros).

• A seborreia pode ser classificada como:

- Leve (grau I): secreção sebácea levemente aumentada, localizando-se na


zona T (mento, nariz e testa);

- Moderada (grau II): secreção sebácea aumentada que se estende a toda


face, couro cabeludo e, às vezes, tórax. Observam-se gotículas de gordura no nariz;

- Intensa (grau III): secreção sebácea muito aumentada abrange toda a face,
braços, parte anterior e posterior do tórax. Observam-se gotículas de gordura na
superfície epidérmica. Geralmente evolui para acne.

• À lupa: aspecto lustroso e brilhante, orifícios dilatados, comedões, cilindros


comedônicos “saindo” do orifício. Aspecto casca de laranja.

• Ao toque: gordurosa. As pontas dos dedos do examinador ficam


impregnadas de gordura. Pele grossa e com relevos.

Pele mista:

- Característica: tipo de pele mais frequente entre indivíduos que residem em


país de clima tropical. Coexistem dois biótipos cutâneos: pele normal com tendência
à oleosidade, pele normal com tendência à seca:

29
- Pele mista com tendência à oleosidade: na zona T apresenta-se brilhosa
com características da pele oleosa e nas laterais tende à normalidade;

- Pele mista com tendência à seca: na zona T apresenta-se com


características da pele normal e nas laterais de pele seca.

ESTADO CUTÂNEO

O estado cutâneo é algo não muito comentado, ouvimos muito sobre o biotipo,
mas sem o conhecimento sobre estado cutâneo você nunca estará cuidando 100%
da sua pele. Muitas pessoas percebem mudanças na pele durante a mudança de
estação, o estado cutâneo é exatamente isso, as mudanças que acontecem em nossa
pele seja por clima, medicamento, problemas emocionais, alimentação ou por
simplesmente não cuidar da pele.

O motivo pelo qual muitas pessoas não sabem qual é o seu verdadeiro tipo de
pele, é a falta de conhecimento sobre o estado cutâneo. Como dito no primeiro
paragrafo, o estado cutâneo são as fases da pele.

Os fatores que podem alterar o estado da sua pele são muitos, hábitos
alimentares, patologias (diabetes, alterações endócrinas entre outros), estresse,
cansaço, alterações climáticas, puberdade ou menopausa, além de não fazer a
limpeza diária da pele ou fazer de forma errada. Todos esses fatores alteram o estado

30
da sua pele, podendo deixa-la desidratada, ressecada, desvitalizada, asfítica, acneica
e sensível.

O estado de desidratação é a falta de água na pele, causando descamação,


prurido (coceira), fissuras, deixando a pele opaca, com sensação de repuxamento,
áspera e sensível. Para resolver este problema é necessário manter a pele limpa e
hidratada para voltar ao seu estado normal.

Os mecanismos de hidratação nos ajudam a entender como funciona a


hidratação da nossa pele, os mecanismos são: oclusão, emoliência e umectação.

 O mecanismo de oclusão faz um filme na pele, evitando a perda de


água transpidermica/ evaporação (substâncias de oclusão: óleo mineral,
vaselina, silicone, lanolina, manteiga, entre outros), proporcionando
flexibilidade e suavidade.
 Já o mecanismo de emoliência trabalha na suavização da pele áspera,
lubrificando-a, substituindo os lipídeos naturais e proporcionando leve
oclusão (substância: óleo de amêndoas, óleo de maracujá, ceramidas,
etc).
 A umectação atrai e retém a água para o estrato córneo,
proporcionando a hidratação (substâncias: ureia, glicerina, aminoácidos
do leite, entre outros).

A pele ressecada ocorre pela ausência da produção de lipídeo pelas glândulas


sebáceas, desencadeando a perda de água, deixando a pele ressecada e
consequentemente desidratada.

A pele desvitalizada é a pele que esta necessitada de nutrientes, perdendo


seu brilho, cor, elasticidade e firmeza, deixando linhas de expressão mais aparentes,
além de deixar um aspecto cansado.

Já os fatores que desencadeiam a pele asfítica é o estilo de vida, estresse,


cigarro, alimentação e poluição, causando alteração de cor (pele amarelada ou
pálida), textura grossa e dificuldade na oxigenação da pele, entre outros problemas.

31
A pele acneica faz parte de um conjunto de fatores, sendo eles hormonais,
infecciosos, metabólicos, psíquicos e até mesmo predisposição familiar. Para o
tratamento desse tipo de pele é essencial que você procure um medico especialista
para melhor entendimento de produtos, mas os cuidados básicos são necessários,
para isso, os produtos específicos para pele acneica são os mais recomendados, pois
ajudam no controle da oleosidade além de ação antisséptica. Na hora de escolher
esses produtos, escolha os com poder secativos e cicatrizantes, pois ajudam na
cicatrização das lesões, amenizando as marcas no rosto, reduzindo o processo
inflamatório.

A pele sensível também é considerada um biotipo, essa pele apresenta


vermelhidão, alta temperatura, textura fina e frágil, sendo vulnerável a alterações
climáticas, podendo haver irritação, coceira, repuxamento, sensação de picadas e
dor. A pele sensível age de forma rápida ao mínimo contato com produtos tópicos,
com reação intensa e exagerada aos estímulos.

Para os cuidados com a pele sensível é essencial o uso de produtos que não
agridam a pele, evitando principalmente o uso de sabonete comum, optando por
sabonete facial líquido e tônico suavizante/ calmante, que tem como ação o controle
do Ph, hidratação e suavização da pele.

ÓSTIOS DA PELE

POROS OU ÓSTIOS DILATADOS?

Você sabe a diferença entre eles?

Pois bem, em toda a superfície da pele existem dois tipos de orifícios


diferentes, sendo eles: os poros e os óstios.

O óstio é a abertura do folículo pilo-sebáceo. É o orifício por onde sai o pêlo


e desemboca a glândula sebácea. Que são facilmente visíveis a olho nu e
apresentam-se dilatados principalmente na pele oleosa.

Já o poro, corresponde à saída do canal das glândulas sudoríparas e elas


não são visíveis a olho nu.

32
Logo vemos que, o poro apenas elimina o suor e os óstios eliminam o sebo na
pele. Portanto, quando vemos aquele aspecto dilatado na face de alguém, são
os ÓSTIOS e NÃO os POROS.

Caso a epiderme (camada mais superficial da pele) estiver com excesso de


queratina, forma uma barreira obstruindo a saída dos óstios e dificultando a passagem
da secreção sebácea, dando origem à formação de comedões e pústulas (cravos e
espinhas). Como a secreção fica aprisionada, podendo ocorrer a proliferação de
bactérias, desencadeando um processo inflamatório, gerando níveis avançados de
acne.

ACNE

Acne é uma doença de pele que ocorre


quando as glândulas secretoras de óleo (glândulas
sebáceas) tornam-se inflamadas ou infectadas,
provocando cravos, espinhas, cistos, caroços e
cicatrizes.

A acne aparece na puberdade induzida pelo


início da produção de hormônios femininos (estrógenos) e masculinos (andrógenos).
Apesar da maioria dos casos de acne se resolver espontaneamente na segunda
década da vida, há exceções e algumas pessoas continuam apresentando os

33
sintomas durante a vida adulta, até cerca de 35 anos. A acne aparece com maior
freqüência no rosto, peito e costas, onde o número de glândulas sebáceas é maior.

Desenvolve-se em pessoas com tendência hereditária; isto significa que um


jovem, cujo pai e mãe tiveram acne, tem maior chance de apresentá-la. No entanto,
você pode ser o primeiro a ter espinhas em sua família, assim como todos os irmãos
ou somente um deles pode apresentar pele acneica.

A acne pode ter graus variados, com maior ou menor inflamação. Ela sempre
é mais grave quando apresenta cistos, caroços e muitas lesões.

Como ocorre?

Acne é causada por infecção ou inflamação das glândulas sebáceas na base


dos pelos. Os poros da pele ficam cheios deste material, formando os chamados
cravos. Estes podem romper-se, liberando o material de seu interior na pele, gerando
as espinhas.

Quais são os sintomas?

- cravos brancos, que são glândulas sebáceas obstruídas, com seu orifício
fechado;

- cravos pretos, que são glândulas sebáceas obstruídas, cujo orifício está
aberto. O óleo torna-se escuro quando exposto ao ar;

- pústulas (espinhas), que são glândulas sebáceas vermelhas, inflamadas,


infectadas, algumas vezes cheias de pus;

Algumas espinhas podem ser dolorosas e, em casos graves, cistos (elevações


cheias de líquido), podem desenvolver-se sob a pele.

Quais os tipos de acne?

Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias (espinhas).

Acne Grau II: cravos e espinhas pequenas, com pequenas lesões inflamadas
e pontos amarelos de pus (pústulas).

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Acne Grau III: cravos, espinhas pequenas e lesões maiores, mais profundas,
dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas (cistos).

Acne Grau IV: cravos, espinhas pequenas e grandes lesões císticas, múltiplos
abscessos interconectados e cicatrizes irregulares resultando em deformidade da
área afetada (acne conglobata).

Como é tratada?

O tratamento tem como objetivos manter a sujeira e o óleo fora dos poros,
reduzindo assim a inflamação e será indicado por um médico dermatologista, que
avaliará o grau de sua acne e prescreverá os medicamentos mais indicados, que
poderão ser de uso local ou também medicamentos via oral, dependendo da
intensidade do quadro.

Como posso me cuidar?

Siga o tratamento prescrito por seu médico. Além disso:

- lave o rosto 2 vezes por dia com um sabão suave, neutro;

- lave as mãos com frequência, e evite tocar o seu rosto desnecessariamente;

- não esfregue a pele nem esprema as espinhas para que não surjam
cicatrizes;

- não descanse o rosto nas mãos enquanto você lê, estuda, ou vê televisão;

- tente manter os cabelos longe da face;

- evite o sol;

35
- embora nenhum estudo tenha comprovado uma relação entre acne e
alimentação, algumas pessoas têm notado que sua acne piora após a ingestão de
certos tipos de alimentos.

Tratamento

Os tratamentos disponíveis para a acne, portanto, incluem cremes, géis,


sabonetes e antibióticos orais, além da isotretinoína. Os tratamentos complementares
que podem ser recomendados pelo dermatologista são: extração de comedões,
punção ou drenagem de pústulas, nódulos e pseudocistos, infiltração de medicações
específicas, quando necessário, como corticoides, e o tratamento das cicatrizes
associadas com peelings, laser e outros procedimentos, como a dermoabrasão,
subincisão e preenchimentos cutâneos com gordura ou ácido hialurônico. As
manchas associadas à acne podem ser tratadas com procedimentos em consultório
e cremes em casa. Alguns métodos novos, como a fototerapia com luz azul, podem
ser indicados em casos específicos.

INVOLUÇÕES CUTÂNEAS

Apesar de sua estrutura ser bem complexa, a pele, tal como todo organismo
vivo, passa naturalmente um processo de envelhecimento chamado involução
cutânea, que pode variar segundo a faixa de idade:

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14 aos 18 anos: Acontece uma produção maior de hormônio que ocasiona
mais gordura. Nesta fase, a pele é hidratada, o teor de água é bom e em geral a
produção de gordura mais efetiva.

18 aos 25 anos: Ocorre a diminuição do colágeno solúvel da pele. O colágeno,


além de dar sustentação à pele, também a hidrata. Já em peles envelhecidas, o
colágeno produz pouca água e começa a se tornar indissolúvel.

25 aos 30 anos: A pele reduz a produção de colágeno solúvel de forma mais


intensa, inclusive a capacidade de retenção de água.

30 aos 35 anos: Há um decrescimento na produção de sebo e suor. A pele


também mostra nítidos sinais de deficiência de água, o que prejudica muito a
epiderme, além de reduzir a quantidade de colágeno solúvel. A hipoderme diminui a
sua espessura, o que contribui para o surgimento de rugas e sulcos profundos.

35 aos 40 anos: Cai com rapidez a produção de queratinócitos (o processo de


formação das células é mais lento), a espessura da epiderme diminui, surgem
escamas, rugas na testa, “pés de galinha”, etc.

40 aos 45 anos: Há uma diminuição na espessura da hipoderme, que, somada


a uma fragilidade das fibras elásticas e a carência das fibras de colágeno solúveis,
determina um grau maior de rugas. Ocorre a involução da arcada dentária,
ocasionando o aparecimento de sulcos nasogenianos. Os melanócitos diminuem a
produção de pigmentos, surgindo os cabelos brancos.

45 aos 55 anos: As fibras de colágeno ficam ainda mais entrelaçadas e ricas


em colágeno insolúvel, a pele torna-se flácida, já que as fibras de elastina também
não conseguem manter as tensões necessárias ao bom funcionamento da pele. Os
melanócitos reduzem a produção em mais de 80%.

55 aos 60 anos: A desidratação da camada córnea é bastante acentuada. A


hipoderme é uma lâmina bem fina e irregular. Os sulcos e rugas aprofundam-se e a
pele ganha uma cor acinzentada. A espessura dos lábios é metade da espessura dos
30 anos.

60 aos 90 anos: A circulação sanguínea diminui. A epiderme não acompanha


os movimentos da musculatura, tornando-se lentamente um pergaminho. Cai a
capacidade de regeneração diante das lesões.

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FOTOTIPO CUTÂNEO FITZPATRICK

FOTOENVELHECIMENTO ESCALA DE GLOGAU

A classificação de GLOGAU – A classificação quanto ao foto envelhecimento


foi desenvolvida por Glogau e se constitui como um dos principais critérios para
escolha do tipo tratamento de harmonização orofacial. Isto porque, estabelece 4
níveis de envelhecimento.

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Desta forma, define de maneira ampla as alterações que podem ser vistas em
diferentes idades, com exposição cumulativa à luz do sol. Assim, é dividido por idade
provável e descreve as características principais.

Ao mesmo tempo, o sistema desenvolvido pelo Dr. Richard Glogau, que tem
por finalidade possibilitar a quantificação do nível de envelhecimento, permite
uma padronização do tratamento mantendo uma comunicação efetiva entre os
especialistas da área da beleza e saúde.

A classificação de GLOGAU – Os 4 Níveis de Envelhecimento

Para facilitar o entendimento, incluímos uma escala de fotos por grau/tipo de


pele, tomando como padrão a região dos olhos/”pés de galinha”.

Está classificação varia do tipo I ao tipo IV. A sua escala fornece os seguintes
parâmetros para avaliação:

 Tipo I: mínimas rugas, foto envelhecimento inicial, alteração suave na


pigmentação, ausência de queratoses ou lentigos senis; acomete pessoas dos 20 aos
30 anos que geralmente não necessitam de maquiagem;

 Tipo II: a pele permanece lisa na ausência de movimentos, mas durante o


movimento (sorriso, franzir a testa etc) as rugas aparecem, presença de lentigos senis

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e telangectasias iniciais, mas não possui queratoses visíveis; acomete dos 30 aos 40
anos que necessitam de maquiagem leve;

 Tipo III: rugas visíveis mesmo na ausência de movimentação, presença de


lentigos senis, telangectasias e queratoses solares; acomete pessoas acima dos 50
anos que necessitam de maquiagem constantemente;

 Tipo IV: rugas generalizadas, diminuição da espessura da epiderme, pele com


coloração amarelo-acinzentado (pelo aumento da espessura da camada córnea),
maior tendência a câncer de pele; acomete pessoas acima dos 60 anos que a
maquiagem não deve ser utilizada porque resseca e fragmenta.

Conclusão

Observar estas e outras classificações, quantificações e padronizações;


permite ao profissional ter uma base para se orientar. Porém, cada avaliação deve
ser individualizada e para isso é necessário, análise facial.

MANCHAS PIGMENTARES (MELANINA)

As discromias são alterações da pigmentação da pele causadas por


disfunções na produção ou na distribuição de melanina pela pele. O principal fator
desencadeador das discromias, em especial das hipercromias, é a radiação solar. A
exposição prolongada e sem proteção à radiação solar, especialmente na praia, pode
resultar em queimaduras e danos celulares. Quanto mais clara for à pele, maiores
serão os danos.

As discromias podem ser divididas em:

• Acromia: ausência total de pigmentação em determinado local da pele do


indivíduo ou em áreas generalizadas.

• Hipocromia: menor pigmentação de determinado local em relação à cor


natural da pele do indivíduo;

• Hipercromia: maior pigmentação ou pigmentação distinta da cor natural da


pele do indivíduo

40
ACROMIA

Áreas do corpo de tamanho reduzido ou generalizadas em


que há ausência total de pigmentação da pele (área
branca ou descorada), normalmente em decorrência de
patologias dermatológicas, como, por exemplo, o vitiligo.

HIPOCROMIAS

Redução da pigmentação da pele em contraste com o tom


natural da pele. Normalmente ocorrem por diminuição da
produção de melanina no local. Podem ser congênitas
(albinismo) ou adquiridas (leucodermia solar).

A leucodermia solar, principal representante das


hipopigmentações adquiridas são manchas claras, regulares
e ligeiramente atróficas localizadas em áreas expostas à luz
solar, em que a melanina se distribui de forma irregular.

HIPERCROMIAS

Aumento da pigmentação da pele ou pigmentação distinta da cor natural. Podem


acontecer por aumento da produção de melanina local. Podem ser congênitas
(efélides ou sardas) ou adquiridas (melasmas, melanoses).

Os melanócitos são as células responsáveis pela produção e pela distribuição


da melanina. Quando hipercromias como os melasmas se instalam é porque ocorreu
uma alteração nestas células.

Os melasmas são um tipo de hipercromia adquirida de coloração


acastanhada, uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, localizada
principalmente na porção central da face (malar, fronte, nariz, buço e mento).
Acomete, sobretudo, mulheres jovens e pardas. Dentre as causas descritas estão à
exposição solar, a gestação e o uso oral de estrogênios.

41
As melanoses solares são manchas pequenas e acastanhadas, localizadas
em áreas fotoexpostas de indivíduos acima de 40 anos de idade. Excepcionalmente
pode ocorrer transformação maligna (lentigo maligno).

Conheça as opções de tratamento para cada tipo de mancha na pele

Se você não conseguiu evitar que uma mancha surgisse na sua pele, não
desespere! Para esse problema existem várias soluções, mas tudo vai depender das
características dessa marca e onde ela está localizada. A dermatologista deu algumas
opções de tratamento, como: “Produtos clareadores à base de ácido tranexâmico,
ácido retinóico, ácido glicólico, ácido kójico, nicotinamida, a vitamina C… Além disso,
procedimentos como o laser e o peeling também são benéficos”, citou. Conheça o
tratamento adequado para cada tipo de mancha:

Melanoses ou manchas senis: a primeira opção para o caso é a luz intensa


pulsada, pois proporciona ótimos resultados. Também podem ser indicados o laser
de CO2, peelings e a crioterapia;

Efélides ou sardas: além da luz intensa pulsada, também com resultados


muito favoráveis, o peeling superficial é uma alternativa;

Melasma: mais resistente, o quadro possui respostas variáveis aos


tratamentos. Atualmente, os tratamentos sugeridos são: peeling superficial, laser Q-
switched e microagulhamento.

Esfoliação funciona no clareamento das manchas?

42
Um produto esfoliante sozinho não clareia uma mancha.
Essas marcas costumam ser mais profundas do que
superficiais, então, para removê-las, é importante apostar
em produtos de ação mais profunda.

O uso de dermocosméticos clareadores funciona?

Funciona sim! Na verdade, eles são considerados a primeira opção de


tratamento para remover as manchas.

ALTERAÇÕES VASCULARES DA PELE

As lesões vasculares cutâneas podem ser caracterizadas como pequenos


vasos sanguíneos dilatados. Ricardo Baccaro Rossetti, especialista em dermatologia
pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que as telangiectasias são
decorrentes do excesso de sol ao longo da vida, como também de doenças como a
rosácea. Essas lesões são mais comuns na face.

"Há lesões vasculares que podem ser decorrentes de mal formações


congênitas. O hemangioma, por exemplo, muitas vezes já está presente ao
nascimento. Outras lesões vasculares bastante comuns são os angiomas, pintas de
sangue e as microvarizes das pernas, principalmente em mulheres", destaca. A
dermatologista Isis Veronez, membro da SBD, explica que essas lesões estão
relacionadas a um desequilíbrio na formação dos vasos, com proliferação aumentada
de algum desses elementos, podendo ter uma relação genética ou não.

"Os hemangiomas da infância são os tumores mais comuns nessa fase e


podem estar presentes desde o nascimento. Já os angiomas rubis, que são aquelas
pequenas 'bolinhas' vermelhas semelhantes à pedra rubi, são mais comuns em
adultos de ambos os sexos, e podem aumentar com o passar dos anos",
declara. Outros fatores para o aparecimento das lesões podem estar ligados a
envelhecimento, exposição solar e tabagismo. No corpo, podem estar associados a
genética e uso de anticoncepcional oral.

Tratamentos disponíveis

43
No mercado, já existem alguns tratamentos disponíveis e eficientes. Os
tratamentos dependem do tipo de lesão vascular, do local acometido e do tamanho
da lesão. Em geral, os hemangiomas da infância e os angiomas rubis não são
tratados, uma vez que são lesões benignas. Em casos em que a preocupação é
essencialmente estética, podem ser realizados tratamentos com eletrocoagulação,
crioterapia, cirurgia com retirada e sutura, além de tratamentos a laser. As indicações
de tratamento e as contraindicações dependem de cada caso e devem ser avaliadas
em consulta com dermatologista.

Para o dermatologista João Carlos Pereira, de Rio Preto, o laser é dotado de


profunda capacidade de penetração da onda, que age destruindo o vaso, que será
reabsorvido pelo organismo de modo a desaparecer. E, em pouco tempo, o vaso
desaparece e a aparência natural da pele é restaurada. "Ele disseca superior a outras
formas já conhecidas de retirada de vasos sanguíneos. E o melhor, livre de dor e sem
a necessidade de cirurgia. Indicado para combater desde os vasos mais superficiais,
conhecidos como telangiectasia (vasos muito finos na superfície da pele),
passando por marcas diversas como as de acne, de cirurgias, de cicatrizes, entre
outras, até os conhecidos e incômodos hemangiomas", explica o especialista.

"Em apenas uma aplicação o paciente já pode observar o clareamento da


mancha. Evidente que, dependendo da profundidade e da amplitude do problema,
será necessária mais de uma aplicação", completa. Beatriz Cavalcanti de Souza,
especialista e membro da SBD, faz um alerta importante. "Para os vasos do rosto, o
único tratamento disponível é o laser, mas não deve ser feito em pacientes
bronzeados ou que tenham doenças com hipersensibilidade à luz", avisa. Em todos
os casos, é importante evitar a exposição solar após qualquer procedimento, para
evitar manchas e cicatrizes inestéticas.

"Alguns tipos de lesões vasculares podem reaparecer após algum tempo. Os


angiomas rubis, por exemplo, continuam a aparecer ao longo da vida, geralmente
em locais diferentes dos que foram tratados. Para definir o diagnostico e o tratamento
mais adequado, é importante a avaliação do dermatologista", aconselha
Isis. Segundo Rossetti, os cuidados pós-tratamento consistem em glicerina com
antibiótico. "Aplica-se de forma a não remover. Evitar banhos quentes ou exercícios
que possam causar vasodilatação. Evitar esfregar a área e em casos de área exposta
ao sol usar foto protetores específicos", diz.

44
DESCRIÇÃO DAS LESÕES CUTÂNEAS

Desenvolveu-se uma extensa terminologia para padronizar a descrição das


lesões da pele, incluindo:

 Tipo de lesão (às vezes chamada morfologia primária)

 Configuração da lesão (às vezes chamada morfologia secundária)

 Textura

 Distribuição

 Cor

Exantema é um termo geral atribuído a uma


erupção temporária da pele.

Amostragem da pele e estruturas cutâneas

Tipos de lesão (morfologia primária)

Máculas são lesões planas e não palpáveis em


geral com diâmetro < 10 mm. As máculas representam
alteração da cor, não são elevadas ou deprimidas, se
comparadas com a superfície da pele. Placa é uma
grande mácula. Os exemplos incluem efélides, nevos
planos, tatuagens, manchas em vinho do porto e
exantemas devido à infecção por
riquétsias, rubéola, sarampo (pode ter pápulas e placas) e algumas erupções
alérgicas por fármacos.

45
Mácula melanótica labial

A lesão nessa imagem é uma mácula porque é plana,


não palpável e de pequeno diâmetro.

IMAGEM FORNECIDA POR


Pápulas são lesões elevadas, em geral com
ROBERT MACNEAL, MD.
diâmetro < 10 mm e que podem ser sentidas ao tato ou à
palpação. Os exemplos abrangem nevos, verrugas, líquen plano, picadas de
inseto, queratoses seborreicas e actínicas, algumas lesões de acne e câncer de pele.
O termo “maculopapular” é frequentemente impreciso e usado de maneira imprópria
para descrever diversos exantemas eritematosos da pele; por ser inespecífico e
facilmente mal empregado, esse termo deve ser evitado.

Lesão de pele (pápula)

Pápulas são lesões elevadas, geralmente palpáveis, com


diâmetro 10 mm. O líquen plano (foto) pode se manifestar com
uma erupção papular.

IMAGEM FORNECIDA POR


THOMAS HABIF, MD.
Placas são lesões palpáveis, em geral com
diâmetro > 10 mm, que podem ser elevadas ou deprimidas, se comparadas à
superfície cutânea. Podem ser arredondadas e com superfície plana. As lesões
de psoríase e granuloma anular geralmente formam placas.

Placa de psoríase

Placas são lesões palpáveis e elevadas com diâmetro


≥ 10 mm. A psoríase (foto) tipicamente se manifesta com
placas recobertas de escamas espessas, prateadas e
IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS HABIF, MD.
brilhantes

Nódulos são pápulas firmes ou lesões que se estendem na derme ou no tecido


subcutâneo. São exemplos os cistos, lipomas e fibromas.

46
Vesículas são bolhas pequenas contendo líquido claro, com
diâmetro < 10 mm. São características de infecções herpéticas, dermatite de contato
alérgica aguda e algumas doenças bolhosas autoimunes (p. ex., dermatite
herpetiforme).

Lesão cutânea (vesícula)

Vesículas são bolhas pequenas contendo


líquido claro, com diâmetro 10 mm. A dermatite
herpetiforme tipicamente se manifesta como
vesículas agrupadas.
IMAGEM CEDIDA PELA PUBLIC HEALTH IMAGE
LIBRARY OF THE CENTERS FOR DISEASE
CONTROL AND PREVENTION.

Bolhas são lesões com diâmetro > 10 mm,


contendo líquido claro. Podem ser causadas por queimaduras, picadas, dermatite de
contato irritativa ou alérgica e reações a fármacos. As doenças bolhosas autoimune
clássicas compreendem o pênfigo vulgar e o penfigoide bolhoso. As bolhas também
podem surgir em doenças hereditárias que apresentam fragilidade cutânea.

Lesão cutânea (bolhas)

Bolhas são claras, contêm líquido


e têm > 10 mm de diâmetro. Penfigoide
bolhoso é caracterizada por erupções de
bolhas tensas na pele com aspecto
normal ou eritematoso em pacientes
idosos.

Pústulas são vesículas que IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS HABIF, MD.
contêm pus. São comuns em infecções
bacterianas e foliculites, podendo ser encontradas em algumas doenças
inflamatórias, como na psoríase pustulosa.

47
Lesão cutânea (pústula)

IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS HABIF, MD.

Urticária (urticas ou vergões) é caracterizada por lesões elevadas causadas


por edema localizado. Pápulas são pruriginosas e vermelhas. Urticas são
manifestações frequentes de hipersensibilidade a fármacos, picadas ou espinhos,
autoimunidade e, menos comumente, por estímulos físicos, como temperatura,
pressão e luz solar. Em geral, as doenças bolhosas típicas duram < 24 h.

Lesão cutânea (urticária)

Urticárias (urticas ou vergões) são lesões


migratórias, elevadas, pruriginosas, avermelhadas,
causadas por edema dérmico local.

IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS


HABIF, MD.
Escamas são acúmulos sobrepostos do
epitélio córneo, observados em doenças como psoríase, dermatite seborreica e
infecções fúngicas. A pitiríase rósea e as dermatites crônicas de qualquer tipo podem
ser descamativas.

48
Lesão cutânea (escama)

Escama é o acúmulo de epitélio córneo. A escamação é característica de


muitas dermatofitoses, incluindo a tinha da cabeça. Nessa imagem, a escama é
especialmente perceptível na nuca.

Crostas (cascas) são formadas por soro, sangue ou pus


dessecados. Podem ocorrer em doenças cutâneas inflamatórias ou
infecciosas (p. ex., impetigo).

Erosões são áreas abertas da pele, consequentes à perda


de parte ou de toda a epiderme. Erosões podem ser por traumas
ou ocorrer em várias doenças cutâneas inflamatórias ou
infecciosas. Escoriação é uma erosão linear causada por coçadura,
atrito ou escoriação. IMAGEM FORNECIDA POR
THOMAS HABIF, MD.

Úlceras são causadas pela perda da epiderme e às vezes parte da derme. As


causas observadas incluem dermatite por estase venosa, trauma físico com ou sem
comprometimento vascular (p. ex., causado por úlcera de decúbito ou doença arterial
periférica), infecções e vasculites.

Petéquias são pontos focais não branqueados da hemorragia. As causas


incluem anormalidades plaquetárias (trombocitopenia, disfunção plaquetária),
vasculites e infecções (p. ex., meningococcemia, febre maculosa das Montanhas
Rochosas e outras riquetsioses).

Púrpura é uma área maior de hemorragia que pode ser palpável. A púrpura
palpável é considerada como um sinal da vasculite leucocitoclástica. Pode ser indício
de uma coagulopatia. Equimoses ou contusão representam extensas áreas de
púrpura.

49
Atrofia é o adelgaçamento da pele cujo aspecto pode ser xerótico e enrugado,
lembrando papel de cigarro. A atrofia pode ser causada por exposição crônica ao sol,
envelhecimento e algumas doenças cutâneas inflamatórias e/ou neoplásicas,
incluindo linfoma de linfócitos T e lúpus eritematoso. Muitas vezes decorre também
do uso prolongado de corticoides tópicos potentes.

Cicatrizes são áreas de fibrose que substituem a pele normal após um


ferimento. Algumas cicatrizes tornam-se hipertróficas ou espessadas e
elevadas. Queloides são cicatrizes hipertróficas que se estendem além da margem
original do ferimento.

Telangiectasias são pequenos vasos sanguíneos permanentemente


dilatados que podem ocorrer em áreas de dano solar, rosácea, doenças sistêmicas
(especialmente esclerodermia), doenças hereditárias (p. ex., ataxia-
telangiectasia, telangiectasia hemorrágica hereditária) ou após tratamento a longo
prazo com corticoides fluorados tópicos.

Telangiectasia

Telangiectasia pequena, dilatação dos vasos


sanguíneos; na maioria das vezes, são idiopáticos.

Configuração da lesão (morfologia IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS HABIF,


MD.
secundária)

Configuração é o formato das lesões simples e a disposição de seu


agrupamento.

Lesões lineares são dispostas em linha reta e são sugestivas de algumas


formas de dermatite de contato, nevo linear epidérmico e líquen estriado. Lesões

50
induzidas por trauma, incluindo escoriações provocadas pelas unhas do paciente,
normalmente são lineares.

Lesões anulares consistem em anéis com uma área central clara. Exemplos
incluem granuloma anular, algumas erupções medicamentosas, algumas infecções
por dermatófitos (p. ex., micose) e sífilis secundária.

Lesão de pele (anular)

Lesões anulares têm a forma de anéis


com uma área central clara. O granuloma
anular (foto) é uma lesão cutânea anular típica.

IMAGEM FORNECIDA POR THOMAS HABIF, MD.

Lesões numulares são circulares ou em forma de moeda; um exemplo é o


eczema numular.

Lesão de pele (numular)

Lesões numulares são circulares ou em forma de moeda. O termo é mais


frequentemente utilizado para descrever uma forma de dermatite (foto) conhecida
como eczema numular.

51
Imagem cedida pelo National Institute For Occupational safety e site web da health’s
occupational dermatoses (www.cdc. Gov/niosh/ocderm.html).

Lesões em alvo (em olho de boi ou íris) aparecem como anéis cujo centro
tem aspecto escuro, sendo características no eritema multiforme.

Lesões alvo

Lesão alvo (às vezes chamadas de lesões íris) manifestam-se como lesões
anulares com um centro de halo violáceo e rosa separadas por um anel pálido. Tais
lesões, que são típicas de eritema multiforme, são distribuídas de forma simétrica.

IMAGEM FORNECIDA POR ROBERT MACNEAL, MD.

52
Lesões serpiginosas têm elementos lineares, ramificados e curvos.
Exemplos incluem algumas infecções fúngicas e parasitárias (p. ex., larva migrans
cutânea).

Lesões reticuladas têm padrão entrelaçado ou de rede. Exemplos incluem


cutis marmorata e livedo reticularis.

Herpetiforme descreve pápulas ou vesículas agrupadas dispostas de forma


semelhante àquelas da infecção por herpes simples.

Lesões herpetiformes (neonatal)

Lesões herpetiformes se manifestam como pápulas ou vesículas agrupadas


em uma formação semelhante àquelas da infecção por herpes simples. Essa imagem
mostra aglomerados de vesículas em bases eritematosas que são altamente
características.

IMAGEM FORNECIDA POR ROBERT MACNEAL, MD.

Zosteriforme descreve lesões agrupadas distribuídas em um dermátomo


similar àquelas do herpes-zóster.

TEXTURA

53
Algumas lesões de pele têm textura visível ou palpável que sugerem um
diagnóstico.

Lesões verrucosas têm superfície irregular, rugosa ou granular. São


exemplos as verrugas e as queratoses seborreicas.

Liquenificação é o espessamento da pele com acentuação das marcações


cutâneas normais; ela é causada por atrito ou aranhão repetitivo.

Lesão cutânea (liquenificação)

Liquenificação é o espessamento da
pele com acentuação das marcas cutâneas
normais; é resultado de atrito ou fricção
crônicos que, nesse paciente, ocorreu durante
a fase crônica da dermatite atópica.

Imagem fornecida por Thomas Habif, Md.

Induração, ou espessamento profundo da pele, pode ser resultante de um


edema, inflamação ou infiltração, incluindo o câncer. A sensação da pele é de rigidez
e resistência. A induração é característica de doenças como paniculites, algumas
infecções cutâneas e metástases cutâneas.

Lesões umbilicadas têm uma reentrância central e geralmente são virais.


Exemplos incluem molluscum contagiosum e herpes simplex.

Xantomas são lesões amareladas serosas, podem ser idiopáticas ou podem


ocorrer em pacientes com distúrbios lipídicos.

54
LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

É importante observar se

 As lesões são únicas ou múltiplas

 Se uma determinada região do corpo é afetada (p. ex., palmas ou plantas,


couro cabeludo, membranas mucosas)

 Se a distribuição é ao acaso ou em padrão, simétrica ou assimétrica

 Se as lesões são localizadas em áreas expostas ao sol ou na pele protegida

Apesar de poucos padrões serem patognomônicos, alguns são compatíveis


com certas doenças.

A psoríase geralmente acomete o couro cabeludo, superfícies extensoras dos


cotovelos e joelhos, umbigo e sulco interlúteo.

O líquen plano em geral surge nos punhos, antebraços, genitais e membros


inferiores.

O vitiligo pode ser irregular e isolado ou pode se agrupar em torno das


extremidades distais e face, particularmente em torno dos olhos e da boca.

O lúpus eritematoso discoide tem lesões características nas áreas expostas


ao sol, principalmente na fronte, nariz e concha interna da orelha.

A hidradenite supurativa acomete a pele que contém grande densidade de


glândulas apócrinas, incluindo axilas, virilha e regiões inframamárias.

COR

A pele vermelha (eritema) pode ser devido a diferentes doenças inflamatórias


ou infecciosas. Tumores cutâneos são frequentemente de cor rósea ou eritematosa.

55
Lesões vasculares superficiais, como manchas em vinho do porto, têm aspecto
avermelhado.

A pele alaranjada é observada com mais frequência na hipercarotenemia,


uma condição em geral benigna devido ao depósito de caroteno por dieta com
ingestão excessiva de betacaroteno.

A pele de cor amarela é típica de icterícia, xantelasmas, xantomas e


pseudoxantoma elástico.

Unhas verdes sugerem infecção por Pseudomonas aeruginosa.

A pele violácea pode resultar de hemorragia ou vasculite. Lesões vasculares


ou tumores, como o sarcoma de Kaposi e hemangiomas, podem ter aspectos
arroxeados. A cor lilás das pálpebras ou “heliotrópio” é característica da
dermatomiosite.

Tonalidades azul, prateada e acinzentada podem advir da deposição de


fármacos ou metais na pele, incluindo minociclina, amiodarona e a prata (argiria). A
pele isquêmica tem cor arroxeada ou acinzentada. Os nevos dérmicos profundos são
azulados.

As lesões cutâneas pretas podem ser melanocíticas, como nevos e


melanoma. Cicatrizes negras podem surgir por infarto, às vezes causado por infecção
(p. ex., antraz, fungos angioinvasivos, como Rhizopus,meningococcemia),
calcifilaxia, insuficiência arterial ou vasculite.

OUTROS SINAIS CLÍNICOS

Dermatografismo é o aparecimento de uma urtica em local que anteriormente


sofreu uma pressão (por coçadura ou golpe na pele). Mais de 5% dos pacientes

56
normais podem manifestar esse sinal, que pode também ser um tipo de urticária
física.

Sinal de Darier é quando a pele se torna edemaciada após um atrito. Ocorre


em pacientes com urticária pigmentosa ou mastócitose.

Sinal de Nikolsky é o descolamento da epiderme após uma forte pressão


lateral sobre a pele aparentemente sã em pacientes com necrólise epidérmica
tóxica e algumas doenças bolhosas autoimunes.

Sinal de Auspitz é o aparecimento de pequenos pontos hemorrágicos após


remoção de escamas nas placas de psoríase.

Fenômeno de Koebner descreve o desenvolvimento de lesões dentro de


áreas de trauma (p. ex., causadas por coçadura, atrito ou ferimento). A psoríase
geralmente é caracterizada por esse fenômeno, bem como o líquen plano,
frequentemente resultando em lesões lineares.

57
58
COSMETOLOGIA APLICADA AO TRATAMENTO DE
ALTERAÇÕES HIPERPIGMENTARES, DISCROMIAS E
ACNES E AO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Mecanismo de ação de despigmentantes

Inibidores da tirosinase

1. Ácido Kójico – Obtido da fermentação do arroz por cepas de Aspergillus


sp. Age inibindo a tirosinase através da quelação dos íons de cobre e em
consequência dessa inibição diminui a síntese de melanina. Ainda, induz a diminuição
da eumelanina em células hiperpigmentadas. Sem efeitos colaterais, não irritante e
nem citotóxico. É um ácido que pode ser usado durante o dia. É a melhor associação
com alfa hidroxiácidos (AHAs). Seu pH varia de 3 a 5, e sua dosagem, de 1 a 3%.
Pode hidrolisar ésteres graxos na formulação.

2. Ácido Kójico Dipalmiato – O kójico dipalmiato é a forma éster do ácido


kójico. É um importante despigmentante cutâneo. Possui ações antioxidantes, mas
algumas desvantagens, como ser estável somente em pH ácido, sofrer oxidação com
o ar e a luz que leva à mudança na coloração, por isso a utilização do éster do ácido
kójico é mais eficaz na inibição da tirosinase, que resulta em um excelente efeito
clareador. É solúvel em óleo e facilmente absorvido pela pele. Sua dosagem varia
entre 1 a 5%, e seu pH, entre 3 a 10.

3. Ácido Fítico – Composto por hexafosfato de inositol, encontrado,


normalmente, nas sementes de plantas e nos grãos de alguns cereais, como aveia,

59
arroz, nozes e pólen. É um excelente inibidor da tirosinase por quelação dos íons de
cobre. É despigmentante, antirradical livre, antioxidante e anti-inflamatório. Ótimo
para programa de peelings químicos. Sua dosagem varia de 0,5 a 1%, e seu pH, de
4 a 4,5.

4. Azeoglicina – Composto de diglicinato de azeloil potássio. É


despigmentante. Seu uso é muito interessante nas hipercromias
pós-inflamatórias e melhora a hidratação e elasticidade da pele.

Esse composto é hidrossolúvel e facilmente incorporado


nas formulações, logo não apresenta problemas farmacotécnicos,
algo comum quando o ácido azelaico é manipulado puro.

5. Extrato de uva ursi – Contém derivados


da hidroquinona (principalmente arbutina),
monoglicosídeo de hidroquinona e pequenas
quantidades de metilarbutina. Esse é um ativo
demasiadamente utilizado no tratamento das
discromias.

INIBIDORES DA MATURAÇÃO E FAGOCITOSE DOS


MELANOSSOMOS

1. 3M3 – Whiteris G® – Extrato de alga marrom Dictyopteris membranácea,


rica em feromônios de plantas marinhas. É um ativo clareador que inibe a síntese de
melanina – conceito minimizador de melanina (melanominimiser). Inibe a maturação
e exportação da melanina para a superfície da pele. Inibe, além do gene OA1,
Responsável pelo número e tamanho dos melanossomas. Reduz de forma
significativa a área de manchas escuras. Sua dosagem usual é de 3%.

INIBIDORES COMPETITIVOS DA TIROSINASE

60
1. Melawhite – Composto de peptídeos seletivamente
fracionados. É um ativo funcional que atua como inibidor
competitivo da tirosinase. Diminui a formação de melanina na
pele e minimiza a formação do bronzeado, de sardas e de
manchas senis. Pode ser usado durante o dia e associado a
filtros solares. Sua dosagem varia de 2 a 5%, e seu pH, de 4
a 7.

ANTIOXIDANTES

1. Ácido ascórbico ou vitamina C – A vitamina C é um potente antioxidante,


tonificante, reestruturante e despigmentante por branqueamento que promove a
atuação no clareamento das manchas provocadas pelo sol, conhecido como
fotoenvelhecimento.

Além dessa propriedade, ela também é um ótimo clareador, podendo ser


utilizado para o tratamento das discromias. Muitos profissionais optam pela escolha
dele devido aos seus resultados serem excelentes e com baixo risco de efeitos
colaterais.

2. AA2G® – O AA2GTM (ácido ascórbico 2-glicosilado) é a primeira vitamina


C pura estabilizada em glicose. Quando os produtos que contêm são aplicados na
pele, após absorção, a ação da α-glicosidase libera gradualmente a vitamina C,
promovendo os benefícios da vitamina C pura por um período mais longo. Possui
efeito clareador. É antioxidante, anti-aging e iluminador. Sua dosagem varia de 0,5 a
2%, e seu pH, de 3 a 5,5.

INIBIÇÃO DOS MELANÓCITOS ATIVOS

61
1. Ácido linoleico ou vitamina F –
Composto de ácido 9-12-octadecadienoico, é
o ácido graxo insaturado conhecido como
ômega-6. Inibe a melanogênese e os
melanócitos ativos, a polimerização da
melanina pré-formada e acelera a renovação
do estrato córneo. Atua como agente
lubrificante e nutritivo. Ajuda a restaurar a
função de barreira da pele. Lipoprotetor. Sua dosagem é de 0,5 a 3%, e seu pH varia
de 5 a 6.

PRINCÍPIOS ATIVOS QUE ATUAM NA MELANINA DEPOSITADA

1. Argila Branca – Rica em silício e alumínio, possui pH próximo da pele e


adsorve a melanina. É clareadora, secativa, emoliente, cicatrizante e
potencializadora. Utilizada em tratamento de manchas e peles sensíveis ou delicadas.
Sua dosagem usual é de 5 a 100%.

ESFOLIAÇÃO EPIDÉRMICA

1. Alfa-hidroxiácidos (AHAs) – Composto de ácido cítrico, láctico, tartárico,


glicólico e málico. Aumenta a distribuição de melanina e diminui o espessamento do
estrato córneo. Usual em 10% em sua forma ácida. Seu pH ideal é 3,5.

ASSOCIAÇÃO DE PRINCÍPIOS ATIVOS MULTIFUNCIONAIS BLENDS


OU COMPLEXOS

62
1. Biowhite ® – Composto pela associação dos extratos de Saifraga
stolonífera (rica em quercetina), uva (rica
em AHAs), amora preta (rica em vitamina
C), Scutellaria baicalensis (rica em
flavonoides) e EDTA. É um inibidor da
tirosinase e de antirradicais livres, além de
ser esfoliante, anti-inflamatório e
despigmentante. Sua dosagem usual é de 1
a 4%, e seu pH varia de 6,5 a 7,5. É
duzentas vezes menos tóxico que a hidroquinona e não irrita a pele.

2. Dermawhite ® – Associação de aminoácidos e peptídeos de leveduras com


ácido cítrico, extrato de Whalteria indica (rica em fitoesteroides), gluconato de sódio
e ácido ferúlico. É um ativo sinérgico que tem a atividade de regular a pigmentação
da pele, sendo um despigmentante sem efeitos adversos (irritação, toxicidade).
Reduz a pigmentação da melanina pela inibição das enzimas específicas (tirosinase)
e pelo efeito quelante nos melanócitos. Sua dosagem usual é de 2 a 4% e seu pH é
maior ou igual a 5,5. É incompatível com bases minerais, carbômeros, cloretos e
fosfatos.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

63
Tratando discromias

Descrição da situação-problema

Heloísa é uma mulher de 45 anos, que sempre trabalhou arduamente para


sustentar a família. Ela trabalha com publicidade em uma empresa de médio porte e
fica mais de 6h por dia embaixo de lâmpadas que podem causar manchas na pele.
Com o passar do tempo, Heloísa realmente notou o aparecimento de manchas
escuras em cima de suas sobrancelhas e na sua face, o que a preocupou muito, pois
elas estavam se acentuando dia a dia.

Heloísa procurou uma esteticista que realizou a anamnese e realmente


constatou que eram manchas que apareceram devido à exposição à luz e à sua falta
de cuidado em não utilizar protetor solar, mas que, para sua tranquilidade, era
possível tratá-las.

Suponha que você seja a esteticista. Qual deve ser o tratamento proposto?

Resolução da situação-problema

O primeiro passo é realizar a anamnese da paciente e saber seus hábitos e


cuidados com relação à sua pele. Como citado na situação, nossa paciente não tem
nenhum tipo de cuidado, então você deve orientá-la para a prevenção.

O tratamento deve ser dez sessões utilizando agentes clareadores nas regiões
em que se encontram as manchas e seguir o protocolo para tratamento de manchas;
também pode ser seguido o protocolo para tratamento de discromias. Lembre-se de
realçar a utilização do protetor solar!

MECANISMO DE AÇÃO DOS ATIVOS UTILIZADOS NO


TRATAMENTO DA ACNE

Quando se passa o período da adolescência, a patologia tem tendência à cura,


mas o tratamento deve continuar, porque esse é um período de grandes alterações
hormonais, gerando grandes mudanças no adolescente, como anatômicas e

64
psíquicas, sendo essa fase da vida a base para o desenvolvimento de um adulto
emocionalmente estável. Ainda, o tratamento da acne evita possíveis sequelas como
as manchas (de forma geral hipercrômicas) e cicatrizes que podem deixar marcas na
pele.

O tratamento da acne, de forma geral, segue os seguintes padrões:

• Correção da alteração da queratinização folicular.

• Diminuir a atividade das glândulas sebáceas.

• Diminuir a população bacteriana.

• Desencadear um efeito anti-inflamatório.

Tratamento tópico

A limpeza de pele é o primeiro passo do tratamento e é eficaz se não houver


exageros. Auxilia na diminuição da seborreia, a qual, pode acompanhar o quadro. Os
sabões utilizados nessa etapa devem provocar a diminuição do sebo, de detritos
celulares e da contaminação ambiental. A limpeza não faz parte da terapia, mas é
utilizada como tratamento coadjuvante.

Existe um grande arsenal de produtos tópicos para o tratamento da acne. São


eles:

• Peróxido de benzoíla – é um
derivado do alcatrão da hulha, antibacteriano,
que age na diminuição da quantidade de
bactérias e na hidrólise de triglicerídeos;
também é comedolítico. Pode ser usado em
concentrações de 2,5%, 5% e 10%. Às vezes,
causa irritação local, portanto deve ser usado, a princípio, em concentrações baixas
ou até em dias alternados e aumentar o uso gradativamente, até que a pele se
acostume. Mesmo após anos de uso, não causa resistência aos agentes bacterianos
(principalmente, o Propionibacterium acnes). Nos dias atuais, a combinação de

65
peróxido de benzoíla a 2,5% com eritromicina a 1% tem mostrado bons resultados,
porque realmente destrói o Propionibacterium acne e a irritação causada é bem
menor.

• Ácido retinoico – é derivado da vitamina A (tretinoína ou ácido trans-


retinóico). É queratolítico e aumenta as mitoses das células basais e o turnover
epitelial, desfazendo os comedões. Também influencia na textura da pele, por uma
neoformação de vasos na papila dérmica (angiogênese), o que facilitaria a remoção
do material tóxico, limpando a pele mais rapidamente. Outro efeito da tretinoína tópica
é a deposição gradual de um colágeno recém-formado, mas após muitos meses de
uso. Sua aplicação antes do peeling e da dermoabrasão é bastante eficaz. Pode ser
associado a outros produtos de uso tópico. Causa irritação e deve ser usado em
concentrações menores, as quais podem ser aumentadas gradativamente. Aumenta
a sensibilidade da pele à luz solar, portanto deve ser usado somente à noite.

Apresenta-se em creme, gel ou solução alcoólica de 0,025 a 0,05% e 0,1%.


Outros retinoides tópicos mais recentes são a isotretinoína, o adapaleno e o
tazaroteno, mas com menos tempo de experiência clínica que a tretinoína.

• Isotretinoína – conhecida como ácido 13-cis-retinoico, é mais usada por via


oral do que topicamente. É o isômero cis da tretinoína e age de maneira similar a
esta.

• Adapaleno – é um derivado do ácido naftoico. É um composto com ações


semelhantes às dos retinoides, que demonstrou possuir propriedades anti-
inflamatórias. Por ser comedolítico atua nos processos de queratinização e
diferenciação anormais da epiderme. Seu uso é recomendado para o tratamento em
casos leves e moderados de acne vulgar da face. Não pode ser usado durante o dia
ou quando for se expor ao sol. Usado em cremes e géis. Utilizado nas concentrações
de 0,1% e aplicado nas áreas afetadas pela acne uma vez por dia, antes de se deitar.

66
• Tazaroteno – foi usado para psoríase primeiramente. Age nas acnes
inflamatórias e não inflamatórias, normalizando a diferenciação dos queratinócitos.
Usado em concentrações de 0,1% em gel. É muito mais irritante que a tretinoína.

• Enxofre – ácido salicílico e resorcina são queratolíticos usados como


esfoliantes em preparações conjuntas ou isoladas.

• Antibióticos – particularmente, são usadas a clindamicina a 1% e a


eritromicina a 2% ou a 4%, com potente ação anti-inflamatória. Têm ação semelhante
aos antibióticos orais, agindo como bacteriostático e bactericida nos folículos
sebáceos e microcomedões. A ação dos antibióticos tópicos é mais por inibição da
inflamação causada pela bactéria do que por efeito bactericida. São menos eficientes
que os antibióticos sistêmicos.

• Ácido azelaico a 20% – é um ácido dicarboxílico saturado, que interfere na


síntese da melanina e constitui uma alternativa à hidroquinona, quando seu uso é
indicado para as sequelas de hiperpigmentação. Tem ações antibacteriana e
comedolítica e não é contraindicado na gravidez. Pode ser aplicado uma ou duas
vezes por dia, não é fotossensível e é menos irritante que o ácido retinoico.

• Óleo de melaleuca hidrossolúvel – ativo antimicrobiano e anti-inflamatório


que possui aroma fresco e característico. O pH de estabilidade é de 4 a 9. Utilizado
em concentrações de 1% a 10%.

• Óleo de mirtilo – é um óleo essencial que possui amplo espectro


antimicrobiano e um agradável aroma cítrico floral. Suas aplicações são: antiacne,
aromaterapia (como calmante), repelente de insetos e inseticida de contato contra
mosquitos, moscas caseiras, baratas e nematoides.

67
Solúvel em óleos vegetais, propilenoglicol, glicerina, álcool e outros óleos
essenciais insolúveis em água. Evitar pH extremos. Utilizado em concentrações de
0,2% a 1%.

• Partículas de sílica – possuem a propriedade de absorver líquidos, sendo


usadas para controlar a oleosidade da pele. Sua estrutura é oca, o que permite
absorver até sete vezes o seu próprio peso. Formam um filme sobre a pele, que não
se rompe em pressão e não muda de tamanho ao absorver óleo. Diminuem o brilho
da pele. Usadas em cremes, loções, géis, bases líquidas e loções tônicas. A atividade
do ativo não depende do pH. Não se deve triturar.

Devem ser saturadas com água antes de incorporá-las à formulação, dessa


forma, ao aplicar sobre a pele, a água evapora e deixa a sílica pronta para absorver
a oleosidade.

A aplicação deve ser noturna, pois, como se trata de um produto à base de


sílica, as áreas com pouca oleosidade poderão ficar com um aspecto esbranquiçado.
Devem ser utilizadas nas concentrações de 0,5 a 1%, a fim de que o gel obtenha boa
viscosidade.

PEELINGS PARA O TRATAMENTO DA ACNE


Peelings são procedimentos realizados com os seguintes objetivos:

• Renovação celular;

• Refinamento da pele;

• Atenuação de rugas superficiais;

• Remoção de comedões;

68
• Redução de discromias;

• Tratamento de acne.

O peeling pode ser classificado em físico, químico, biológico e vegetal.

1. Peeling físico – É realizado com o auxílio de substâncias abrasivas


veiculadas em cremes, géis, géis-creme ou loção
mecanicamente as células mortas são arrastadas. Esse
peeling submete a pele a um esfregaço com massagens
suaves e ligeira pressão. Os abrasivos físicos mais
utilizados são: sílica mineral (1 a 5%), damasco (caroço)
natural (1 a 6%), algas diatomáceas – pó de origem
natural e polietileno – sintético (0,3 a 1%).

2. Peeling químico – É realizado com o auxílio de


agentes químicos como ácidos orgânicos em diferentes
concentrações há a promoção da renovação celular da
pele. No caso desse tipo de peeling a profundidade varia
de acordo com a concentração do ácido, o tipo de ácido
utilizado e o pH. É importante ressaltar que os peelings
químicos podem lesionar a pele e quanto mais profundo
for maior será o risco de lesões.

3. Peeling biológico – É realizado com o auxílio de


substâncias naturais como enzimas biológicas as quais
renovam as células pela hidrólise da ceratina (ação
ceratolítica). Por mais que sejam substâncias naturais
essas têm caráter ácido e é importante controlar o tempo de
permanência do produto sobre a pele. As enzimas

69
usualmente utilizadas são a papaína (papaia) e a bromelina (abacaxi).

4. Peeling vegetal – para este procedimento, utilizam-se géis com massagens


minuciosas, que têm como função carrear as células mortas do extrato córneo. É um
tipo de peeling que retira comedões, limpa a pele e melhora a permeação de ativos,
o que facilita muito a permeação de demais ativos. Não causa lesões, por isso é
indicado para todos os tipos de pele.

PROTOCOLOS UTILIZADOS PARA O TRATAMENTO DA


ACNE

PROTOCOLO 1

Pode-se utilizar peeling de ácido glicólico (30% a 50%), mandélico (30% a


50%), salicílico (20%) ou loção Jessner (duas camadas no máximo).

1. Limpar a face com álcool, detergente, sabonete líquido, éter, acetona,


sabonete ácido ou sabonete de enxofre 20%.

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2. Ácido mandélico em gel – aplicar peeling em toda a face, ao primeiro sinal
de frost (que é uma coagulação proteica, tornando a região esbranquiçada devido à
ação do ativo), e lavar com bastante água corrente.

3. Ácido glicólico em gel – lavar ao primeiro sinal de ardor médio com água
corrente.

4. Ácido salicílico ou solução de Jessner em solução alcoólica – aplica-se uma


camada apenas; quando parar de arder, lavar com água corrente.

5. Passar a solução de bicarbonato 10% (neutralizador) e deixar agir por cinco


minutos.

6. Aplicar máscara clamante por vinte minutos.

7. Retirar a máscara utilizando algodão embebido em água.

8. Aplicar bloqueador solar FPS 30 (BORGES, 2010).

PROTOCOLO 2

Protocolo sugerido para acne grau 1

Objetivo: reduzir comedões e evitar agravamento do processo


inflamatório.

1. Anamnese e exame clínico.

2. Limpeza de pele convencional para a extração de comedões abertos e


fechados – uma vez ao mês.

3. Peeling químico quinzenal com ácido glicólico ou mandélico a 10% e pH 3,5


por, aproximadamente, 10 minutos.

4. Home care: higienizante com ácido salicílico, tônico com ácido salicílico,
emulsão com ativos queratolíticos e adstringentes, protetor solar em gel (PEREIRA,
2013).

PROTOCOLO 3

Protocolo sugerido para acne grau 2 com inflamação acentuada

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Objetivo: reduzir comedões, acalmar a pele e reduzir processo
inflamatório, diminuindo o tempo de permanência de pápulas e pústulas.

1. Anamnese e exame clínico.

2. Limpeza de pele com cosméticos antiacne para extração de comedões


abertos e fechados.

3. Encaminhamento para avaliação do dermatologista.

4. Dez sessões, uma vez por semana, nas seguintes sequências: higienização
com sabonete queratolítico (com ácido glicólico, por exemplo), tonificação com tônico
antisséptico, aplicação de peeling de ácido salicílico, aplicação de microcorrentes por
20 minutos em toda área atingida, máscaras de argila verde ou vermelha e finalização
com protetor solar em gel.

5. Home care – higienizante com ácido salicílico, tônico com ácido salicílico,
emulsão com ativos queratolíticos, anti-inflamatórios e adstringente, secativo com
tonalizante para ser aplicado sobre as lesões inflamadas e filtro solar em gel.

6. Se o dermatologista tiver prescrito algum medicamento para uso domiciliar,


indicar apenas o sabonete, o tônico e o protetor.

SEM MEDO DE ERRAR

Acne, por definição, é uma afecção da pele que atinge a unidade pilossebácea,
tendo uma grande variabilidade clínica, desde lesões mínimas comedogênicas até
formas graves e deformantes.

É uma síndrome cutânea exteriorizada clinicamente por elementos eruptivos,


em que podem estar presentes comedões, pápulas, pústulas, cistos e abcessos.

Uma série de fatores pode promover o desequilíbrio do folículo pilossebáceo,


entre eles podemos citar os fatores alimentares, gastrintestinais, imunológicos,
medicamentosos e emocionais, contudo os fatores genéticos e os hormônios
hipofisários são os principais desencadeadores da acne.

Existem diversos tipos de tratamentos para essa disfunção, utilizando produtos


cosméticos e associando a técnicas de peeling.

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Vários são os ativos utilizados, por exemplo, o adapaleno, a tretinoína, a sílica,
o peróxido de benzoíla e o ácido azelaico a 20%.

Os peelings são procedimentos realizados com a finalidade de promover a


renovação celular e de se obter um refinamento da pele, com atenuação das rugas
superficiais, remoção de comedões, redução de discromias, tratamento de acne, etc.

Muitos são os protocolos que podem ser utilizados como peeling que trazem
resultados muito satisfatórios aos clientes, como os descritos nesta unidade. Somente
é preciso tomar cuidado no manuseio desses produtos e identificar, através de
anamnese, se o paciente não tem nenhuma alergia aos componentes da fórmula.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

Socorro! A acne apareceu!

Descrição da situação-problema

Maria Eduarda, adolescente de 14 anos, está muito preocupada.

Começaram a surgir, em sua face, muitas “espinhas”, as quais se apresentam


purulentas e inchadas. Sua mãe a levou para uma avaliação dermatológica, na qual
foi constatada acne de grau 2. A dermatologista encaminhou Maria para um
esteticista, para auxiliar no tratamento dessa disfunção estética.

Após chegar à clínica estética com o diagnóstico médico, a esteticista escolheu


e apresentou um protocolo de tratamento à paciente. Supondo que você seja a
esteticista responsável, qual procedimento realizaria para que Maria obtivesse
sucesso no tratamento dessa patologia?

73
Resolução da situação-problema

Inicialmente, deve-se dar uma explicação a Maria sobre a acne, a qual é uma
inflamação muito comum, principalmente em adolescentes, e consiste em uma
síndrome cutânea exteriorizada, ou seja, é uma síndrome na qual pode aparecer pus
nas diversas áreas do rosto, clinicamente por elementos eruptivos, nos quais podem
estar presentes comedões, pápulas, pústulas, cistos e abcessos.

Após, questiona-se a adolescente sobre como são seus hábitos alimentares,


gastrintestinais, imunológicos (se ela fica muito doente), medicamentosos e
emocionais, contudo os fatores genéticos e os hormônios hipofisários são os
principais desencadeadores da acne.

Após a explicação, sugere-se um protocolo para acne de grau 2 que duraria 10


sessões.

O protocolo seria o seguinte: primeiramente, uma limpeza de pele para


reduzir as células mortas e melhorar a absorção dos ativos; dez sessões, uma vez
por semana, nas seguintes sequências: higienização com sabonete queratolítico
(com ácido glicólico, por exemplo), tonificação com tônico antisséptico, aplicação de
peeling de ácido salicílico, aplicação de microcorrentes por 20 minutos em toda área
atingida, máscaras de argila verde ou vermelha e finalização com protetor solar em
gel;

home care: higienizante com ácido salicílico, tônico com ácido salicílico,
emulsão com ativos queratolíticos, anti-inflamatórios e adstringente, secativo com
tonalizante para ser aplicado sobre as lesões inflamadas e filtro solar em gel.

ENVELHECIMENTO CORPORAL

Dra. Liz e sua equipe multiprofissional receberam mais uma paciente para
avaliação e tratamento: Marina, uma senhora de 55 anos de idade. Ela buscou ajuda
na clínica porque notou que, de dois anos para cá, começaram a surgir muitas rugas,
linhas de expressão e manchas em sua mão, colo e pescoço. Preocupada com sua
autoestima, ela buscou auxílio de uma esteticista.

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Ao realizar a anamnese, a profissional
informou que o que ocorre com sua pele é
chamado de envelhecimento cronológico e
conseguiria amenizar os sintomas, mas não
acabar com todas as linhas e rugas, porém
seria possível uma melhora significante.

Em relação às manchas, quando


questionada, Dona Marina disse que foi fumante durante 20 anos e que tomava muito
sol em sua juventude sem utilizar fotoproteção.

Alguns questionamentos foram feitos após sua anamnese na paciente. Como


você pode ajudá-la na redução dessas manchas utilizando ativos tecnológicos
avançados? Entretanto, com o tratamento somente em consultório não será possível
obter sucesso.

Como você explicaria para sua paciente a importância do tratamento realizado


home care? Qual tipo de fotoprotetor você indicaria para essa paciente e quais seriam
suas orientações?

Bons estudos!

NÃO PODE FALTAR

Todos nós vamos envelhecer, isso é um fato. Durante esse processo, devemos
viver sem preocupações e cuidando para envelhecer com saúde.

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Se conseguíssemos nos lembrar como nossos avós envelheceram,
concluiríamos que, nos dias atuais, ninguém aparenta ter a idade que tem. Muito
provavelmente sua avó, envelheceu antes dos 40 anos. Usava roupas escuras e
adequadas para a idade, cabelos brancos sem uso de tintura e preso, muitas vezes,
com um coque ou bem curto.
Uma postura de vida
totalmente recolhida ao lar e
à família.

Esse perfil de pessoa


foi desaparecendo com o
tempo.

Atualmente, a
expectativa de vida aumentou
e vemos muitas pessoas chegarem aos 80 e 90 anos. Esse aumento aliado à nossa
cultura que valoriza o novo, o jovem e o belo fez com que as pessoas passaram a
sofrer em decorrência do processo de envelhecimento.

É importante ressaltar que durante o processo de envelhecimento o nosso


organismo, de forma geral, se altera, e as modificação não acontecem apenas na pele
(visível externamente) mas também interiormente. Algumas etnias aparentam ter
maior longevidade, o que nos remete à ideia da participação e influência genética no
envelhecimento.

Os radicais livres também possuem papel no envelhecimento, originando a


oxidação, a qual desencadeia processos que têm influência direta das radiações
solares, da doença, do fumo, do estresse e das alterações hormonais (SOUZA;
ANTUNES JR., 2009).

O envelhecimento pode ser classificado como intrínseco e extrínseco. O


intrínseco ou natural, também conhecido como cronológico, tem início aos 30/35 anos
de idade. Nesse há a alteração da pele, a qual vai se tornando fina, frágil e perde a
elasticidade. Durante esse processo a pele vai perdendo vasos sanguíneos,
colágeno, gordura e fibras elásticas, e a densidade do folículo piloso e dos ductos
glandulares. Em consequência desse processo as primeiras rugas aparecem.

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Quando falamos de envelhecimento a sociedade se remete as mulheres, mas
e os homens eles não envelhecem? Todos envelhecemos, porém culturalmente não
é muito exigido dos homens. Sabe-se que eles homens
procuram com menor frequência os médicos quando
apresentam algum problema e no caso da estética
antigamente esses iam ao dermatologista apenas para
tratar a perda dos cabelos. Atualmente eles procuram
para tratar a pele e fazem procedimentos estéticos como
a depilação a laser, usam toxina botulínica e realizam
cirurgias plásticas. E com essa procura maior ouve um
aumento no número de clínicas que tenham cuidados
especiais para os homens.

As alterações hormonais são muito importantes para os homens e mulheres,


por exemplo depois dos 40 anos há uma diminuição da produção hormonal e é um
dos fatores determinantes do envelhecimento intrínseco.

Já o envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento está relacionado aos


outros fatores citados, como a radiação ultravioleta, os produtos químicos, o
tabagismo e o calor.

As consequências são: degeneração das fibras elásticas da pele (elastose),


pigmentação irregular, ressecamento e telangiectasias, que são os famosos asinhos
capilares. Aparecem as rugas profundas e os tumores originados na pele.

As características do envelhecimento extrínseco são diferentes do


envelhecimento comum, pois a pele apresenta características diferentes em áreas
expostas e não expostas. O sol passa a ser o principal fator da degradação da pele.
Assim, o primeiro passo é uma avaliação para a escolha do melhor protetor solar para
cada ipo de pele. Aliado à proteção solar indicada pela avaliação, temos o uso de
substâncias clareadoras, que renovam a epiderme e estimulam a pele a produzir
colágeno.

Para manter uma pele saudável é importante realizar a limpeza da mesma,


hidrata-la, ter bons hábitos alimentares, realizar atividades físicas, diminuir o estresse,
o fumo e aplicar diariamente filtro solares inclusive nos dias nublados e chuvosos.

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Alguns alimentos auxiliam no processo de envelhecimento visto que atuam no
estresse oxidativo, esses contêm substâncias naturais antioxidantes. Os
antioxidantes naturais estão descritos no quadro a seguir:

COSMECÊUTICOS

Princípios ativos

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1. Hidroquinona – este ativo é utilizado em vários produtos comerciais e
drogas de venda com receita do ingrediente natural em vários produtos derivados de
plantas, incluindo vegetais, frutas, grãos, café, chás, cerveja e vinho. Há muitos anos,
a hidroquinona é a principal modalidade para tratamento da hiperpigmentação pré e
pós-inflamatória e do melasma.

A hidroquinona exerce seu efeito despigmentador através da inibição da


tirosinase, em virtude da sua citotoxicidade aos melanócitos. Sabe-se que ela causa
uma inibição reversível do metabolismo celular por afetar a síntese do DNA e do RNA.
Além disso, a hidroquinona é um eficiente bloqueador da tirosinase e chega a diminuir
sua atividade em 90%.

Apesar de ser útil como agente isolado, geralmente, ela é combinada com
outros agentes, como a tretinoína, o ácido glicol ético, o ácido Kójico e o ácido
azelaico.

2. Arbutin – o arbutin é um glicopiranosídeo B-D que ocorre


naturalmente e consiste em uma molécula de hidroquinona ligada
à glicose. Esse ativo está presente em folhas de pereiras e em
certas ervas. Seu mecanismo despigmentador envolve uma
inibição reversível da atividade melanossomal da tirosinase em vez
da supressão da expressão e síntese da tirosinase.

3. Ácido Kójico – é um metabólito de fungos comumente produzido por várias


espécies de Aspergillus. Ele é amplamente utilizado como um aditivo alimentar para
prevenir o escurecimento enzimático e para o avermelhamento de morangos não
maduros. O ácido Kójico suprime a atividade da tirosinase, principalmente pela
quelação do cobre.

4. Extrato de alcaçuz – a glabridina é o principal ingrediente do extrato de


alcaçuz que afeta a pele. A glabridina inibe a atividade da tirosinase em culturas de
células sem afetar a síntese de DNA.

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5. Vitamina E – a ingestão oral de vitamina E é eficaz no tratamento de
hiperpigmentação. Esse derivado do tocoferol é um inibidor mais forte da formação
da melanina, quando comparado ao arbutin e ao ácido Kójico.

6. Agentes melanócitos e citotóxicos – o ácido azelaico é um ácido


dicarboxílico saturado, que ocorre naturalmente e se mostra um adjunto útil no
tratamento da pigmentação pós-inflamatória (PPI). Apesar de ter algum impacto sobre
a tirosinase, suas principais ações são, provavelmente, relacionadas aos seus efeitos
antiproliferativo e citotóxico.

O ácido azelaico se mostrou pelo menos tão eficaz quanto a hidroquinona


tópica para pacientes com melasma. Na aplicação tópica, ele é bem tolerado, com
efeitos adversos limitados, geralmente, a leves irritações cutâneas.

7. α-hidroxi e β-hidroxiácidos – os α-hidroxiácidos (AHA) e o β-hidroxi ácido


(BHA) são cada vez mais prevalentes na prática dermatológica. Todos os AHAs
possuem um grupo carboxila terminal com um ou dois grupos hidroxila no segundo
ou um carbono α e um comprimento variável na cadeia de carbono. Os dois ácidos
com cadeias de carbono mais curtas, glicólico e lático, são mais comumente utilizados
em dermatologia. O primeiro é um agente descamativo bastante versátil, que causa
complicações mínimas, e é utilizado em uma variedade de concentração que varia de
20 a 70%. Indivíduos que tenham qualquer tipo de problema de pele devem ser
candidatos a peeling com AHA.

8. Peeling de resorcinol – o resorcinol é isômero com catecol e hidroquinona.


Esse agente bactericida é solúvel em água, éter e álcool. As indicações primárias
para seu uso incluem a hiperpigmentação pós-inflamatória, bem como o melasma e

80
a acne; as indicações secundárias são pele danificada pelo sol e efélides. O resorcinol
não deve ser utilizado em mulheres gestantes e em tipos de peles escuras (IV e VI).

9. Vitamina C – também conhecida como ácido ascórbico, pode ser


encontrada em frutas cítricas e vegetais de folhas verdes. Várias preparações tópicas
contêm vitamina C, entretanto a maioria desses produtos tem problemas de
estabilidade, e sua utilidade é questionável.

10. Tretinoína – é um agente utilizado para tratar a alteração pigmentar pós-


inflamatória. Ela é um frequente adjuvante no tratamento dos distúrbios da
pigmentação, apesar de seu mecanismo de ação ainda não ser completamente
compreendido. Embora estudos tenham demonstrado que o ácido retinoico inibe a
indução da tirosinase e, subsequentemente, da melanogênese, estudos em animais
demonstram que a aplicação tópica de ácido retinoico pode aumentar a
melanogênese.

NUTRICOSMÉTICOS

Os nutricosméticos também conhecidos como nutracêuticos são definidos


como alimentos ou parte desses que ocasionem benefícios à saúde. Esses podem
ser nutrientes isolados, suplementos dietéticos, produtos herbais ou alimentos
processados.

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Em relação a classificação podem ser fibras dietéticas, ácidos graxos poli-
insaturados, proteínas, peptídeos, cetoácidos ou aminoácidos, minerais, vitaminas
antioxidantes e outros antioxidantes (glutationa, selênio). É importante ressaltar que
são diferentes dos alimentos funcionais por várias razões como:

• Ao passo que a prevenção e o tratamento de doenças (apelo médico) são


relevantes aos nutracêuticos, apenas a redução de risco da doença está relacionada
aos alimentos funcionais.

• Os nutracêuticos incluem suplementos dietéticos e outros alimentos, os


alimentos funcionais devem estar na forma de um alimento comum.

A seguir, veremos algumas características de alguns antioxidantes que são


classificados como nutracêuticos, como o retinol, carotenoides e polifenois.

RETINOL

O retinol ou vitamina A é um nutriente essencial na promoção


do crescimento e desenvolvimento e, ainda, na promoção da
integridade epitelial, na função imune e na reprodução.

CAROTENOIDES

Os carotenoides estão relacionados com o risco diminuído de câncer e


doenças cardiovasculares. Os principais carotenoides são: os hidrocarbonetos
licopeno e β-caroteno e as xantofilas, astaxantina, cataxantina, luteína e zeaxantina.

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São compostos lipofílicos encontrados em tecido adiposo, lipoproteínas e membranas
celulares.

POLIFENÓIS

São os antioxidantes mais abundantes na dieta. Além dos efeitos


antioxidantes, os polifenóis podem exercer efeitos diretos no trato gastrointestinal.
Entre esses efeitos, incluem-se a ligação de inibidores de telomerase, a regulação
das vias de transdução de sinal, a inibição de ciclooxigenase e lipoxigenase, redução
da atividade das xantinas oxidase, de metaloproteína de matriz e da enzima
conversora de angiotensina, a competição com glicose para transporte
transmembrana e a alteração da função de plaquetas.

PROTEÇÃO SOLAR

Classificação de protetores solares

Os dois principais tipos de protetores solares, geralmente reconhecidos, são


os químicos e os físicos.

PROTETORES SOLARES FÍSICOS

Protetores solares por barreira, conhecidos mais comumente como protetores


solares físicos, dissipam ou refletem a radiação UV e raramente estão associados a
reações alérgicas. Eles bloqueiam a variação mais ampla da luz, incluindo o espectro

83
UV, visível e infravermelho, e estão recomendados para uso, especialmente, quando
a exposição ao sol intenso, como em uma praia ou em altas altitudes, é esperada.
Pacientes com pele sensível apresentam maior probabilidade de tolerar esse tipo de
protetor solar, ao contrário da variedade química. Dióxido detitânio (TiO2), óxido de
magnésio, óxido de ferro e óxido de zinco (ZnO) são os ingredientes primários nos
protetores solares físicos.

As formulações antigas necessitam de uma espessa camada de aplicação,


derretem no sol, mancham as roupas e podem ser comedogênicas. Alguns desses
agentes são tão opacos que se tornam visíveis e, consequentemente, são
esteticamente inaceitáveis para a maioria das pessoas. Alguns fabricantes ainda
colocaram no mercado produtos opacos em cores brilhantes, especificamente
destinado ao uso de crianças.

Suspensões coloidais ou translúcidas cosmeticamente aceitáveis, que


consistem em preparações micronizadas de ZnO e TiO2, foram desenvolvidas
recentemente. Essas formulações são populares, pois permanecem na superfície da
pele e não são sistemicamente absorvidas. Isso minimiza a irritação e sensibilização
e maximiza seu perfil de segurança.

De fato, não existem registros de alergias de contato a esses componentes.


No início da década de 1990, o óxido de zinco microfino foi lançado. O óxido de zinco
microfino absorve uma quantidade apreciavelmente maior de luz UV na onda longa
do espectro UVA de 340 a 380nm. O único outro ingrediente de proteção solar
aprovado pelo FDA que protege contra o UVA é o químico orgânico avobenzona.
Como a avobenzona é fotolábil em luz UV, sua propriedade protetora é incerta (ZnO
e TiO2 não são fotolábeis).

84
PROTETORES SOLARES QUÍMICOS

Os protetores solares químicos, geralmente, são combinações com protetores


solares físicos ou entre si para formar produtos com alto FPS, os quais podem ser
utilizados durante um tempo de exposição significativa ao sol. Entretanto, eles
apresentam várias desvantagens. Os protetores solares químicos absorvem a
radiação ultravioleta.

A radiação absorvida deve ser dissipada em forma de calor ou de luz, ou ser


utilizada em alguma reação química, e isso pode resultar na criação de espécies

85
reativas de oxigênio ou fotoprodutos, que podem atacar outros agentes químicos na
formulação. Se absorvidos, podem atacar a pele propriamente dita.

Entretanto, na maioria dos casos, a radiação simplesmente é emitida


novamente em um comprimento de onda mais longo e não leva à formação de
radicais livre.

Os protetores solares químicos são compostos químicos orgânicos preparados


sinteticamente, que podem ser amplamente rotulados como substâncias que
absorvem o UVB ou UVA. Esses agentes incolores e, geralmente, inodoros impedem
que a radiação UV penetre na epiderme, atuando como protetores conforme
absorvem e refletem radiação UV. Muitos protetores solares químicos causam
reações alérgicas ou fotoalérgicas em pacientes suscetíveis. Outra desvantagem dos
protetores solares químicos é que alguns deles são instáveis quando expostos à
radiação ultravioleta. Por exemplo, 15 minutos de luz solar simulada destrói 36% da
avobenzona.

Além disso, conforme a avobenzona sofre degradação, outros agentes


orgânicos na fórmula do protetor solar também podem ser destruídos. Alguns
protetores solares químicos são absorvidos sistemicamente, e foram demonstrados
níveis da substância na urina de humanos quando utilizado o produto. Por esse
motivo, os protetores solares químicos nunca devem ser utilizados em crianças
abaixo de dois anos de idade.

FORMULAÇÕES DE PROTETORES SOLARES QUE ABSORVEM


UVB.

A radiação UVB é encontrada na variação de 290nm a 320nm do espectro de


luz. Os raios UVB são responsáveis pela maior parte do bronzeamento imediato que
ocorre com a exposição ao sol; portanto, os raios UVB são utilizados para determinar
o FPS de um protetor solar.

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1. Ácido para-aminobenzoico – fracamente solúvel em água e, dessa forma,
adequado somente em veículos que contenham álcool, o ácido para-aminobenzoico
(PABA) foi um dos primeiros ingredientes utilizados em protetores solares. O octil
dietil PABA ou padimato O, um poderoso absorvente dos raios UVB, é o principal
derivado utilizado.

2. Cinamatos – este ativo contém uma absorção máxima de UVB de 310nm,


e é o mais comumente utilizado. Vários produtos cosméticos, incluindo base de
maquiagem, batons e condicionadores sem enxágue contêm esses compostos.
Alergias são incomuns.

3. Salicilatos – com uma absorção máxima de 310nm, os salicilatos são


utilizados para aumentar a proteção UVB dos protetores solares. Esses compostos
são estáveis, não-sensibilizantes e insolúveis em água, gerando uma alta
substantividade.

4. Ácido sulfônico fenilbenzimidazol – é um composto solúvel em água,


diferente dos demais. Como resultado, esse ingrediente cria uma sensação menos
oleosa para os protetores solares. Infelizmente, o PSA, como os salicilatos, é um
protetor seletivo UVB e permite a transmissão de quase toda a radiação UVA. Esse
composto pode ser mais adequado em combinação com outros protetores.

FORMULAÇÕES DE PROTETORES QUE ABSORVEM UVA

A radiação ultravioleta A é dividida em UVA1 (≥340nm) e UVA2 (320 a 340nm).


Muitos poucos agentes de proteção solar são capazes de bloquear a variação UVA1.
O valor do FPS de um protetor solar não é determinado pelo uso da UVA, portanto o
FPS de um protetor solar não traz informações sobre a capacidade do produto de
bloquear UVA.

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1. Benzofenonas – sua absorção na porção UVA do espectro de luz varia
entre 320 a 350nm. A oxibenzona, a qual, frequentemente, é utilizada para aumentar
a proteção UVB, possui uma absorção máxima de 326nm. Esse composto também é
um dos melhores bloqueadores da radiação UVA2 (comprimentos de onda mais
curtos de UVA).

2. Antranilato de Metila – o pico de absorção para esse composto é em


340nm. Consequentemente, é um protetor UVB fraco, mas oferece proteção UVA2
eficaz.

O TRATAMENTO HOME CARE

Não há dúvidas que, para se ter resultados ótimos nos tratamentos estéticos,
deve haver parceria entre o cliente e o profissional. Dessa forma, para complementar
os tratamentos realizados pelos profissionais em estética em suas
clínicas/consultórios, o cliente deve realizar o uso dos produtos em casa, o que
chamamos de tratamento home care.

Para os procedimentos em estética facial, é importante, primeiro, saber cada


fototipo de pele e utilizar os produtos adequados para cada uma.

Algumas etapas devem ser seguidas:

1. Manhã – limpar a pele, tonificar utilizando um tônico de acordo com o


fototipo e finalizar utilizando protetor solar com o FPS indicado pelo profissional.

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2. Noite – são as mesmas etapas, porém, ao invés de se utilizar o protetor
solar, deve-se realizar a nutrição dessa pele, utilizando um creme ou gel hidratante.

Para os tratamentos corporais, é necessário também realizar a higienização


da pele utilizando sabonete adequado para cada tipo de pele e fazer uso de ativos
indicados pelo profissional, pois estes terão o objetivo de potencializar os resultados
obtidos em consultório.

SEM MEDO DE ERRAR

Após os questionamentos realizados pela paciente, você, como esteticista


responsável, respondeu da seguinte maneira: os problemas das manchas na pele,
sejam eles cronológicos ou por radiação solar, podem ser minimizados com o uso de
ativos cosméticos. Nesses casos, pode ser realizado o uso de cosmecêuticos, que
são cosméticos de alta tecnologia, os quais têm o poder de serem absorvidos pelas
células e bloquearem a cascata de melanina, diminuindo significativamente as
manchas.

Alguns exemplos de cosmecêuticos utilizados são os retinoides que inibem a


peroxidação dos lipídeos, aumentam os níveis de vitamina E na pele e ativam alguns
fatores de crescimento.

Dessa forma, estimulam mitoses e diferenciação celular. Ainda, reduzem


rugas, têm função de clareadores de manchas hiperpigmentadas, tornando a
superfície dérmica mais suave.

Também podem ser utilizados os hidroxiácidos. Os principais exemplos são:


ácido glicólico, ácido lático, ácido cítrico, ácido mandélico, ácido málico e ácido
tartárico. A principal função destes é minimizar os sinais de envelhecimento cutâneo,
pois aumentam o desprendimento dérmico, melhoram a ação das fibras de elastina e
colágeno. A pele parece mais suave e mais uniforme. Quando se utilizam esses
produtos, é aconselhável a aplicação de protetores solares, pois esses ativos
possuem efeitos ácidos sobre a pele.

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Também pode-se contar com a ajuda dos nutricosméticos, os quais são
conhecidos como pílulas da beleza e são ativos encontrados em diversos alimentos,
que contribuem para retardar o estresse oxidativo que causa o envelhecimento.

Mas para que a paciente tenha sucesso, ela também deve realizar o uso de
cosméticos home care, que auxiliam no tratamento estético realizado em consultório,
pois eles potencializam a ação dos cosméticos utilizados e auxiliam a manter a
hidratação e limpeza da pele.

O fotoprotetor a ser utilizado depende muito dos hábitos do cliente. Todos têm
a ação de bloquear as radiações UVA e UVB, dessa forma, nesse tipo de tratamento,
deve ser utilizado o FPS 30, que formará um filme sobre a pele e bloqueará a ação
da radiação.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

Tecnologia cosmética: o uso de cosmecêuticos no tratamento de


manchas

Descrição da situação-problema

Jaqueline é estudante da graduação do curso de Estética e trabalha auxiliando


uma esteticista em uma clínica. Um dos maiores problemas a serem resolvidos e
procurados por clientes está relacionado ao envelhecimento cutâneo, como o
tratamento de rugas, linhas de expressão e manchas. Para tal, Jaqueline precisa
estudar bastante para saber a ação dos principais ativos a serem utilizados no
tratamento de manchas, já que todos os dias cresce mais a inovação tecnológica de
produtos cosméticos.

Ela se interessou muito na ação dos cosmecêuticos, e pesquisando em artigos


científicos notou a eficácia e eficiência do uso desses produtos. Ela escreveu um
relatório e entregou à esteticista responsável. Auxilie Jaqueline a elaborar esse
relatório sobre a ação e o uso dos cosmecêuticos.

Resolução da situação-problema

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Existe uma linha tênue entre o que são cosméticos, medicamentos e
cosmecêuticos. Para melhor enfatizar cada um deles, vamos, primeiramente, à
descrição:

Cosméticos são produtos com a finalidade de limpar, embelezar e alterar a


aparência e são utilizados externamente no corpo humano. Alguns exemplos são:
perfumes, maquiagens, xampus, tinturas e esmaltes.

Medicamentos são produtos que possuem estrutura química definida e


podem atuar tanto externa quanto internamente no organismo, com a finalidade de
alterar uma função específica que esteja danificada. Eles têm funções preventiva,
profilática, antipirética, analgésica, entre outras.

Já os cosmecêuticos são cosméticos com propriedades farmacológicas não


só para embelezar mas também para tratar problemas específicos ou medicamentos
utilizados com a finalidade cosmética. A grande vantagem deles é que não são
invasivos.

Sua importância está relacionada a uma melhor atratividade física que uma
aparência cutânea melhorada pode trazer, inclusive resultando em benefícios
psicológicos pronunciados. Isso afeta as interações sociais de um indivíduo, seu
status no trabalho e sua autoimagem, apresentando reflexos até mesmo na sua saúde
e longevidade.

Muitos produtos são classificados como cosmecêuticos, pois possuem um


tratamento específico, agindo celularmente, por exemplo, retinoides, alguns
hidratantes, alfa-hidroxi-ácidos (AHAs), antioxidantes, extratos botânicos, extratos
minerais, vasodilatadores, cosméticos usados no fotoenvelhecimento, fotoprotetores,
peptídeos, entre outros.

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REFERÊNCIAS

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inflamatória com diferentes formulações clareadoras. Infarma, v. 17, n. ¾, 2005.
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<http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/17/tratamento_de_hipercromia.pdf>.
Acesso em: 10 abr. 2018.

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4: guia de ativos dermatológicos utilizados na farmácia de manipulação para médicos
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