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AULA 1

INTRADERMOTERAPIA FACIAL
E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

Adiar o processo de envelhecimento, acelerar e intensificar a renovação


celular sem cirurgias já é hoje um sonho passível de ser realizado.
Com boas práticas e o uso ideal de técnica aperfeiçoada, cada vez mais a
estética está sendo revolucionária, possibilitando rejuvenescer instantaneamente
peles flácidas, enrugadas e manchadas, sem resvalar no risco dos exageros e
desequilíbrios.
Com o avanço da ciência, a estética deu um passo a mais: o
envelhecimento pode ser atenuado. Diminuir as rugas sim, porém acabar com
elas pode deixar o rosto com aspecto muito artificial. Rejuvenescer é uma forma
de buscar o renascimento, de retornar, de renovar e de transformar. É preciso
rejuvenescer sem mudar a essência, sem perder a experiência, sem
procedimentos invasivos, como se fosse um passo de mágica.
A grande procura pela cirurgia plástica reduziu muito desde que a
tecnologia se desenvolveu para trazer uma forma menos invasiva e sutil de
rejuvenescimento, sem passar por traumatismos e riscos de vida.
Essa técnica maravilhosa já existe há muito tempo e foi aperfeiçoada
recebendo o nome de intradermoterapia pressurizada, que pode ser utilizada em
várias alterações estéticas como flacidez, rugas, celulite, tratamento capilar, e
manchas.
Paralelamente, como em todo avanço da medicina que cuida da área da
beleza, acompanhamos abusos (por inexperiência do profissional, ou por
exigência do paciente) de cirurgias plásticas, implantes, fios de sustentações e
outras técnicas existentes, que provocam em algumas situações, deformações no
rosto ou no corpo, tirando a naturalidade que a pessoa possuía, transformando-a
em figura bizarra, e às vezes, sem retrocesso da situação.
Felizmente, a estética avançada nos permite hoje ter uma beleza natural
aos 30, aos, 40, 50, 60 70 e até aos 80 anos. E por que não? Basta explicar a
técnica para o seu cliente e dizer que a beleza natural que ele possui continuará,
tanto em seu rosto quanto no corpo. Basta você exercer a técnica com
conhecimento.

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TEMA 1 – HISTÓRIA DA MESOTERAPIA

Em 1958, Pistor introduziu nos procedimentos médicos, a mesoterapia. Ele


diluía altamente os fármacos e aplicava por meio de injeções intradérmicas, para
tratamento das dores. Nessa época, foi observada a eficiência desse tratamento,
que se dava por meio da estimulação do tecido que recebia a punctura e mais o
fármaco.
Por ser um tratamento local e não sistêmico, a terapia tornou-se bem
atrativa, sendo um belo convite para os profissionais da saúde utilizarem o método
na estética. Foi dado o nome ao procedimento de mesoterapia, método usado
para tratamentos de celulite e gordura localizada.
Existem poucas publicações científicas a respeito da eficácia e metodologia
da aplicação da técnica, a não ser algumas publicações de possíveis
complicações e transformações do tratamento, sendo que existe uma forte
apelação da mídia sobre o procedimento.
É muito comum descreverem a mesoterapia como um procedimento que
consiste em injeções intradérmicas ou subcutâneas, com fármaco altamente
diluído, ou de uma mistura com diversos produtos, chamada melange ou mescla.
Atualmente, o tratamento surgiu com bastante ênfase, apresentado por
algumas fábricas de cosméticos, com o nome de intradermoterapia pressurizada.
Baseada nas pistolas de mesoterapia, criou-se a caneta de pressurização
ou caneta pressurizada, que não deixa de ser a técnica de Pistor que foi definida
por ele assim: “Pouco, poucas vezes, e no local adequado” (Pistor, 1988). Ele
divulgou intensamente a sua constatação clínica de que quando injetava mais,
não fazia diferença no resultado clínico, mas que várias punturações pareciam
melhores que poucas injeções.
Quanto mais superficial o produto for injetado, mais lenta será a difusão. O
produto irá permanecer mais tempo no local.
Foi Pistor quem fundou a Sociedade Francesa de Mesoterapia. Em 1964,
sua técnica espalhou-se pelo mundo inteiro.
Mrejen, em 1922, fez um estudo para verificar se o produto injetado a 10
mm de profundidade teria diferença com a aplicação de 4 mm. Constatou neste
estudo que o produto injetado a 10 mm mistura-se mais depressa, atingindo
rapidamente a circulação sistêmica, e é eliminado também mais rápido do que
injetado a 4 mm.

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Em seguida, Aumjaud, também em 1922, apregoou o uso de silício
orgânico por meio de intradermoterapia, em estrias antigas, peles com rugas e
envelhecidas. E assim, em 2001 surgem mais trabalhos que foram sendo
somados no MedLine, recomendados para o uso de intradermoterapia para
dermatoses inestéticas.
Em 2006, Brown relata que cientificamente os resultados da mesoterapia
não tinham comprovação, alegando que esse tratamento não tinha padrão de
dosagens e muito menos de protocolos.
Existe apenas um trabalho anterior, que foi considerado mais adequado:
Amin, Phelps e Goldberg (2006) não viram nenhum benefício causado pela
aplicação de mesoterapia, realizada em 4 sessões em um mês, para tratar foto
envelhecimento facial, mas haviam notado um aumento de colágeno na região
que fora tratada, sendo apreciada como uma reparação, mas o aumento não era
estatisticamente importante. A técnica foi criticada porque os autores não
souberam informar sobre o fármaco que tinha sido utilizado. Mas eles afirmaram
que tinha sido uma mistura de ácido hialurônico com multivitaminas. Além disso,
a biopsia só foi realizada após 2 meses após o trabalho das 4 sessões. Em 2007,
Maya resolve fazer uma revisão do estudo e declara que o silício orgânico poderia
ser usado como uma medição intradérmica, provando ser capaz de estimular a
síntese de colágeno.

TEMA 2 – INTRODUÇÃO DA INTRADERMOTERAPIA NA ESTÉTICA

Em 2008, foram realizados estudos antecedentes, avaliando os efeitos


sobre o rejuvenescimento cutâneo, devido ao uso da mesoterapia, na camada
subepidérmica por meio do ultrassom. O exame foi feito após várias injeções
intradérmicas de ácido hialurônico, semanalmente, concluindo que esse processo
combatia o envelhecimento actínico. Atiyeh, Ibrahim e Dibo (2008) escreveram
sua conclusão dizendo que, até que novos estudos fossem realizados, os
pacientes que optam pela mesoterapia para fins de tratamentos estéticos devem
ser avisados de que as substâncias usadas na atualidade não possuem avaliação
quanto à segurança e à eficácia.
Foi constatado que nas combinações realizadas com intradermoterapia,
juntamente com carboxiterapia e radiofrequência, para tratamentos como
lipodistrofia e fibroedemageloide, os resultados foram excelentes e bem
satisfatórios. As principais composições utilizadas para esse tipo de tratamento

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são: Lipossomas de Desoxicolato de Sódio, L-carnitina, Cafeína, Blufomedil e
Silício (Borges, 2010). Antonio, Antonio e Trídico (2007) e Moura Filho (2007),
fizeram uma pesquisa com a intradermoterapia, para atuar em tratamento de
alopecia androgenética, com fármacos exclusivos no couro cabeludo, para
estimular o crescimento capilar. As substâncias tópicas finasterida, dutasterida,
minoxidil, biotina, vitaminas e silício orgânico são as mais utilizadas para realizar
o estímulo do folículo piloso. A intradermoterapia para tratamento de alopecia é
uma opção bem alta no mercado da estética, e quando bem realizado, de forma
correta e segura, é eficiente.
A Resolução n. 4.302/2012 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) proíbe o uso de alguns extratos vegetais isolados ou associados a outras
substâncias, tais como: chá verde, centella asiática, ginkco biloba, melilótus,
castanha-da-índia, dente de leão, sinestrol, ayslim e girassol (Brasil, 2012). Após
esse decreto, em 2016, foi publicada outra Resolução n. 128/2016 da Anvisa,
proibindo o princípio ativo tiratricol, e também as substâncias alcoólicas e oleosas,
foram retiradas dos tratamentos de mesoterapia por desenvolvimento de necrose
tecidual (Brasil, 2016).
A intradermoterapia pressurizada difere da mesoterapia pelo uso de
canetas caríssimas e sofisticadas. Esses aparelhos lançados atualmente nada
mais são do que injetores eletrônicos, podendo ser de múltiplos pontos, que
permitem a quantificação do volume e da profundidade da aplicação. Contudo, foi
estabelecido um padrão nas aplicações: devem ser realizadas apenas no local, e
o distanciamento entre as aplicações podem variar de 1 cm até 4 cm entre si. O
tratamento poderá ser semanal ou mensal, e o número de sessões pode variar
entre 4 a 10.
A intradermoterapia pressurizada vem sendo um tratamento muito popular
na estética, por sua extensa finalidade: gordura localizada, hipercromias, cicatriz
atrófica ou estrias, rejuvenescimento facial, flacidez tissular, lipodistrofia ginoide,
alopecia e emagrecimento. A ação desse procedimento em alterações estruturais
profundas, decorrentes do envelhecimento, mostrou-se muito eficaz com a
aplicação de substâncias injetadas, como: dimetilaminaetanol (DMAE), ácido
hialurônico e o salicilato de silanol. Esses produtos aumentam a hidratação da
pele, estimulando a produção de colágeno e elastina

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TEMA 3 – DEFINIÇÃO DA MESOTERAPIA

A palavra mesoterapia é derivada de radicais gregos: mesos (meio) e


therapen (tratamento). Portanto, tratamento do meio.
Vamos esclarecer melhor com um exemplo: na fecundação, quando o
espermatozoide fecunda o óvulo, a primeira célula humana constituída vai dividir-
se muito rapidamente e iniciar a formação de três folhetos que irão representar o
embrião em evolução:

• ectoderme – folheto externo;


• mesoderme – folheto médio;
• endoderme – folheto interno.

Conforme o embrião se desenvolve, a ectoderme fará a proteção cutânea


do ser humano, mudando-a em pele; a epiderme irá se dividir, originando o eixo
medular (medula espinhal e sistema nervoso central), esclarecendo as relações
que aparecem entre doenças cutâneas e psíquicas (psoríase, por exemplo).
A endoderme ajuda na formação das vísceras ocas que preencherão a
cavidade torácica e abdominal.
Assim, teremos no final a mesoderme, que cria vários elementos
fundamentais para o organismo humano, compondo-se, estruturando-se,
fazendo-se presente em todas as partes do corpo.
Detalhando:

• Junta ao esqueleto vertebral, um fragmento da mesoderrne, servindo de


base para o tecido ósseo cartilaginoso;
• Outra parte faz a constituição da ala da musculatura estriada, juntando-se
ao aparelho renal e às membranas envoltórias de alguns órgãos (as
serosas);
• Os músculos lisos, por exemplo, fazendo parte o coração e a parte medial
dos vasos sanguíneos, também são formados pelo mesoderma;
• As células básicas do sangue e o sistema de defesa imunitária do
organismo, com o nome de sistema retículo-endotelial, têm a mesma
origem;
• O mais importante: o tecido conjuntivo faz parte de toda extensão do corpo,
sendo um tecido intersticial, cuja parte mais conhecida é a derme, formando
também outros tecidos, como as mucosas gengivais.

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Verificamos então que, debaixo da epiderme, a 3 ou 4 mm abaixo, em todo
nosso corpo, existe um terreno de ação terapêutica do qual podemos arrumar a
qualquer momento. Basta introduzir o líquido de acordo com a necessidade.
É necessário conhecer esses dados para ter consciência do trabalho
mesoterapêutico ao submeter um paciente a uma sessão.
Sem dúvida nenhuma, os fármacos ou mesclas (como são chamadas na
atualidade) são introduzidos em quantidades muito reduzidas, pois ela irá
estimular os processos naturais cujas reações podem ser modificadas e
bloquearem rapidamente o processo de sua evolução (de uma flacidez, por
exemplo), ao criarem mecanismos de defesa e ampliarem os que a natureza já
proporcionou.
Esclarecemos, portanto, que a mesoterapia é o tratamento do tecido
conjuntivo, de origem mesodérmica, das manifestações patológicas a nível
desses tecidos, assim como das manifestações em tecidos adjacentes, por
interpenetração. Assim, as alterações morfológicas e/ou moleculares nos tecidos
são o tratamento de inúmeros problemas inestéticos, justamente por
consequência da variação da difusão desse tecido em todos os órgãos do corpo.
A mesoterapia é uma acupuntura realizada às cegas, ou uma acupuntura
francesa ou úmida! Ela não utiliza os pontos meridianos da medicina chinesa, mas
sim uma mistura de fármacos em pequenas doses, realizando um excelente
resultado.
Também não se trata de alopática homeopática, uma vez que a concepção
de minidosagem mesoterápica é totalmente diferente da dosagem centesimal dos
homeopatas.
A mesoterapia é uma técnica própria, derivada da alopatia, ou seja, do
patrimônio intelectual da medicina ocidental.
A mesoterapia oferece então, por seu mecanismo de ação, elementos
fundamentais, chegando bem perto dos processos naturais de ação do organismo
humano. Portanto, é a medicina ocidental que a mesoterapia nos oferece.

TEMA 4 – MECANISMO DE AÇÃO DA MESOTERAPIA

Temos conhecimento de que, desde os primórdios da história da medicina,


a estimulação cutânea foi usada para aliviar dores, das mais diversas formas.
Na época dos deuses do Olimpo, conta-se que um pastor caiu de mau jeito
entre os rochedos, ao correr atrás do seu rebanho. Com muita dificuldade,

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levantou-se, machucado, apoiando-se no braço esquerdo, com o ombro direito
imobilizado pela dor. O pai da medicina, Hipócrates, passando naquele exato
momento com seus discípulos, viu uma roseira que estava perto, carregada de
flores. Depois de examinar o ferido, ele pegou um grande espinho dessa roseira,
com muito cuidado, e picou rapidamente toda extensão da pele que recobria o
ombro direito, o braço e o pescoço. Os alunos muito espantados, pois
desconheciam esse processo, mas puderam ver que o pastor, em poucos
minutos, apesar da dor das picadas, começou a movimentar o ombro e correr
atrás de seus carneiros. Até o pastor ficou espantado com o procedimento.
Dessa forma, criou-se o que chamamos de estimuloterapia tegumentar (ou
seja, do revestimento cutâneo) sobre a qual tivemos imensos exemplos durante o
passar dos séculos:

• ferros em brasa;
• fricção com urtigas;
• ventosas escarificantes.

Além de outros processos apontados como empíricos, na realidade os


fisiologistas forneceram uma explicação perfeita ao passar os dois últimos
séculos: a estimulação tegumentar. Isto é, a mesma que justifica um dos meios
de ação da mesoterapia.
A natureza possibilitou o homem evoluir no seu próprio meio ambiente,
terra, ar, água, pressão atmosférica, por meio das respostas da pele, que está em
contato permanente com o meio.
Nossa pele é um verdadeiro radar de sensações, encerrando enormes
pontos sensíveis que fornecem todas as informações que necessitamos para nos
adaptar ao nosso meio natural:

• calor – queimação – dilatação;


• frio – friagem – constrição;
• maciez – carícia – satisfação;
• dor – desconforto – mal-estar.

São estímulos físicos e emocionais, ao mesmo tempo.


Quando uma reação surge no radar da pele, manifestam-se estímulos:
primeiro no tecido conjuntivo, depois ao longo do trajeto dos nervos sensitivos,
que andam muito depressa até a região posterior da medula espinhal, que é
encarregada de transmitir ao cérebro.
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Nessa central de comando, o comando cerebral pega essas informações e
passa rapidamente para a região de interesse, com auxílio de mensageiros
rápidos para ajustá-la a reação natural do corpo humano, por causa da agressão
que está sendo vitimada. Esses mensageiros, normalmente são produtos
químicos, por exemplo: endorfinas, as quais possuem a finalidade de levar o
organismo a superar de forma natural e espontânea uma sensação dolorosa.
Desta forma, é muito fácil explicar o primeiro efeito da mesoterapia sobre a
dor: perfurando várias vezes a região da pele correspondente ao órgão doente,
enviamos várias vezes às mensagens que são encaminhadas naturalmente pelo
organismo humano e desencadeiam as reações fisiológicas apropriadas.
Juntamente com a perfuração, não podemos nos esquecer de que o
mesoterapeuta põe uma gotícula minúscula da mistura de medicamentos para
combater o problema que ele quer exterminar. Gotícula por gotícula intradérmico,
subcutâneo, ou seja, no tecido conjuntivo, é colocada uma série de moléculas
químicas que executam por certo tempo, de acordo com a mistura que foi
realizada, o mesmo efeito da estimuloterapia. Só que, dessa vez, foi um estímulo
químico e também mecânico, pela insistência da gotícula em baixo da pele. Este
é o segundo efeito da mesoterapia. Estimuloterapia química das moléculas
espalhadas pelo mesoterapeuta no tecido conjuntivo, quando ele pica por diversas
vezes, com uma profundidade não superior a 4 mm (único meio normal de
permanecer no tecido conjuntivo, sustentação operacional da técnica
mesoterápica).
Já o terceiro efeito da mesoterapia, ocorre junto com o segundo: a mistura
medicamentosa que depende unicamente da utilização de medicamentos
alopáticos conhecidos. Por exemplo: se uma pessoa sofre de bronquite e toma
uma injeção intramuscular à base de essência de terebintina; depois da injeção,
a medicação não vai ficar somente na nádega (pois não é ela que está doente!),
mas sim seguirá a corrente circulatória, o aparelho digestivo e o sistema linfático
para fixar-se nos brônquios, quando seu efeito terapêutico se concluirá.
O princípio da farmacologia é que todo medicamento obedece à dinâmica
alopática aplicada a todos os medicamentos, seja qual for seu modo de
penetração no organismo. Ela é programada para atuar no nível de determinado
órgão.

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4.1 Indicações

• Gordura localizada;
• Celulite;
• Estrias;
• Flacidez cutânea;
• Alopécias;
• Fotoenvelhecimento;
• Melasmas.

4.2 Contraindicações

• Alergia a um dos componentes da formulação do produto escolhido;


• Infecções ou inflamações cutâneas no local das aplicações;
• Doenças sistêmicas descompensadas;
• Gravidez;
• Expectativa irreal;
• Intolerância a dor;
• Exposição solar.

4.3 Complicações

4.3.1 Dor

Pode ser causada por grandes diferenças de pH entre as substâncias (o


ideal é que o pH esteja entre 6 e 8);

4.3.2 Eritema

Pode variar desde eritema bem leve, e que muitas vezes é esperado como
boa resposta terapêutica;

4.3.3 Hematomas

As maiores causas são três: má técnica de aplicação, os agentes


farmacológicos e a modificação dos parâmetros normais da coagulação

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4.3.4 Necrose

Pode ser química, farmacológica ou biológica.

4.3.5 Cicatrizes

Profissional sem prática com a técnica de pressurização pode provocar


escoriações, e estas persistirem por semanas a fio, ocasionando cicatrizes
hipocrômicas, ou decorrentes de necroses teciduais.

TEMA 5 – MATERIAL UTILIZADO PARA A MESOTERAPIA

Tanto no processo com seringa quanto com caneta pressurizada, o método


será igual: picadas e mais picadas! Algumas pessoas não toleram picadas com
agulhas.
No processo em que é utilizado seringa, não é usada agulha comum com
vários centímetros de comprimento, aquelas que se destinam às injeções
intramusculares ou endovenosas, e muitos menos as assustadoras dotadas de
mandril, utilizadas para punção articular ou de serosas, e tampouco as usadas
pelos neurologistas para a punção lombar. O Dr. Lebel inventou a agulha de
mesoterapia, sendo de aço fino, medindo 4 mm de comprimento, com diâmetro
de 0,4 mm. Sua grande particularidade é o bisel, cortado de maneira especial para
facilitar sua penetração na pele. Mas não será este o processo que iremos utilizar.
Nosso aprendizado abordará somente a caneta pressurizada.
Pode parecer muito doloroso picar inúmeras vezes em uma região, como
as pernas em tratamentos de celulite, ou uma região com gordura localizada, ou
uma flacidez na face.
Por esse motivo, Michel Pistor criou, em 1958, um equipamento com multi-
injetores de formatos variados, o que deu ideia ao criador da “caneta de
pressurização”, colocar certa quantidade de produto no êmbolo, e poder fazer de
1 a 6 disparos, em lugares diferentes, injetando várias vezes na mesma região,
com espaçamentos de 1 a 2 dedos. Uma adaptação do multi-injetor do Dr. Pistor,
que utilizava três agulhas ao mesmo tempo. A canalização repartia de maneira
uniforme em cada agulha, o líquido injetado pela pressão do dedo no êmbolo.
Assim, o paciente sentiria apenas uma única vez, a sensação dolorosa.

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O progresso nos possibilitou ter uma mesoterapia quase que totalmente
indolor e também maior segurança pelo fato de o material ser totalmente
descartável, reforçando nossa assepsia.
Logicamente que o barulho da pressão, quando o disparo é efetuado,
assusta um pouco, mas o paciente acaba se acostumando ao constatar que ele
não proporciona dor. Para os medrosos e apavorados com agulhas, o método se
torna muito eficiente. Mas o importante mesmo é o seu conteúdo e seus efeitos.
O procedimento da pressurização não utiliza todo tipo de medicamento. Ela
está baseada no emprego preferencial dos produtos alopáticos, baseados na
elaboração das mesclas em função do problema a ser combatido.
É necessário que os produtos sejam hidrossolúveis, uma vez que os
produtos oleosos não passarão pelo êmbolo. Também é desnecessário dizer que
os produtos de administração oral são excluídos da mistura da pressurização.
A ideia básica é escolher produtos de fórmula química simples, de efeito
terapêutico bem definido, de ação bem planejada sobre o problema visado.
O mecanismo de ação: princípio ativo aplicado nos receptores dérmicos.
Esses ativos se concentram na região aplicada, gerando ações farmacológicas no
local. A propagação local é menor, não afetando todo corpo. Aconselha-se a
aplicação de até 10 ml em uma mesma sessão. No mercado cosmetológico já
existem mesclas prontas para cada distrofia estética, sendo apresentados em
frascos de 2 ou 10 ml na forma líquida.
Segundo Rotunda et al. (2009), os lipossomas de desoxicolato de sódio é
uma substância responsável pela lipólise química, por ser detergente iônico, e tem
se mostrado potencial como tratamento minimamente invasivo na redução de
gordura localizada.
Borges (2010) cita que a L-Carnitina transporta a gordura acumulada para
dentro das células para ser gasta em forma de energia, pelo processo de oxidação
lipídica, que ocorre durante a prática de exercícios físicos. Apresenta efeito
antioxidante e faz com que o metabolismo da glicose seja melhorado, auxiliando
na construção da massa muscular magra.
Ainda de acordo com Borges (2010), a cafeína é uma metilxantina, que atua
como um lipolítico da fosfadiesterase e por sensibilização dos adipócitos às
catecolaminas. Estimula a lípase que usa as reservas de gordura corporal para
obter energia. Efeito lipotrófico e potente efeito diurético. Classificado como um

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termogênico de ação específica para manter o organismo acelerado e ter uma
maior queima calórica durante o seu efeito.

5.1 Blufomedil

Inibe a enzima fosfodiesterase cujo bloqueio leva ao acúmulo de AMP


cíclico e de aminas biógenas vasodilatadoras. O Blufomedil é um vasodilatador
de ação direta, pois inibe a fosfodiesterase. Ele restaura a microcirculação abrindo
os esfíncteres pré-capilares, atuando diretamente ao nível dos miócitos
esfincterianos, instigando um incremento do calibre dos vasos
Calculado entre 16 a 20%, com esta ação ele não permite a passagem de
cálcio para a musculatura lisa vascular, não apresenta ação bloqueadora
adrenérgica e também não muda a continuidade hemodinâmica.
Ele age diretamente no nível da parede arterial, produzindo uma
vasodilatação apática da artéria com elevação do seu diâmetro, aumentando sua
irrigação.
Esse medicamente é utilizado com excelentes resultados, na drenagem
linfática, ou quando queremos elevar a vascularização da região, sendo indicado
também para a intrademoterapia capilar, pois melhora muito o aporte do oxigênio
no folículo.

5.2 Silício

O monoesterearato de metilsilanetriol (antigo trissilinol e atualmente


denominado como silício), ou comumente chamado de irissilinol, é um silício
orgânico que possui a capacidade de reestruturar o tecido conjuntivo e também
as suas estruturas, de forma muito enfático. Ele é fundamental em sua doação de
silício para a formação de colágeno dos ossos e tecidos que se ligam, mantendo
a organização da pelos e seus anexos epidérmicos. Também possui importante
atuação na prevenção de doenças cardiovasculares pelo fato de melhorar a
flexibilidade e a elasticidade das artérias. É também um grande estimulante do
sistema imunológico e inibidor do processo de envelhecimento dos tecidos.
Como um bom nutriente, o trissilinol possui ação lipolítica mais suave
quando comparado com os lipolíticos clássicos. Sua ação se conclui por meio do
aumento das concentrações do AMP-ciclico intra-adipocitário, ativando a lipólise.
Ele é integrante dos elementos que constituem o tecido conjuntivo: colágeno,

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elastina e dos proteoglicanos e glicoproteinas presentes na matriz extracelular.
Ele propaga a atividade dos fibroblastos, favorecendo a regeneração e
reorganização das fibras colágenas e elásticas. É um alto regulador dos
mecanismos de divisão celular e antioxidante, combatendo a perroxidação lipídica
e glicosilação não enzimática, trabalhando como antifibrótico. Usado no combate
à celulites, lipodistrofias, estrias, mesolifting facial, em tratamentos de certas
patologias articulares e também em dores.

5.3 Mesclas

As mesclas são diversos componentes químicos, colocados dentro de um


mesmo frasco, e aplicados na pele todos juntos, ao mesmo tempo.

5.4 Principais fármacos

5.4.1 Lipolíticos

• Desoxicolato;
• Tiratricol;
• Lombina;
• Alcachofra;
• Aminofilina;
• Cafeína;
• Lipossomas de girassol.

5.4.2 Vasoativo

• Blufomedil;
• Pentoxifilina;
• Procaina;
• Benzopoirona;
• Rutina;
• Ginco biloba,

5.4.3. Antiaging

• Ácido hialurônico;

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• Silício;
• DMAE;
• Luteolina;
• Crisina;
• Vitamina C;
• Fatores de crescimento.

5.4.4 Alopécia

• Flutamida;
• Ciproterona;
• Finasterida;
• Minoxidil;
• IGF – fator de crescimento insulínico;
• VEGF – fator de crescimento vascular;
• BFGF – fator de crescimento fibroblástico;
• Zinco e vitaminas;
• Triancinolona.

Aplicação com caneta pressurizada; aplicar no ângulo de 90° - 45º;


quantidade por ponto = 0,1 ml; 10 sessões no mínimo.

5.4.5 Gordura localizada

• Cafeína;
• Fosfatidilcolina;
• L-Carnitina;
• Alcachofra;
• Lipoxyn;
• Actiporine 8G;
• Affiness;

Aplicacação subdérmica, técnica ponto a ponto, sessões semanais, mínimo


de 10 sessões.

5.4.6 FEG (celulite)

• Cafeí-Silício;
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• L-Carnitina;
• LipaseX-Solve;
• Scopariane;
• Legance.

Aplicação subdérmica, técnica ponto a ponto, sessões semanais, mínimo


de 10 sessões.

5.4.7 Estrias

• Silício;
• Ácido glicólico;
• Vitamina C.

Aplicação intradérmica, técnica retroinjeção. Aplicar no ângulo de 90° - 45°;


quantidade por ponto = 0,1 ml; tratamento semanal; mínimo de 8 sessões.

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AULA 2

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

A pele é o mais extenso órgão do corpo humano, responsável por 16% do


nosso peso corporal, e a cada dia produz 1.250 células por centímetro quadrado.
Ela mantém a nossa temperatura, defende e protege nossos músculos, vasos
sanguíneos, nervos, ossos e órgão internos do corpo.
Ela está constantemente ao alcance de nossos olhos, e é por meio dela
que sentimos o frio, o calor, a dor, o medo, a febre ou o prazer do afago, do tapa,
do beijo, do tombo, do arranhão, do abraço ou do espinho perfurando.
A civilização humana já fez de tudo com ela: há milênios que ela é
perfurada, esticada, marcada, colorida, rasgada, costurada, tudo em nome da
beleza! Mas ela é resistente, versátil, regenerável e agradável aos olhos e ao tato.
Mas como qualquer órgão do corpo humano, ela envelhece! Esse é um dos
desafios do ser humano: manter-se jovem, sadio e belo.
Estamos em constante contato com a radiação solar que causa
envelhecimento precoce se não nos protegermos com filtro solar. Mas também o
sedentarismo, fumar e beber em excesso e alimentar-se mal são hábitos que
contribuem para o desgaste da nossa máquina orgânica e envelhecimento da
pele. Quando abusamos dela com comidas pesadas e não fazemos exercícios,
por exemplo, ela trabalha com muito esforço e desgaste! Por outro lado, evitar o
estresse e fazer o que nos traz prazer e divertimento são sempre ações
rejuvenescedoras.
A saúde da pele depende do quanto e como nos expomos à luz solar, pois
esta provoca rugas pela degradação da fibra de colágeno, que é muito importante
para a estrutura e sustentação da nossa pele.
A maioria das mulheres pensa que aplicando a “Toxina Botulínica” (o
famoso Botox. Na verdade, Botox é o nome da marca norte-americana) está
tratando da pele, quando na verdade emprega-se essa substância para inibir as
terminações nervosas, provocando apenas o relaxamento muscular e alisamento
da pele no local aplicado. Ele não preenche rugas. Neste caso, o mais indicado é
utilizarmos a intradermoterapia pressurizada.

TEMA 1 – SISTEMA TEGUMENTAR OU PELE

A pele é um dos maiores órgãos, atingindo 16 % do peso corporal. A


temperatura normal varia de 32 a 36 °C, e sua espessura varia de 0,5 a 3,0 mm.

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A pele, em sua superfície, está coberta por uma delgada película líquida
que possui acidez. Ela desempenha um importante papel de termorregulação por
oferecer uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação, por meio de
seus vasos e glândulas. Seu fluxo sanguíneo pode sofrer grandes variações, mas
sob condições normais, o fluxo sanguíneo cutâneo é próximo de 400 ml por
minuto. Mas em seu limite, mais de 2.500 ml de sangue podem circular pelos
vasos da pele por minuto. Ela é também um grande órgão excretor, e além fabricar
vitamina D e melanina, tem a função de proteger contra os raios solares.
São alguns pigmentos que se fazem presentes que determinam a cor da
pele. Um dos principais é a melanina, um pigmento escuro fabricado pelos
melanócitos que migram na epiderme e passam o pigmento às células da camada
germinativa. O número de melanócitos encontrados na pele do ser humano não
apresenta grandes diferenças de quantidade de uma pessoa para outra.
A variação na cor da pele dos humanos é devido à quantidade de melanina
que as células produzem e também pela sua distribuição. Pessoas de pele escura
possuem bastante melanina em todas as suas camadas da epiderme. Quantidade
excessiva de melanina escurece a pele, filtrando os raios ultravioletas. Alterações
de escurecimento da pele por meio da luz solar é um fenômeno biofísico que leva
ao escurecimento rápido por causa da melanina pré-existente, numa segunda
etapa, pela aceleração dos processos de biossíntese da melanina. Hormônios do
córtex adrenal atuam sobre os melanócitos e certas patologias dessa glândula
desenvolvem uma mudança na cor da pele. É possível também alterar a cor da
pele passando substâncias estimuladoras (bronzeado) ou inibidoras da síntese de
melanina, com resultados de despigmentação. Além da quantidade de
concentração da melanina, a cor da pele varia de acordo com sua espessura e
também do grau de irrigação sanguínea.
A aparência da pele depende de vários fatores: idade, sexo, clima,
alimentação e estado de saúde. Quanto à classificação de seca, mista, gordurosa
e outras, esta varia de acordo com o tipo de secreção encontrada na superfície
da pele.

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1.1 Classificação da pele
A pele pode ser classificada da seguinte forma:

• Pele fina ou delgada;


• Pele espessa ou grossa.

1.2 Camadas principais

A pele também é formada por duas camadas principais, a epiderme e a


derme, que estão assentadas sobre um panículo adiposo, chamado epiderme.

1.2.1 Epiderme

A epiderme é a camada superficial, composta de células epiteliais, que são


bem unidas umas com as outras.
Ela possui cinco camadas: camada basal ou germinativa, camada
espinhosa, camada granulosa, camada lúcida, camada córnea ou de queratina.

1.2.2 Derme

Possui de 1 a 2 mm e está localizada entre a epiderme e a hipoderme.


Na palma da mão, possui uma espessura que varia de 0,6 mm a 3,0 mm.
Contém estruturas formadas por invaginações da epiderme, tais como folículos
pilosos e glândulas. É responsável pelo suporte mecânico e elasticidade da pele.
Normalmente, a derme é mais espessa nos homens do que nas mulheres, mais
nas superfícies dorsais do que nas ventrais.
A derme é a camada mais profunda, composta de tecido conjuntivo denso,
irregular. Tem múltiplas funções, sendo uma delas a proteção contra agentes
físicos, químicos e biológicos do ambiente. Ela é relativamente impermeável
devido à camada de queratina (córnea) que recobre a epiderme.

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Figura 1 – Derme

Créditos: Sciencepics/Shutterstock.

TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE

A classificação do tipo de pele é um dos itens primordiais para o profissional


trabalhar com segurança. Para procedermos com o trabalho de pressurização ou
mesoterapia, é necessário, primeiramente, saber analisar e classificar o biótipo e
o fototipo cutâneo para a escolha correta das mesclas que serão injetadas.
Todos nós nascemos com um tipo de pele que é determinado pela genética
e etnia.
Para classificarmos os tipos de pele e suas alterações estéticas, temos que
realizar: exame visual, exame de palpação, exame com lupa e exame com luz de
Wood. Para analisarmos as características que definem sua classificação, temos
que observar os seguintes itens:

• Produção sebácea;
• Grau de hidratação;
• Espessura e textura;
• Tônus dos músculos;
• Lesões elementares.

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2.1 Tipos de pele

Os tipos de pele são baseados principalmente na produção do sebo


produzido pelas glândulas sebáceas. Confira, a seguir, os tipos de pele existentes.

2.1.1 Eudérmica ou normal

Apresenta equilíbrio entre as secreções sudoríparas e sebáceas,


garantindo o equilíbrio hídrico e lipídico. Seu aspecto é saudável, viçoso, com
aspecto igual à pele do pêssego, com elasticidade e excelente hidratação.

2.1.2 Pele alípica ou seca

Possui espessura epidérmica diminuída e seu manto hidrolipídico muito


escasso. É facilmente irritável e tem tendência à sensibilidade. Esse tipo de pele
possui textura ligeiramente áspera e com aspecto de estiramento. Seus óstios são
muito finos e os poros invisíveis.

2.1.3 Pele lipídica ou oleosa

Caracteriza-se pela hipersecreção sebácea e possui uma espessura


epidérmica grande. Os óstios são dilatados, a superfície sempre brilhante e
untuosa, com tendência a lesões de acne. É propensa a ter melasmas, pois os
poros ficam com maior quantidade de sebo e as células mortas se acumulam. Sua
superfície é grossa, com cor pálida.
Esse tipo de pele, se não for equilibrado, chegará a ter problema de acne.
Portanto, pele acneica não é considerada um tipo de pele, mas sim uma variação
da pele oleosa em desequilíbrio.

2.1.4 Pele mista

A pele mista é uma junção da pele oleosa com a pele seca, geralmente na
região que chamamos de T: região frontal, nasal e mento. Nessa região, ela é
oleosa, e nas demais regiões da face, ela é seca. Pode também ser normal ou
desidratada.

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TEMA 3 – ENVELHECIMENTO

Nosso organismo envelhece como qualquer outra máquina, e para esse


mecanismo durar e estar sempre trabalhando, é necessário fazer manutenção.
Assim, precisamos, durante nossa vida, fazer ajustes dos componentes gastos
para que o corpo não chegue à ruptura e falência de algum órgão. Todo nosso
organismo se desgasta! E com nossa pele não é diferente.
Os cientistas demonstram que, na verdade, a pele envelhece de duas
maneiras: por meio do processo natural e por meio do fotoenvelhecimento. Muitos
especialistas concordam que a maioria de vincos e rugas profundas não é apenas
parte do chamado processo normal de envelhecimento. Eles podem também
culpar, diretamente, o fotoenvelhecimento. Ou seja, danos causados pelos raios
solares e também pela luz artificial.
A diferença entre o envelhecimento cronológico normal e o
fotoenvelhecimento é fundamental. No envelhecimento natural, temos controle
sobre hábitos saudáveis ou auxílios estéticos e cosmetológicos, mas sobre os
efeitos do fotoenvelhecimento, temos cem por cento de controle! Afinal, ninguém
vai ao sol se não quiser, e ninguém fica ao sol horas e horas sem os benefícios
de uma proteção adequada; a não ser que seu trabalho exija essa exposição. Mas
mesmo assim, existem todas as proteções adequadas para você exercer sua
profissão com segurança.
Pode ser até normal para as pessoas possuir rugas aos 35 anos, mas
atualmente, a humanidade discorda desse tipo de envelhecimento. A maior parte
das rugas e linhas finas que surgem nessa idade ocorre devido aos nocivos raios
ultravioleta do sol a que nos expomos ao longo da vida. Nossa pele permaneceria
macia, hidratada e firme por muito mais tempo se todos se protegessem
efetivamente do sol.
À medida que tomamos sol, a pele envelhece e o ritmo de produção das
células diminui, o que gradualmente torna a renovação e a recuperação celular
menos eficaz. Perde-se também maior quantidade de água, levando à
desidratação, diminuindo a capacidade de ação da pele como barreira protetora.
O colágeno fundamental do tecido conjuntivo torna-se, aos poucos, mais rígido e
a elastina vai perdendo sua elasticidade natural devido à redução do número de
fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo.

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O processo de envelhecimento leva gradualmente ao afinamento da
epiderme, maior desidratação, rugas, excesso de pelos no rosto e alterações do
contorno facial. A pele passa por uma série de mudanças a cada dez anos de
nossas vidas. A qualidade de vida também influencia na qualidade do
envelhecimento.
O tipo genético da pele, os fatores hormonais, nutricionais, vasculares e
climáticos também irão influenciar no envelhecimento da pele.
O ato de envelhecer é involutivo, contínuo, ocorrendo mudanças a nível
anatômico, cardiovascular, respiratório, imunológico e metabólico. Enfim, todos
nascem com predeterminação genética a envelhecer.

3.1 Características gerais do envelhecimento cutâneo

As inclemências do tempo associadas à exposição e variações das


condições atmosféricas (temperatura, luz solar, vento, baixa umidade) aceleram
o processo de envelhecimento cutâneo.
A diferença da pele da face, pescoço e mãos é notável em relação à pele
do restante do corpo, que está sempre coberta por roupas. O envelhecimento
cutâneo pode ser observado a partir dos 30 anos, pela presença de rugas finas.
Verificamos diferenças na cor rosada e vigorosa da pele normal, em contraposição
à pele senil, amarelada, enrugada, seca e escamosa. Esta apresenta ainda
numerosas manchas de hiperpigmentação nas zonas expostas e, geralmente,
inúmeras pequenas formações verrugosas. A pele senil tarda mais a curar-se do
que a pele jovem e não se adapta bem às variações de temperatura. O calor
excessivo dissipa-se menos rapidamente por meio da pele senil. Por isso, as altas
temperaturas são dificilmente suportadas. Essa diminuição de tolerância ao calor
e ao frio explica-se pela redução da irrigação sanguínea cutânea e porque os
vasos perdem grande parte da capacidade de contrair-se e dilatar-se, tardando
mais fazê-lo com o avanço da idade.

TEMA 4 – GORDURA LOCALIZADA E FEG (FIBRO EDEMA GELÓIDE)

Esse termo, na verdade, é conhecido popularmente como celulite.


A celulite faz parte da condição feminina – 85 % a 95 % das mulheres
sofrem com ela, incluindo modelos e atrizes.

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Palavra de origem latina, cellulite, que quer dizer inflamação do tecido
celular, que na verdade não define o seu verdadeiro significado. Mas usaremos
em nossos estudos o nome celulite para traduzir a presença de fibro edema
gelóide.
Além de ser um problema inestético, a celulite é muito desagradável aos
olhares críticos de qualquer mulher e alguns homens também. Ela acarreta dores
nos lugares comprometidos, assim como diminui as atividades funcionais.
Provoca sérias complicações e muitas vezes leva à imobilidade dos membros
inferiores, podendo ser até total. Sem contar as dores intensas, a celulite também
leva a problemas emocionais. A celulite é uma afecção dolorosa, com certa
alteração, podendo ser duradoura ou passageira ligada ao tecido conjuntivo. Sua
origem pode ter ligação com a disfunção hipofisária.
Em estudos realizados, é nítido que a celulite altera a arquitetura
topográfica da epiderme e do tecido conjuntivo, o que irá ocasionar a retenção de
água, eletrólitos, como sódio e potássio, e resultar em um aumento da pressão
dos líquidos intersticiais, comprimindo as veias, vasos linfáticos e nervos,
ocasionando desequilíbrio químico local, e esse processo vai gerando um ciclo.
Em mulheres caucasianas, ela é sempre diagnosticada, fato esse que pode
estar ligado aos distúrbios hormonais, envolvendo principalmente o estrógeno, a
genética, a puberdade, trato digestivo, tabagismo, alcoolismo, medicamentos,
compressão dos membros inferiores, aumento do tecido adiposo e também as
alterações posturais.
Existe uma grande insatisfação entre as pessoas portadoras de celulite.
Elas procuram os tratamentos estéticos e o profissional tem o compromisso de
habilitar-se tecnicamente e cientificamente sobre o assunto, assim como saber
utilizar as ferramentas adequadas para ajudar no combate desse problema que
tanto afeta as mulheres.
Quando as células aumentam em número e volume, ocorre um
espessamento e proliferação das fibras de colágeno entre as células de
adipócitos, provocando um enfarto nos tecidos. Além disso, a circulação de
drenagem fica reduzida e os fibroblastos ficam totalmente presos. Com esse
quadro, as fibras elásticas ficam frágeis e acabam se rompendo. As fibras que
ficam esclerosadas criam uma rede em forma de força que acaba comprimindo
vasos e nervos.

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Com essa apresentação, fica mais fácil compreender a aparência nodulosa
(denominada de casca de laranja) no nível da epiderme e também a dor na
apalpação e pressão.
Esse tecido apresenta-se mal-oxigenado, subnutrido, sem elasticidade,
desorganizado, pois resulta do mau funcionamento do sistema circulatório e suas
respectivas transformações do tecido conjuntivo.

4.1 Identificação da celulite

Os sinais são facilmente verificados por meio de alguns testes. Em alguns


estágios, basta a observação para identificar. Nesse caso, o tecido apresenta-se
flácido, com relevos e depressões.
Para observar a celulite, iniciamos com o primeiro teste: pressionamos o
dedo polegar ou o indicador entre as palmas das mãos e iremos encontrar o efeito
da casca de laranja, com aspecto rugoso.
O segundo teste é pressionar a pele com a parte subcutânea entre os
dedos, fazendo uma tração. Caso a sensação dolorosa for maior que o normal, é
sinal de celulite alterando a sensibilidade.
Não se esqueçam que fadiga e período menstrual também aumentam os
sintomas.
Se rolarmos os dedos nas regiões atingidas, iremos sentir numerosos
nódulos, muito endurecidos, que se parecem com grãos de chumbo. Esses são
os nódulos celulíticos. Haverá também uma sensibilidade bastante dolorosa,
devido ao aumento de volume e da consistência do tecido celular subcutâneo. A
pele se apresentará com aderências e deformações.

4.2 Localizações da celulite

A celulite não se manifesta no couro cabeludo, planta dos pés e nas mãos.
O restante do corpo pode ser acometido por ela. As partes que são atingidas com
maior frequência são: porção superior das coxas, interna e externamente, parte
interna dos joelhos, abdome, glúteos e porção superior dos braços direito e
esquerdo.

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4.3 Os estágios da celulite

4.3.1 Grau I – Celulite branda

Só iremos detectar esse tipo de celulite fazendo compressão do tecido


entre os dedos ou contraindo a musculatura local. Não é dolorida e muito menos
visível sob inspeção. Existe apenas um aumento de volume do tecido gorduroso
devido ao acúmulo de gordura dentro da célula.

4.3.2 Grau II – Celulite média

Quando a pessoa está deitada, as depressões são visíveis, pois os


adipócitos estão recheados de gordura, e os que estão na parte mais profunda
iniciam com o mesmo processo. Existe uma pequena alteração da sensibilidade.

4.3.3 Grau III – Celulite grave

Neste grau, a celulite é vista mesmo sem palpação, pois existe desordem
do tecido e aparecem os nódulos. A epiderme fica flácida e enrugada,
sensibilidade à dor aumentada, as fibras do tecido conjuntivo estão quase todas
danificadas. A circulação fica comprometida e pode aparecer microvarizes. É
considerada incurável, ainda que possa melhorar a aparência.

4.3.4 Grau IV – Celulite gravíssima

Apresenta fibrose cicatricial, atrófica e irreversível. Existe retração


esclerótica e a circulação de retorno está muito comprometida. A celulite é dura,
a pele fica brilhosa, cheia de depressões, com aspecto de um acolchoado, pernas
pesadas, inchadas e doloridas. Constante sensação de cansaço nas pernas
mesmo sem fazer esforço.
A mesoterapia ou intradermoterapia é um tratamento que vem sendo muito
utilizado nas clínicas de estética para combater essas fases da celulite.

TEMA 5 – FORMAS DE AVALIAÇÃO

São utilizados diversos métodos para avaliarmos a FEG (ou celulite). As


avaliações nos auxiliam no acompanhamento dos resultados dos procedimentos

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realizados, além de ser um material importantíssimo para nos orientar qual a
melhor técnica a ser aplicada.

5.1 Avaliação antropométrica

É um exame simples e de baixo custo, muito utilizado nos procedimentos


estéticos. Com uma fita métrica, podemos tirar todas as medidas necessárias.
Nesse procedimento, podemos determinar o peso, altura e circunferências
das pregas cutâneas, aspectos que indicam obesidade e disposição da gordura
corporal, que indiretamente representam a celulite; mas temos que prestar
atenção, porque nem todas as pessoas que possuem celulite são obesas.
O peso é uma medida constantemente usada nos procedimentos corporais.
É um elemento simples que representa a soma de todos os componentes
corporais (água, gordura, ossos e músculos) que está junto com o equilíbrio
proteico-energético da pessoa em questão. Mas não podemos usar somente o
peso na avaliação, pois dessa forma, esqueceríamos da retenção hídrica,
insuficiência renal e cardíaca e desidratação. Portanto, devemos ver o peso com
muita cautela.

5.1.1 Avaliação do peso

É a soma de todas as células presentes em nosso corpo, incluindo tecidos


de sustentação, órgãos, água e músculos. O melhor horário para pesarmos o
paciente é pela manhã. É necessário solicitar que ele esteja em jejum, com pouca
roupa e bexiga esvaziada.
O P.A (peso atual) é verificado no momento da avaliação e preenchimento
da ficha de anamnese, em uma balança que deverá estar calibrada, com o
paciente em pé, descalço e no centro da plataforma. Juntamente com o peso,
deverão ser anexados outros itens para não se ter erros, tais como: idade, biótipo,
sexo e altura.
Por meio dessas medidas, o profissional pode verificar se o paciente está
com o peso correto para o perfil dele, pois gordura localizada não significa
“obesidade”.
O método de mesoterapia é para gorduras localizadas, assim como uma
barriga proeminente, culotes, gorduras nas laterais do corpo etc. Caso o paciente
esteja obeso, o ideal é encaminhá-lo ao nutricionista para depois realizar a

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pressoterapia. Podemos ajudá-lo de outra forma: com massagens, corrente russa
etc. Por isso é necessário fazer a ficha de anamnese e colher todos os dados
necessários para conversar e orientar o paciente.

5.1.2 Avaliação da altura

Primeiramente, deve-se solicitar ao paciente que fique em pé, com braços


estendidos ao longo do corpo e coluna bem ereta, calcanhares e joelhos juntos e
glúteo rente à parede. Também é preciso fixar a parte móvel do aparelho no centro
da cabeça e comprimir. Por fim, realizar a leitura da altura sem soltar a parte móvel
do aparelho.

5.1.3 Índice de Massa Corpórea

O peso é dividido pela altura ao quadrado. Essa conta simples correlaciona


o volume corporal total, mas não verifica a distribuição da massa pelo organismo
e não classifica sua composição.

IMC = altura (m) ² / peso (kg)

5.1.4 Medidas de circunferência

Essas medidas analisam a presença e também a distribuição da gordura


corporal. Essas medidas são realizadas com a fita métrica, na cintura e abdômen,
pescoço, tórax, quadril, braços, antebraços, punhos, coxa e panturrilha.
Temos que fazer pelo menos duas medidas, marcando sempre o mesmo
local com uma caneta hidrográfica. Não coloque o dedo entre a pele e a fita
métrica. Não faça medidas após atividades físicas.
A medida da cintura é realizada dois dedos acima do umbigo, e a do
abdômen dois dedos abaixo do umbigo.

5.1.5 Dobras cutâneas

Essas medidas são realizadas utilizando um aparelho chamado


adipômetro. Por meio dessa medida, teremos ideia da composição corporal.
Devem ser realizadas ao menos por três vezes. O aparelho deve ser colocado
diretamente sobre a pele e do lado não dominante.

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Figura 2 – Adipômetro

Créditos: Microgen/Adobe Stock.

5.2 Bioimpedância

É um exame realizado em balanças especiais que analisa a composição


corporal, indicando a quantidade aproximada de músculo, osso e gordura. As
balanças atuais, além de indicar o peso, também demonstram a quantidade de
músculo, gordura, água e calorias que o corpo queima ao longo do dia. Isso tudo
de acordo com idade, sexo e altura. Esse tipo de balança consegue avaliar esses
dados porque uma corrente elétrica passa pelo corpo por meio de placas de metal,
e essa corrente anda muito fácil pela água e, como os tecidos são muito
hidratados, eles deixam a corrente passar bem rápido. Mas a gordura e os ossos
têm pouca água, o que torna mais difícil a passagem. Assim, a diferença entre a
força da gordura em deixar a corrente passar, e a velocidade com que ela passa
nos tecidos, permite que o equipamento calcule o valor que indica a quantidade
de massa magra, gordura e água.
Portanto, quando quisermos saber a composição do nosso corpo, é só subir
descalço numa balança Tanita ou Omron ou segurar nas mãos as placas de metal
de um aparelho menor e de outro modelo. A diferença entre os dois aparelhos é
que, na balança, ele é mais preciso para a composição da metade inferior do
corpo, enquanto no outro, o resultado é mais para a composição do tronco, braços
e cabeça. A forma mais precisa para se saber a composição corporal é a balança,
que combina os dois métodos.

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Para se conseguir resultados exatos, temos que indicar corretamente os
valores de massa gorda e massa magra e seguir as seguintes recomendações:

• Evitar comer, beber café ou fazer exercícios físicos nas 4 horas anteriores;
• Beber de 2 a 4 copos de água 2 horas antes do exame;
• Não ingerir bebidas alcoólicas nas 24 horas anteriores;
• Não passar creme nos pés ou nas mãos;
• Usar roupas leves e pequenas para ajudar em resultados exatos.

Essa preparação é muito importante, porque se não houver hidratação


adequada, o corpo estará com água insuficiente para a corrente elétrica passar e
fornecer os dados corretamente.
Além disso, Ferreira Matos (2018), em seu blog, orienta que a
Bioimpedância InBody270, que utiliza a mais avançada tecnologia, poderá nos
fornecer os seguintes resultados:

• Água corporal total;


• Proteína;
• Minerais;
• Massa de gordura corporal;
• Massa muscular esquelética;
• IMC – Índice de Massa Corporal;
• Porcentual de gordura corporal;
• Massa magra de cada segmento corporal;
• Estimativa de gordura de cada segmento corporal;
• Taxa metabólica basal;
• Relação cintura-quadril;
• Nível de gordura visceral;
• Grau de obesidade;
• Histórico de composição corporal;
• Peso ideal baseado na composição corporal;
• Controle de gordura;
• Controle de músculo;
• Impedância de cada segmento corporal.

Além do mais, segundo dados adaptados de Zanin (2020), estes são os


valores de referência em que devemos nos basear:

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Quadro 1 – Valores de gordura corporal ideais para homem

20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos

Atleta menos de 11% menos de 12% menos de 14% menos de 15%

Bom 11% a 13% 12% a 14% 14% a 16% 15% a 17%

Normal 14% a 20% 15% a 21% 17% a 23% 18% a 24%

Elevado 21% a 23% 22% a 24% 24% a 26% 25% a 27%

Muito elevado mais de 23% mais de 24% mais de 26% mais 27%

Fonte: elaborado com base em Zanin, 2020.

Quadro 2 – Valores de gordura corporal ideais para mulher

20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos

Atleta menos de 16% menos de 17% menos de 18% menos de 19%

Bom 16% a 19% 17% a 20% 18% a 21% 19% a 22%

Normal 20% a 28% 21% a 29% 22% a 30% 23% a 31%

Elevado 29% a 31% 30% a 32% 31% a 33% 32% a 34%

Muito elevado mais de 31% mais de 32% mais de 33% mais de 34%

Fonte: elaborado com base em Zanin, 2020.

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Figura 3 – Balança de bioimpedância

Créditos: V74/Shutterstock.

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BIBLIOGRAFIA

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-funcional: Fundamentos


Recursos e Patologias. 3. ed. Barueri: Manoele, 2004.

MACEDO, R. M. A Construção da Beleza. São Paulo: Globo, 2005.

MATTOS, F. Como funciona o exame de bioimpedância? Blog Dr. Guilherme


Ferreira Mattos, 7 dez. 2018. Disponível em:
<https://ferreiramattos.com.br/blog/2018/12/07/como-funciona-o-exame-de-
bioimpedancia/>. Acesso em: 23 jun. 2021.

OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. São Caetano do Sul: Yendiz


Editora Ltda., 2014. v. 1.

PEREIRA, M. F. L. Recursos técnicos em estética. São Caetano do Sul: Difusão


Editora, 2013.

ZANIN, T. Bioimpedância: o que é, como funciona e resultados. Tua Saúde, 19


out. 2020. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/bioimpedancia/>. Acesso
em: 23 jun. 2021.

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AULA 3

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


TEMA 1 – ESTRIAS

As estrias são conhecidas há muito tempo, sendo consideradas uma


atrofia adquirida. O assunto sobre essa atrofia adquirida é escasso e antigo, e
muitos trabalhos que existem foram realizados por acaso, uma vez que, ao se
estudar um determinado assunto, descobriu-se a presença de atrofias lineares,
sinuosas, avermelhadas ou esbranquiçadas. Pouca atenção é dedicada a esse
problema, que hoje é considerado uma sequela irreversível. Elas são linhas
finas, frágeis, brilhantes e de coloração esbranquiçada.
Quando aparecem, possuem coloração avermelhada e, com o tempo, vão
perdendo a coloração até ficarem esbranquiçadas. Essa mudança é devido à
ausência de tecido fibrótico ocasionado pela ruptura da pele que se distendeu
além de sua capacidade. Muitas vezes, ela é caracterizada como se fosse uma
cicatriz.

1.1 Fatores que ocasionam o aparecimento da estria

1.1.1 Predisposição genética

As estrias dependem da capacidade, elasticidade e tonicidade do tecido


da pele de cada um, as quais são determinadas por fatores genéticos.

1.1.2 Fatores hormonais

A progesterona e o estrogênio, hormônios femininos, quando produzidos


exageradamente, podem fragilizar as fibras de colágeno e elastina. Este fato
pode acontecer quando a mulher se submete a algum tratamento, no qual utiliza
elevadas doses de corticoide.

1.1.3 Musculação excessiva ou crescimento rápido

Carregamento de peso exagerado ou crescimento rápido demais gera


hipertrofia muscular. Nos homens, costuma aparecer na região lombar e nos
braços, podendo, em alguns casos, surgir nos joelhos.

2
1.1.4 Alteração de peso rápido ou excessivo (efeito ioiô)

A incidência de estrias e flacidez em mulheres que engordam ou perdem


peso rapidamente é um problema bem evidente, e os médicos permanecem
indiferentes a esse distúrbio por considerá-lo exclusivamente estético.
Esse problema é muito desagradável aos olhos, passando a ter grande
importância social. E como saúde não é somente ausência de doença, temos
que nos preocupar também com o bem-estar físico e psicológico dos nossos
pacientes, pois esse problema gera um complexo nos pacientes quando esses
se expõem em praias e piscinas. Sendo o Brasil um país tropical, todos gostam
de frequentar as praias, expondo o corpo. A presença de estrias gera grandes
complexos e problemas emocionais, principalmente para os adolescentes.
As estrias são denominadas de atróficas pela sua apresentação, pois
atrofia é a diminuição de espessura da pele devido à redução do número e
volume de seus elementos. Costumamos chamar o problema de adelgaçamento,
pregueamento, secura, menor elasticidade, diminuição de pelos e, muitas vezes,
perda da coloração da pele no local afetado, ficando amarelada ou
esbranquiçada. Surge constantemente nos obesos; em mulheres, durante a
gravidez; em pacientes com síndrome de Cushing; naqueles que fazem uso de
cortisona ou que têm distúrbios nutricionais, infecções agudas ou outros
problemas.
A explicação para o aparecimento da estria é muito questionada, razão
pela qual foram criadas três teorias: a mecânica, a endocrinológica e a
infecciosa.

1.2 Teoria mecânica

Nessa teoria, acredita-se que o excessivo depósito de gordura no tecido


adiposo, principalmente quando ele acontece de repente, acaba causando
danos às fibras elásticas da pele, ocasionando estrias. Por isso, o indivíduo
obeso geralmente apresenta estrias. Os adolescentes também podem
apresentar sequelas ocasionadas pelo crescimento muito rápido, denominados
de “stretch marks”, ou também “striae cútis distensae”.
O estiramento da pele causa ruptura ou perda de fibras elásticas
dérmicas, gerando as estrias. Com base nessa explicação, os estudiosos
afirmam que a distensão abdominal causada pelo crescimento do feto ocasiona

3
a estria na gestante, assim como o estirão do crescimento causa estrias nos
adolescentes.
Wilkins et al. (1952) fizeram observações do aparecimento de estrias
púrpuras após o tratamento com cortisona em casos de pseudo-
hermafroditismo. Os autores relatam estrias vermelhas, em linhas longitudinais e
paralelas nos glúteos e região troncateriana. Eles consideram que a rápida
deposição de gordura nas regiões citadas é a causa das estrias, sugerindo
também que são parecidas com as que ocorrem durante a adolescência.

1.3 Teoria endocrinológica

Essa teoria afirma que o estiramento da pele, quer por crescimento ou


deposição de gordura, é o responsável pelo surgimento das estrias. Para Sisson
(1954), o que chama a atenção nas estrias em geral é que elas ocorrem em
crianças e adolescentes que podem ou não ser obesas. Elas são encontradas
em meninos ou meninas, obesos ou não, na adolescência, período mais
representativo de uma estimulação adrecortical que pode ser descrita como uma
“síndrome de Cushing fisiológica”. Em seu estudo, foi dada atenção especial às
estrias coloridas na presença de acne, à época em que as meninas
desenvolvem as mamas e os meninos genitais; e ao momento que surgem pelos
pubianos e axilares em ambos os sexos.
O autor não teve dúvidas a respeito da associação das estrias com a
atividade esteroide. Um exame da concentração de esteroides nesses
adolescentes com estrias não parece ser definitivo, pois o estímulo esteroide
para o crescimento pode estar presente em períodos variáveis. Em outras
palavras, o autor afirma que a estria ocorre espontaneamente em curtos
períodos de estimulação cortical, simulando uma aplicação exógena de
cortisona, ou pode se estender por vários anos durante toda puberdade.
Na adolescência, é comum o aparecimento de acne e estrias coloridas.
Mas em seu estudo, observou-se um tipo comum de acne severa em jovens
portadores de estrias coloridas.
Segundo Chernosky e Knox (1964), as estrias podem formar-se também
pela medicação prolongada com corticosteroides e, às vezes, após a aplicação
tópica prolongada de cremes com corticosteroides na pele.

4
1.4. Teoria infecciosa

Wiener (1947) sugere que processos infecciosos provocam danos às


fibras elásticas, provocando estrias. O autor notou em adolescentes a presença
de estrias púrpuras após febre tifoide, tifo, febre reumática, lepra e outras
infecções.

TEMA 2 – FLACIDEZ TISSULAR

A avaliação da pele sobre o tipo de flacidez é muito importante para


podermos traçar uma conduta correta quanto ao protocolo a ser utilizado.
Devemos, primeiramente, fazer uma análise visual, verificando se há pregas,
dobras e afrouxamento, pois a flacidez tissular refere-se à flacidez da pele.
Esse tipo de flacidez ocorre devido à perda da elastina presente na
derme, que vai diminuindo e começa a perder suas características e funções,
que são dar firmeza e elasticidade à pele. Em razão da perda da elasticidade e
extensibilidade, o colágeno começa a ficar rígido, proporcionando um aspecto
fino e frouxo à pele.
Guirro e Guirro (2010) afirmam que a flacidez de pele pode ser
identificada de acordo com algumas características.

2.1 Fase elástica

O tecido sofre uma tensão, mas volta ao normal quando a tensão parar.

2.2 Fase de flutuação

Quando a pele que sofreu algum tipo de agressão não volta mais ao que
era normalmente.

2.3 Fase plástica

A pele já apresenta ptose (queda) e ocorrem danos praticamente


permanentes, pois ela foi esticada ao seu limite.

5
2.4 Ponto de ruptura

É quando aparecem as estrias, pois ela sofreu um estiramento além do


seu limite e o corpo não conseguiu se ajustar. As regiões do corpo que mais
apresentam flacidez tissular são: abdome, tríceps e seios.

2.5 Como evitar a flacidez tissular

• A pele pode absorver as toxinas e os gases do ar poluído. Portanto, evitar


a poluição;
• Para eliminar as toxinas e manter as funções básicas da pele, beber água
em abundância;
• Fazer uso de vitaminas A, E e C, assim como cereais e frutas, que são
antioxidantes;
• Ter uma noite de sono reparadora, pois ao dormirmos, produzimos
substâncias regeneradoras para a pele;
• Para melhorarmos o metabolismo e a circulação sanguínea, devemos
praticar atividades físicas no mínimo duas vezes por semana;
• Usar protetor solar regularmente, pois os raios UV agem nas fibras de
colágeno e elastina, também podendo causar prejuízos às células;
• Usar creme hidratante de acordo com seu tipo de pele diariamente, pois
ele mantém a pele mais protegida das agressões externas, mantendo-a
hidratada;
• Evitar a ingestão de açúcares e carboidratos, pois eles aceleram o
envelhecimento.

Segundo Pereira (2013), quando consumimos muito açúcar, podemos


ficar com a pele mais flácida, pois ele aumenta o processo de glicação, deixando
a pele mais envelhecida. Assim, o açúcar é um fator importante no processo de
flacidez da pele, pois faz com que os lipídeos e a glicose se unam à elastina e
ao colágeno, causando o endurecimento dessas estruturas e fazendo com que
eles não façam os seus devidos trabalhos, que é promover a elasticidade e
estrutura da pele.

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TEMA 3 – DISCROMIAS

O número de produtos para clareamento da pele cresceu muito nos


últimos anos. Isto significa que as desordens pigmentares, incluindo o melasma
e a hiperpigmentação pós-inflamatória, registram-se como a terceira causa de
problemas dermatológicos, com grande incidência em hispânicos e em latinos.
As manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, variando na cor e
formato.

3.1 A melanina e a cor da pele

Um fator de grande importância para se ter uma boa aparência da pele é


a homogeneidade em sua coloração. Ela depende muito de fatores genéticos, da
estação do ano e do sexo.
Ninguém possui a mesma cor em todas as partes do corpo, pois essa
coloração depende da combinação de vários fatores: a espessura da pele, a
condição do extrato córneo e a quantidade de pigmentos existentes no corpo. As
células epidérmicas se apresentam com um tom natural branco ou amarelo, que
varia conforme sua espessura. Já os vasos sanguíneos ajudam com as cores de
acordo com o número, forma de dilatação, circunvizinhança com a exterioridade
da pele e grau de oxigenação, e aprovisionam uma cor em tom de roxo a
azulado, devido à hemoglobina. Os carotenoides também ajudam na formação
da cor, eles se encontram na hipoderme.
A cor da nossa pele deriva-se da melanina produzida por meio dos
melanócitos. É por esse motivo que os pesquisadores que atuam nos produtos
clareadores trabalham em primeiro lugar na redução da produção dos
melanócitos.
A pele negra é normalmente muito pigmentada, devido à alta
condensação de melanina: a proporção na epiderme é maior, sem diferenças no
número de melanócitos. Existem melanossomas grandes, que não estão junto,
em quantidade aumentada na camada basal e espalhados por todas as partes
da epiderme. No entanto, na pele caucasiana, a hiperpigmentação acontece por
meio da variedade no número, tamanho e agregação de melanossomas nos
melanócitos e nos queratinócitos.
A pele negra é a que mais apresenta variações de tons naturais na pele.
Existe 35 matizes, variando na intensidade, com laranja e azul.

7
3.2 Como ocorre a síntese da melanina

A melanina é um pigmento interno, condensado pelos melanócitos, que


são células especializadas que estão na camada basal da epiderme, no meio
dos queratinócitos basais. Os melanócitos em conjunto com os queratinócitos e
as células de Langerhans formam a unidade melanocitária, em que acontece a
melanogênese (síntese da melanina). Essa melanogênese é supervisionada
pelo hormônio estimulador do melanócito (MSH), além do estrógeno e
progesterona e pela enzima tirosinase.

3.3 Funções da melanina

• Dar cor à pele;


• Fotoproteção – tem como função refletir parte da radiação e absorver o
restante para fabricação de vitamina D;
• Neutralização dos radicais livres;
• Termorregulação (altera as radiações em calor).

A função fisiológica da melanina resume-se em fornecer a cor à pele e


proporcionar a fotoproteção. Utilizando filtro solar, a melanina reflete a radiação
UV. Quando a melanina é aumentada em sua produção por causa da
estimulação direta ou indireta, a pele tem uma reação de defesa, que é a de
proteger-se contra as agressões solares.
Depois da irradiação, os melanossomas se juntam em volta do núcleo
protegendo o material genético da célula. A pele é um órgão de proteção bem
eficiente em se proteger contra os danos físicos causados pelo sol. Portanto, a
melanina é muito importante para a proteção contra a lesão causada por
radiação ultravioleta (UV), mas caso ela esteja com a produção desordenada,
por fatores genéticos, hormonais e ações dos raios ultravioletas, poderá ocorrer
alterações na pigmentação cutânea, por problemas na modificação da produção,
na transferência ou na perda de melanina pela pele.
Outros fatores patológicos e também alguns remédios podem alterar a cor
da pele, ocasionando a discromia.

8
3.4 Discromia

Termo utilizado para alterações de colorações na pele, podendo ser de


origem endógena ou exógena. Diversos fatores são causadores dessas
modificações: excesso de exposição solar, alterações hormonais, reações
alérgicas, alterações genéticas, acidentes mecânicos (queimaduras), entre
outros. Essas alterações se apresentam muitas vezes em lugares localizados,
ou se separam por regiões ou em algumas áreas delimitadas do corpo.

3.5 Hipercromias, hiperpigmentações ou hipermelanoses

As desordens pigmentarias são oriundas de um desenvolvimento muito


grande de melanina. Essas manchas podem aparecer no envelhecimento, nas
alterações hormonais, nas inflamações, alergias, exposição solar, entre outros.

3.6. Melasmas

Caracterizada por manchas escuras ou acastanhadas, é uma


hipermelanose adquirida. Aparece com frequência em mulheres, nas regiões do
malar, centro-facial e mandibular. Esse tipo de mancha compromete o
embelezamento e a autoestima, porque elas são extensas e sem delimitação.
São classificadas em superficiais ou profundas, dependendo do local e excesso
do pigmento melânico.
Durante a gestação, ela pode aparecer ou piorar. Nessa fase, é chamada
de cloasma gravídico. Ela pode apresentar-se mesclada: excesso de pigmento
em certas áreas, como na epiderme e excesso de pigmento em outras áreas,
como na derme. O melasma epidérmico é caracterizado pelo aumento de
pigmento melânico na camada basal, que fica aumentado, e também por toda
epiderme, até mesmo no extrato córneo. O melasma epidérmico é caracterizado
pelo depósito de melanina nos macrófagos perivasculares ao redor dos vasos
superficiais e profundos.

TEMA 4 – ALOPÉCIA

É bem angustiante ver nossos fios de cabelos caindo para todos os lados,
no travesseiro, no pente ou escova, ou então na lavagem, quando escorrem pelo
ralo afora.

9
Antes de entrar em pânico, saiba que já temos tratamento para alopecia.
Conhecido também como calvície, é um estado genético caracterizado pela
queda dos cabelos. Pode ser por ação dos hormônios andrógenos e circulantes.
A alopecia afeta a qualidade de vida devido à evidência da estética atual, pois
toda mulher tem grande preocupação com os cabelos.
Esse problema vem sendo estudado há muito tempo pelas indústrias
farmacológicas e cosméticas, que procuram solução investindo em pesquisas
bastante elaboradas. A calvície é mais frequente no sexo masculino, embora
seja bem mais comum do que se imagina entre mulheres. No tocante às
mulheres, ocorre de forma mais branda.
A calvície nas mulheres é mais sútil e geralmente é disfarçada com penteados e
outros recursos. Estima-se que, no Brasil, a queda de cabelo hereditária atinja
dois milhões de mulheres. Este número, no entanto, é subestimado: apenas 1%
das pessoas vão em busca de recursos e tratamentos. A falta de cabelos abala
a autoestima e, naturalmente, também a vida profissional e pessoal.
Na mulher, as causas podem ser disfunções circulatórias, distúrbios nos
ovários ou nas glândulas tireoide e suprarrenal. Na verdade, todo desequilíbrio
hormonal interfere no ciclo capilar. Existem outras alterações que podem
desencadear o problema em homens e mulheres, entre elas: tratamentos contra
o câncer, doenças crônicas, febre, cirurgias e fatores genéticos.
A perda dos cabelos desenha uma coroa frontal pela rarefação dos
cabelos, que pode ser alopecia androgenética. É um processo dependente de
andrógenos e sua característica acomete 50% dos homens brancos, em idade
média de 50 anos. Embora não tenha consequência na saúde, a calvície afeta
muito a autoestima das pessoas.
A calvície também pode ocorrer por consequência de uma afecção
crônica dos folículos pilosos, chamada de alopecia areata (AA), devido a vários
fatores, evidenciados por doenças autoimunes e genéticas. Esse fator é
determinante para que ocorra uma destruição ou atrofia dos folículos e a queda
dos cabelos para a sua síntese. Nesse caso, poderá haver reversão do processo
de queda. A alopecia aerata pode ocorrer também na pré-disposição genética ou
estresse, sendo esse último mais frequente.
Os estudos atuais apontam que uma ou mais estruturas capilares
(glândulas sebáceas e germinativas, músculo eretor, folículo e bulbo capilar
etc.), na fase telógena (descanso) simplesmente adormecem.

10
A testosterona é outro fator que pode provocar a queda de cabelo. A
concentração circulante de testosterona nos homens é 20 a 30 vezes maior que
nas mulheres. Em certos tecidos, temos a presença do 5-a-redutase, como
glândula prostática, pele e folículos pilosos, fígado e cérebro, que converte a
testosterona no seu metabólito.

4.1 Anatomia do couro cabeludo

Sua estrutura é composta por um conjunto de tecidos moles que cobre e


protege o crânio. É composta pelo músculo epicraniano e do músculo frontal na
parte anterior; do músculo occiptal na parte posterior; dos músculos
temporoparientais nas laterais; da gálea aponeurótica na parte superior do
crânio; do tecido celular subcutâneo, da pele e dos pelos.

Crédito: Doodlart/Shutterstock.

Os pelos possuem uma estrutura fina e ceratinizada que é própria dos


mamíferos. São produzidos pelos folículos pilosos, os quais mostram uma parte
visível, que recebe o nome de haste, e uma porção intradérmica, que se chama
raiz. Junto ao folículo piloso, há a glândula sebácea, originando o folículo
pilossebáceo.
A haste do pelo é constituída por três partes: medula, córtex e cutícula.

• Medula: localizada no centro da haste capilar;


11
• Córtex: dá resistência aos cabelos. Sua composição é queratina e
melanócitos;
• Cutícula: é a camada mais externa do pelo. É formada por escamas e
protege o córtex.

4.2 Ciclo de crescimento capilar

Cada fio de cabelo cresce em torno de 0,3 mm a 0,4 mm por dia em ciclos
que são contínuos, possuindo fases distintas. Esses ciclos são: anágena
(crescimento), catágena (involução), telógena (repouso). Cada fio de cabelo
passa por essas três fases em períodos diferentes, e cada folículo passa pelo
ciclo de 10 a 20 vezes durante a vida.

Crédito: Lemberg Vector Studio/Shutterstock.

4.2.1 Fase anágena – é o crescimento

Fase ativa do crescimento do cabelo, que está em constante mitose na


matriz folicular. Pode durar de dois a seis anos no couro cabeludo.

12
4.2.2 Fase catágena – é a regressão

Pode ter duração de duas a três semanas.

4.2.3 Fase telógena – é o repouso

É a morte do fio, cessando totalmente a divisão celular e resultando na


queda do pelo, isto é, a haste se desprendendo. Sua duração é de um a três
meses. São perdidos normalmente de 50 a 100 fios por dia e, em seguida,
acontece uma nova fase, a anágena.

4.2.4 – Re-crescimento

A papila reativa e o novo cabelo aparecem e iniciam um novo


crescimento, que vai empurrar o cabelo antigo para fora do folículo. Por meio
das lavagens diárias dos cabelos, escovação e secagem, é inevitável a queda
acelerada.
Dessa forma, propiciar um estímulo exterior por meio da técnica de
intradermoterapia capilar é muito importante, pois irá acordar e ativar todo o
sistema, podendo o cabelo prosseguir em suas fases normalmente (anágena,
catágena e telógena, reinício da fase anágena, ou re-crescimento).

4.2.4.1 Análise dos cabelos segundo o teor de gordura dos fios

4.2.4.2 Cabelos normais

Cabelos visualmente saudáveis. Os fios possuem brilho, têm viço


equilíbrio e balanço.

4.2.4.3 Cabelos oleosos

Apresentam pouco volume, visual pesado, seu brilho é devido ao excesso


de óleo, que geralmente acompanha a queda.

2.2.4.4 Cabelos secos

A haste é ressecada, seu visual aparente é de bastante volume. O toque


é áspero e desagradável. O toque pode ser seco devido a químicas ou ser
natural.
13
4.2.4.5 Cabelos mistos

É a espécie mais comum. Geralmente é seco nas pontas e a raiz é


oleosa, por uso indevido de produtos químicos e inadequados. No primeiro
atendimento ao cliente, a ficha de anamnese fornece informações relevantes,
como o tipo de alimentação, remédios de uso contínuo e se faz tratamentos
químicos que podem danificar os cabelos.
É interessante saber também se o momento é de estresse, uma vez que o
estado emocional pode influenciar. Durante a amamentação, muitas mulheres
sofrem com queda dos cabelos, mas essa queda é passageira, pois cessa após
o período. Devido às alterações hormonais, no período da menopausa ou após,
também pode ocorrer uma rarefação dos fios, tornando-os finos e fracos.
Sabemos também que os cabelos sofrem com a ação de dietas radicais. Todos
esses fatores citados acima alteram as funções do couro cabeludo. O resultado
é oleosidade, descamações, irritações, queda dos fios e calvície.
Má circulação sanguínea, pentear agressivamente e outros fatores
mecânicos também aceleram o processo da queda, além dos desequilíbrios
citados acima. Como se não bastasse, surgiu um novo inimigo: desde 1999, os
laboratórios Nioxin, em parceria com a Universidade Tulane, nos EUA, vêm
pesquisando um parasita microscópico, o “demodex folliculorum”, que estaria
associado ao afinamento ou perda dos fios. Ele habita as áreas em que há maior
produção de sebo, que é seu alimento. Ele age alterando a qualidade dos fios e
destruindo o bulbo, podendo ser contagioso.
É interessante alertar o cliente para observar a higiene dos salões e
institutos de beleza que frequenta no quesito “higiene” e licença sanitária.
O segredo para manter o couro cabeludo saudável também está na
higiene diária e nos locais frequentados.
É importante não abusar dos finalizadores à base de proteínas animais,
pois eles são mais gordurosos, resinas plásticas e álcool solvente, deixam
resíduos na epiderme, além de dificultar o nascimento de novos fios.

14
TEMA 5 – PREPARO DA PELE PARA A INTRADERMOTERAPIA

A higienização da pele é um dos princípios básicos para se trabalhar com


a intradermoterapia pressurizada.
Devemos primeiramente analisar o tipo de pele do paciente, verificar se
os poros estão com secreção sebácea, miliuns, cravos ou comedões. Não
podemos trabalhar em uma pele sem primeiro efetuar uma limpeza profunda,
pois essas protuberâncias e lesões geralmente são contaminadas por bactérias.
Não se realiza nenhum procedimento estético sem antes preparar a pele,
primeiramente, iniciamos pela limpeza profunda; depois, podemos realizar um
peeling, de acordo com a textura que essa pele apresenta. Após o peeling,
realizamos uma hidratação, podendo aliar à hidratação uma estimulação do
colágeno e da elastina.
Assim, com todos esses procedimentos, melhoramos a textura da pele e
sua pressurização será mais fácil de ser realizada. Os injetores a jato têm seu
funcionamento com base na propulsão a jato de alta velocidade, perfurando a
pele para poder introduzir o ativo. Se a pele na qual iremos injetar estiver grossa,
com queratose, não conseguiremos perfurar com a propulsão, sendo que a
caneta injetora pode escorregar (devido à pele endurecida, ou com muita
seborreia) e escapar todo líquido contido na cápsula.
A pele devidamente preparada favorece a permeação do princípio ativo,
sem causar nenhum tipo de lesão.

15
REFERÊNCIAS

BORGES, F. S. Dermato Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas. São Paulo: Phorte, 2010.

BERGFELD, W. F.; MASLINE S. R. Guia para uma pele saudável e jovem em


qualquer idade. Rio de Janeiro: Campos Ltda, 1977.

CHERNOSKY, M. E.; KNOX, J. M. Atrofic Striac of after Occlusive Corticosteroid


Therapy. Archives of Dermatol. v. 90, n. 15, 1964.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-funcional: Fundamentos –


Recursos – Patologias. 3. ed. Barueri: Manoele, 2004-2010.

FASHEBER, D. et al. Disfunções dermatológicas aplicadas à estética. Porto


Alegre: Sagah, 2018.

MACEDO, R. M. A Construção da Beleza. São Paulo: Globo, 2005.

SISSON, W. R. Colorad Striae in Adolescent Children. J. Ped., v. 45, n. 520,


1954.

PEREIRA, M. F. Recursos técnicos em estética. São Paulo: Difusão, 2013.

WIENER, K. Skin Manifestations of Internal Disorders (Dermadromes). St.


Louis: Mosby, 1947.

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AULA 4

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

Agora, já sabemos a definição de intradermoterapia pressurizada, como


ela age e seus efeitos. Sabemos também que pode ser aliada a vários outros
procedimentos. Quando associada a outros procedimentos, essa técnica
proporciona melhor resultado.
Entretanto, para trabalharmos com ela, sem dúvida, precisamos relembrar
um pouco sobre a questão de biossegurança, EPIS e também sobre a
eletroterapia. Além disso, devemos considerar que a intradermoterapia deve ser
aliada aos equipamentos de radiofrequência e alta frequência para a obtenção
de melhores resultados, deixando o paciente satisfeito.
Quando somos procurados para melhorar o visual de um paciente,
precisamos estar cientes da responsabilidade que estamos assumindo, por isso
é imprescindível sabermos de todos os detalhes antes de aplicarmos a técnica.
O processo pode ser realizado por meio de uma variedade de produtos
disponíveis no mercado, mas precisamos ter certeza de que eles são licenciados
pela Anvisa. Além disso, conhecermos o caminho nos possibilita realizar o
melhor trabalho, por isso também devemos nos alicerçar em conhecimentos,
limites e obstáculos.
Nesta aula, iremos estudar um pouco sobre a eletroterapia e orientar
como podemos aliar esses equipamentos à intradermoterapia. Considerando
que nada é completo, é importante fazermos a junção de aparelhos
eletroterápicos, intradermoterapia e cosméticos para obtermos o efeito desejado
pelo nosso paciente.

TEMA 1 – BIOSSEGURANÇA E MATERIAIS DE EPIS

O principal objetivo da biossegurança é atuar no controle e na


minimização dos riscos provenientes da prática de diferentes tecnologias.
Sabemos que a biossegurança está vinculada a uma variedade de áreas, não
apenas à saúde, como se imagina. Ela praticamente tem feito parte do nosso
cotidiano profissional, mas também no lar.
Com a pandemia de Covid-19, aprendemos a ter o dobro de cuidado
diariamente, não só no nosso local de trabalho, mas em todos os lugares que
frequentamos. Com isso, aprendemos também que os Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) não são apenas elementos de uma norma

2
padronizada por uma instituição, mas fazem parte de um planejamento que visa
à saúde das pessoas envolvidas em situações de risco iminente.

1.1 Podemos dividir os EPIs por partes (zonas corporais)

1.1.1 Cabeça

• Proteção da cabeça: touca e máscara face shield;


• Proteção respiratória: máscaras e aparelhos filtrantes, próprios para cada
tipo de contaminante do ar;
• Proteção ocular e facial: óculos.

1.1.2 Membros superiores

• Proteção das mãos e dos braços: luvas (feitas em diversos materiais),


conforme os riscos envolvidos.

1.1.3 Membros inferiores

• Proteção dos pés e das pernas: sapatos, tênis e botas apropriados para
os riscos envolvidos.

1.1.4 Tronco

• Proteção do tronco: guarda-pós e aventais.

Segundo a Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1997, seção IV, art. 166,


toda empresa é obrigada a fornecer, gratuitamente em perfeito estado de
conservação, EPIs para seus funcionários, segundo a necessidade de trabalho e
o risco inerente.

1.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

O uso de EPI é um dos fatores de maior importância para o profissional


de estética. Nesse caso, a touca é essencial durante o trabalho com o paciente,
que, assim como o profissional que irá realizar o procedimento, deverá fazer uso
de touca descartável na cabeça.

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Crédito: Pang_Oasis/Shutterstock.

1.2.1 Protetor facial face sheald

Destinado à proteção contra Covid-19, deve ser utilizado por cima da


máscara descartável. Com ele, não há necessidade de usar óculos de
segurança.

Crédito: Hung Wee/Shutterstock.

1.2.2 Óculos de proteção

Deve sempre ser usado em procedimentos com uso de laser, led e


limpeza de pele. Tanto o profissional quanto o paciente devem usar os óculos,
que são próprios para uso durante o manuseio desse tipo de equipamento
(geralmente acompanham o equipamento, são óculos escuros). Para a limpeza
de pele, na hora da extração, são utilizados óculos de proteção transparentes.

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1.2.3 Protetores para tronco

O avental, guarda-pó, ou jaleco é utilizado em diversas áreas, indicado na


proteção da roupa contra agentes do ar, e também pela boa higiene e assepsia.
Na área da saúde, os aventais ou jalecos devem cobrir completamente as
vestimentas, ser fechados nas costas e ter mangas compridas.
É importante ressaltar que essa vestimenta deve ser usada somente
dentro do local de trabalho. Portanto, é fundamental não se esquecer de retirá-la
quando for sair para a rua, por qualquer motivo, ou mesmo quando for ao
banheiro, por ser um local que contém muitas bactérias.

1.2.4 Luvas

São frequentemente utilizadas em qualquer protocolo do trabalho do


esteticista, para evitar o contato com sangue e outros agentes microbianos.

Crédito: Irinasunnywind/Shutterstock.

1.2.5 Proteção dos membros inferiores

Sandálias, chinelos ou sapatos abertos podem colocar em risco o


trabalhador, por isso, o uso de sapato fechado é o mais recomendado.

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1.3 Higienização do local de trabalho

A sala de trabalho deve ser higienizada antes da entrada de um novo


paciente. Lençóis, toalhas, toucas e luvas deverão ser trocados também a cada
paciente. Em relação a toalhas e lençóis, de preferência, que sejam
descartáveis. O chão também deverá ser limpo, assim como a maca e todos os
equipamentos devem ser higienizados.
Não se esqueça de que, para executar o procedimento da
intradermoterapia pressurizada, o uso do êmbolo é individual e descartável.
Sabemos que as infecções virais são as mais frequentes em locais com
alta concentração de pessoas. Por isso, ainda mais agora com a pandemia de
Covid-19 (que certamente é uma infecção que estará sempre presente em
nossas vidas), atenda somente com hora marcada e não deixe concentrar vários
clientes em sua recepção.
Tome todos os cuidados ao receber o cliente/paciente. Solicite a limpeza
dos sapatos ou ofereça sapatilhas descartáveis, jaleco de TNT e a touca
descartável antes de entrarem no local de procedimentos. Álcool gel deve
sempre ser disponibilizado em todas as salas.
Após o término da sessão, ofereça um saco plástico ao paciente/cliente,
para que ele mesmo retire tudo e acondicione no plástico, depois, coloque em
uma lixeira especial.

Crédito: Komsan Loonprom/Shutterstock.

6
TEMA 2 – ELETROTERAPIA

Desde os tempos antigos, os fenômenos físicos que envolvem a


eletricidade estão sendo vigiados com bons olhos. Mas foi agora, nos últimos
séculos, que os estudiosos passaram a entender esse fenômeno e saber que é
muito importante para a medicina. Luigi Galvani deu sua primeira contribuição
em 1976, quando descobriu a eletricidade em animal, isto é, em uma perna de
rã. A partir de então, iniciaram-se as pesquisas, com várias experiências com a
eletricidade interna e externa ao corpo. Descobriu-se, então, que a eletricidade
dentro do corpo possui a capacidade de controlar e operar nervos, músculos e
órgãos. Assim, todas as atividades e funções corporais estão ligadas, de alguma
forma, à eletricidade.
A corrente elétrica é considerada um fluxo de elétrons. A força que faz
com que eles sejam movidos é a desigualdade de potencial elétrico, medida em
volts (V), entre o ponto no qual eles estão sendo colocados no sistema e o ponto
de onde estão sendo retirados. A velocidade de entrega dos elétrons é
denominada fluxo de corrente e é medida em amperes (A). O oposto ao
movimento de elétrons através de um condutor é denominado resistência do
condutor (R) e é medida em Ohm.
É importante lembrar que, no organismo do animal, a resistência não é
igual a qualquer simples resistência ôhmica, ela é a soma de muitas resistências
criadas pelas células e interstício de composições diferentes; e pelas
contracorrentes criadas pela polarização dielétrica e eletrolítica encontrada nos
tecidos, especialmente nas membranas celulares. No organismo animal, a maior
potência para a corrente elétrica é exigida pelo revestimento cutâneo,
influenciando grandemente sobre a resistência total do corpo. A parte mais
resistente é a camada córnea.
A eletricidade produz seus efeitos fisiológicos, segundo dois mecanismos
básicos: os fenômenos de campo e o movimento de cargas. Faraday criou uma
definição que foi vagarosamente elaborada, tornando-se uma das ideias
principais da física atual, a noção de campo. O campo elétrico, portanto, é uma
região do espaço na qual uma carga de prova fica sujeita a uma força elétrica.

7
2.1 Corrente farádica

É uma corrente pulsante, despolarizada, de baixa voltagem e pequena


intensidade. Origina-se de uma corrente alternada e funciona por meio de
frequência de impulsos.
Para um bom resultado, devemos usar essa frequência de forma suave,
lenta, respeitando as ações de contração e relaxamento (flexão e extensão) dos
músculos. Sua ação irá proporcionar aumento da irrigação sanguínea, dilatação
das vias linfáticas, revigoramento da musculatura e combate à flacidez, ajudando
a diminuir o excesso de gordura.
Para mencionar os efeitos terapêuticos e as aplicações dessas correntes,
é importante abordar os mecanismos fisiológicos da musculatura estriada ou
esquelética.
O músculo é formado por filamentos de actina e miosina. A interação
entre esses filamentos ocorre por meio de pequenas pontes, dispostas em
intervalos regulares, podendo ser vistas sob a forma de projeções dos filamentos
grossos em direção aos finos, obtendo-se energia para contração, quando um
grupo fosfato é separado do ATP. Essas fibras musculares apresentam uma
inervação que depende de uma fibra nervosa comum. A mioneural (união de
músculo e nervo) recebe o nome de ponto motor, que, normalmente, localiza-se
no corpo do músculo, à meia distância das inserções.

2.1.1 Efeitos fisiológicos

A contração muscular provocada pela estimulação elétrica é parecida com


a contração voluntária. Ela melhora o trofismo e, de acordo com a corrente,
aumenta o volume da massa muscular, auxiliando a oxigenação e o intercâmbio
metabólico celular. A contração e o descanso produzem uma ação de
bombeamento sobre os vasos venosos e linfáticos, dentro dos músculos e
também perto deles. Quando estimulada na região abdominal, os retos
abdominais produzem melhora da peristalse na musculatura visceral,
favorecendo o seu trânsito intestinal.
Assim, a estimulação elétrica é recomendada para flacidez muscular, pois
irá trabalhar com pressurização para a flacidez tissular, por isso é importante
fortalecer a musculatura antes do procedimento.

8
2.2 Corrente galvânica

Em 1780, Alexandro Volta descobriu a pilha elétrica, ocasião em que


também foi criada a corrente galvânica ou contínua. Foi no final do século XIX
que a medicina física iniciou o uso da corrente galvânica para a introdução de
medicamentos. Por exemplo, os tratamentos de processos inflamatórios e
reumáticos, com aplicações de soluções de sulfato de magnésio nas bursites;
histamina nas afecções reumáticas crônicas etc. No início do século XX, iniciou
o uso da iontoforese e ionoforese para mobilização de íons de ação cosmética,
chamada ionização cosmeto-dinâmica.
A corrente galvânica é unidirecional (utilizada em baixa voltagem e baixa
amperagem), direta, constante e contínua. Ela é constante em valor e direção e
se divide em: galvanização (efeito polares), iontoforese (ionização). A sigla para
essa corrente é CC (corrente contínua).
Essa corrente foi reduzida e adaptada ao uso estético, e sua unidade de
medida é o miliampère (mA). Ela é utilizada para tratamentos de iontoforese ou
ionização, desincrustação, eletrolifting, entre outros. Esse processo permite a
introdução de íons medicamentosos ou cosméticos através da epiderme e de
mucosas.
Por ser unidirecional, definida do polo positivo para o negativo, ou vice-
versa, pode promover a migração e o transporte de íons. A ionização é utilizada
para os protocolos de hidratação facial e de estrias, por ser uma técnica bem
eficaz que utiliza produtos hidrossolúveis para melhorar a constituição das fibras
elásticas.

Crédito: Hrytsiv Oleksandr/Shutterstock.

9
2.3 Corrente de alta frequência

É uma corrente alternada, muito elevada, que oscila levando luz e calor
para dentro dos tecidos. Ela não gera contrações musculares, mas, sim, calor. É
utilizada com eletrodos que possuem gás especial, o qual, em contato com a
pele, forma o gás de ozônio, com efeito bactericida e desinfetante. Esses efeitos
se tornam indispensáveis nos tratamentos de intradermoterapia, para a perfeita
cicatrização dos pontos de pressurização, pois diminui a proliferação de bactéria
aeróbia e elimina as bactérias anaeróbias.

Crédito: Marina Svetlova/Shutterstock.

2.4 Ultrassom

É a energia sonora produzida por oscilações mecânicas em um corpo. A


emissão de ondas ultrassônicas pode ser contínua ou pulsada, e quanto mais
alta a frequência, mais superficialmente irá atuar, atingindo 2 a 4 cm de
profundidade na camada da derme (3 MHz).
A frequência contínua produz mais calor e é indicada para terapias. Já a
frequência pulsada produz maior efeito mecânico, com ação analgésica, anti-
inflamatória e antiedematosa. Ajuda na lise da fibrose do tecido conjuntivo e
quebra da estrutura molecular das células de gordura, destruindo
automaticamente a celulite.
Recomenda-se que o procedimento seja realizado no local a ser
pressurizado.
10
TEMA 3 – CORRENTE RUSSA

As mesclas utilizadas para flacidez tecidual não chegam até a


musculatura. Ao fazer a anamnese e perceber que seu paciente/cliente possui
flacidez muscular, é aconselhável realizar um trabalho com corrente russa nessa
musculatura, para se obter 100% de resultado. São necessárias, no mínimo, dez
sessões, com o paciente/cliente atuando conjuntamente com o aparelho, em
exercícios.
Falaremos um pouco, então, sobre a corrente russa e seus efeitos. Trata-
se de uma corrente alternada, de média frequência (2.500Hz), com sistemas de
ondas sinusoidais, que pode ser modulada por pulsos (50Hz = 50 pulsos por
segundo) e é utilizada com fins excitomotores.
Utilizada exclusivamente para a estimulação mioelétrica, essa forma de
pulso é superior à corrente farádica, pois seu componente contínuo é zero,
minimizando, assim, a ionização da pele sob os eletrodos, além disso, o
estímulo sensório-motor é mais agradável.
Ela tem como objetivo fortalecer e tonificar a musculatura, pois possui o
atributo de elevar a capacidade muscular, e deve ser acompanhada de
exercícios físicos, mas não deve ser substituída por eles.
O trabalho de estimulação da corrente russa possui a capacidade de
recrutar mais unidades motoras, criando, em seguida, maior solicitação de fibras
musculares e maior sincronia entre elas durante a contração. As unidades
motoras compreendem o complexo funcional do músculo esquelético e são
formadas pelo neurônio motor e pelas fibras musculares que esse neurônio
inerva.
A corrente russa, ou estimulação russa, é o nome que foi dado ao
tratamento de tônus muscular realizado por eletroterapia. É muito utilizada em
tratamentos estéticos de flacidez muscular e também na modelagem corporal.
Dentre os efeitos mais importantes, estão o aumento do trofismo muscular e a
ação sobre os sistemas linfático e circulatório.
Devido ao recrutamento das unidades motoras, ocorre hipertrofia das
fibras musculares. As estruturas das fibras são modificadas pelos estímulos
elétricos, tornando as fásicas em tônicas e vice-versa. Essa propriedade é
garantida pela frequência de despolarização das fibras musculares. Aplicada em

11
voluntários, conseguiu-se demonstrar a eficácia do resultado com relação ao
ganho de força muscular.
Como as repetidas contrações e relaxamentos influenciam na aceleração
dos sistemas linfático e circulatório, é favorecida também a eliminação de
toxinas, contribuindo para o retorno venoso.

3.1 Contraindicações

Suas contraindicações incluem: portadores de marca-passo cardíaco,


epilepsia, neoplasia, próteses metálicas no local da aplicação, gestantes, lesão
muscular, lesões nervosas, miopatias graves, tromboses e flebites.

Crédito: Rodrigobark/Shutterstock.

TEMA 4 – RADIOFREQUÊNCIA

A radiofrequência é considerada uma estimulação eletrotérmica


controlada e exerce influência sobre a neoformação do colágeno dérmico e dos
tecidos conjuntivos adjacentes. É altamente eficiente sobre os tecidos biológicos,
promovendo microdanos controlados e capazes de produzir efeitos fisiológicos
que favorecem a revitalização tecidual. É uma técnica considerada não invasiva,
cujo objetivo principal é remodelar o colágeno e produzir calor concentrado na
derme.
O calor produzido por essa onda tem a capacidade de elevar a
temperatura da derme, por meio da resistência natural dos tecidos, quando
ocorre a passagem de uma corrente alternada, provocando movimentação

12
rápida das moléculas de água, aumentando a temperatura da derme em mais ou
menos 55 °C e ganhando um dano dérmico controlado, sem provocar
queimaduras.
A injúria dérmica provocada na derme afeta a vascularização e, com isso,
ocorre uma vasodilatação e hiperemia, facilitando a ramificação dos fibroblastos
(que estimulam a neocolagenogenese) e atuando na fragmentação das células
adiposas, induzindo a apoptose. O corpo responde a altas temperaturas pela
estimulação de uma proteína denominada proteína de choque térmico (Heat
Shoc Proteins – HSP). A elevação da temperatura estimula a formação de HSP-
47, proteína que protege o colágeno tipo I durante a sua síntese. Sua liberação
ocorre em resposta imediata à agressão causada por altas temperaturas.
Essa hipertermia gerada no nível da derme produz o estímulo da síntese
na célula dessas proteínas HSP, causando a expressão de TGF-beta-1 (fator
transformador de crescimento beta-1), que, por sua vez, estimula a HSP-47,
fazendo com que os fibroblastos reajam, aumentando a produção de colágeno.
A aplicação da radiofrequência nos tecidos gera ondas de energia, que
induzem a uma oscilação de alta velocidade molecular e causam um
deslocamento das partículas carregadas, o que implica em movimentos de
rotação das moléculas de água e de outras também aquecidas. Em decorrência
de sua condutividade térmica, as moléculas de água aquecidas espalham sua
energia térmica para os tecidos ao lado.
O objetivo da aplicação é aumentar a temperatura do tecido de acordo
com o tratamento a ser realizado, desencadeando uma cascata de reações
fisiológicas: vasodilatação, aumento do metabolismo local e estímulo à formação
de novo colágeno ou neocolagênese.
Antes de realizar tratamento com as mesclas para flacidez tecidual, por
meio da intradermoterapia, devemos preparar a pele com algumas sessões (no
mínimo quatro) de radiofrequência, para se obter melhores resultados.
Aconselha-se, também, realizar a radiofrequência no terceiro dia após o
protocolo com a intradermoterapia pressurizada facial, para espalhar na derme o
produto da mescla que foi pressurizado.

13
Crédito: Ksenija Ok/Shutterstock.

TEMA 5 – LASER E LED

Traduzindo para o português, esses termos significam amplificação da luz


por emissão estimulada de radiação.

5.1 Os aparelhos de raio laser

Os aparelhos de raio laser emitem ondas óticas que podem pertencer a


qualquer comprimento do espectro das ondas eletromagnéticas óticas. Existem,
portanto, aparelhos emissores de luz visível e outros de luz invisível.
Os aparelhos de laser diferem de outras fontes de ondas óticas porque
emitem um púnico comprimento de onda (uniformidade da frequência, ondas
monocromáticas) e porque há coincidência de começo e fim das ondas emitidas
(sincronização da emissão). Os feixes de luz emitidos pelo aparelho laser são
coerentes (paralelos entre si), e não divergentes, como os de outras fontes
luminosas. A monocromia da cor, a sincronização das ondas e a coerência dos
feixes são os fatores responsáveis pela energia extraordinária dos aparelhos de
laser.
Entretanto, a fototerapia de baixa e média potência não gera danos
teciduais.

5.2 Os leds

Os leds são fontes emissoras de luz mais acessíveis, do ponto de vista


econômico, e possuem maior área emissora de luz, se comparados ao laser. A
banda mais ampla de comprimento de onda do led é uma vantagem para os
14
mais diversos tratamentos, pois permite a absorção da luz por diferentes
cromóforos. Os leds apresentam grande vantagem sobre as lâmpadas
incandescentes convencionais, pois não possuem filamentos que queimam
facilmente, o que gera maior tempo de vida útil e menor consumo energético.
Para a hidratação da pele e clareamento das manchas, o led azul é muito
utilizado. Podemos fazer uso desse tipo de led para o preparo da pele na
hidratação para futuro protocolo de intradermoterapia.

Crédito: New Africa/Shutterstock.

15
AULA 5

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

Um dos pontos mais importantes desse estudo são os protocolos dos


tratamentos e seus efeitos. Já ficou bem claro que para se trabalhar com a
intradermoterapia pressurizada devemos ter conhecimento de anatomia,
fisiologia e farmacologia. Também, sabemos que na utilização das mesclas
devemos ter muito cuidado, pois pode haver intercorrências.
Dessa forma, é importante rever os conceitos, garantindo a segurança de
seu paciente, e também seu prestígio como profissional. Para isso, existe a
necessidade de se conhecer a técnica a fundo e também os riscos que ela pode
oferecer.
Embora a intradermoterapia seja uma técnica segura, não podemos nos
esquecer de que os riscos existem pela ausência de conhecimento da técnica e
também da higiene necessária durante e após o trabalho.
Além disso, é necessário realizar uma ficha de anamnese bem completa,
sem se esquecer de solicitar a assinatura do paciente dando consentimento para
a realização do tratamento.
Os critérios devem ser respeitados, evitando incompatibilidades físicas e
químicas citadas pelo paciente. Logicamente, não é só injetar! Precisamos saber
como injetar, os locais onde se pode injetar, quais aparelhos utilizar durante o
procedimento, enfim, os protocolos que devem ser seguidos. A
intradermoterapia é um processo simples, mas nem por isso é banal e comum.
O objetivo desta aula é capacitar você a escolher suas mesclas e seus
equipamentos. Para isso, iremos abordar as mesclas para intradermoterapia
pressurizada nos seguintes tratamentos:

• Envelhecimento e flacidez tissular (rosto e corpo);


• Gordura localizada e celulite (FEG);
• Estrias;
• Capilar;
• Clareamento.

2
TEMA 1 – INTRADERMOTERPIA PRESSURIZADA NO ENVELHECIMENTO E
NA FLACIDEZ TISSULAR (ROSTO E CORPO)

Sabemos que o envelhecimento ocorre quando a qualidade das fibras


colágenas diminui ou, então, quando a ação gravitacional age sobre a pele.
Sendo assim, para melhorar o tecido conjuntivo, precisamos estimular os
fibroblastos e melhorar a sustentação da pele.

1.1 Indicações de mesclas da linha de cosméticos Cosmobeauty

As informações que apresentamos a seguir foram fornecidas pela


empresa Cosmobeauty.

1.1 .1 Indumax

• É um fluido dermoultraconcentrado.
• Indicação: flacidez dérmica de glúteos, coxas, pernas, abdômen, flancos,
braços e papada.
• Atua no fortalecimento da pele, reduzindo a flacidez e a perda da
tonicidade.
• Podemos utilizar a seguinte mescla: DMAE, Raffermine, D_Pantenol,
ácido hialurônico e Zirhafirm.
• Aplicações: ângulo de 90° a 45º.

1.1.1.1 Modo de usar

• Quantidade por ponto: 0,1 a 0,2 ml, com total de 10 ml.


• Tratamento semanal, com dez sessões, no mínimo.

1.1.2 Indumax Pressuriderm – Botuline A

É um soro concentrado, com poderosa ação botox-like. Promove ação


dermodescontrátil (relaxamento) sobre as rugas e linhas de expressão geradas
pelo excesso de contração (rugas estáticas), suavizando-as e devolvendo à área
um aspecto harmônico. Confere poderosa ação rejuvenescedora e prolonga os
efeitos da toxina botulínica.

3
1.1.2.1 Modo de usar (técnica sem agulha)

a. Técnica: prócero e corrugador

• Intervalo: semanal ou quinzenal.


• Volume: 0,03 a 0,05 ml.
• Modo de aplicar: com estiramento da pele.
• Ângulo da pressurização: 90°.

Crédito: Jefferson Schnaider.

b. Técnica: músculo frontal

• Intervalo: semanal ou quinzenal.


• Volume: 0,02 a 0,04 ml.
• Aplicação: com estiramento da pele.
• Ângulo de pressurização: 90º.

Crédito: Jefferson Schnaider.

4
c. Técnica: orbicular dos olhos

• Intervalo: semanal ou quinzenal.


• Volume: 0,03 a 0,05 ml.
• Aplicação: superficial.
• Ângulo de pressurização: 45º.

Crédito: Jefferson Schnaider.

d. Técnica: orbicular da boca

• Intervalo: semanal ou quinzenal.


• Volume: 0,01 a 0,02 ml.
• Aplicação: com estiramento da pele.
• Ângulo de pressurização: 45º.

Crédito: Jefferson Schnaider.

5
e. Técnica: mento e platisma

• Intervalo
• Volume: 0,02 a 0,04 ml.
• Aplicação: com estiramento da pele.
• Ângulo injetor: 90°.

Crédito: Jefferson Schnaider.

1.2 Indicações de mesclas da linha de cosméticos Smart GR

As informações que apresentamos a seguir foram fornecidas pela


empresa Smart GR.

1.2.1 Flacipress

• Efeito tensor, tratamento anti-idade e de pálpebras.


• Ideal para peles maduras e desestabilizadas.
• Sua fórmula é rica em ativos tensores, hidratantes, vitaminas e minerais.
• Ativos: nano ácido hialurônico; lipoxyn tripeptídeo – 41; silício orgânico;
DMAE; colágeno; vitamina C; epidermosil.

1.2.2 Volupress

• Efeito volumizador, super-hidratante e redutor de rugas.


• Indicado para todo o rosto.
• Aumenta a elasticidade da pele.
• Fórmula, exclusiva da Smart GR, que promove a melhora na elasticidade
e firmeza da pele do rosto, hidratando e melhorando seu aspecto geral.

6
• Também é indicado para rugas.
• Ativos: nanofactor EGF; nanofactor aFGF; ácido hialurônico; colágeno e
TGFB3.

1.2.3 Modo de usar

• Frequência: uma ou duas vezes por semana.


• Quantidade por ponto: 0,1 a 0,2 ml, com total de 10 ml.
• Efeitos colaterais: edema, hematoma, hipervascularização, ardor e
sensação de calor local são comuns, pois a microlesão gerada e as
substâncias injetadas podem causar essas sensações.
• Pequenas gotículas de sangue no local da aplicação são esperadas, já
que há uma microperfuração.

1.2.4 Contraindicações

Cirurgias recentes nas áreas de aplicação; cortes ou lesões nos locais de


tratamento; doenças agudas; febre; alterações cutâneas; pele inflamada ou
infeccionada; feridas; psoríase; problemas de circulação sanguínea; alergias ou
pele sensível; saúde debilitada; doenças dermatológicas; distúrbios de
coagulação; distúrbios do colágeno.

1.3 Indicações de mesclas da linha Mezzo Dermocosméticos

As informações que apresentamos a seguir foram fornecidas pela


empresa Mezzo Dermocosméticos.

1.3.1 Mezzotherapy Derm Booster

O Derm Booster é um fluido facial para construção de banco de colágeno


(Técnica Skinbooster).

1.3.2 Concept T.I B. Like

É um dos maiores avanços científicos na área da cosmetologia. Com uma


formulação inovadora, é o primeiro cosmético capaz de atuar na redução não
invasiva das rugas mímicas, isso graças à sinergia entre ativos inéditos no
Brasil. É o primeiro com peptídeo em pó (Copper Tripeptide-1), em altíssima

7
concentração, além do neuropeptídeo semelhante à toxina boltulínica, a melhor
solução para prevenir e reduzir as linhas de expressão.
Possui atividade pré-sináptica e pós-sináptica nas contrações musculares,
com excelente eficácia e um mecanismo de ação única. Possui, ainda,
detoxondria e IDP-2, que juntos atuam na melhora da oxigenação tecidual e do
brilho da pele, além de diminuir os sinais de fadiga.
Portanto, estas são as marcações que devem ser feitas para a realização
do procedimento de pressurização.

Crédito: Jefferson Schnaider.

TEMA 2 – MESCLAS PARA INTRADERMOTERAPIA PRESSURIZADA EM


GORDURA LOCALIZADA E CELULITE (FEG)

A alteração das células de gordura cria uma adiposidade localizada, que,


muitas vezes, é caracterizada como distúrbio do metabolismo da gordura ou
crescimento anormal de gordura, o qual gera insatisfação entre homens e
mulheres e tem sido uma das principais queixas em estética. Para minimizar ou

8
até mesmo eliminar essa insatisfação, várias abordagens terapêuticas de alta
tecnologia, minimamente invasivas, foram criadas.
A intradermoterapia é uma tecnologia sem agulha que visa liberar
medicamentos na pele por meio de força mecânica, pressão de gás e ondas de
choque, sem a necessidade de injetá-los com agulhas, permitindo o tratamento
de diversos aspectos estéticos (gordura localizada, flacidez e celulite) e
promovendo maior conforto ao paciente durante o procedimento.

Crédito: Jefferson Schnaider.

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2.1 Lipopress – mescla para gordura localizada, celulite e lipoaspiração de
papada

As informações que apresentamos a seguir foram fornecidas pela


empresa Smart GR.

2.1.1 Lipolisse

Complexo celulítico revolucionário que apresenta em sua composição


estimulantes de lipólise. Melhora a circulação sanguínea, elimina edemas e
hematomas.

2.1.2 Ativos

Cafeína, L-carnitina, café verde e asiaticoside (centella asiática).

2.1.3 Locais que podem ser pressurizados

Crédito: Jefferson Schnaider.

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2.1.4 Efeitos após as aplicações

Crédito: Jefferson Schnaider.

TEMA 3 – MESCLAS PARA INTRADERMOTERAPIA PRESSURIZADA EM


ESTRIAS

Estrias são lesões ocasionadas pelo rompimento de fibras elásticas e


colágenas que dão sustentação à camada intermediária da epiderme. O objetivo
da intradermoterapia nas estrias é provocar uma reação inflamatória para
estimular a cicatrização, acionar os fibroblastos e reconstruir os tecidos com
ativos específicos.
Pressurizaremos nas estrias a mescla da Cosmobeuty, com o seguinte
composto: silício, ácido glicólico e vitamina C, podendo associar na formulação
ácido hialurônico e condroitin.
A pressurização deve ser em ângulo de 90° a 45º; na quantidade de 0,1
ml por ponto; com tratamento semanal; e, no mínimo, oito sessões.

TEMA 4 – MESCLAS DE INTRADERMOTERAPIA PRESSURIZADA PARA


TRATAMENTO CAPILAR

Tanto em homens quanto em mulheres, ocorre a perda e o


enfraquecimento dos cabelos ao longo da vida. Uns em maior grau, outros em

11
menor, os homens são os mais afetados pela calvície (alopecia androgenética).
Mas as mulheres também podem sofrer, em menor grau, em consequência dos
hormônios (androgênicos).
O objetivo da pressurização é estimular a microcirculação no couro
cabeludo, ativando o folículo capilar e promovendo uma fase maior de
crescimento do cabelo.
As mesclas da Cosmobeauty para pressurização são compostas de: IGF
(fator de crescimento insulínico); VEGF (fator de crescimento vascular); BFGF
(fator de crescimento fibroblástico); Biotina e minoxidil.
A pressurização deve ser realizada em ângulo de 90º a 45º; na
quantidade de 0,1 ml por ponto; com tratamento semanal, uma a duas vezes por
semana, intercalando as mesclas. Deverão ser pressurizadas, no mínimo, dez
sessões.

TEMA 5 – MESCLAS DE INTRADERMOTERAPIA PRESSURIZADA PARA


CLAREAMENTO DE MANCHAS

5.1 Informações obtidas com a PHD do Brasil

Conseguimos referências da PHD: caixa contendo cinco frascos de 10 ml.


Pressurização de 0,1 ml por ponto, totalizando 10 ml. Deverão ser
pressurizadas, no mínimo, dez sessões.
Formulação: Wonderligth 0,3% + Nopigmerin 0,3% AA2G 0,5% + Alfa
Arbutin 2% + Ácido Tranexâmico 0,08% + Nanofator TGP2 0,1% + Resveratrol
0,001%.

5.2 Clareamento de manchas – mesclas da Biometil (laboratório


farmacêutico)

Mescla para tratamento de manchas e melasmas – 10 ml. Produto pronto


para pressurização.
Principais benefícios:

• Tratamento intenso de manchas na pele;


• Tratamento intenso de melasmas;
• Clareamento da pele;
• Hidratação.
12
Desenvolvido para uso em canetas pressurizadas e microagulhamento.
Composição: ácido kójico; ácido tranexâmico; ácido glicólico; vitamina C
eprocaína procaína.

5.3 Orientações e cuidados após a intradermoterapia pressurizada facial


ou corporal

Recomenda-se evitar:

• Massagem no local da área pressurizada;


• Viagens aéreas logo após a aplicação;
• Exposição solar nos próximos 10 a 15 dias (sem se esquecer de usar
diariamente o filtro solar).

Podem ser notadas hiperemia e edema nos pontos que foram


pressurizados. Essa manifestação é normal e desaparece entre 48 e 72 horas.

13
REFERÊNCIAS

Informações cedidas por:

• Cosmobeauty – Empresa de Cosmético

• Smart GR

• Mezzo – Pharmaceutical

• Biometil – Laboratório Farmacêutico

• PHD do Brasil

14
AULA 6

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Prof.ª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

Para aprender a pressurizar com o sistema de injeção sem agulha, chamado


de “caneta pressurizada ou caneta programada”, antes é necessário saber
posicionar o êmbolo na pele esticada pela mão esquerda ou em uma prega cutânea:
verticalmente, para ser subcutâneo e ter uma ação intensa ligada à reabsorção
rápida dos produtos injetados; ou, ao contrário, mais obliquamente, para ser
intradérmico e ter uma ação prolongada ligada, nesse caso, à reabsorção lenta dos
produtos injetados. Esse processo, aliado à tecnologia de equipamentos e
cosmetologia, fará com que tenhamos melhores chances de sucesso em nossos
procedimentos.
Sabemos que um dos grandes problemas das brasileiras é a celulite, mas,
atualmente, isso é outra história, visto que a intradermoterapia passou a ser uma
grande técnica auxiliadora. Vale checar e mostrar ao paciente que essa nova terapia
tem um grande potencial para apresentar resultados duradouros. Será um coquetel
de ingredientes usados de acordo com a encomenda: justo no lugar onde a celulite
mais precisa.
A variedade de produtos disponíveis no mercado e, também, as marcas de
canetas não diferenciam a forma de trabalho. Devemos apenas considerar que a
técnica do procedimento é a mesma. Os protocolos que iremos apresentar são fruto
de rica experiência prática realizada em pacientes que ficaram muito satisfeitos.

TEMA 1 – PREPARO DA PELE PARA O PROCEDIMENTO DE


INTRADERMOTERAPIA FACIAL

Para obtermos resultados satisfatórios nos procedimentos de


intradermoterapia, é importante conscientizar o paciente que só podemos trabalhar
numa pele íntegra, sem infecções ou lesões.
Após análise da pele e do preenchimento da ficha de anamnese, devemos
iniciar o protocolo com uma boa limpeza de pele.

1.1 Protocolo de limpeza de pele profunda

• Limpar ou demaquilar a epiderme;


• Fazer uma leve esfoliação;
• Promover um peeling ultrassônico, ou outro de sua preferência;

2
• Colocar bandagens com loção emoliente para cravos e comedões;
• Deixar no vapor com ozônio por 15 minutos;
• Fazer as extrações de miliuns, cravos, seborreia, comedões, pústulas e todas
as sujidades encontradas, liberando os folículos e os poros;
• Passar loção calmante;
• Usar o aparelho de alta frequência para acalmar e cicatrizar as lesões;
• Colocar máscara calmante na face, por 15 minutos, retirar e tonificar;
• Fazer laser de baixa potência na programação de hidratação;
• Passar hidratante com filtro solar e aguardar, em média sete dias, ou até que
a pele esteja íntegra, para iniciar o tratamento com intradermoterapia;
• Orientar o paciente a usar seu home care continuadamente.

TEMA 2 – PROTOCOLO PARA INTRADERMOTERAPIA FACIAL

2.1 Preparo da caneta e mescla

• Escolher a mescla com a qual irá trabalhar;


• Preparar o êmbolo com a mescla;
• Colocar 0,4 ml de líquido dentro do êmbolo, para cada dose que irá injetar;
• Encaixar o êmbolo na caneta e mesurá-la de acordo com a quantidade da
mescla colocada. As doses variam de acordo com o equipamento utilizado.

Crédito: Jefferson Schnaider.

3
Crédito: Jefferson Schnaider.

2.2 Limpar a pele e marcar os pontos

• Após higienizar a pele com produto de ação antibacteriana, marcar e


desenhar os locais que serão pressurizados;
• Deixar o distanciamento de um dedo entre um ponto e outro.

Crédito: Jefferson Schnaider.

4
2.3 Pressurização

• Após a demarcação, pressurizar nos pontos;


• Antes de retirar a caneta, contar até 30 e apertar o local com gaze embebida
em loção antisséptica, pois poderá haver sangramento;
• Em seguida, vá para outro ponto, e assim por diante;
• Ao término da pressurização, executar o aparelho de alta frequência e passar
loção calmante. Também, podemos usar um produto da marca Árago, que se
chama Selante. Passar esse creme em toda a face;
• Nunca se esquecer de passar o filtro solar, para o paciente ir embora
protegido;
• Solicitar ao paciente que evite ingerir os seguintes alimentos por três dias:
ovo, carne de porco, frutos do mar, camarão e peixe.
• Lembrar ao paciente que é normal o local trabalhado ficar inchado e
vermelho. Após duas horas, em média, tudo voltará à normalidade;
• Solicitar ao paciente que retorne no terceiro dia para outro procedimento.
Nessa próxima sessão, será realizado o procedimento de radiofrequência,
para ajudar a espalhar o produto na derme e, assim, se obter melhor
resultado.

TEMA 3 – REALIZAÇÃO DE RADIOFREQUÊNCIA FACIAL

A radiofrequência é indicada em todos os casos que requerem aquecimento


de pele e ativação da circulação sanguínea para melhorar a absorção dos produtos
e estimular o colágeno e a elastina local. Pode ser realizado no rosto e também no
corpo.

3.1 Sequência do trabalho

• Fazer a limpeza prévia da pele com produto específico;


• Executar esfoliação ou peeling ultrassônico;
• Tonificar, após o término da esfoliação ou peeling;
• Passar glicerina líquida no local, para deslizamento da manopla do
equipamento;
• Aferir o equipamento, cuja temperatura não pode ultrapassar 39° C;
• Trabalhar três minutos por quadrante;

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• Após o término, limpar muito bem e realizar um protocolo de hidratação facial.

3.2 Frequência das aplicações

Realizar outro trabalho de pressurização na semana seguinte, seguindo o


mesmo protocolo citado acima, até completar quatro sessões de cada um. Seguir
esta ordem: fazer a pressurização e, após 3 dias, aplicar a radiofrequência com
hidratação.
A radiofrequência poderá ser substituída por microagulhamento, dependendo
do problema do paciente. É tudo uma questão de anamnese e montagem de
protocolo.

Créditos: ltim/Shutterstock; Peakstock/Shutterstock.

TEMA 4 – PROTOCOLOS PARA PROCEDIMENTOS CORPORAIS

Primeiramente, deve ser feita a ficha de anamnese, para verificar qual é a


queixa do paciente, sem esquecer que o trabalho de pressurização não atinge
musculatura. Caso seja detectada flacidez muscular, deve-se trabalhar
primeiramente com o equipamento de corrente russa e, após, é possível fazer a
pressurização. Vinte e quatro horas depois, pode ser feito o trabalho com a
radiofrequência. É importante não se esquecer de usar o aparelho de alta frequência
após a pressurização.

4.1 Protocolo para estrias

• Pressurizar a mescla para estrias;


• Depois, realizar o microagulhamento na mesma sessão;
• Realizar quantas sessões forem necessárias;
• Não se esquecer de marcar o local, sempre com o distanciamento de um
dedo entre uma pressurização e outra.

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4.2 Protocolo para celulite e gordura localizada

• Pedir ao paciente para comprimir o glúteo;


• Marcar o local onde ficarem os furinhos da celulite, para fazer a
pressurização;
• Utilizar o equipamento de ultrassom no local a ser pressurizado, massagear e
depois pressurizar;
• Realizar alta frequência no local que foi trabalhado;
• Após 24 horas, é possível realizar o protocolo de radiofrequência;
• Na primeira aplicação, deve ser utilizado 1 ml da mescla, na segunda sessão,
2 ml;
• O procedimento deve ser realizado uma vez por semana.

4.3 Gordura localizada nos flancos, braços e no abdômen

É chamada também de lipoenzimática e pode ser realizada nos flancos,


naquelas gordurinhas do sutiã e demais gorduras localizadas. Devemos injetar 5 ml
de mescla redutora de gordura em cada ponto.
Esse tipo de terapia não funciona como produto emagrecedor. Assim, para
um trabalho completo, devemos atuar primeiramente com o equipamento de
ultrassom ou Manthus no local a ser pressurizado. Após o ultrassom, realizamos a
marcação, com dois dedos de distância entre um ponto e outro. Caso haja muita
gordura, devem ser marcadas com duas fileiras, mas, se for pouca gordura, apenas
uma fileira. Sendo assim, pressurizamos, contamos até 20 e soltamos. É necessário
apertar com gaze e produto antisséptico, pois poderá ocorrer sangramento.

Créditos: Aerogondo2/Shutterstock.

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Feito isso, é preciso limpar a pele do paciente e executar alta frequência em
todos os pontos que estarão avermelhados e inchados. Depois de finalizado o
procedimento, deve ser solicitado que o paciente retorne em três dias para realizar a
radiofrequência.

TEMA 5 – DIFERENÇA DE AÇÃO ENTRE A INTRADERMOTERAPIA


PRESSURIZADA E A MESOTERAPIA

Basicamente, as duas técnicas atuam nas mesmas disfunções, mas a


mesoterapia consiste na aplicação de ativos e medicamentos utilizando agulhas,
com injeções subcutâneas.
Ao injetar com agulhas, o produto entra mais profundamente e pode chegar
até o músculo. Entra e faz pequenas “poças”, que lentamente vão sendo absorvidas
pelas células vizinhas. O acúmulo do produto fica localizado no pequeno lugar onde
foi injetado, o que exige que sejam feitas várias aplicações, com pequenas
quantidades de produto.
A intradermoterapia pressurizada injeta o produto por pressão e o líquido
entra espalhando ao redor e atingindo uma área maior e menos profunda. Atinge
maior número de células, podendo colocar mais produto e fazer um número menor
de aplicações. Além disso, o produto só atinge até a hipoderme.

Crédito: Elias Aleixo.

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5.1 Intradermoterapia pressurizada

A intradermoterapia pressurizada reduz o número de acidentes e problemas


associados, como desconforto, fobias, infecções, contaminações, alergias e
descartes inadequados. É indicada para pessoas que não toleram agulhas; para
aquelas que são mais sensíveis; e para pacientes que não tenham contraindicações.
Além disso, ela pode ser administrada por profissionais da área da estética, que não
podem trabalhar com invasivos. Como não utiliza agulhas, os riscos são menores e
o procedimento é mais tranquilo.
Quanto ao efeito, a intradermoterapia pressurizada é eficiente quando o
tratamento está direcionado para tratar problemas até a hipoderme, por exemplo:

• Tratamentos para melhorar a epiderme e a derme – rejuvenescimento,


manchas, alopecia, flacidez, linhas e rugas, preenchimentos faciais
(harmonização facial), melhora na condição geral da pele, área de pescoço e
colo;
• Tratamentos para atingir a hipoderme – redução de papada, redução de
gordura localizada corporal e FEG (fibroedema geloide).

5.2 Mesoterapia

A mesoterapia é uma técnica com aplicação mínima de medicamentos


utilizando agulhas. Apresenta efeito melhor nos casos em que é necessário atingir
regiões mais profundas, como músculos e toxina botulínica, ou para injetar enzimas
em pacientes com uma grande camada de gordura que atinge até 4 mm.
Além disso, para tratamentos muito próximos à região dos olhos, a
mesoterapia é mais segura porque o líquido é mais direcionado e não espalha tanto.
Produtos injetáveis, como os de origem sintética, são definitivos no local e
apresentam melhor efeito quando injetados com agulhas, embora, atualmente,
existam muitas restrições ao uso dessas substâncias.
É importante destacar que a quantidade injetada na mesoterapia é a mesma
da intradermoterapia pressurizada: não deve ultrapassar 10 cm3 em cada sessão. O
volume em cada ponto de injeção, por sua vem, deve ser inferior a 0,2 cm3.
A agulha utilizada é a de 4 mm (a mais comumente usada), porém, os
pacientes que têm medo e se apavoram com agulhas preferem solicitar o uso da
agulha de 13 mm, mais fina (0,3 décimos de milímetros), que não é enfiada
verticalmente, mas sim em ângulo de 90°.
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O ritmo das sessões também é semanal durante oito a dez sessões e depois,
se surgir melhora (no caso de celulite), completa-se o tratamento em quatro
sessões, com 15 dias de intervalo (informações fornecidas por mesoterapeutas).
A mesoterapia também pode ser proposta em determinados casos de queda
de cabelo, mas a queda diminui sem promessas e garantias de fazer o cabelo
crescer novamente. Os pacientes ficam admirados pela qualidade dos cabelos
renascidos e bem volumosos.
Como podemos observar, as duas técnicas (intradermoterapia e mesoterapia)
diferem somente pelo equipamento utilizado, pois até as mesclas são iguais.

Créditos: Focus and Blur/Shutterstock.

5.3 Intercorrências das técnicas de intradermoterapia pressurizada e


mesoterapia

A técnica de intradermoterapia pressurizada costuma ser muito segura,


quando utilizado o equipamento e as mesclas próprias para ela. Comprar produtos
de empresas idôneas, com registro na Anvisa, e usá-los conforme as indicações do
fabricante trazem segurança e redução de complicações, entre as quais são
observadas alergias aos ativos, que, muitas vezes, causam vermelhidão ou
abscesso. Normalmente, esses sintomas desaparecem após algum tempo, mas,
quando persistem, requerem o uso de algum tipo de corticoide. Na anamnese, é
muito importante fazer uma investigação sobre todas as alergias conhecidas do
paciente, assim como sua sensibilidade aos ativos.

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Crédito: Bezeruska, 2021.

Sendo assim, é importante destacar algumas intercorrências que merecem


atenção do profissional:

• Outras complicações podem aparecer quando o produto é aplicado sobre


artérias ou veias, ou muito próximo à região dos olhos.
• Necroses são raras quando é usada a quantidade do produto de acordo com
a indicação. Elas podem acontecer na região dos lábios, por isso, produtos
para essas regiões precisam ser específicos.
• Utilizar produtos não estéreis e com corantes e perfumes pode causar graves
intercorrências.
• Usar produtos corporais na face também pode causar complicações, uma vez
que a camada de gordura é bem menor.
• O uso e a higienização adequados da caneta, assim como o correto descarte
de ampolas e transferidor são ações essenciais para evitar complicações.
• Algumas pessoas mais sensíveis apresentam edemas leves que
desaparecem rapidamente.
• Na mesoterapia, por utilizar agulhas e injetar mais profundamente, podem
ocorrer necroses e infecções mais facilmente.
• Ainda, pode ocorrer rejeição ao produto, formando acúmulos, principalmente
quando o procedimento não é realizado por profissional habilitado ou quando
o produto injetado é de qualidade duvidosa ou não indicado.

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Créditos: Kkulikov/Shutterstock.

• Podem ocorrer casos de necrose labial por preenchimento com ácido


hialurônico com agulhas quando o procedimento é realizado por profissional
não habilitado.

Crédito: Jefferson Schnaider.

• Em qualquer procedimento invasivo existem riscos que precisam ser


considerados, e o profissional deve ficar atento às queixas dos pacientes.
• Produtos industrializados possuem corresponsabilidade com o fabricante, os
quais respondem também pelas complicações.
• Produtos manipulados apresentam um risco maior, uma vez que é necessário
ter plena confiança na farmácia e no profissional que manipula.

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Para finalizarmos, é fundamental destacar que arriscar fazer procedimentos
sem estar habilitado ou utilizar produtos duvidosos, traz consequências jurídicas,
além de colocar em risco a vida e integridade dos pacientes. Logicamente, tanto a
mesoterapia quanto a intradermoterapia pressurizada necessitam de treino,
considerando que as indicações estéticas são muitas, e variadas, pois tudo, ou
quase tudo, que é objeto de tratamento de beleza pode encontrar lugar no quadro
das pequenas injeções ou pressurizações indolores.

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