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AULÃO DE

REDAÇÃO

Pré-Coluni Filadélfia
Cristiane Navais
Para início de conversa...

Você sabe para que usamos a linguagem?

(Disponível em https://mundoadistancia.files.wordpress.com/2012/07/problemas_de_comunicacao11.jpg.
Acesso em 08-08-2015)

A linguagem não é apenas um instrumento utilizado para nomear coisas e situações. Ao


contrário, no nosso dia a dia, usamos a linguagem com outros fins ou intenções. Um deles
é com a finalidade de construir teses, elaborar ideias, assumir pontos de vista, enfim
argumentar.

Você sabe o que é argumentar?


Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

É defender seu ponto de vista, sua ideia sobre algo.


Assim dizemos que no texto argumentativo, o
efeito buscado pelo seu produtor é a persuasão ou o
convencimento..

O pensamento só se manifesta através da linguagem (inclusive a não-verbal, como os


gestos, as cores, as imagens) e a linguagem só se manifesta pelo pensamento. Pode-se
afirmar que a linguagem é o próprio pensamento em ação. Ou, ainda, o pensamento só se
materializa na linguagem. (CITELLI, 1994, p. 10)
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

O que queremos na aula de hoje?

Queremos que você conheça e identifique em textos os Elementos constituintes do


esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista). E esse será o assunto
da nossa aula. Tenho certeza de que você, ao final, dominará todos esses elementos e os
usará nas futuras produções. Podemos começar?!
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, poto de vista)

Observe como se formam os elementos do esquema argumentativo:

PONTO DE VISTA

ARGUMENTAÇÃO TESE
TEMA

ARGUMENTO
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Características do texto dissertativo-argumentativo

Tem como finalidade explicar ou defender um tema proposto, analisando-o sob determinado ponto de
vista e fundamentando-o com argumentos consistentes;
Perfil dos interlocutores: quem escreve é o aluno ou candidato e quem lê é o professor, examinador ou
corretor;
O suporte é uma folha de papel;
O tema são assuntos e fatos relevantes do momento que geralmente suscitam divergências;
A estrutura apresenta três partes principais: ideia principal (ou tese), desenvolvimento (contendo
argumentos que sustentam a tese) e conclusão;
A linguagem deve estar de acordo com a norma-padrão tendendo a impessoalidade e a objetividade,
com predomínio da 3ª pessoa do singular.
Agora você vai conhecer um a um dos elementos constituintes do
esquema argumentativo para depois identificarmos eles nos
textos.

TEXTO ARGUMENTATIVO é o texto em que defendemos uma


ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os
meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.

TESE, ou proposição, é o que se diz sobre o assunto, é a idéia que


defendemos, necessariamente polêmica, pois a argumentação implica
divergência de opinião.
ARGUMENTO - A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa:
vem do latim ARGUMENTUM, que tem o tema ARGU , cujo sentido
primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de "argênteo",
"argúcia", "arguto“. Os argumentos de um texto são facilmente
localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o autor é
contra a pena de morte (tese). Porque ... (argumentos).
Assim podemos dizer que o argumento é a justificativa da tese.
Tipos de argumentos

2.1- Argumento de Autoridade: É aquele que se apoia no


conhecimento de um especialista da área. É um modo de trazer para o
texto o peso e a credibilidade da autoridade citada. Por exemplo:
“Conforme afirma Bertrand Russel, não é a posse de bens materiais o
que mais seduz os homens, mas o prestígio decorrente dela”.

2.2-Argumento de consenso: Alguns enunciados não exigem a


demonstração de um especialista para que se prove o conteúdo
argumentado. Nesse caso, não precisamos citar uma fonte de confiança.
Por exemplo: “O investimento na Educação é indispensável para o
desenvolvimento econômico do país”. Repare que essa afirmação não
precisa de embasamento teórico, pois é um consenso global.
2.3- A Comprovação pela Experiência ou Observação: Esse tipo de argumentação é
fundamentada na documentação com dados que comprovam ou confirmam sua
veracidade. Por exemplo: “O acaso pode dar origem a grandes descobertas científicas.
Alexander Flemming, que cultivava bactérias, por acaso percebeu que os fungos
surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam. Da pesquisa com esses
fungos, ele chegou à penicilina”. Observe que, nesse caso, o argumento que validou a
afirmação “O acaso pode dar origem a grandes descobertas” foi a documentação da
experiência de Flemming.

2.4- A Fundamentação Lógica: A argumentação nesse caso se baseia em operações


de raciocínio lógico, tais como as implicações de causa e efeito, consequência e causa
etc. Por exemplo: “Ao se admitir que a vida humana é o bem mais precioso do homem,
não se pode aceitar a pena de morte, uma vez que existe sempre a possibilidade de um
erro jurídico que, no caso, seria irreparável”. Note que a ideia que o leitor tentou
passar era: Não se pode aceitar a pena de morte. Para isso, foi mencionado o caso de
falha humana na sentença, o que permitiu que se chegasse a tal conclusão.
Qualquer um desses tipos de argumentos citados é válido na construção de um texto
argumentativo.
4- Ponto de vista- É a ideia que o produtor do texto defende. Só existe argumentação
porque há a possibilidade de discordância, assim há alguém para ser convencido,
justificando o trabalho de uma argumentação para defender de modo convincente um
determinado ponto de vista. Não há imparcialidade na dissertação argumentativa, assim
o produtor do texto que não se posiciona, que fica "em cima do muro", seja por
insegurança ou por medo de desagradar a banca corretora ou mesmo seu professor,
comete um grave erro.

Nessa modalidade de dissertação, a maior parte do conteúdo deve destinar-se à


apresentação de argumentos favoráveis à tese defendida e só é possível mostrar
argumentos contrários se estes forem seguidos de contra-argumentos mais fortes,
capazes de derrubar a oposição.
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Como se forma nosso ponto de vista?

Os mecanismos básicos que regem a construção do ponto de vista decorrem de


experiências que acumulamos ao longo da nossa vida: leituras realizadas, programas de
tv que assistimos, debates, informações obtidas, desenvolvimento da capacidade de
compreender e, sobretudo de “traduzir”para as outras pessoas aquilo que desejamos
dizer. É nesse processo que vamos formando e reformando a visão que temos das
coisas.

É claro que apenas a presença de tais requisitos não garante a existência de textos
argumentativos proficientes. Mas sua ausência seguramente comprometerá os
pretendidos objetivos de convencimento e persuasão.
Agora que você conheceu os elementos do esquema argumentativo veja como o texto
argumentativo em linhas gerais se estrutura:

A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução, desenvolvimento e


conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da
composição do texto:
1-Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de que
trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto.

2-Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos


desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comumente se
desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da tese
geral do texto corresponde a um parágrafo.

3-Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já respaldada pelos
argumentos desenvolvidos ao longo do texto.

Observação: ao produzir seu texto não é necessário nomear a estruturação acima, você deverá
realizar sua produção de modo que elas estejam nos parágrafos, dando a ideia de começo, meio
e fim.
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Vamos Praticar por meio de uma atividade?!

I
Gravidez Precoce Título
Tese da autora

n
t
r A gravidez precoce é considerada como um problema de saúde pública no Brasil e em outros países.
o No Brasil, uma em cada quatro mulheres que dão à luz nas maternidades tem menos de 20 anos de
d
u idade. Estas meninas que não são mais crianças, nem tão pouco adultas, estão em processo de
ç
ã
transformação e, ao mesmo tempo, prestes a serem mães. O papel de criança que brinca de boneca
o e de mãe na vida real, confundem-se e na hora do parto é onde tudo acontece. A fantasia deixa de
existir para dar lugar à realidade. É um momento muito delicado para essas adolescentes, e que
gera medo, angústia, solidão e rejeição. Ponto de vista

D As adolescentes grávidas vivenciam dois tipos de problemas emocionais: um pela perda de seu
e
s
corpo infantil, e outro por um corpo adolescente recém-adquirido, que está se modificando
e novamente pela gravidez. Estas transformações corporais rapidamente ocorridas, de um corpo em
n
v formação para o de uma mulher grávida, são vividas muitas vezes com certo espanto pelas
o adolescentes. Por isso é muito importante a aceitação e o apoio quanto às mudanças que estão
l
v ocorrendo, por parte do companheiro, dos familiares, dos amigos e principalmente pelos pais.
i
m Conclusão do argumento Argumentos pelo
e anterior exemplo
n
t
o
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)
D
e
s
e
A escola muitas vezes não dispõe de estrutura adequada para acolher uma adolescente grávida. O
n resultado é que a menina acaba abandonando os estudos durante a gestação, ou após o
v
o
nascimento da criança, trazendo conseqüências gravíssimas para o seu futuro profissional.
l Os riscos de complicações para a mãe e a criança são consideráveis quando o atendimento médico
v
i pré-natal é insatisfatório. Isto ocorre porque, normalmente, a adolescente costuma esconder a
m
e
gravidez até a fase mais adiantada, impedindo uma assistência pré-natal desde o início da
n gestação. É muito comum também o uso de bebidas alcoólicas e cigarros o que aumenta os riscos
t
o
de surgimento de problemas. (...) Introdução de argumento novo
Ainda existe a possibilidade de gestações sucessivas, os riscos do aborto provocado e as
dificuldades para a amamentação. Por isso, a gravidez entre adolescentes deve ser encarada como
um problema não apenas médico, mas de toda a sociedade. É importante a participação da família,
serviços médicos e instituições, tanto governamentais como não-governamentais, no combate à
gravidez precoce e indesejada.
Conclusão
Argumentos de causa e consequência
Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Diretora de Conteúdo e Editora Chefe

Fonte (texto disponível em http://www.saudevidaonline.com.br/gravprec.htm. Acesso em 08-08-2015)


Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Hora de produzir

Apresente seu ponto de vista num parágrafo de 05 a 10 linhas


sobre a afirmativa:

Devemos deixar o nosso eu verdadeiro


falar.
ALGUNS GÊNEROS QUE
VOCÊ DEVE SABER
DIÁRIO
 O diário pode ser real ou fictício;
 Pode conter ou não assinatura;
 Apresenta a sinceridade de quem escreve o texto;
 Pode ser escrito em períodos curtos ou longos;
 As páginas apresentam a data em que o texto foi escrito;
 Texto em 1ª pessoa;
 Pode ou não ser dirigido a alguém;
 Diário pessoal: é formado por relatos íntimos que devem ser
lidos apenas por quem escreveu o texto. Possui linguagem
simples, cotidiana, sem preocupações literárias;
 Diário de ficção: é uma obra literária com o formato de
anotações pessoais. Nele, o(a) autor(a) registra as experiências
vividas no dia a dia.
 Alguns modelos de diário são os seguintes: Quarto de despejo: diário
de uma favelada (Carolina Maria de Jesus), O Diário de Anne
Frank (Anne Frank)

“Domingo, 14 de junho de 1942

Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na


mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava
junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)

“Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de


espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a
essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para
as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar,
onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas
pernas.”
RELATO PESSOAL

 Textos narrados em 1ª pessoa;


 Verbos no presente e em grande parte no pretérito
(passado);
 Caráter subjetivo;

 Experiências pessoais;

 Presença de emissor e receptor.


 Exemplos de Relato Pessoal

 Trecho de Relato Pessoal Escrito da Artista Plástica Martha


Cavalcanti Poppe

“Meu nome é Martha Cavalcanti Poppe, nome de casada, eu nasci no


dia 16 de abril de 1940 no Rio de Janeiro. Meus pais se chamam
Carmem Cordeiro Cavalcanti, de Pernambuco, e Fernando de
Lima Cavalcanti, também de Pernambuco, minha família toda é de
Pernambuco, eu é que nasci aqui por acaso.
A família da minha mãe é Pernambuco, mas ela tinha origens mais
ancestrais, cearenses, mas a família toda era de Pernambuco, e do
meu pai, o meu pai era de uma família de usineiros
pernambucanos, e eles, quando vieram aqui para o Rio, quando
saíram de Recife vieram para o Rio para tentar uma nova vida.
CONTO
 A estrutura do conto é fechada e objetiva, na medida em que esse tipo
de texto é formado por apenas uma história e um conflito.
 Sua estrutura está dividida em três partes:
 Introdução: apresentação da ação que será desenvolvida. Nesse
momento inicial, há uma breve ambientação do local, tempo,
personagens e do acontecimento.
 Desenvolvimento: formado em grande parte pelo diálogo das
personagens, aqui se desenrola o desenvolvimento da ação.
 Clímax: encerramento da narrativa com desfecho surpreendente.
 De acordo com a estrutura básica narrativa (introdução,
desenvolvimento, clímax e desfecho), o conto, por ser uma narrativa
mais breve, parte do desenvolvimento para o clímax.
 Ou seja, para o momento final, de desfecho, chamado de "epílogo",
onde geralmente surge o ponto mais alto de tensão do drama (clímax).
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Bibliografia consultada

Abril Coleções. Linguagens e Códigos – Português – São Paulo: Abril 2011

CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. 9º


ano: língua portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2012.

CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. Editora Scipione. São Paulo-SP, 1994.

RIBEIRO, Roziane Marinho. A construção da argumentação oral no contexto de


ensino. São Paulo: Cortez, 2009.
Língua Portuguesa, 8º Ano, Elementos constituintes do
esquema argumentativo (tese, argumento, tema, ponto de vista)

Sites consultados:

http://www.mulheresdicas.com/wp-content/uploads/2012/05/aprendendo-a-se-comunicar-
melhor-com-os-outros.jpg
https://mundoadistancia.files.wordpress.com/2012/07/problemas_de_comunicacao11.jpg
http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/22/imagens/i208
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JgL62stNpfdLMPktTBBl_x88xm3_oUI_rw_j8w
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.html
http://comofazerumaboaredacao.com/texto-dissertativo-argumentativo/
http://4.bp.blogspot.com/-0SiSY23lntA/TyhUVyg-89I/AAAAAAAAB7k/un1qEom4-A4/s400/
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