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A seguir uma lista de palavras e expressões, com o tipo de ideias que imprimem ao contexto onde são
empregadas. Completam os espaços com outras expressões do mesmo sentido.
Certeza: Realmente / Não resta a menor dúvida / É sabidoque / Incontestavelmente
Dúvida: poderíamos afirmar que /não é totalmente certo que
Possibilidade: é possível que /parece que
Flexibilidade: A afirmação é, em parte, interessante
Introdução de assunto: trata-se aqui de / em primeiro lugar / a fim de trazer uma visão geral sobre o tema
Conclusão: tentando por um termo a este debate...
Exposição de ponto de vista: Estimo que / estamos convencidos de que
Proposição de opções: De um lado... de outro ... / Se é justo pensar que... não seria também pertinente admitir
que ...
Concordância: Participamos inteiramente da sua opinião
Discordância:Talvez você esteja com a razão, porém, / Gostaria de ressaltar, porém, que....
Concisão
A concisão consiste em expressar com um mínimo de palavras um máximo de informações, desde que não
abuse da síntese a tal ponto que a idéia se torne incompreensível.
Afinal, o tempo é precioso, e quanto menos se rechear a frase com adjetivos, imagens, pormenores
desnecessários ou perífrases (rodeios de palavras), mais o leitor se sentirá respeitado.
Para que se redija um texto conciso, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o
qual se escreve, o tempo necessário para revisá-lo depois de pronto. É nessa revisão que muitas vezes se
percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias. Veja-se, por exemplo, o seguinte
texto:
A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de desempregados,
problemas que aflige principalmente os países em desenvolvimento, tem alarmado as autoridades
governamentais, guardiãs perenes do bem-estar social, principalmente pelas conseqüências adversas que tal
fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da
violência urbana que aterroriza a família, esteio e célula-mater da sociedade.
Se esse mesmo trecho for reescrito sem a carga informativa desnecessária, obtém-se um texto conciso e não
prolixo:
O número cada vez maior de desempregados tem alarmado as autoridades governamentais, pelas
conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por
desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana.
Vê-se, assim, como é importante o texto enxuto. Economizar palavras traz benefícios ao texto: o primeiro é
errar menos; o segundo, poupar tempo; o terceiro, respeitar a paciência do leitor. Pode-se adotar como regra
não dizer mais nem menos do que se precisa ser dito. Isso não significa fazer breves todas as frases, nem
evitar todo o detalhe, nem tratar os temas apenas na superfície: significa, apenas que cada palavra é
importante.
Procedimentos para redigir textos concisos:
a) eliminar palavras ou expressões desnecessárias: ato de natureza hostil => ato hostil; decisão tomada no
âmbito da diretoria => decisão da diretoria; pessoa sem discrição => pessoa indiscreta; neste momento nós
acreditamos => acreditamos; travar uma discussão => discutir; na eventualidade de => se; com o objetivo de
=> para;
b) evitar o emprego de adjetivação excessiva: o difícil e alarmante problema da seca => o problema da seca;
c) dispensar nas datas, os substantivos dia, mês e ano: no dia 16 de abril => em 16 de abril; no mês de março
=> em março; no ano de 2008 => em 2008;
d) trocar a locução verbo + substantivo pelo verbo: fazer uma viagem => viajar; fazer uma redação => redigir;
pôr as ideias em ordem => ordenar as ideias; pôr moedas em circulação => emitir moedas;
e) usar o aposto em lugar da oração apositiva: O contrato previa a construção da ponte em um ano, que era
prazo mais do que suficiente => O contrato previa a construção da ponte em um ano, prazo mais do que
suficiente. O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos => O que se tem é
a anarquia, bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos;
f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações: Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto =>
explicado o título, passo a escrever o texto. Depois de terminar o trabalho, ligo pra você => Terminado o
trabalho, ligo pra você. Quando terminar o preâmbulo, passarei ao assunto principal => Terminado o
preâmbulo, passarei ao assunto principal;
g) eliminar, sempre que possível, os indefinidos um e uma: Dante quer (um) inquérito rigoroso e rápido. Timor-
Leste se torna (uma) terra de ninguém. A cultura da paz é (uma) iniciativa coletiva.
Economicidade e Eficácia
Entre as qualidades imprescindíveis à produção de certos tipos de textos, como os informativos e opinativos,
podemos destacar a CONCISÃO. A concisão é a propriedade de expressar ideias utilizando a menor
quantidade possível de palavras e frases..
Os enunciados em destaque são elaborados com a intenção de persuadir o leitor a crer em idéias fundadas
em modo de raciocínio que não se sustenta.
Alguns tipos de Falácias
Falso axioma: um axioma é uma verdade auto-evidente sobre a qual outros conhecimentos devem se apoiar.
Ex.: Duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si.
A educação é a base do progresso.
Muitas vezes atribuímos “status” de axioma a sentenças ou máximas que são, na realidade, verdades relativas,
verdades aparentes.
Falso dilema: apresentação de apenas duas possibilidades, duas opções, quando existem outras a serem
consideradas.
Ex.: Brasil: ame-o ou deixe-o.
Você prefere um país independente dos acordos econômicos internacionais, mas com a sua soberania política
assegurada ou uma nação dependente dos rumos dos ventos dos países imperialistas?
Apelo à autoridade: citação de uma autoridade (muitas vezes não qualificada) para sustentar uma opinião.
Ex. Segundo Schopenhauer, filósofo alemão do séc. XIX, “toda verdade passa por três estágios: primeiro, ela é
ridicularizada; segundo, sofre violenta oposição; terceiro, ela é aceita como ‘auto-evidente’.
Apelo à novidade: afirmação de que algo é melhor porque é novo ou mais novo.
Ex.: Saiu o novo celular inteligente. Com design ultramoderno, arrojado, perfeito para um funcionário público
atualizado.
Contra-argumentação
Generalização Não-Qualificada: Afirmação ou proposição de caráter geral, radical e que, por isso, encerra um
juízo falso em face da experiência.
Ex.: A prática de esportes é prejudicial à saúde.
Contra-argumentação
Generalização Apressada (erro de acidente): conclusão com base em dados ou em evidências insuficientes.
Dito de outro modo, trata-se de julgar todo um universo com base numa amostragem reduzida.
Exemplos:
Todo político é corrupto.
Os muçulmanos são todos uns fanáticos.
Ataque à Pessoa: ataque à pessoa que fala, e não a seus argumentos. Pensa-se que, ao atacar a pessoa,
desmoralizando-a, pode-se enfraquecer ou anular a argumentação desta.
Ex.:- Não dêem ouvidos ao que ele diz: ele é um beberrão, bate na mulher e tem amantes.
Observação: Uma variação de “ataque à pessoa” consiste em atribuir o fato a quem faz a acusação. Por
exemplo: se alguém o acusa de alguma coisa, diga-lhe “tu também”! Isso, evidentemente, não prova nada.
Falácia da Ignorância:
Conclusão de que algo é verdadeiro por não ter sido provado que é falso, ou que algo é falso por não ter sido
provado que é verdadeiro.
Ex .: Ninguém provou que Deus existe. Logo, Deus não existe.
Não há evidências de que os discos voadores não estejam visitando a Terra. Portanto, eles existem.
Fatos e Indícios
Já se tornou lugar comum a frase: Fatos não se discutem; opiniões, sim. Mas o que pode ser definido como
fato?
Consideramos fato algo feito, cuja realização pode ser verificada e comprovada. Mas convém não confundir
fato com indício. Os fatos, devida e acuradamente observados, levam ou podem levar à certeza absoluta; os
indícios nos permitem apenas inferências de certeza relativa, pois expressam somente probabilidade ou
possibilidade.
Inferir é concluir, é deduzir pelo raciocínio apoiado apenas em indícios. Dizer, por exemplo, que Fulano é ladrão,
porque, de repente, este começou a ostentar um padrão de vida que seu salário ou suas conhecidas fontes de
renda não lhe poderiam jamais proporcionar”, é inferir, é deduzir pelo raciocínio a partir de certos indícios. O
que assim se declara a respeito desse fulano é possível, é mesmo provável, mas não é certo porque não é
provado.
É evidente que o grau de probabilidade das inferências varia com as circunstâncias: há inferências
extremamente prováveis e inferências extremamente improváveis. É extremamente provável que no verão
chova com mais frequência do que no inverno; mas é improvável que a precipitação pluvial no mês de janeiro
deste ano seja maior do que a do mês de janeiro do ano próximo. É o maior ou menor grau de probabilidade
que condiciona o nosso comportamento diário e o nosso juízo em face das coisas e pessoas. Se o céu está
carregado de nuvens densas que obscurecem o Sol, é provável que chova: levo o guarda-chuva. Se o professor,
que, durante anos, nunca faltou a uma aula, deixou de comparecer hoje, é provável que esteja doente: vamos
visitá-lo ou telefonar-lhe.
Os fatos em si mesmos às vezes não bastam: para que provem é preciso que sua observação seja acurada e
que eles próprios sejam adequados, relevantes, típicos ou característicos, suficientes e fidedignos.
A simples leitura de uma reportagem sobre um furto ou roubo supostamente praticado por Fulano não me
pode permitir afirmar a certeza que o suspeito, de fato, cometeu tal crime: nessas circunstâncias não houve
exame acurado dos fatos, não houve sequer observação direta, pois os dados disponíveis me vieram de
segunda mão.
A Técnica do Resumo
O resumo de fatos : Para você resumir qualquer texto, é fundamental que, antes de fazê-lo, observe a diferença
entre uma informação central e os detalhes referentes a ela. Para tanto, partiremos de um fato central, ao qual
acrescentaremos informações adicionais.
Nela existe uma referência a um fato especifico: uma festa realizada pelos amigos de Maria.
Veja agora como é possível aumentar essa frase com dados adicionais. Inicialmente fornecemos uma
característica de Maria:
Os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram uma grande festa.
Os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram, na sala do gerente de vendas, uma grande
festa durante a tarde de ontem.
Os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram, na sala do gerente de vendas, uma grande
festa durante a tarde de ontem.
Os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram, na sala do gerente de vendas, uma grande
festa durante a tarde de ontem, em comemoração a seu aniversário.
Como acontece todos os anos, os amigos de Maria, funcionária de uma firma, fizeram, na sala do gerente de
vendas, uma grande festa durante a tarde de ontem, em comemoração a seu aniversário.
Veja como você deve fazer para resumir esse parágrafo: basta que exclua as informações adicionais que
podem ser dadas acerca do fato e deixar apenas os elementos essenciais, para transmiti a informação central.
Entendemos por informações adicionais referências ao tempo, ao lugar, á freqüência com que o fato ocorre, as
característica das pessoas envolvidas, a causa do fato, as indicações de instrumentos utilizadas para sua
realização, etc.
Observe também que o resumo pode ter o tamanho que você desejar, por exemplo, no caso do parágrafo
acima, você pode resumi-lo de modo a dar somente as informações estritamente essenciais:
Você também pode fazer o resumo de modo a incluir somente as referências de tempo e lugar:
Os amigos de Maria fizeram uma grande festa, na sala do gerente de vendas, durante a tarde de ontem.
Riqueza da Língua
Dominar a norma culta de um idioma é plataforma mínima de sucesso para profissionais de todas as áreas.
Engenheiros, médicos, economistas, contabilistas e administradores que falam e escrevem certo, com lógica e
riqueza vocabular, têm mais chances de chagar ao topo do que profissionais tão qualificados quanto eles, mas
sem o domínio da palavra.
Nas grandes corporações, os testes de admissão concedem a competência lingüística dos candidatos muitas
vezes, o mesmo peso dado à aptidão para trabalhar em grupo ou ao conhecimento de matemática. Diversas
pesquisas estabelecem correlações entre tamanho de vocabulário e habilidade de comunicação de um lado, e
ascensão profissional e ganhos salariais de outro.
Como diz o lingüista britânico David Cristal, a globalização e a revolução tecnológica da internet estão dando
origem a um “novo mundo lingüístico”. Entre os fenômenos desse novo mundo, estão as subversões da
ortografia presentes nos blogs e nas trocas de e-mails e o aumento no ritmo da extinção de idiomas. Estima-
se que um deles desapareça a cada duas semanas. Cresce a consciência de que as línguas bem faladas,
protegidas por normas cultas, são ferramentas da cultura e também armas da política, além de ser riquezas
econômicas.
A comunicação por escrito se tornou mais ágil e veloz, aproximando-se, nesse sentido, da fala. Até no âmbito
profissional, a objetividade está imperando. A carta comercial que iniciava com a fórmula “vimos por meio
desta” é peça de museu.
“ Gêneros como a carta circular ou o requerimento estão em extinção. O e-mail absorveu essas funções”,
observa a lingüista Cilda Palma. Ela constatou que a correspondência eletrônica tornou a comunicação mais
informal – e que essa tendência foi mais longe na empresa privada. Observa a pesquisadora:
“Os correios ainda mantêm uma infra-estrutura anacrônica, que exige fotocópias e carimbos nos comunicados
internos.”
Embora a língua sofra ataques deformadores diários nos blogs e chats, a palavra escrita nunca foi usada tão
intensamente antes. Os mais otimistas apostam que os bate-papos da garotada, travados com símbolos e
interjeições, hoje podem ser a semente de uma comunicação escrita mais complexa, assim como o balbuciar
dos bebês denota a prontidão para a fala lógica que seguirá. Pode ser. Seria ótimo que fosse assim. Por
enquanto, uma maneira de se destacar na carreira e na vida e mostrar, nas comunicações formais, perfeito
domínio da tradicional norma culta do português. Vários estudos demonstram a correlação positiva entre um
bom domínio do vocabulário e o nível de renda, mesmo que não se possa traçar uma correlação direta e linear
entre uma coisa e outra.
Além de conhecer as palavras, é preciso que se tenha alguma coisa a dizer de forma lógica e racional.
(TEIXEIRA, Jerônimo. Riqueza da Língua. VEJA, São Paulo: Abril, ed. 2025, ano 40, n.36,p 88-86, 12 set.2007
apud Consultec)