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sobre a Origem da
Criatividade
8 CRIATIVIDADE
- Certo, mas obviamente essa compulsão deve ser uma
faculdade articulada com o sentido lógico viabilizador do sub-
sistema.
- Claro, e por oscilar entre a lógica própria dos sistemas e
sua compulsão própria, teremos um ser com o que poderíamos
chamar de "livre-arbítrio".
- Vai ser uma experiência muito interessante mesmo, pois
a manifestação de vida, com essa complexidade, acabará de-
senvolvendo um ser com um discernimento que o aproximará
bastante de nosso nível.
- Hum! Ocorre-me que ele terá forçosamente algo de nós.
- Sim, e ocorre-me também que talvez nós mesmos seja-
mos a manifestação de uma experiência anterior, igual à que
estamos armando.
- É uma hipótese interessante; o ser que pode evoluir e
interar-se lógica e não logicamente com seu sistema pode tor-
nar-se um ser como nós.
- Talvez baste para isso uma adesão à ética.
- Hum! Parece-me que, possuindo essas características,
ele não poderá sobreviver sem a ética.
- Bem lembrado. OK, vamos testar tudo e ver o que fará
esse ser assim dotado.
- Podemos batizá-lo de "ser criativo"?
-Fechado. •
Ecos do Capítulo 1
(Especulando e comentando)
10 CRIATIVIDADE
COMENTÁRIOS
12 CRIATIVIDADE
Como e Por Que
a Criatividade é
Universal
viii CRIATIVIDADE
Manifestações de criatividade
"Ao criar, a pessoa encontra seu eu, seu mundo, seu Deus."
Erich Fromm
Exemplos exemplares
Primeiro exemplo: a cidade de Barcelona, diante do proble-
ma de alojar 20 mil atletas, nas olimpíadas de 92, construiu um
conjunto de apartamentos, em uma área recuperada da deteriora-
ção urbana; os apartamentos foram vendidos com financiamento
privilegiado para habitantes locais (resolvendo um problema de
déficit residencial), mas com a condição de serem entregues após
terem sido utilizados como alojamentos do evento esportivo.
Segundo exemplo: os fabricantes de creme dental Colgate
haviam recebido uma máquina automática que processava todos
os insumos e soltava o produto pronto, tampado, embalado, em
uma seqüência veloz, que seria maravilhosa não houvesse um pe-
queno e renitente defeito oculto: de vez em quando saia um tubo
prontinho, mas cheio só de ar. Após um sem-número de tentativas
infrutíferas de conserto, a solução veio de um palpite dado quase
casualmente por um dos trabalhadores que assistiam aos esforços
dos técnicos. "Por que vocês não colocam aí na saída um ventila-
dor que sopre para fora os tubos vazios?
Terceiro exemplo: a Ikeda era uma fabricante de implemen-
tos agrícolas, a braços com uma das periódicas crises do setor.
Ao mesmo tempo em que apresentava considerável capacidade
ociosa, percebeu que os operários estavam aproveitando o tem-
po vago e os restos de materiais disponíveis para fazer pequenas
churrasqueiras de uso próprio. Em lugar de adotar soluções nor-
mais, enxugando quadros, recolhendo as sobras ou simplesmente
proibindo a prática, a Ikeda abriu uma nova linha de produtos,
passando a fabricar e vender churrasqueiras - atividade que logo
se tornou tão ou mais importante que a anterior.
16 CRIATIVIDADE
Os três casos mostram criatividade aplicada, fora da vertente
das artes. A fabricação de churrasqueiras, mais que resolver pro-
blemas, representa uma autêntica descoberta de oportunidade. O
caso do ventilador é uma típica solução de problema e, finalmen-
te, o exemplo de Barcelona é uma soma de solução de problema
com a descoberta de oportunidade. Vemos aí campos de aplicação
da criatividade que são estimulantes e que se estendem aos mais
diversos setores de atividade, independente de propósitos especí-
ficos de expressão ou comunicação - não precisamos ser artistas
para nos beneficiarmos de uma performance criativa.
Desenvolvimento do comportamento
criativo
Ao lado daquelas constantes observações de alunos e par-
ticipantes de grupos, em começo de cursos e workshops, do tipo
"eu não sou criativo", noto também uma restrição, na maioria
das vezes muda, quanto à possibilidade de aproveitar as infor-
mações para o desenvolvimento de sua criatividade. Há pouco
crédito quanto aos resultados do investimento (tempo e dinheiro)
de frequentar um evento que promete mais criatividade para si.
Pessimismo normal? Ou a falta de fé se baseia em experiên-
cias anteriores? Descobri que o "pé pra trás" se explica, em grande
número de casos, pela anterior leitura, infrutífera, de um livro ou
artigo do tipo "como fazer" ou de algum vídeo de treinamento
sobre o tema. Relatos pessoais me mostraram uma situação bem
comum: a pessoa se arma de esperanças ao iniciar a leitura, não
se decepciona com o conteúdo ("era tudo tão bacana"), mas, ao
terminar, não consegue pôr em prática o que pensou ter aprendi-
do, alvo pequenas exceções relativas a alguns dias ou a algumas
circunstâncias.
Certo, constata-se que há bons e maus conjuntos de informa-
ções. Há livros melhores e piores, há o perigo das traduções infiéis
e, quanto a cursos, há também, além dos problemas advindos de
circunstâncias, o perigo da falta de sintonia entre as expectativas
(e bases de conhecimento) do aluno e a natureza do curso. Contu-
do, não obstante a existência de todas essas variáveis, o problema
da decepção geralmente vem de outro lado: sempre há expectati-
va de mudança própria, como produto das informações recebidas.
Características do comportamento
criativo
O comportamento criativo é produto de uma visão de vida,
de um estado permanente de espírito, de uma verdadeira opção
pessoal quanto a desempenhar um papel no mundo. Essa base
mobiliza no indivíduo seu potencial imaginativo e desenvolve
suas competências além da média, nos campos dependentes da
criatividade.
Quando digo "além da média", estou lembrando o princí-
pio, já defendido aqui, de que criatividade é uma característica
de nossa espécie. Como tal, ela está presente em nosso compor-
tamento normal, em um nível às vezes até imperceptível para
a maioria. Há cientistas que defendem ser a própria linguagem
oral do homem um exercício de criatividade, porque ela tem um
mecanismo de "improviso", e este só se viabiliza pela habilidade
criadora. Portanto, o que chamamos de comportamento criativo é
uma forma de exercer o potencial imaginativo em um nível que,
por estar acima da média, se torna evidente.
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pende de determinação (ato volitivo), outras vezes é inato e ain-
da outras é produto das circunstâncias, pois estas sempre podem
"empurrar" a pessoa para um destino específico.
O engajamento pela determinação pode ser exemplificado
pela pessoa que descobre de alguma forma o prazer do ato de
inovar, com um gratificante sentimento de estar interferindo no
mundo, e assim passa a procurar melhor qualificação no campo
da criatividade. Pesquisa, lê, faz cursos e, o que é mais importante
do qualquer outra coisa, tenta, tenta, tenta. Não desanimando
com insucessos ou erros, acaba rompendo seus bloqueios e otimi-
zando seu potencial. Adquire, por vontade própria, a capacidade
de criar como um ato normal de exercício de sua personalidade.
O engajamento inato é mais raro e caracteriza-se pela ten-
dência compulsiva de questionar, mudar, inventar novas maneiras
de fazer as coisas. Aparece desde a infância, período em que todos
somos naturalmente mais criativos por termos poucos condicio-
namentos ou mesmo nenhum. Se o mundo não consegue reprimir
esse indivíduo, ele passará a vida, tentando realizar-se via criati-
vidade. Como o sistema é implacável e sólido, poucos conseguem
grande sucesso como um Thomas Edison. Mas seguem compulsi-
vamente sua tendência inata.
Já o engajamento resultante de circunstâncias é de longe o
mais interessante para ser analisado, por revelar que o chamado
homem comum pode tornar-se o homem criativo. Quem acom-
panha o desempenho do pessoal em empresas está cansado de
ver exemplos assim: um "apagado" ou "comportado" funcionário,
de repente, ao ser colocado em uma função que o motiva, e que
exige de si o máximo, transforma-se em pessoa dinâmica e cria-
tiva. Algumas vezes a transferência é planejada para queimar de
vez alguém não produtivo, e revela que a pessoa apenas estava
no lugar errado. Estudantes apáticos muitas vezes se tornam bri-
lhantes, ao mudar de escola. Filhos ganham iniciativa ao sair de
casa, cônjuges mudam de personalidade ao ficarem sós, equipes
inteiras se transformam ao mudar de líder.
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Uns nascem, outros se formam
Temos assim uma diferença notável entre o criativo compul-
sivo e o criativo circunstancial. Mas aquele, inato, quando con-
segue atingir um bom nível de exercício de seu potencial, acaba
tendo a mesma postura que o circunstancial. A consciência dessas
condições e de como as coisas funcionam em cada caso pessoal é
importante para este último tipo, o dos que desejam exercer me-
lhor sua criatividade. Tipo em que, a rigor, deve estar a maioria
de vocês, leitores deste livro.
O desenvolvimento do comportamento criativo também se
estabelece quando os estímulos circunstanciais são os de "neces-
sidade de solução". Essa vertente é a mais comum que se encontra
no campo profissional. O ambiente das empresas, cada vez mais
mutante, traz constantes problemas de adaptação, o que também
explica por que a criatividade está sendo cada vez mais valori-
zada nas organizações. As soluções são um "novo obrigatório",
indispensável até para a sobrevivência no mercado. Fora dessa
vertente mais comum, as condições de mudança também estimu-
lam o uso da criatividade na "descoberta de oportunidades", que
se constituem em uma especulação com o novo.
Dentro desse panorama, encontramos denominadores co-
muns no desenvolvimento da criatividade pessoal. Trabalhando
com eles, por meio de diálogos com alunos e de pesquisa em áreas
da Psicologia, cheguei a uma teoria de como pode funcionar o
processo que nos leva a desenvolver o comportamento criativo.
Essa teoria foi com o tempo ilustrada por uma metáfora, para uso
em aulas, que estará no próximo capítulo. •
Ecos do Capítulo 2
(Especulando e comentando)
Universalidade?
Califórnia, adorável Califórnia, é o lugar onde há mais
intelectuais alternativos do. que em qualquer outra parte do
mundo. Só São Francisco tem mais de 300 publicações espe-
culativas e/ou esotéricas..
Uma amostra da cultura da região é Itzac Bentov, autor
lido e respeitado até nos meios acadêmicos americanos. Pois
bem, seu livro (prefaciado por William Tiller, cientista da Uni-
versidade de Stanford), traduzido para o português, À espreita
do pêndulo cósmico, que basicamente explora princípios uni-
versais de oscilação e sincronicidade, traz algumas teorias das
quais me apodero e transformo em argumentação para defen-
der a tese de a criatividade constituir-se em uma característica
de nossa espécie.
Vejam só que interessante. Bentov, que não parte das dife-
renças entre seres vivos e a matéria em geral, montou um qua-
dro com os níveis do que ele chama de consciência, definindo
esta como a capacidade de resposta a estímulos, presentes até
nos átomos (que se alteram com raios ultravioleta). De acordo
com a teoria, há uma possibilidade de medir o nível de cons-
ciência, que é mínimo nos átomos, aumenta nos vírus, nos ani-
mais, e em grau maior atinge o que ele chama de faixa de
nossa realidade comum. Ele não pára aí, definindo faixas em
que o homem, desenvolvendo sua consciência, também pode
situar-se: a realidade emocional, a mental, a intuitiva, e chega
por fim aos níveis espirituais, com a idéia de uma consciência
plena universal, que me parece ser sua idéia de Deus.
A escala de Bentov inspira-se na existência de uma per-
cepção cada vez mais sutil e de uma resposta cada vez mais
refinada. E chega então ao ponto em que vejo contida a defesa
da criatividade como característica da espécie, com base na
idéia do "livre-arbítrio". Vale a pena transcrever o trecho que
trata disso:
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T
A conclusão foi enriquecida, posteriormente, por meio do contato com a Human
Dynamics, novo ramo da psicologia que explica nossas tendências pessoais. No apên-
üce, ao final deste livro, há algumas informações sobre HD.
A terra e a semente
Vamos à metáfora. Imaginem que o potencial criativo, por
ser comum a todos nós, possa ser simbolizado pela terra, onde
plantamos nossas sementes, e que em tese é disponível à espécie
humana. Nossa semente, neste caso, será o símbolo da disposição
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favorável para o assunto criatividade. Assim começamos a me-
táfora, que se presta bem a ser representada visualmente, o que
sempre faço em classe. Desenho a terra que é o p o t e n c i a l cria-
tivo, e a sementinha, que é a disposição favorável.
Disposição favorável é pouco mais que "não oposição". Não
obstante isso, a oposição deve ser rara, no caso da criatividade.
Mas a disposição favorável é uma força tangível, que se expres-
sa de muitas formas. Como exemplo, ela pode ser a admiração
que sentimos, com uma pontinha de inveja, quando encontramos
uma solução criativa. "Como não pensei nisso antes?" "Puxa, eles
não têm mais o que inventar!" "Que saída inteligente!" Essas são
reações pessoais que ocorrem nas ocasiões mais prosaicas, como
quando vemos uma embalagem com um sistema fácil de abertu-
ra, ou em casos mais complexos, como o de uma solução habili-
dosa que facilita nosso caminho no trânsito. Se admiramos esses
fatos criativos, temos dentro de nós a semente, que com maior
ou menor frequência aparece germinando, na forma das idéias
criativas que nos ocorrem.
O broto cresce
Bom, nossa imagem já tem uma plantinha brotada da ter-
ra. Em nossa metáfora, colocamos a seu redor uma quantidade
adequada de adubo para otimizar seu crescimento, e esse adubo
é o que chamamos de p r o p o s i ç ã o de ação. No desenho, faço
um montinho ao lado da pequena planta. E a proposição de ação,
que representa um ato volitivo e concreto, pode ser exemplifica-
da pela determinação para tomar uma iniciativa, a partir de um
investimento de esforço e/ou tempo, em direção à criatividade.
Em uma criança, por exemplo, poderia ser algo como "vou treinar
para usar meus lápis de cor", ou, em um adulto, "vou tentar pôr
em prática a técnica que esse livro ensina, para desbloquear mi-
nha criatividade".
Adubando, dá
Nesse ponto, a metáfora mostra o crescimento da planta, que
passa a ser uma árvore de tamanho regular. Ela é produto da ação
do adubo e simboliza a atitude que passamos a apresentar para
O sol da prática
Prosseguindo com os fatores simbolizados dessa forma, te-
remos agora sobre nossa árvore a ação benéfica de uma boa dose
de sol e chuva, para ela vicejar e produzir frutos normalmente.
Na metáfora, o sol é o símbolo do que chamamos de prática
engajada. Trata-se de algo mais que a simples prática pelas ten-
tativas ocasionais ou decorrentes de estímulos circunstanciais,
como, por exemplo, a necessidade de arrumar desculpas criativas
para freqüentes atrasos na entrega dos pedidos, na empresa onde
trabalhamos.
A prática engajada vem com a adoção de uma abordagem
ou técnica específica, que irá balizar nossas ações. O engajamento
não requer disciplina total de obediência a determinado sistema
ou escola. Pode aproveitar várias técnicas, cruzando-as e soman-
do-as. Mas constitui-se, isto sim, em uma prática sempre mais
consciente do que a da tentativa casual. Isso talvez se viabilize por
meio de pequenos "balanços" de ações já tomadas, verificando, à
luz da técnica que procuramos usar como padrão, quando pode-
ríamos ter agido de forma diferente para obter melhores resul-
tados. Sob essa forma, a prática é consciente e traz benefícios
cumulativos, pois as experiências e suas avaliações passam a dei-
xar registros que facilitam as tentativas seguintes.
A chuva da consciência
Após a ação do sol, que na metáfora se desenha brilhando
sobre a árvore, vamos agora ao que se representa por uma nuvem
que faz chover: é o a u t o c o n h e c i m e n t o .
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Aqui, chegamos a um ponto importante e
delicado do processo, pois se sabe que o auto-
conhecimento é uma conquista valiosa e nunca
Os benefícios do
muito fácil, produto de outro processo, o do autoconhecimento
aperfeiçoamento pessoal. Ele não vem de um
simples exercício de vontade, é uma procura
transcendem em
que pode durar muito tempo, por vezes a vida muito seu objetivo
toda.
pertinente à
O autoconhecimento é mesmo necessário
ao processo do tornar-se criativo? Não afirma-
criatividade.
mos isso categoricamente, até porque temos
conhecido na prática muitos criadores profissionais, como publi-
citários e arquitetos, que estavam longe de ser pessoas centradas
em uma boa imagem de si próprias. Neuróticos e desajustados
também podem tornar-se criativos, mas aqui analisamos a ques-
tão por seu lado saudável, focalizando a capacidade criativa mui-
to mais como Abraham Maslow a via, como uma qualidade do
homem comum, sem bloqueios, em um processo de crescimento
(self-actualizing people) e de realização pessoal.
Afirmamos, contudo, que o autoconhecimento é extrema-
mente valioso para o desenvolvimento da capacidade criativa e
pode ser uma meta consciente da pessoa que deseja aperfeiçoar-
se no campo da criatividade. Claro que os benefícios do auto-
conhecimento transcenderão muito o objetivo pertinente à cria-
tividade. Tanto melhor. Talvez o comportamento criativo seja,
procurado dessa forma, um instrumento para o aperfeiçoamento
pessoal geral. E eu tendo a dizer que o é, pelo que tenho visto
na prática. Todas as pessoas envolvidas com o assunto em nosso
meio, professores e alunos, dão testemunhos que confirmam: a
prática da criatividade deixou suas vidas mais interessantes as fez
crescer como pessoas.
Os frutos palpáveis
As idéias criativas, na forma de puros insights ou de soluções
arduamente raciocinadas, são simbolizadas nessa metáfora pelos
frutos que a árvore produz, denominados f a t o s criativos. Nada
têm a ver, na maioria dos casos, com obras-primas de grandes per-
sonalidades criativas. Trata-se da manifestação prática da criativi-
dade no dia a dia, geralmente responsável pelo que chamamos de
inovação. São atos originais e relevantes pensados para a solução
de problemas, para a descoberta de oportunidades ou caminhos
novos, na vida profissional e nas atividades de todo dia. Poderia
ser, por exemplo, imaginar uma forma mais fácil de chegar a uma
fonte de lucro ou prazer, como uma família, que conheci, que
descobriu um jeito original de usar o calor do sol para desidratar
sobras de alimentos, para sua conservação.
Os fatos criativos podem ser definidos
pelo que eles trazem de ganho mais rápido (e
não previsto) em qualquer linha da evolução.
Os fatos criativos Modificam o status quo de alguma forma, seja
com uma nova receita de bolo ou com uma
distinguem-se da nova concepção arquitetônica.
manifestação cria- Os fatos criativos distinguem-se das mani-
tiva nas artes pelo festações criativas nas artes pelo compromisso
deles com a realidade e as circunstâncias. Sim,
compromisso deles em ambos os campos há uma ruptura, mas a
com a realidade e os criatividade artística tem um compromisso
maior com a estética e a conquista de novas
resultados. formas de expressão.
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Claro que o mecanismo da produção dos fatos criativos, que
mais interferem no contexto do que são relatados e admirados, se
processa nas mesmas áreas mentais que os gênios usam em suas
criações maiores. Aqui, há um paralelo evidente entre a ação do
homem criativo e a criatividade artística. Esta, entretanto, é fru-
to de outros estímulos, vocações e circunstâncias. A criatividade
aplicada no dia a dia é um exercício natural e sadio e pode ser
facilmente desenvolvida por todos nós.
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