Adequação do meio bucal
Visa a promoção de saúde, controlando os agentes
etiológicos da doença cárie dental previamente à
realização do tratamento restaurador/reabilitador,
tornando mais favorável o prognóstico do tratamento
realizado
Cárie: prevalência e severidade
Conscientização → importância da promoção de saúde
Aplicação de medidas preventivas direcionadas ao
controle da doença
Problema de saúde pública
Disbiose (desequilíbrio) açúcar-dependente, ou seja, é
uma doença dinâmica multifatorial, determinada pelo
consumo de açúcar e mediada por biofilme, que resulta no
desequilíbrio entre os processos de des e remineralização
dos tecidos duros dentários
É determinada por fatores biológicos, comportamentais e
psicossociais relacionados ao meio do indivíduo
.d
ao
xu
@
Cárie é uma doença transmissível?
O microrganismo cariogênico é transmissível mas a doença
não é
O desenvolvimento da doença vai depender do conjunto
de fatores para gerar o desequilíbrio
Hipótese ecológica da placa
Maior parte dos microrganismos são negativos da
cavidade bucal e a aquisição é questão de tempo
(portanto a doença cárie não é transmissível)
Mais importante que evitar a transmissão e manter o
equilíbrio na cavidade bucal:
⤷ Controle da dieta
⤷ Uso do flúor
⤷ Higienização
Evidências científicas
Depois de meio século considerada uma doença infecto
contagiosa
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Julho 2015 no Congresso da Organização Europeia para
Pesquisa de Cáries, a cárie passou a ser designada como
doença não comunicável, ou seja, não transmissível
Apesar de ser induzida por microrganismos, essas
bactérias também estão presentes em menor número na
boca de indivíduos livres de cárie
Dentre os inúmeros fatores etiológico da doença cárie,
apenas um, as “bactérias cariogênicas”, são consideradas
transmissíveis
Cárie é uma doença de etiologia complexa, dinâmica
multifatorial e não transmissível
Biofilme cariogênico
Disbiose → predominância de microrganismos
cariogênicos → maior produção de ácido por esses
microrganismos → lesão de cárie
Tratamento restaurador X adequação do meio bucal
Tratamento restaurador:
⤷ Repara os danos da doença
⤷ Não atua na doença em si
Adequação do meio bucal:
ia s
⤷ Atuar nos agentes etiológicos da cárie dentária
⤷ Controlar o risco e/ou atividade de cárie
⤷ Risco → propensão à doença
⤷ Atividade → lesões ativas
Adequação do meio bucal
Conjunto de procedimentos que visa
⤷ Diminuir os níveis de microrganismos
cariogênicos
⤷ Eliminar focos infecciosos
⤷ Estabilizar a atividade de cárie dentária
⤷ Favorecer a maturação pós-eruptiva
⤷ Condicionar psicologicamente a criança
⤷ Preparar a cavidade bucal para receber o
tratamento restaurador/reabilitador
Procedimentos clínicos:
⤷ Instruções de dieta
⤷ Controle mecânico do biofilme dental
⤷ Controle químico do biofilme dental
(antimicrobianos)
⤷ Fluorterapia
⤷ Escavação e selamento em massa das lesões
cariosas
⤷ Extração de raízes residuais/dentes não
restauráveis
⤷ Remoção de iatrogenias
Dieta
Atenção às questões sociais

Alto consumo de açúcar é um elemento crucial na
causalidade de cárie dentária
Antes de 2 anos de idade não é recomendado o consumo
de nenhum tipo de açúcar, pois a criança está formando
seus hábitos alimentares que perpetuarão por toda a vida
Após os 2 anos o açúcar se for consumido não deve ser
oferecido ou incentivado
⤷ Se o consumo tornar-se inevitável devido ao
convívio social, oferecer após as refeições
⤷ Se observada uma dieta regular de açúcar,
orientar para a redução ao máximo
OMS recomenda a necessidade de redução de ingestão de
açúcares livres:
⤷ Menos de 10% da ingestão calórica total diária
Ideal seria menos de 5% (25 gramas ou 6 colheres
de chá )
Abstinência total → impraticável
Substituição → não corrige os hábitos alimentares,
orientação profissional
Implementar restrição:
⤷ Introdução sacarose o mais tarde possível →
.d
após 2 anos
⤷ Controlar frequência → após principais
ao
refeições
⤷ Quantidade → preferencialmente menor que
xu
5%
@
Alteração dos hábitos das famílias é difícil
Questão socioeconômica pode dificultar
Diário alimentar
Objetivo → aconselhamento da alimentação para diminuir
o consumo de açúcar
Indicação → paciente com alta atividade de cárie
⤷ Não deve focar somente no consumo →
identificar padrões de consumo
⤷ Estimar a quantidade, frequência, horário e
consistência de alimentos consumidos
⤷ Diferenciar o que consome do que foi realmente
consumido (quantidade)
⤷ Realizado com critérios técnicos → reconhecer
os alimentos cariogênicos
⤷ Orientar substituição de alimentos cariogênicos
por verduras, frutas e legumes
⤷ Tipo do inquérito depende dependendo da
idade da criança
⤷ Até 2 anos → diário recordatório de 24h
(evitar final de semana)
⤷ Pré escolares → diário de 3 a 4 dias
(devido ao apetite instável)
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Controle mecânico do biofilme
Método eficaz, seguro e mais utilizado para diminuição da
cárie dental
Requer motivação, educação da criança e da família com
relação à importância de hábitos adequados de remoção
mecânica do biofilme
Exige tempo e coordenação motora → pais devem sempre
ajudar na escovação até os 6 anos
Responsabilidade do odontopediatra na prevenção
Limpeza da cavidade bucal de bebês edêntulos
Não é necessário
Sistema imunológico incluindo saliva contém agentes
antibacterianos que atuam como uma proteção da
mucosa, portanto não deve ser removido
Higienização deve ser feita após a erupção do primeiro
dente
Limpeza mecânica da cavidade bucal após a erupção
dental
Erupção do 1º dente → limpeza deve ser feita com
escovas de dente compatíveis com o tamanho da cavidade
bucal do bebê
⤷ Uso de dedeiras são aconselháveis apenas para
ia s
massagear as gengivas
Qual escova utilizar?
⤷ Boa empunhadura
⤷ Cerdas macias
⤷ Cerdas com extremidades arredondadas
⤷ Tamanho compatível com a cavidade bucal da
criança
Uso do fio dental deve ser introduzido assim que o 2º
dente erupcionar → promoção de hábito
Dentifrícios sempre com mais de 1000 ppm de flúor
⤷ Bebês até 3 anos → grão de arroz
⤷ Crianças a partir de 4 anos de idade → grão de
ervilha
O hábito de escovação deve ser um hábito prazeroso
Fluxo de escovação
Ensinar o paciente a retirar o máximo de biofilme possível
Evidenciação por fucsina pode ser um motivador
Técnica transversal
Dente semi-irrompidos em infraoclusão
⤷ Dente pode apresentar círculo gengival
Dentes que não sofreram maturação pós-eruptiva

Fio dental
Técnica do círculo → faz um laço com o fio dental e em
cada região interproximal vai rodando o laço
Melhor para a coordenação motora da criança
Troca das escovas de dente
A cada 3 a 4 meses ou quando deformadas
Bebês → 2 meses pois costuma mastigar mais as
escovas
Escova deformada não remove biofilme
Pode provocar injúrias no tecido mole
Questão socioeconômica
.d
Profilaxia profissional
ao
Feita a coloração com fucsina
Uso de escovas de robinson, pedra pomes e água/pasta
xu
profilática
@
Uso do jato de bicarbonato de sódio
⤷ Crianças já condicionada por conta da pressão e
do sabor
⤷ Crianças maiores de 4 anos
Controle químico do biofilme
Auxiliar da remoção mecânica do biofilme dental
Gluconato de clorexidina 0,12% (antimicrobiano)
⤷ Antisséptico “padrão ouro”
⤷ Solução, gel, verniz
⤷ Apresenta baixa toxicidade
⤷ Sabor desagradável
⤷ Adsorção à mucosa e superfícies dentárias →
substantivamente (efeito residual; efeito
prolongado)
⤷ Amplo espectro de ação
⤷ Ação bactericida e bacteriostática
Tratamento de choque
Pacientes de alto risco e alta atividade à cárie dental
Objetivos:
⤷ Reverter o risco do paciente
⤷ Aumentar a resistência do dente
⤷ Diminuir a microbiota cariogênica
Protocolo:
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⤷ 4 sessões com intervalo de 5-7 dias
⤷ Profilaxia com pedra-pomes e água
⤷ Bochecho ou imbricação com clorexidina 0,12%
⤷ Crianças menores
⤷ Profilaxia
⤷ Isolamento e secagem do
campo
⤷ Imbricação da clorexidina a
0,12% por 1 minuto no dente e
mucosa
⤷ Flúor
⤷ Crianças maiores
⤷ Bochecho por 1 minuto
⤷ Aplicação tópica de flúor
Fluoreto
Preventivo-terapêutico
⤷ Aumento da concentração no momento
⤷ Formação de fluoreto de cálcio
⤷ Favorece a maturação pós-eruptiva
Gel/mousse/espuma
⤷ Certificar paciente não está em jejum para
evitar toxicidade aguda
⤷ Evidenciação, profilaxia, lavagem
⤷ Posicionar paciente em posição vertical
⤷ Secagem do campo ou isolamento
ia s
⤷ Aplicação do flúor → fluoreto de sódio neutro
2% ou flúor fosfato acidulado 1,23%
⤷ Neutro → menor deposição de
fluoretos; paciente com presença de
muitas restaurações estéticas
⤷ Acidulado → maior deposição de
fluoretos; pode promover erosão na borda
de restaurações em caso de uso
prolongado
⤷ Utilização contínua do sugador
⤷ Remoção moldeira após 1min/ Remoção do
excesso de gel com gaze
⤷ Pedir para paciente cuspir varias vezes
⤷ Reaplicações → esquema preventivo e
terapêutico
Verniz fluoretado
⤷ Profilaxia e lavagem
⤷ Isolamento relativo e secagem do campo
⤷ Aplicação do verniz fluoretado com microbrush
ou pincel
⤷ Utilização contínua do sugador
⤷ Gotejamento água
⤷ Evitar ingestão alimentos → 2h líquidos e 3h
sólidos
⤷ Não escovar os dentes nas primeiras 12 horas
⤷ Reaplicações → esquema preventivo e
terapêutico
Flúor cariostático
Solução incolor alcalina (pH 10)
Conteúdo → nitrato de prata e o fluoreto de sódio que ⤷ Alérgicos a prata
quando aplicado forma o fluoreto de cálcio e precipita o Protocolo
fosfato de prata ⤷ Limpar ou fazer profilaxia com água e pedra
Concentração → solução a 30 ou 38% pomes
Propriedades ⤷ Proteger os tecidos moles com vaselina e
⤷ Impedir a instalação da cárie isolamento relativo
⤷ Aumentando a resistência do esmalte ⤷ Secar e aplicar o produto por cerca de 1 a 3
⤷ Ação antibacteriana minutos
⤷ Inibe a formação da placa em esmalte e ⤷ Lavar por 30 s
dentina ⤷ Reaplicado de acordo com o risco paciente
⤷ Paralisação de lesões de cárie ⤷ Tratamento de manutenção → 1 aplicação a
Mecanismo de ação cada 6 ou 12 meses
⤷ Os fluoretos atuam sobre os componentes
inorgânicos do dente como reserva de fluoreto
para neutralização no processo
des-remineralização → lesão de cárie ativa
⤷ Fosfato de prata atua sobre os componentes
orgânicos e microrganismos, altera a estrutura de
colágeno degradada, oblitera os túbulos
dentinários expostos, além da ação antibacteriana
Vantagens : Toxicidade do flúor
⤷ Baixo custo Dose provavelmente tóxica → 5 mg/Kg
⤷ Fácil aplicação Toxicidade crônica → fluorose
⤷ Técnica simples → não precisa fazer preparo ⤷ Dose limítrofe para fluorose: 0,05 a 0,07
diminui o aerossol mgF/Kg/dia
Seguro → não é tóxico
ia s
⤷ Indolor (não precisa anestesiar) Escavação e selamento em massa (curação)
⤷ Não invasivo ( sem necessidade de remover Definição
.d

dentina cariada ) ⤷ Curetagem de restos de alimento e camada

ao

Desvantagens: infectada de todas as cavidades de cárie abertas

⤷ Estética → escurecimento após 2 a 3 dias pela ⤷ Fechamento temporário cimento de ionômero
xu

oxidação da prata de vidro ou com óxido de zinco e eugenol

⤷ Aceitação dos pais
@

Curação X ART
⤷ Sabor metálico ⤷ Escavação e selamento em massa →
⤷ Irritação gengiva e mucosa temporário; CIV convencional
Cuidado na utilização ⤷ Tratamento restaurador atraumático →
⤷ Pode manchar a pele, mucosa temporariamente definitivo; CIV de alta viscosidade
e a roupa Objetivos
⤷ No caso de manchas na pele passar no local ⤷ Paralisar a progressão de lesão cariosa
Tintura de Iodo ⤷ Reduzir a microbiota bucal cariogênica
Indicações: ⤷ Remover os nichos de retenção bacteriana
⤷ Paralisação de lesões cavitadas ativas → ⤷ Dessensibilizar a dentina
principal indicação ⤷ Promover curativo em vários dentes numa única
⤷ Prevenção e inibição da cárie nas faces oclusais, sessão
interproximais e lisas ⤷ Estimular a formação de dentina reparadora
⤷ Dessensibilização dentinária ⤷ Favorecer o processo de maturação
⤷ Dentes com vitalidade pulpar pós-eruptiva
⤷ Paralisação de lesões profundas a fim de evitar ⤷ Modificação de hábitos e condicionamento do
a exposição pulpar paciente
⤷ Cárie na primeira infância Indicações:
⤷ Crianças com alta atividade e de difícil ⤷ Cavidade de cárie rasa ou média profundidade
comportamento Contra indicações:
Contra indicações ⤷ Cavidade de cárie profunda, com risco de
⤷ Qualquer sinal ou sintoma de patologia pulpar exposição pulpar
inflamatória irreversível ⤷ Lesão de cárie com envolvimento pulpar
⤷ Dor espontânea ⤷ Dentes com indicação de exodontia
⤷ Exposição pulpar Protocolo:
⤷ Lesões de cárie inativa
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 ⤷ Curetagem de restos de alimento e camada
infectada das paredes circundantes e afetada da
parede de fundo da cavidades de cárie com
curetas e colher de dentina de tamanho
compatível com a lesão
⤷ Caso necessário, o esmalte socavado deve ser
clivado com instrumento manual ou pontas
diamantadas, para obtenção de acesso ao tecido
cariado
⤷ Lavagem da cavidade com solução de
clorexidina
⤷ Secagem com mechas de algodão
⤷ Isolamento relativo e secagem do campo
⤷ Condicionamento ácido poliacrílico por 10 seg,
lavagem e secagem
⤷ Restauração provisória com CIV convencional
⤷ Proteção do CIV com vaselina, verniz ou adesivo
⤷ Avaliação/ajuste da oclusão
CIV convencional
⤷ Biocompatibilidade
⤷ Adesão à estrutura dental
⤷ Liberação de fluoretos
⤷ Cariostase

Extração de raízes residuais e dentes não

restaurados e remoção de iatrogenias
ia s
Eliminação de sítios de retenção de micro-organismos
.d

Redução dos níveis de micro-organismos cariogênicos

ao
xu
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