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Primeiros Socorros

Centro de Formação de Bombeiro Civil


TRANSEGURTEC
SBV

Centro de Formação de Bombeiro Civil Instrutora: Enfª Thayná Victorio


Transegurtec
Rua Sampaio Viana, 207
Rio Comprido - Rio de Janeiro
Tel: (21) 3575-2711
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Primeiros
Socorros

2021
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Sumário
PRIMEIROS SOCORROS

Conceitos ........................................................................................................... ..............3


Segurança do profissional ................................................................................ ..............6
Atendimento inicial às vítimas……………………………………………....................7
Sinais vitais ...................................................................................................... ..............12
Atendimento de emergência…...…………………………………….....….........……14
Emergências clínicas ....................................................................................... ............18
Engasgo
Hipertemia
Hipotermia
Hiperglicemia
Hipoglicemia
Desmaio
Desidratação
Choque elétrico
Mordedura de animais e picadas de insetos
Intoxição por produtos e envenemaneto
Convulsão
AVC

Emergências Traumáticas…………..............................……………………………..30
Ferimentos e Hemorragias
Queimaduras
Fraturas
Entorse
Luxação
Traumatismo torácico
Afogamento
Transporte......................................................................................................................42

Referências .................................................................................................................... 43
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CONCEITOS

Primeiros Socorros
São os primeiros cuidados realizados ainda no local que ocorreu o acidente, realizado até
a chegada do socorro especializado (SAMU ou Bombeiros).
Tem como finalidade aumentar a chances de vida, podendo prevenir complicações,
prevenção de novos acidentes, manter o local do acidente sinalizado e seguro até a chegada
do socorro.

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-la sem


risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte.

Importante!
1. Não cause danos !
2. A vítima tem direito de se recusar ao atendimento.
3. Não discuta com a vítima
4. Não questiona suas razões
5. Mantenha um diálogo

Emergência x Urgência
Emergência são casos que há risco imediato de morte ou de lesões irrecuperáveis para a
pessoa. Exemplo: Infarto agudo do miocárdio
Urgência são casos que resultam de acidentes pessoais. Exemplos: complicações na
gravidez ou fratura devido a uma queda.

SAMU e Bombeiro militar


Quem devemos chamar?
Os dois recebem treinamento para atuar em caso de urgência e emergência, ambos estão
presentes em todos os estados do país. O SAMU foi implatado pelo Ministério da
Saúde, em 2003. O bombeiro faz resgate, por exemplo, nas ferragens, e tem uma grande
experiência no atendimento ao trauma. O SAMU atua nas questões clínicas.
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O SAMU e o bombeiro atuam em parceria, 24 horas por dia. Tanto faz chamar o SAMU
ou o Bombeiro, as centrais ficam no mesmo local, se ligar para o 193 ou 192, será feito
uma triagem e a viatura correta vai entrar em ação.
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SEGURANÇA DO PROFISSIONAL
O uso de EPI (equipamento de proteção individual é primordial para segurança de que
está prestando o atendimento no primeiros socorros, quando tem possibilidade de
contaminação por produto químico, biológico, radiológico e nucleares. O mais comum
de encontramos num socorro é o material biológico.

Material biológico:

Equipamento de proteção individual

A adequação do EPI depende da atividade que será desenvolvida.


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Máscara cirúrgica – indicada para proteção da boca e nariz, e do ambiente devido as


secreções respiratórias de quem está usando.
confeccionada com no mínimo três camadas.
Máscara PFF2/N95 – indicada para a proteção de patologias por transmissão aérea,
como: tuberculose, varicela, sarampo, Covid-19 e SARG (síndrome aguda respiratória
grave).
Luvas: devem ser usadas quando se tem risco de contato com fluidos corporais e/ou sangue.
Protege de queimaduras químicas e térmicas. Existe luvas de látex, PVC, vinil ou nitrilas.
Nunca reutilizar as luvas descartáveis, descartá-las de forma segura. Enquanto estiver de
luvas, não deve segurar celular ou telefone, ou qualquer outro objeto de uso comum.
Devem ser colocados antes de começarmos a prestar os cuidados no local do acidente

Não podemos nos colocar em risco para salvar alguém! Cuide-se e


previna-se, tenha com você e use o material de proteção
individual!

ATENDIMENTO INICIAL AS VÍTIMAS


O que fazer ?
• Mantenha a calma
• Controle a situação
• Garanta a segurança pessoal e dos que estão auxiliando.
• Garanta a segurança da vítima

Avaliar a cena
Antes de entrar no local do acidente devemos avaliar se é seguro, e entender o que
aconteceu. Deve estar segura tanto pra você que irá socorrer, quanto para a vítima.
Riscos da cena
• Número de pacientes envolvidos
• Localização do paciente
• Posição do veículo
• Preocupação com contaminação ou materiais perigosos
• Potencial de fogo ou fogo
• Clima (Chuva, sol, calor, sombra, ventos...etc)
• Controle e segurança da cena pela aplicação da lei Tempo/Distância para a
Assistência à Saúde,
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• incluindo as capacidades do hospital mais próximo contra o centro de trauma mais


próximo
• Número de prestadores de cuidados pré-hospitalares e outros potenciais assistentes
no local
• Espectadores
• Transporte disponível no local
• Outros transportes disponíveis a certa distância (helicópteros, ambulâncias
adicionais)

Sempre suspeite de traumatismo grave, nas seguintes situações:


• Queda de uma altura superior a 2x a altura da vitima.
• Morte de um ocupante do veículo.
• Ejeção da vitima, do veículo.
• Empalamento em: cabeça, pescoço, tórax, abdômen, pelve, coxa e braço.
• Idoso traumatizados
• Hemorragias
• Alteração de nível de consciência/ comportamento após trauma craniano
• Alterações respiratórias • Inconsciência

Avaliar o nível de consciência da vítima


A abordagem deve acontecer utilizando o AVDI.
A – alerta
V – responde a estímulo verbal
D – responde a estímulo doloroso
I – inconsciente

Sinal X Sintomas

Sinal: tudo que você pode observar.


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Sintoma: a vítima tem que me contar o que ela está sentindo.

Avaliação da vítima

Avaliação primária: avaliar as condições que colocam a vítima em risco. Utilizamos o


o CAB, antigamente o ABC, para atendimentos clínicos, mas alguns estudos na área
observou que a maior parte das mortes aconteciam devido a hemorragias, e em seguida
obstrução de vias aéreas, que levava a ausência de respiração.

Avaliação da vítima clínica


A – abertura das vias aéreas com estabilização da cervical (observar se tem algum
alimento ou objeto obstruindo a passagem de ar, se tiver e for possível remova)

B – ventilação (utilizamos o VOS)


V- ver a expansão pulmonar (movimento de inspirar e expirar.
O – ouvir o som da respiração (tanto nariz quanto boca)
S – sentir o ar expirado pela vítima.
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C – circulação. Iremos sentir o pulso da vítima. De preferência na carótida ( fica na


lateral do pescoço). Importante verificar se há hemorragias, se tiver temos que conter
(será a primeira coisa a observar no socorro).

Obs: Nunca verificar pulso com o polegar.

Como devemos abordar a vítima:


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SINAIS VITAIS
Os sinais vitais são: temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e dor..

Temperatura: quantidade de calor existente no corpo (HOUAISS; SALLES, 2008).

Valores de referência para a temperatura

• Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C

• Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C


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• Temperatura retal: 37°C a 38°C

Pulso: batimento arterial pode ser sentido em diversos locais, mas podemos verificar com
mais facilidade: carótida, punho, femoral. Deve ser sentido e contado por 1 minuto.

Valores de referência para pulsação

• Adultos – 60 a 100 bpm;


• Crianças – 80 a 120 bpm;
• Recém nascido – 120 a 160 bpm.

O ritmo pode ser irregular, regular, ausente ou ter arritmia.

Normocardio: dentro da normalidade


Bradicardia: pulso abaixo de 60 bpm
Taquicardia: pulso acima de 100bpm.

Respiração: movimento dos pulmões de inspirar (permite a entrada de ar) e expirar (saída de ar dos
pulmões). Nos respiramos oxigênio e expiramos gás carbônico. Para saber se a vítima está respirando
precisamos nos aproximar e sentir o ar ou ver os movimento intercostais.
As incursões respiratórias (irpm) é quando a pessoa inspira e expira, completando um ciclo, em 1
minuto.

Valores de referência para respiração

• Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;


• Crianças – 20 a 30 inspirações/ min;
• Recém nascido – 30 a 60 respirações/ min.
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Eupnéia: respiração normal em repouso.


Taquipnéia: acima de 20 irpm (no adulto).
Bradipneia: inferior a 12 irpm.
Hiperpneia: ventilação profunda
Apneia: ausência de ventilação.
Dispneia: ventilação rápida e curta.
Pressão arterial – A pressão arterial (PA) é a força que o sangue exerce na parede das artérias.

Dor – é subjetiva (depende de cada um). É avaliada por diversas formas, uma delas é a
escala de 0 (nenhuma dor) a 10 (pior dor que você já sentiu).

Avaliação da vítima de trauma

XABCD (Trauma)
A vítima deve ser avaliada em todos os aspectos e o mais rápido possível para conter
hemorragias.

X – de exsanguinante. Deve ser observado se a vítima tem alguma hemorragia (arterial


ou venosa). O mais importante é conter a hemorragia.

A – (Air) Vias aéreas pérvias – Verifique se há obstrução por: Sangue, líquido, fratura
de base do crânio, objetos
de cervical, objetos, etc. Restrição e mobilização da coluna cervical
B – ( Breathe) Após verificar as vias aéreas e desobstruir, devemos observar se a vítima
está respirando.
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C – ( Circulation ) Verificar a circulação da vítima através do pulso carotídeo e perfusão


periférica através
das extremidades, pressionando levemente a base da unha.
D – ( Disability ) Avaliar a consciência da vítima através de algumas perguntas simples
para verificar se a vítima está Lúcida e orientada em tempo e espaço (LOTE). Deverá
avaliar as pupilas e movimentos.
E – ( Exposure ) Fazer uma avaliação geral e verificar: Fraturas, exposições da vítima
(expor somente as áreas a ser examinada), transportar, proteger, aquecer e aguardar.
Sempre monitorando a vítima até o SAV chegar.

Avaliação secundária : nessa avaliação iremos verificar a vítima minuciosamente da


cabeça aos pés, procurando lesões. Também devemos reavaliar os sinais vitais. Devemos
inspecionar e apalpar.

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA

Colar cervical
É utilizado na região Cervical da Coluna Vertebral. Essa é um conjunto de vértebra
empilhada uma em cima da outra, onde passam diversos nervos cranianos que são
ramificados por todo o corpo.

Os nervos cranianos ficam dentro de cada vértebra bem protegidos, pois uma lesão como:
fratura, esmagamento de vértebra, podem levar a vítima a danos permanentes das funções
motoras ou cognitiva.
O colar cervical é utilizado para imobilizar a coluna CERVICAL que é composta por 7
vertebras.
Utilização – O colar cervical só é utilizado quando há suspeita de trauma. Por isso a
necessidade de avaliar a vítima. Deve ser posicionado com muita calma para não
movimentar nenhuma vértebra. O queixo precisa estar em cima do apoio, o “sorriso” do
colar para cima, do apoio do colar sob a mandíbula de um ângulo ao outro.
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Como colocar o colar cervical?


Um profissional fica apoiando a cabeça da vítima com as duas mãos alinhando a cabeça no
sentido axial. Caso haja resistência, dor ao movimentar, ou ausência respiratória, deve
desconsiderar o alinhamento da cabeça.
O segundo profissional fará a inspeção e palpação do pescoço da vítima antes de adaptar o
colar para verificar a necessidade de curativo ou algo que impeça de por o colar cervical.
Após a avaliação o profissional irá medir o pescoço da vítima para verificar o tamanho do
colar ideal (P.M.G )

Após a colocação do colar cervical, a estabilização manual da cabeça e do pescoço deve


ser mantida até que o paciente seja colocado na prancha e seja instalado o imobilizador
lateral de cabeça.
O uso do colar cervical é contra indicado em caso de:
• Onde o alinhamento não possa ser obtido, o posicionamento da cabeça deve ser
mantido com controle manual e outras estratégias de fixação para evitar
movimentação.
• Com a presença de objeto encravado no pescoço ou região, o objeto deve ser fixado
e o controle manual mantido em associação a outras estratégias de fixação para
evitar a movimentação da cabeça.

Imobilizador lateral de cabeça (Head Block)


O imobilizador lateral de cabeça serve para restringir os movimentos quando a vítima é
colocada na prancha e é transportado. Ele não imobiliza a Cervical, somente restringe o
movimento da cabeça.
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Prancha rígida
A prancha rígida tem um papel importante na hora do transporte, sendo utilizada para
retirar uma vítima inconsciente ou impossibilitada para andar devido a múltiplos traumas.
Possui tirante (faixas) que servem para prender a vítima evitando a sua queda no meio do
transporte.
Tipos de remoção com a prancha:
• Rolamento em bloco 90º
• Rolamento em bloco 180º
• Elevação em monobloco

Reanimador manual (AMBÚ)


O AMBÚ (Artificial Manual Breathing Unit ® ) que significa Unidade Manual de
Respiração Artificial, ou Reanimador Manual. Consiste em um balão (bag), uma
válvula unidirecional que impede que o ar exalado pelo paciente retorne ao balão, um
reservatório de oxigênio e uma máscara que envolve o nariz e a boca do paciente.
Ele é utilizado para recuperar e auxiliar a respiração da vítima por Parada
CardioRespiratória, obstrução das vias aéreas, afogamento elevando o nível de O². É
importante que a máscara esteja bem posicionada

Ele possui diversos tamanhos, suas partes são desmontáveis, após o uso ele deve ser
esterilizado e o filtro trocado.
a) Desmontar o ambú (retirar a máscara e conexões);
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b) Limpar a bolsa ventilatória externamente com pano úmido e sabão. Evitar penetração
de água no interior da bolsa;
c) Lavar a máscara e conexões com água e sabão;
d) Enxaguar em água corrente e secar;
e) Imergir a máscara e conexões em solução de hipoclorito a 1% por 30 minutos;
f) Retirar da solução de hipoclorito e enxaguar em água corrente;
g) Secar e guardar em recipiente tampado;

DEA
O DEA – Desfibrilador Externo Automático é utilizado em vítimas com Parada
cardiorrespiratória devolvendo o ritmo regular dos batimentos cardíacos quando se
encontra em FV ( Fibrilação Ventricular ), TVSP ( Taquicardia Ventricular Sem Pulso )
exceto em Assistolia, AESP ( Atividade Elétrica Sem Pulso )

O DEA não pode ser utilizado nas seguintes situações:


• Vitima molhada
• Vitima com Marca Passo.
• Se a vítima tiver muito pelo na região torácica devera aparar os pelos para os
eletrodos colarem.
Obs: O DEA é utilizado de forma simples, com mensagens para se comunica com o
socorrista. Respeite a mensagem!
Obs²: Assim que o DEA chegar na cena. Não podemos interromper a massagem
cardíaca. Um socorrista coloca o DEA e o outro continua as compressões. Não é
necessário esperar o DEA chegar para iniciar as compressões cardíacas.
Quando o DEA for colocado, aguarde as orientações e leitura do aparelho sem
interromper a massagem, assim que ele pedir para afastar pare as massagens e aguarde
os comandos seguintes.
O DEA contém duas pás ( Eletrodos ), que são posicionados nos locais :
Eletrodo do lado direito: precisa ser colado abaixo da clavícula, na linha hemiclavicular.
Eletrodo do lado esquerdo: deve ser posicionado nas últimas costelas, na linha
hemiaxilar (abaixo do mamilo esquerdo).
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Atendimento de Múltiplas vítimas


O método START é utilizado em acidentes graves com mais de 5 vítimas. START é
uma sigla que significa: SIMPLES TRIAGEM E RÁPIDO TRATAMENTO “ Simple
Triage and rapid tratament “ e as vítimas são classificadas com cores: VERDE,
AMARELO, VERMELHO E PRETO (CINZA).

PRIMEIRO PASSO:
AVALIAR A CENA
Verifique as vítimas do local, veja quem pode andar, essas pessoas podem ajudar com
os demais. Você pode chamar ou usar o megafone.
SEGUNDO PASSO:
CLASSIFICAR
Para classificar precisamos verificar os SINAIS VITAIS (Pulso, respiração, estado
neurológico) Imagine um Semáforo...
VERDE
Vítima viável estável para atendimento em 3h ou mais
FC – Frequência Cardíaca Normal
FR – Frequência Respiratória Normal
PC – Perfusão Capilar Normal
LOTE – Lúcido Orientado em tempo e espaço
Deambulando sem apoio.
Sem lesões graves.
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AMARELO
Vítima viável urgente para atendimento em até 1h
FC – Frequência Cardíaca alterada
FR – Frequência Respiratória alterada
PC – Perfusão Capilar alterada
LOTE – Lúcido Orientado em tempo e espaço
Deambulando com auxílio.
Com lesões graves

VERMELHO
Vítima viável emergencial para atendimento imediato
FC – Frequência Cardíaca alterada
FR – Frequência Respiratória alterada
PC – Perfusão Capilar alterada
LOTE – Lúcido Orientado em tempo e espaço
Não deambula
Com lesões muito graves

PRETO
Vítima inviável.
FC – Frequência Cardíaca ausente
FR – Frequência Respiratória ausente
PC – Perfusão Capilar ausente
INCONSCIENTE
Não deambula
Com lesões muito graves

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

Situações graves acontecem de repente, e temos que agir rapidamente, a fim de evitar óbito
ou complicações.
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Engasgo: obstrução causado por um objeto ou alimento impede a fala e a respiração.


Acontece a obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE). Nesse caso é feito a
manobra de Heimlich, também conhecida como abraço de urso.

A sequência do bolo alimentar é passar pela boca, processo de mastigação e a


deglutição. O bolo alimentar fecha a entrada da glote abaixando a epiglote ( acima da
glote ), quando a epiglote é abaixada, o bolo alimentar passa pelo esôfago caindo no
estômago.
O que geralmente ocorre nos casos de obstrução das vias aéreas superiores por
alimentos, mal mastigados ou grandes, é a obstrução da glote, o alimento entra na glote
indo para laringe, traqueia e pulmões, gerando uma broncoaspiração de alimento ou
líquidos.
Outro caso seria fratura de base do crânio ou lesões na coluna cervical, os fragmentos,
sangue obstruem a passagem de ar.

Sinais e sintomas
• Agitada.
• Grave dificuldade respiratória.
• Cianótica.
• Incapaz de tossir, falar ou respirar.
• Coloca as mãos ao redor do pescoço.
• Não emite som.

Em adultos temos três situações que podem ser usadas:


• Obstrução leve em paciente responsivo: Vítima consciente e respirando
parcialmente, ou seja, ela ainda consegue pedir ajuda falando.Nesta forma
antiga, o socorrista dá pequenos tapotagem nas costas da vítima abaixo da
cervical e pede a vítima para tossir bem forte.
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• Obstrução grave em paciente responsivo : Manobra de Desobstrução das Vias


Aéreas Superiores ( Manobra de Heimlich ).

Nessa manobra se a vítima encontra-se consciente e for verificado a causa por


alimentação, iremos abordar ela pelas costas, abraça-la, com seus braços na altura do
ponto da cicatriz umbilical e a mão em contato com o abdômen da vitima está com o
punho fechado e o polegar voltado para dentro. E a outra mão colocada sobre a
primeira.
Fazer compressões sucessivas direcionadas para cima até desobstruir as vias aéreas ou a
vítima ficar inconsciente.

• Obstrução grave em paciente irresponsivo: Obstrução das Vias Aéreas vítimas


inconsciente. Neste momento a vítima já chegou ao terceiro modo, nenhumas das
etapas anteriores conseguiram desobstruir a passagem do ar. Neste último
momento a vítima já estar no chão inconsciente, cianótica, pele fria e corpo mole.
Uma vítima já asfixiada, precisando de ajuda do Suporte Avançado de Vida (
SAV), ligue 192 e continue observando a vítima, realizando a manobra abaixo:
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a) Libere as Vias aéreas da vítima, verifique se há o corpo estranho obstruindo que dê


para retirar
com as mãos.
b) Posicione-se em decúbito dorsal realize movimentos em “J” entre o diafragma e o
apêndice
xifoide.
c) Verifique o pulso e a se há respiração
d) Caso não haja pulso e nem respiração, realize a oferta de O2.

Diferente do adulto, os bebês e crianças em fase de amamentação ( Lactentes ) tem a


epiglote e glote em formação muscular. A amamentação é super importante para que
esse músculo se fortaleça e melhore a deglutição.
Os maiores motivos de engasgo pediátrico são devido à alimentação com líquidos,
pequenos objetos coo brinquedo, brincos e anéis, também podem obstruir a via aérea
superior da criança.

• Coloque a criança apoiada no antebraço com o rosto virado para baixo ( Posição
Ventral).
• De 5 alavancadas na parte do dorso-escapular do bebê.
• Vire o bebe com a cabeça para cima ( posição dorsal ) ainda apoiado no
antebraço e entre os mamilos pressione por 5 vezes.
• Repita até a criança chorar.
• Caso a criança não esboce tônus muscular rígido, respiração e fique cianótico,
encaminhá-lo para o SAMU.

Temperatura

O corpo humano se adapta a temperatura ambiente através do processo de excreção de


suor por células de termorregulação gerando o calor metabólico suficiente para manter a
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homeostase ( equilíbrio fisiológico ).

Hipertemia: temperatura do corpo acima do valor de refência. Pode ser causada pela
exposição prolongada ao Sol, ou locais com temperatura elevada, mas também, podem
ser causados por alguma doença.
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2013): Os sintomas de
alerta para a hipertermia estão classificados como dores abdominais, contraturas
musculares – câimbras, vômito, dor de cabeça, tontura, fraqueza, excesso ou falta de
suor, sintomas neurológicos como irritabilidade, alucinações, delírios, convulsões e
coma.

Hipotermia: temperatura do corpo abaixo do valor de refência. Pode acontecer devido


ao contato prolongado com água gelada, neve ou gelo.
Sinais e sintomas: fraqueza, tremores, mãos e pés frios, pele palida, cianose, dificuldade
para respirar, bradcardia, confusão mental e perda dos sentidos.

Devemos aquecer e secar essa vítima. Caso seja devido à perda de líquido, temos que
conter esse extravasamento e manter a vítima aquecida.

Glicemia

O normal para um adulto é 70 a 100 mg/dL


Pós prandial é 140 mg/dL

Hiperglicemia: aumento da quantidade de glicose no sangue. Pode acontecer por


excesso de alimentos e sedentarismo; dose incorreta de insulina no diabetes tipo1,
estresse, o corpo está com dificuldade de utilizar a insulina produzida geralmente no
diabetes tipo 2. ( Sociedade Brasileira de Diabetes).
Sinais e sintomas: excesso de urina, aumento da sede, muita fome, pele e mucosas
secas.
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O valor é acima de 140 mg/dL pós refeições.

Hipoglicemia: diminuição da quantidade de glicose no sangue. Pode acontecer devido a


muitas horas sem se alimentar, prática de exercício físico excessiva, e em diabéticos
muita insulina presente no corpo.
Sinais e sintomas: fome muita ou normal, a pele pode apresentar umidade, sudorese,
fadiga e tonturas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (s/ano): sintomas mais graves incluem
aumento da frequência cardíaca, visão turva, confusão, convulsões e, em casos graves,
coma.
O valor de referência é abaixo de 70 mg/dL.

Inconsciência: “Ausência de alerta/responsividade após estímulos externos


(verbais, táteis e/ou dolorosos).” (SAMU )

O que fazer?
• Chame pela vítima, veja a responsividade.
• Verifique o pulso e respiração.
• Identifique-se
• Coloque a vítima em posição de segurança.
• Realize inspeção e palpação.
• Aguarde o seu retorno.

Desmaio (sincope): Também conhecida como síncope, acontece a perda de


consciência. Pode acontecer devida a hipotensão ou hipertensão arterial, pancadas
violentas, exposição prolongada ao sol, intoxicação por remédios, alcool ou drogas,
situações fora do comum.

Como ajudar?
• Chame pela vítima, veja a responsividade.
• Verifique o pulso e respiração.
• Identifique-se
• Caso a vítima esteja no solo; Eleve a perna da vítima acima do seu joelho –
Aproximadamente 45º graus.
• Caso a vítima esteja sentada; Abaixe a cabeça da vítima ate o joelho.
• Aguarde o seu retorno.

Desidratação: ocorre quando há perda de água e eletrólitos (sódio, potássio, entre


outros). Essas perdas pode ser através de vômito, diarréia, entre outros.
Sinais e Sintomas: muita sede, olhos fundos, boca e pele seca, ausência ou pouca
produção de lágrimas, diminuição de suor, dor de cabeça, tontura, sonolência, cansaço,
taquicardia e fraqueza. Pode ser leve, moderada ou grave. Se a desidratação se agarvar
pode levar a hipotensão, convulsões, perda de consciência e óbito.

Choque elétrico: quando passa corrente eletrica. Fontes de eletricidade: geladeira,


lâmpada, TV, chuveiro entre outros. Tem materiais que facilitam a passagem de
corrente eletrica, como o cobre, aluminio, agua, entre outros). Mas temos materiais que
isolam impedem passagem de corrente) por exemplo: vidro, plástico, borracha, etc.
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A corrente elétrica que atravessa o corpo gera calor, que queima e destrói os tecidos. As
queimaduras podem afetar tanto os tecidos internos como a pele. Uma descarga elétrica
pode provocar um curto-circuito nos sistemas elétricos próprios do organismo e
interromper a transmissão de impulsos por parte dos nervos ou fazer com que estes os
transmitam de forma

Mordedura de animais e picadas de insetos: pode acontecer mordida de animais


(gato, cachorro). Segundo a FIOCRUZ (s/ano): As mordeduras são em grande parte
causadas por cães, sendo estimado que 80% das ocorrências são de pequenos
ferimentos, não havendo necessidade de atendimento de urgência.
Geralmente atinge extremidades em adultos (mãos e pés) e nas crianças atinge mais o
rosto.
Segundo a FIOCRUZ (s/ano): Além do trauma físico causado pelas mordidas, deve-se
ter a preocupação com as doenças infecciosas, que podem ser transmitidas. Estas podem
ser causadas por bactérias, fungos, vírus dentre outros agentes biológicos.

IMPORTANTE! Procure a unidade de saúde se você foi mordido ou arranhado por


animal, pois eles podem transmitir o vírus da raiva. Se houver indicação da vacina
antirrábica deve ser tomada nos três dias após agressão.

Orientações segundo a prefeitura do Rio de janeiro (2017):

Lavar imediatamente o ferimento com água corrente, sabão ou outro detergente.

• Procurar uma unidade de pronto atendimento ou de Atenção Primária, para avaliação e


indicação dos procedimentos necessários.

• Se houver indicação clínica atestada pelo profissional de saúde, o paciente deve ser
orientado a procurar uma das 36 unidades de profilaxia da raiva humana, para
administração da vacina antirrábica segundo esquema indicado para o caso.

• O soro antirrábico só pode ser aplicado em unidade hospitalar e com a apresentação da


prescrição feita pela unidade que acolheu o paciente.

• O uso de antibióticos deve ser feito nos casos em que haja indicação, após avaliação
médica.

• Caso surjam, nos dias seguintes o acidente e aos primeiros cuidados, sinais de
infecção, é indicado procurar o serviço de saúde para nova avaliação pelo médico.

Intoxição por produtos e envenemaneto: acontece quando a pessoa inala, ingere, tem
contato com a pele alguma substância tóxica. Pode resultar em morte ou complicações
graves, caso não haja socorro a tempo. Substancias geralmente levam a esse casos:
produtos de limpeza, venenos utilizados em casa (raticida), medicamentos, alimentos
estragados, gases tóxicos.
Devemos suspeitar de que alguém está envenenado: substância próximo a pessoa, ou em
contato; hálito diferente, bradpneia, hipotermia, dor ou queimação na boca, garganta ou
estômago, sonolência, confusão mental ou inconsciência, estado de coma, delirios e
alucinações, sangramentos, lesões na pele, vermilhidão ou quimaduras, enjôos, vômitos,
excesso de suor, salivasão e convulsões.
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Importante! Só médicos podem diagnosticar e receitar medicamentos.

Convulsão: é quando acontece a contração involuntária dos músculos. Geralmente


ocorre junto a perda de consciência
Sinais e sintomas: cianose de lábios, inconsciência, pode acontecer salivação e
espasmos incontraláveis.

O que fazer?
• Não coloque nada na boca da vítima e nem tente abrir.
• Proteja a cabeça da vítima
• Verifique a quantidade de espasmos repetidos.
• Não contenha a pessoa a força.
• Afrouxe as roupas
• Mantenha o paciente na posição de segurança ( de lado )
• Não oferte nenhum tipo de alimento ou líquido após o espasmo.
• Caso a vítima tenha mais espasmos após a sua recuperação. Ligue para o SAMU

AVC (acidente vascular cerebral): Também conhecido como derrame cerebral. Nosso
cérebro conduz todos os sistemas do corpo através de nervos ( Nervos Cranianos ) que
se espalham por todo o corpo protegidos na Medula Espinhal.
No caso do AVC ( Acidente Vascular Cerebral ) também conhecido com AVE
(Acidente Vascular Encefálico ) podem ocorrer dois tipos de lesão: Isquêmico e
Hemorrágico.
No Isquêmico temos uma diminuição do fluxo sanguíneo ocorrendo uma anóxia
(ausência de oxigênio) devido um trombo que está interrompendo a passagem do
sangue. No hemorrágico a interrupção de sangue ocorre pelo rompimento de um vaso
sanguíneo, causando hemorragia cerebral. Ambas as lesões causam cefaleia, tonteira,
dificuldade na fala, dificuldade visual, dificuldade nos movimentos e queda da mesma
altura.
Como identificar?
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Fisiologia do Coração
O coração humano tem a função de carrear sangue oxigenado para todo o corpo humano.

Parada cardiorrespiratória (PCR) – ausência de respiração e batimentos


cardíacos

O reconhecimento precoce desta condição é um fator fundamental para reverter esse quadro.
Motivos:
• Infarto Agudo do Miocárdio
• Afogamento
• Morte súbita
• Doenças Coronarianas
• Hipercolesterolemia – Colesterol Alto
• Obesidade
• Doenças Renais
• Doenças Pulmonares
• Doenças Hormonais
• Doenças Crônicas e Autoimunes

Sinais de PCR
1. Ausência de pulso
28

2. Ausência de respiração
3. Inconsciência
4. Dilatação pupilar
5. Aparência de morte
O socorrista deve identificar a parada cardiorrespiratória através da falta de resposta,
ausência de pulso e respiração.
Caso a vítima apresente respiração, mas ainda sim esteja inconsciente, o socorrista deve
aguardar a chegada de suporte especializado.
Infarto agudo do miocárdio: “um paciente que sofreu uma parada cardíaca. O fluxo
sanguíneo e o oxigênio são cortados em uma porção do miocárdio (músculo cardíaco) e
algumas células cardíacas morrem. A perda dessas células prejudica a função cardíaca,
reduzindo assim a resposta cardíaca e o fornecimento de oxigênio para o resto do
coração. Isso, por sua vez, resulta em uma nova redução na oxigenação das células
cardíacas remanescentes. Se não houver células viáveis suficientes ou se as células
restantes não forem fortes o suficiente para garantir que o coração continue a atender às
necessidades de fluxo sanguíneo do corpo, então a insuficiência cardíaca pode resultar.
“ PHTL 9º edição

Reanimação cardiopumonar (RCP): é um suporte que faremos quando a


vítima não tem pulso (batimentos cárdiacos) e não respira. Tem como objetivo proteger
o sistema nervoso central da falta de oxigênio.
Adultos e crianças maiores de 1 ano
2 mãos ou 1 mão sobre a metade inferior do esterno

Menores de 1 ano

2 dedos no centro do tórax . Logo abaixo da linha intermamilar e profundidade de 4cm.


29

Devemos fazer 100 a 120 compressões por minuto (essas são feitas no tórax).
Ou
Realizar massagem cardíaca externa de 30 massagens para 2 ventilações (adutos).
Importante!
• Não se apoie (descanse) no tórax da vítima, durante os intervalos entre as massagens.
• Provoque uma profundidade de 5cm (2 polegadas), no tórax da vítima.

Para realizar a Manobra de RCP a vítima deverá está posição dorsal em superfície plana
e rígida e seca para que as compressões sejam efetivas.
• Na utilização do DEA a vítima não pode está molhada, com marca passo e excesso
de pelo.
ATENÇÂO
Não se deve perder mais que 1 segundo em cada respiração artificial e deve-se
observar expansão torácica durante a respiração artificial.
Quando parar?
• As compressões e ventilações somente serão cessadas quando chegar o AS
• Quando o tempo de massagem for superior a mais 40 minutos sem apoio avançado
• Quando o profissional estiver exausto
• Caso a vítima retorne (respira ou se movimenta ou tosse)
30

EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS

Ferimentos: quando ocorre um rompimento da pele. Pode ser causado por objetos
perfurantes ou cortantes.

O que fazer?
Calçar luvas de procedimento, lavar com água e sabão neutro, estancar a hemorragia
cobrindo o feirmento, se necessário chamar o socorro.
O que não fazer ?
Não use as mãos sem proteção para lavar, se houver fratura exposta.
Não utilize pomadas ou qualquer substância.

Tipos de ferimentos
• Feridas Abertas ( cortantes, corto –contusa , puntiforme , pérfuro – contusa ,
lácero contusa )
Lesões por perfuração
➢ Não retire o objeto.
➢ Envolva a parte que está exposta com pano para imobilizar.
➢ Encaminhe a vítima para o hospital.

• Ferida Fechada (Hematomas, Equimose)


Lesões Fechadas
➢ Para diminuir a dor – Gelo indireto, ou seja, enrolado num pano limpo ou gaze.
➢ Encaminhe para o hospital.

Hemorragia: perda de sangue. Pode ser interna ou externa.

Hemorragia externa pode ser arterial, venosa ou capilar. Ela se exterioriza.


Sinais e sintomas: palidez, cansaço, sede, frio e pupila dilatada.
A perda acentuada de sangue causa: Hipovolemia, hipotensão, hipotermia e a morte.
Hemostasia: conter hemorragia, precionando o local até parar de sangrar.
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Capilar – Esse vaso tem a espessura fina como um fio de cabelo, ele irriga a parte
superficial da pele, revestimento, fios de cabelo, membranas. A pressão sanguínea que
passa por esses capilares é bem baixa, a ponto de não sentirmos ao toque a presença de
circulação. Esse rompimento pode ocorrer em: Arranhões e escoriações.

O que fazer?
• Limpe a ferida com soro ou água corrente e sabão neutro.
• Use água oxigenada 10 volumes ( aquosa )
• Seque a ferida com gaze.
• Proteja com gaze e esparadrapo. Não use algodão!

Venosa - As veias são mais calibrosas que o capilar, transporta sangue com mais volume
só que lentamente, seu fluxo é lento e contínuo, também não sentimos o pulso cardíaco
nesse vaso. Ele irriga grandes órgãos que demandam maior volume de sangue oxigenado.
Esse rompimento de vaso acontece em: Lacerações, cortes, amputações, AVC, úlceras
varicosas, etc. A diferença do capilar para veia é que o sangue escorre e a cor é vermelho
escuro.

O que fazer?
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• Limpe a ferida somente com soro ou água corrente.


• Limpe as laterais da lesão com água oxigenada.
• Seque a ferida com gaze.
• Pressione a ferida com gaze até cessar o sangramento. Caso o sangramento seja extenso,
coloque gaze e feche com a atadura fazendo uma leve pressão no local.

Arterial – Esse vaso fica mais escondido, profundo, para ser protegido. Esse vaso é
calibroso, rígido e tem maior volume de sangue. Esse vaso irriga sangue com muita
pressão, podendo ser sentido ao toque embora seja profundo. É neste vaso sanguíneo que
conseguimos aferir o pulso da vítima, a cor desse sangue é um vermelho mais claro.
O que fazer?
• Pressione com força a lesão.
• Coloque o máximo de gaze que puder sempre pressionando. Sem retirar o anterior.
• Em caso de amputação, realize o torniquete.
Hemorragia interna: ocorre dentro do corpo, pode se exteriorizar através de oríficios:
ouvido, nariz, boca, entre outros. O controle é através de cirurgia. Causas: acidnete de
carro, soterramento ou queda, PAF (perfuração por arma de fogo) ou PAB (perfuração por
arma branca).

O que fazer?
Chamar o socorro, elevar as pernas e monitorar sinais vitais, aplicar compressa gelada, se
necessário fazer RCP e encaminhe para o hospital.

O que não fazer?


Não dê qualquer tipo de alimento ou bebida a vítima.
Não obstrua a saída de sangue pelos oríficios naturais.

Queimaduras
A pele é o maior órgão do corpo humano e possui múltiplas funções complexas, incluindo
proteção ambiental, regulação de líquidos, termorregulação, sensibilidade e adaptação
metabólica.
Extensão da queimadura – superfície queimada
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Queimadura leve
Menos de 10% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau.
Menos de 5% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau.
Menos de 2% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.

Queimadura moderada
10 a 20% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau.
10% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau.
5% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.
Suspeita de queimaduras do trato respiratório por inalação de ar quente.
Queimaduras leves em pacientes com doenças que predisponham infecções, tais como
imunossupressão, diabetes ou anemia falciforme.
Queimaduras em formato circunferencial, tipo pulseira, colar ou bracelete.

Queimadura grave
Mais de 20% da superfície corporal de um adulto com queimaduras de 2º grau.
Mais de 10% da superfície corporal de uma criança ou idoso com queimaduras de 2º grau.
Mais de 5% da superfície corporal com queimaduras de 3º grau.
Queimaduras elétricas por alta voltagem.
Queimaduras comprovadas do trato respiratório por inalação de ar quente.
Queimaduras significativas na face, olhos, orelhas, genitália ou articulações.
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Outras graves lesões associadas a queimadura, como fraturas e traumas.

Podem ser de graus variados: primeiro, segundo e terceiro.

Pode ser de origem : térmica, química, eletrica, biologica ou radiotiva.


Queimaduras térmicas: exposição ao calor, fogo, vapor ou gases, exposição ao frio,
líquidos quentes e objetos aquecidos.

O que fazer?
Afaste a vítima do que está ocasionando a queimadura.
Retire anéis, pulseiras e outros objeto
Não romper bolas
Não retire roupas grudadas.
Resfrie a lesão
Seque com cuidado
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Aqueça a vítima
Verifique a respiração e os batimentos cardíacos
Encaminhe ao hoospital
O que não fazer?
Não colocar creme dental, borrar de café, manteiga.
Não oferecer medicamentos
Não dar líquidos ou alimentos
Não aplicar gelo no local

Queimaduras químicas: causadas por produtos químicos em contato com a pele.

O que fazer no caso de substância líquida?


Retire as roupas debaixo da água
Lavar o local que teve contato
Isole o local contaminado

O que fazer no caso de substância pó?


Retire excesso de material antes de lavá-lo
Não fazer fricção no local
Isole o local contaminado

Queimaduras elétricas: provocada por contato com objetos com fonte de energia
elétrica. Pode atingir órgãos internos e levar a uma parada cardíaca.

O que fazer?
Desligue a fonte de energia
Caso não consiga desligar
Fique de pé sobre um material isolante e
Tente afastar a vítima da fonte de energia usando material isolante
mantenha-se à distância do objeto de fonte de energia, desligue.
Realize a avaliação primária
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Procure os locais de entrada e saída da corrente elétrica.


Se necessário faça RCP.
Aqueça a vítima com lençóis e cobertores
Encaminhe a vítima ao hospital, o mais rápido.

O que não fazer?


Não toque na vítima se a fonte de energia estiver ligada;
Lesão maior que 05cm, não resfrie a lesão por mais de 1 minuto; e
Não transporte a vítima envolvida em panos úmidos.

Queimaduras biológicas: provocada por vegetais e animais, por exemplo: urtiga e


lagarta.

Sinais e Sintomas queimadura por lagarta


Irritação imediata no local atingido;
Dor irradiando-se do local da queimadura;
Pode acontecer dor de cabeça e ânsia de vômito;
Sangramento na gengiva, nariz, na urina, etc.

O que fazer em queimadura por lagarta?


Lavar bem o local com água corrente
Fazer compressa com água fria
Encaminhe o material, ou bata uma foto dele para levar ao médico.

O que não fazer?


Não colocar produtos: pasta de dente, álcool, folhas, borra de café

Sinais e Sintomas queimadura por urtiga


Vermelhidão;
Coceira;
Ardência (queimaduras);
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Muita dor.

Inalação de Fumaça
• Edema no trato respiratório.
• Reduz o transporte de oxigênio.
• Respiração rápida e ofegante.
• Tontura e Sonolência
• Chiado e estridor
• Escarro Carbonáceo.

Observações:
• Em queimaduras elétricas, retire o fio da tomada ou desligue a energia geral.
Nunca toque na vítima enquanto ela estiver em contato com a eletricidade. Toda
vítima de queimadura elétrica deve ser levada ao hospital.
• Não aplique gelo diretamente sobre o local, pois isso pode piorar a queimadura;
• Se houver roupa grudada na região da queimadura, não remova. Apenas corte a
mesma ao redor da lesão;
• Não respire a fumaça em caso de incêndios. Lembre-se que a inalação de fumaça
pode causar queimaduras nos pulmões e brônquios, mesmo que não haja
queimadura externa visível. Caso o ambiente esteja com muita fumaça, pode-se
diminuir a inalação com um pano molhado próximo do nariz e boca e se
locomovendo agachado, com o nariz bem próximo ao chão (onde a concentração
de fumaça é menor);
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Fraturas
O osso é um órgão rígido, responsável por proteger outros órgãos, responsável pela
sustentação do corpo, responsável pela formação de medula, sais minerais e etc. Seu
rompimento causa lesões estruturais no corpo humano, tem uma regeneração lenta e
sofre desgaste com o tempo. As fraturas ocorrem em qualquer estrutura óssea que sofre
um impacto brusco, porém as principais fraturas são em ossos longos (Fêmur, Tíbia,
Fíbula, rádio, úmero, etc ).

Entorse
Quem sustenta os ossos, mantem ele retilíneo, encaixado no lugar junto com os
músculos são OS LIGAMENTOS.
Ligamentos são estruturas finas, que ficam entre os ossos e músculos, chamamos de
Fáscia Muscular e sua porção final Tendão.
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O rompimento total ou parcial causa dor intensa até mesmo imobilidade precisando de
cirurgia.

Como Ajudar?
• Para diminuir a dor intensa: 20 minutos de gelo indireto.
• Imobilize o membro afetado com atadura, sem colocar força para não diminuir a
circulação.
• Após a imobilização, coloque bolsa de gelo e deixe por 20 minutos para diminuir a dor.
• Mantenha o membro afetado numa posição elevada para diminuir o volume de sangue
na região e a pressão sanguínea no membro gerando mais dor.
Encaminhe a vítima para ohospital mais próximo

Luxação
As articulações são responsáveis pela mobilidade estrutural, ela é a junção de dois ossos
juntamente com a cartilagem.

Como Ajudar?

• Não coloque no lugar.


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• Imobilize o membro com a tala flexível/ tipóia, atadura.

• Encaminhe para o especialista médico.

Traumatismo Craniano (TCE)


Inspecionar se o crânio está fraturado ou afundado (com alguma deformidade), se tem
alguma saída de sangue ou líquidos em algum orificio (orelha ou nariz ou boca).
Pode ocorrer imediatamente ou se desenvolver de forma lenta e ao decorrer de várias
horas.
➢ Sinais e Sintomas
Roxo em volto dos olhos
Pupilas desiguais
Sangramentos (nariz, ouvido ou boca)
Roxo atrás da orelha
Perda de consciência
Sonolência
Desorientação
Deformidade e dor no local da lesão
Alteração da visão
Náuseas e vômito
Edema

➢ O que fazer?
Acalmar a vítima
Liberar vias aéras (se insconsciente)
Cuidado ao movimenbtar a vítima
Manter a vítima deitada e aquecida
Fazer curativo do tipo capacete, se for necessário
Cuidar dos desmais ferimentos

Traumatismo Tóracico
É classificado em aberto (PAF e PAB) e fechado (contusões). Pode comprometer a
circulação e a respiração.
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➢ Sinais e Sintomas
Dor no local da lesão
Tosse com sangue
Cianose de lábios, pontas dos dedos e unhas.
Pulso rápido e Pressão arterial baixa
Dispnéia

Afogamento
È aspiração de líquido causada por submersão ou por imersão. Prevenir é salvar.

➢ Como identificar?
Agitação
Dificuldade respiratória
Inconsciência
Parada respiratória
Parada cardíaca

➢ O que fazer?
Acionar o Socorro.
Abordar à vítima.
Coloque a vítima deitada de costas, com a cabeça mais baixa que o corpo;
Procurar retirar os objetos estranhos que possam estar na boca e Iniciar imediatamente a
respiração de socorro;
Friccione vigorosamente os braços e as pernas do afogado, estimulando a circulação;
RCP se for necessario;
Remova imediatamente a vitima para o serviço de salvamento ou o hospital mais
próximo.
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Transporte
No meio de um desastre precisamos repensar de forma crítica como transportar aquela
vítima.
Essa vítima consegue andar?

De que forma? ( Mancando, pulando, rastejando...)

Eu estou sozinho ou acompanhado? Consigo carrega-la?

Esses pensamentos são importantes para conseguir atender essa vítima sem que você também
saia prejudicado.

NUNCA ABANDONE A VÍTIMA!


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REFERÊNCIAS
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urgência e de emergência?. Disponível em:
http://www.ans.gov.br/aans/index.php?option=com_centraldeatendimento&view=pergu
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BRASIL, 2014. Você sabe em quais casos deve chamar o SAMU ou Corpo de
Bombeiros?. Ministério da saúde. Disponível em:
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34454-voce-sabe-em-quais-casos-deve-
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da saúde. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/30884-samu-e-corpo-de-
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https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/MAN.NQ01.003%20-%20REV%2003%20-
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44

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3%A1gua%20corrente%2C%20sab%C3%A3o%20ou%20outro%20detergente.&text=P
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45

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