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Os rins, tal como o coração ou o cérebro, são órgãos vitais. Muitos não conhecem o
funcionamento destes nem a sua importância. Os rins são extremamente essenciais para o
funcionamento e o equilíbrio do corpo humano. São responsáveis por desempenharem um
conjunto de funções.
A função considerada mais imponente e complexa dos rins passa pela função de
concentração e diluição urinárias. Através do aumento da concentração da urina e da
diminuição em quantidade, permite a nossa sobrevivência em situações de restrição hídrica
(calor intenso ou baixa ingestão de líquidos).
Os rins realizam essas funções por meio de unidades funcionais chamadas néfrons.
Cada rim contém milhões de néfrons, que consistem em um glomérulo (um emaranhado de
pequenos vasos sanguíneos) e um sistema de túbulos. O sangue flui pelos glomérulos, onde
ocorre a filtração, e os túbulos reabsorvem e secretam substâncias para formar a urina.
Sem este controlo não é possível a eficácia da maioria dos processos químicos no
nosso organismo.
A função renal passa pela filtragem de resíduos metabólicos do sangue. Quando existe
uma deterioração progressiva e irreversível da sua capacidade de filtrar esses resíduos, a
insuficiência renal leva à doença renal crónica. A perda da sua competência, provoca a
retenção de substâncias no sangue, que através do rim seriam excretadas. Isto leva à
acumulação de resíduos metabólicos tóxicos no sangue (uremia ou azotemia).
Existem variadas doenças que podem provocar lesões nos rins, e consequentemente
levar a uma insuficiência renal crónica. As principais doenças são, nomeadamente, a diabetes
mellitus e a pressão arterial alta (hipertensão), por poderem lesionar diretamente os pequenos
vasos sanguíneos dos rins. Também, as anomalias renais, como as glomerulonefrites, e as
doenças autoimunes, como o lúpus, pela danificação dos pequenos canais dos rins por
anticorpos.
Todos os doentes que sofram de diabetes, hipertensão arterial, obesidade e que tenham
familiares que sofrem desta doença, são a população de maior risco e que por isso é
necessária uma maior atenção para esta ser ativamente despistada, e um acompanhamento
constante, através de análises à urina ou ao sangue.
Consequências
A doença renal crônica pode ter várias consequências sérias à medida que progride ao
longo do tempo. Estas podem variar dependendo da gravidade da condição e de outros fatores
individuais.
A insuficiência renal provoca variadas complicações, desde náuseas, vómitos,
anorexia e astenia, que consequentemente levam à desnutrição do portador da doença.
Existem alterações hídricas e eletrolíticas. Quando o nível destas substâncias, os
eletrólitos, fica muito alto ou muito baixo, tona-se prejudicial à saúde. Acontece o
mesmo com a elevação do potássio sérico, acidose metabólica, hiper-hidratação
(edemas, hipertensão arterial, congestão pulmonar), hipocalcemia (os níveis de cálcio
no sangue estão excessivamente baixos) e hiperfosfatemia (níveis altos de fosfato no
sangue).
Os rins deixam de conseguir absorver a água da urina para reduzir o volume e a
concentrar.
A função reduzida dos rins pode resultar em uma produção diminuída de
eritropoetina, logo a produção de glóbulos vermelhos diminui, causando anemia.
O sangue torna-se ácido, pela falta de capacidade dos rins de excretar os ácidos
normalmente produzidos pelo corpo.
As células nervosas no cérebro podem ficar danificadas pelos altos níveis de resíduos
metabólicos no sangue, assim como as do tronco, braços e pernas.
A capacidade de excretar potássio diminui, levando a níveis elevados no sangue.
A membrana que circunda o coração (pericárdio) pode ficar inflamada.
O risco de aterosclerose aumenta, pela hipertensão arterial juntamente a frequência
elevada do nível de triglicerídeos no sangue.
Pode também afetar o equilíbrio de cálcio e fósforo no organismo, contribuindo para
problemas ósseos e dor, como osteodistrofia renal.
A doença renal crónica acarreta à mortalidade cardiovascular elevada, mesmo nas
suas fases precoces. Esta, afeta 8 a 10% da população adulta. Quanto mais cedo for
realizado o diagnóstico, maior é a possibilidade de prevenção da progressão da
doença para as suas fases avançadas. Assim, é possível diminuir o risco
cardiovascular e permitir um tratamento de substituição da função renal.
Sintomas
A doença renal crónica trata-se de uma doença com poucos sintomas, e por isso
grande parte das pessoas que são portadoras da mesma não o sabe e acaba por descobrir
tardiamente.
O acompanhamento regular com um nefrologista (médico especializado em doenças
renais) é crucial para monitorar a progressão desta doença e ajustar o tratamento conforme
necessário.
Na fase inicial da doença, os sintomas podem ser muito poucos e leves, como a
necessidade de urinar várias vezes durante a noite. Os rins deixam de conseguir absorver a
água da urina para reduzirem o volume e a concentrarem.
A pele pode ficar seca e também pode ficar com uma tonalidade amarelo-castanha. É
se formado um pó branco sobre a pele pela concentração de ureia ser tão elevada e se
cristalizar no suor.
Tratamento
Todo o tratamento para a insuficiência renal, apresenta várias alterações clínicas e
analíticas, que exigem um leque de estratégias para a deteção, prevenção, e para o mesmo ser
bem sucedido. Sendo esta uma doença frequente, acaba por ser responsável por gastos
crescentes e consideráveis nos orçamentos da saúde.
O sangue passa pelo dialisador, onde ocorre a troca de substâncias entre o sangue e o
banho. Os resíduos e o excesso de fluidos são removidos do sangue, enquanto os eletrólitos
essenciais são equilibrados. O sangue filtrado é então devolvido ao paciente através do acesso
vascular.
Para pessoas com diabetes, é essencial manter os níveis de glicose no sangue sob
controle. Isso pode ser alcançado com uma dieta saudável, medicação adequada,
monitoramento regular e acompanhamento médico. A obesidade está associada a um maior
risco da doença renal crónica. É indispensável adotar um estilo de vida saudável, incluindo
uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios.
Beber água suficiente é importante para a saúde renal. A água ajuda na eliminação de
toxinas do corpo e na manutenção de uma boa hidratação.
O tabagismo pode aumentar o risco desta doença, além de contribuir para problemas
cardiovasculares. O mesmo acontece com o consumo excessivo de álcool que pode ter efeitos
negativos nos rins, assim como o excesso de medicamentos.