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Insuficiência Renal: O Que é, Causas e

Tratamentos
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Antes de começarmos a falar de Insuficiência Renal temos que saber o papel que os rins desempenham em
nosso organismo e qual sua importância para o nosso equilíbrio corporal.

Os rins exercem a função de “filtro” em nosso organismo, eles são responsáveis pela limpeza das impurezas
sanguíneas, e desempenham a função de regular a água em nosso corpo, fazendo produção de urina.

Também liberam hormônios que controlam a pressão arterial. Sendo assim, é uma parte que deve ser observada
com bastante atenção, pois, desempenha importante função em nosso organismo.

O Que é Insuficiência Renal?


Agora que já sabemos qual a função dos rins iremos compreender melhor o que é a Insuficiência Renal, que
seria o nome dado a perca das atividades renais de realizar suas funções no organismo.

A Insuficiência Renal divide se em duas esferas de incidência:

 Insuficiência Renal Crônica: Onde a perca é progressiva e contínua com o passar do tempo.
 Insuficiência Aguda: aquela em que se tem a perca rápida das atividades renais no organismo,
perdendo entre 85% das funções renais.

Causas da Insuficiência Renal


Existem inúmeras causas que influenciam no aparecimento da Insuficiência Renal, a principal e a mais falada é
a falta de ingestão de líquidos, principalmente água.

Quando hidratando o indivíduo tem maior realização dos processos de “filtragem” nos rins, eliminando assim
impurezas e toxinas do corpo. Temos também outras causas que podem causar insuficiência renal, tais como:

 Lesões nos rins;


 Infecção;
 Obstrução do fluxo urinário;
 Uso excessivo de medicações sem avaliação médica;
 Hipertensão;
 Diabetes tipos 1 e 2;
 Doenças autoimunes.

Sintomas
Existem sinais e sintomas comuns para quem tem Insuficiência Renal, porém nem sempre os sintomas são
percebidos no início da doença.

Os sinais costumam aparecer em estágios mais avançados da doença, quando o comprometimento dos rins já
está em estado crítico.

Para isso, é indicado a realização de exames médicos periódicos ao menos uma vez ao ano para verificar a
saúde dos rins.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, os principais sintomas para a Insuficiência Renal são:

 Retenção de liquido – quando não se consegue eliminar líquidos do corpo, causando assim inchaços,
em mãos e pés;
 Retenção ou aumento na urina – podendo em alguns casos apresentar sangue e odor fétido;
 Fadiga;
 Dor na parte inferior das costas;
 Confusão;
 Sonolência;
 Dor no peito;
 Pressão no peito;
 Náusea e vômito;
 Mau hálito.

Fatores de Risco
Existem vários fatores que podem ser associados ao aparecimento de uma Insuficiência Renal, causando assim
uma maior probabilidade do aparecimento da doença, são eles:

 Histórico familiar de pessoas na família que já tiveram a doença;


 Ter 65 anos de idade ou mais;
 Obesidade;
 Hipertensão;
 Diabetes;
 Fumantes.

Diagnóstico
Para que se tenha um diagnóstico adequado e certo, deve se procurar atendimento médico, para uma avaliação.

Nessa consulta, relate todos os sintomas que está sentido ou mesmo verifique com seu médico a possibilidade
de realizar um exame de rotina para verificar a sua saúde renal.

Dentre os exames solicitados para a verificação de alguma deficiência renal estão:

 Exame de Creatinina (proteína que é produzida pelo nosso organismo e também obtida através de
alimentos). Analisando sua dosagem no sangue, verificamos se os rins estão fazendo o papel de filtrar
a creatina antes de entrar na corrente sanguínea;
 Ureia;
 Hemograma completo;
 Colesterol;
 Exame de urina.

Normalmente são os exames solicitados pelos médicos para uma possível avaliação e diagnóstico de alguma
alteração nos rins

 Ultrassonografia renal;
 Tomografia;
 Ressonância.

São exames mais detalhados para a verificação e a causa da doença.

A partir desses dados, seu médico vai realizar uma avaliação e caso tenha alguma alteração, irá lhe encaminhar
para um médico nefrologista, especialista na parte renal, para indicar o tratamento.

Tratamento Para Insuficiência Renal


Não existe cura para a Insuficiência Renal. O que se tem, é tratamento que irá ajudar a impedir a evolução da
doença.

Um dos pontos mais importantes no tratamento é o controle da pressão arterial. Deve se ter uma pressão abaixo
de 130/80 mg dl.

Nesses casos é recomendável que o paciente evite medicamentos anti-iflamatórios, alguns antibióticos e drogas
nefrotóxicas tais como captopril, enalapril.

É indicado o acompanhamento com médico nefrologista para que ele forneça dados relevantes a pessoa.
Outro fator importante, é verificar os exames periodicamente após o diagnóstico para que se trate doenças
recorrentes, como por exemplo anemia, alterações nos eletrólitos, edemas.

A doença em seu estágio mais avançado necessita de hemodiálise, tratamento esse que é realizado através de
uma máquina, que conectada a uma fistula (junção de veia e artéria).

Esse procedimento é realizado em centro cirúrgico e facilita a punção venoso do paciente evitando transtornos
ao longo do tratamento.

Esse procedimento tem a função de realizar a função renal, tais como a eliminação de resíduos e sais que estão
em excesso no corpo.

As seções de hemodiálise normalmente são realizados em hospitais ou em clínicas especialistas para esse fim.

Pacientes normalmente chegam a fazer 3 seções na semana, ficando em média de 3 a 5 horas na sala de
hemodiálise.

Porém as seções e os horários serão indicadas a partir da necessidade do paciente através de avaliação médica
especializada.

No Brasil cerca de 90 mil brasileiros fazem hemodiálise e esse número só cresce a cada ano cerca de 8%, isso
gera para os cofres públicos uma média de gastos anuais de cerca de 2 bilhões de reais.

Como Evitar a Insuficiência Renal


Medidas simples podem e ajudam a combater essa doença, tais como:

 Visita ao médico anual, para a realização de exames tais como creatina, ureia e urina;
 Aferição da glicemia;
 Aferição da pressão arterial.

Medidas no estilo de vida como :

 Controlar o excesso de peso;


 Evitar o tabagismo;
 Controle da alimentação, obtendo alimentos mais saudáveis;
 Controle de sal;
 Ingestão de água. O recomendável segundo o instituto de medicina é cerca de 3 litros para os homens
e 2 litros para as mulheres.

Realizar atividades físicas regularmente. O recomendável é cerca de 3 a 5 vezes na semana, com duração de no
mínimo 30 minutos por dia.
O primeiro rim artificial foi testado há 100 anos num cão. À altura a história da diálise
ainda estava longe de ser generosa para os humanos. Em 1945 sobrevive a primeira
paciente com insuficiência renal aguda, através de sessões de 11 horas de hemodiálise.
“Em casos de insuficiência renal crónica não há indicação para tratamento pelo rim
artificial”, escreveu nesse ano o pai desta técnica, o holandês Willem Kolff. Onde
estamos hoje, depois da descoberta do cateter? Viajemos no tempo, com um olho nas
máquinas e um rim nas técnicas, sentados ao lado dos experimentos e dos protagonistas
da Diálise?

Se hoje o termo diálise já flui no linguajar corrente dos nossos familiares e amigos, se
ouve algumas vezes em telejornais, se há um Portal da Diálise, convém lembrar que no
final dos anos 1960 ainda era um mistério bem guardado. Na década anterior, a
hemodiálise ainda era experimental, circunscrita a poucos hospitais e os resultados
deixavam bastante a desejar.

Olhemos para a década da Beatlemania, da alegada ida do homem à Lua e da revolução


dos costumes na Europa. O que estava a comunidade científica e médica a fazer pelos
doentes com insuficiência renal? Em 1965 estavam apenas identificados na Europa 150
indivíduos com esta doença. Dito de outra forma: era este o tímido número de pessoas
tratadas pela hemodiálise regular. Fora destas contas ficavam, porém, milhares que
morreram sem o diagnóstico correto e sem tratamento. Um desconhecimento médico
generalizado contribuíra também para a invisibilidade da doença renal. Hoje cerca de
dois milhões de pacientes em todo o mundo encontram-se em processos de hemodiálise.

Celofane, uma máquina de lavar e um cérebro chamado Kolff

Ao ver um rapaz a morrer de falência renal lentamente, desesperançado, o também


ainda jovem médico Kolff decide descruzar os braços e pôr mãos à obra. Estamos no
final da década de 1930 num hospital universitário em Groningen, na Holanda. Willem
dirige-se à biblioteca da universidade e começa a pesquisar sobre a remoção de toxinas
do sangue. Eis que tropeça num artigo de 1913 sobre hemodiálise em cães sem rins e
compromete-se a aplicar com sucesso o dialisador em humanos. Assinava o texto que o
inspirou o farmacólogo norte-americano John Abel.

É certo que o médico alemão Georg Haas já tinha dado um passo à frente do de Abel,
no final dos anos 10 e durante os 20 do século passado, ao introduzir a o anticoagulante
Heparina no processo da diálise, mas a segurança e a continuidade da hemodiálise em
humanos ainda não tinham sido alcançadas.

Nem a ocupação Nazi da Holanda durante a 2ª Guerra Mundial demoveu Kolff –


embora pudesse ter retardado o curso da história da diálise, já que os olhos dos alemães
também estavam postos neste rapaz, em risco de vida por forjar documentos.

O jovem médico foi enviado para um hospital discreto do país dos diques e das tulipas
para prosseguir as suas investigações no sentido de melhorar a qualidade de vida de
pessoas com insuficiência renal. Com poucos recursos técnicos e tecnológicos,
improvisou. Tripas para enchidos, garrafas de sumo de laranja, papel de celofane e uma
máquina de lavar roupa serviram os intentos de Willem construir uma máquina para
remover as toxinas do sangue.

Esta criação levou o nome de cilindro rotativo, considerado comummente a primeira


máquina de diálise. Em suma: um tubo de 20 metros de comprimento de papel celofane
– a servir de membrana dialisadora – envolto de um cilindro de madeira. Enquanto este
cilindro girava num tanque abastecido de uma solução dialisante, impulsionado por um
motor elétrico, o sangue do paciente era retirado através do tubo de celofane pela força
da gravidade. As substâncias tóxicas diluíam-se através do tubo na solução.

 The John Jacob Abel lecture about vividiffusion (a parallel flow device) at
Hopkins ca 1929 (video)
 Kolff at Kampen, the Netherlands (1949)- a dialysis with recovery using the
original wooden slat, rotating drum kidney video (video)
 An early dialysis at Schreiner's Georgetown unit (video)
International Society for Hemodialysis

De acordo com este método, à semelhança do de Haas, 0,5 litros de sangue que
circulava neste rim artificial era reinfundido de novo. Este processo de diálise demorava
perto de 6 horas. A novidade, face a Haas, encontrava-se no sistema de propulsão do
sangue no circuito que permitia uma diálise contínua, através da punção de uma artéria
e de uma veia.

Em 1943, o cientista-médico utiliza pela primeira vez o seu dialisador num paciente
com insuficiência renal aguda, o seu público-alvo e único. Ao contrário da dupla função
conquistada com as máquinas de diálise modernas, a de Kolff somava pontos na
remoção de toxinas, mas ainda não resolvia o problema do líquido em excesso no
sangue. Cada vez que se fazia o tratamento era necessária uma nova artéria e uma nova
veia. Ora, o primeiro doente a seguir este tratamento morreu cerca de um mês depois
deste tratamento.

A primeira recuperação da função renal

Apesar das limitações deste método, foi graças ao cilindro rotativo que, em 1945, uma
mulher de 67 anos em coma urémico recuperou a consciência depois de onze horas de
diálise. As primeiras palavras que disse após abrir os olhos traduziam o desejo de se
divorciar, o que se concretizou. Depois deste episódio, em que recuperou ainda a função
renal, a paciente viveu mais sete anos até ao último suspiro. Até este caso de sucesso
cerca de 20 doentes foram alvo de tentativa de diálise.
Por conquistar ficavam ainda um conhecimento mais profundo das características
dialíticas do celofane, um uso seguro da heparina, um acesso vascular permanente e
uma solução de tratamento para os doentes renais crónicos.

Para trás, ficava o pioneirismo de Thomas Graham, um físico inglês que verificou que
eram estabelecidas trocas ao separar dois líquidos com substâncias dissolvidas numa
membrana feita de celulose. Este fenómeno foi cunhado de “diálise” e a membrana foi
adjetivada de “semi-permeável”.

Oitenta anos depois, o americano John Abel idealizou e criou o primeiro rim artificial
aplicado num cão sem rins, tendo ficado muitos problemas por resolver. Já em 1917,
durante a 1ª Guerra Mundial, com uma série de doentes em uremia pela insuficiência
renal aguda a darem nas vistas, o alemão Haas viria a aperfeiçoar o protótipo do
chamado “rim artificial” de Abel, aumentando a área das membranas.

O aparecimento e a comercialização do celofane – apto para substituir a celulose e as


experiências de Haas com intestinos de galinha – viria a contribuir para o progresso da
diálise, reforçado com a arte e engenho do médico holandês que, em plena 2ª Guerra
Mundial, arriscou a vida em prol dos pacientes com doença renal. Depois de uma guerra
que deixou a Europa de rastos, Kolff doou cinco rins artificiais que ele viria a construir
a vários hospitais para difundir a sua terapia e promover a sua máquina junto de
médicos de vários cantos do mundo. O seu “rim artificial” conheceu uma resistência e
uma oposição feroz no Mt. Sinai Hospital, em Nova Iorque, onde divulgava o seu
invento. Na altura foi considerado uma “abominação” por diversos colegas de profissão.

Por mais que você se sinta bem, faça um Check-up uma vez por ano. Exames regulares ajudam seu médico
acompanhar sua saúde e identificar alguma ameaça de doença, colocando você no caminho do tratamento.

IMPORTANTE: Esse conteúdo é apenas para fins educacionais e não substitui de forma alguma a
orientação de um médico. Consulte sempre um médico.

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