25 de novembro de 2015 O CASO: “Criança branca, primogênita e do sexo feminino apresentou história de abaulamento abdominal importante após o nascimento. A gestação evoluiu sem intercorrências. Não há história familiar de nefropatias, sendo os pais não consanguíneos com idades de 40 (pai) e 38 anos (mãe), apresentando ultrassonografia renal normal. Ao exame físico, criança ativa, corada, anictérica, acianótica, eupneica, afebril, ausculta cardíaca e pulmonar normais, palpação de grande massa ocupando todo o abdome, com característica nodular (“em saco de batatas”), sem edemas. Submetida à tomografia abdominal helicoidal que revelou fígado normal e rins aumentados de tamanho, com múltiplos cistos bilateralmente. Tratada com conduta expectante. A criança foi encaminhada ao Ambulatório de Nefrologia com três meses de vida, tendo sido admitida com… hipertensão arterial severa (PA=220/150mmHg) e função renal normal. A avaliação do serviço de nefropediatria indicou nefrectomia bilateral e tratamento dialítico, não aceitos pelos pais. Tratada clinicamente com hidralazina, captopril, hidroclorotiazida, vitamina D e ácido fólico. Realizada tomografia computadorizada “Standard” de controle aos oito meses de idade que revelou fígado levemente aumentado sem cistos e rins aumentados de tamanho, com múltiplos cistos bilateralmente (Figuras 2 e 3). Atualmente com um ano de idade, apresenta déficit pondero-estatural, mantém função renal normal (creatinina=1,1mg/dL) e hipertensão arterial parcialmente controlada..” QUESTÕES: 1. A doença cística do rim é uma das anomalias congênitas dos rins e ureteres. Cite e descreva brevemente outras anomalias que apresentem implicação clínica. • Agnesia renal unilateral: – Homens mais afetados;
– Normalmente o rim esquerdo é o que está ausente;
– Deve-se suspeitar da doença quando a criança tem uma única artéria umbilical.
• Rotação anormal dos rins:
– Se um rim não faz rotação, o hilo posiciona-se anteriormente;
– Se o hilo se posiciona posteriormente, a torção do rim foi excessiva se ele se posiciona
lateralmente. • Rim em ferradura: – Em 0,2% da população;
– Os polos dos rins são fusionados;
– O grande rim em forma de U geralmente fica no hipogástrio;
– Usualmente não apresenta sintomas, pois seu sistema coletor se desenvolve
normalmente e os ureteres se abrem na bexiga. 2. Além da DRPAR, há outra forma de doença cística do rim. Cite e diferencie. • DPRAR = os dois rins com centenas de cistos que resultam em insuficiência renal;
• A doença renal multicística displásica:
– Resulta de alterações morfológicas durante o desenvolvimento do sistema renal;
– Crianças recebem prognóstico bom;
– São observados menos cistos do que na DPRAR.
3. Descreva o quadro clínico mais frequentemente associado a doença cística do rim. • Os sintomas da doença renal policística ocorrem geralmente devido ao crescimento dos cistos, que aumentam o tamanho dos rins. Isso faz com que apareçam: – Dor nas costas;
– Dor no abdômen;
– Sangue na urina;
– Urina excessiva à noite.
4. Conduta clínica. • Objetivo do tratamento para os pacientes com DRPAD = preservar a função renal e controlar a pressão arterial;
• Reduzir a progressão para doença renal crônica e monitorar os riscos de
ruptura de aneurismas intracerebrais e hemorragia subaracnoide;
• Orientar o paciente a evitar atividades esportivas nas quais haja
possibilidade de traumas na região lombar ou abdominal. REFERÊNCIAS: 1 MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, Mark G. Embriologia Clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 2 MINHA VIDA. Doença renal policística. Disponível em: <www.minhavida.com.br/saude/temas/doenca-renal-policistica>. Acesso em 20 nov. 2015. 3 MEDICINANET. Doença renal policística autossômica recessiva. Disponível em: <www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5912/doença _renal_policistica_autossomica_dominante.htm>. Acesso em 20 nov. 2015. OBRIGADO!