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CADERNO DE QUESTÕES
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SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 |3
QUESTÃO 1 QUESTÃO 3
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos- Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos-
pital com história de atropelamento há alguns minutos. pital com história de atropelamento há alguns minutos.
Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm, Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm,
FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75 FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75
mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas
palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à
dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta
respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita
e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo- e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo-
minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e
nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item
seguir. Nesse caso clínico, a escala de coma de Glasgow a seguir. A maioria dos pacientes em choque classe II
do paciente é 9. precisará de transfusão de hemoderivados, enquanto
A) CERTO praticamente todos em choque classe III precisarão de
protocolo de transfusão maciça.
B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 2
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento QUESTÃO 4
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos-
pital com história de atropelamento há alguns minutos. Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento
Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm, Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos-
FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75 pital com história de atropelamento há alguns minutos.
mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm,
palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75
dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas
respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à
e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo- dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta
minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita
nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo-
a seguir. Quanto ao nível de hemorragia, nesse caso, minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e
pode-se classificar o choque como classe IVa. nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
A) CERTO seguir. A radiografia de tórax se faz necessária para con-
firmação do diagnóstico de hemopneumotórax.
B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
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QUESTÃO 5 QUESTÃO 7
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos- Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos-
pital com história de atropelamento há alguns minutos. pital com história de atropelamento há alguns minutos.
Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm, Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm,
FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75 FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75
mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas
palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à
dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta
respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita
e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo- e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo-
minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e
nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
a seguir. A avaliação inicial do caso deve seguir o AB- seguir. Na técnica de drenagem pleural, deve-se trans-
CDE do trauma, com as vias aéreas pérvias (airway). passar o tubo de toracostomia no 5o espaço intercostal,
Deve-se, então, proceder à drenagem pleural fechada levemente anterior à linha axilar anterior, posicionando
(breathing) e, em um segundo momento, avaliar a ne- o tubo superior e posteriormente ao tórax. O local de
cessidade de intubação orotraqueal de acordo com a inserção do dreno de tórax é o mesmo em adultos e
escala de Glasgow. em crianças.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
QUESTÃO 6 QUESTÃO 8
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos- Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hospi-
pital com história de atropelamento há alguns minu- tal com história de atropelamento há alguns minutos. Ao
tos. Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm, FR =
bpm, FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75 mmHg.
x 75 mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza al- Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas palavras
gumas palavras sem sentido, e demonstra abertura ocu- sem sentido, e demonstra abertura ocular à dor e res-
lar à dor e resposta motora de flexão anormal. A aus- posta motora de flexão anormal. A ausculta respiratória
culta respiratória indica murmúrio vesicular ausente à indica murmúrio vesicular ausente à direita e normais à
direita e normais à esquerda. Exames cardiovascular e esquerda. Exames cardiovascular e abdominal não há al-
abdominal não há alterações. Com base nesse caso clí- terações. Com base nesse caso clínico e nos conhecimen-
nico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Caso o
item a seguir. Nesse caso, está indicado o uso de ácido dreno de tórax esteja drenado 100 mL serohemático por
tranexâmico. Ele é um medicamento antifibrinolítico e dia, mesmo sem vazamentos e com boa expansibilidade
deve ser aplicado de maneira precoce, nas primeiras três pulmonar aos raios X, não é possível retirá-lo. É preciso
horas do trauma, em bolus. que a drenagem torácica seja inferior a 50 mL/dia.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
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QUESTÃO 9 QUESTÃO 11
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
emergência com história de dor abdominal que migrou emergência com história de dor abdominal que migrou
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
de náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
nega febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
Ao exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
FR = 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
apresenta dor à palpação de todo abdome e dor à des- senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
compressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
laboratoriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
desse caso clínico e com base nos conhecimentos médi- caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
cos correlatos, julgue o item a seguir. A escala de Alva- correlatos, julgue o item a seguir. Em caso de apendi-
rado do paciente é de 8 pontos, o que traduz uma alta cite de fase inicial (fase I ou II), indica-se apenas an-
suspeição diagnóstica de apendicite aguda. Submeter o tibiótico para profilaxia, não havendo obrigatoriedade
paciente à apendicectomia sem a necessidade de exa- da antibioticoterapia.
mes de imagem seria uma condução correta do caso. A) CERTO
A) CERTO B) ERRADO
B) ERRADO
QUESTÃO 12
QUESTÃO 10
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à emergência com história de dor abdominal que migrou
emergência com história de dor abdominal que migrou para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR = 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre- senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom- pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora- toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Em pacientes com
correlatos, julgue o item a seguir. O sinal que descreve apendicite não perfurada aguda, a coleta de cultura
a dor no quadrante inferior direito à palpação do qua- transoperatória é obrigatória, uma vez que é positiva na
drante inferior esquerdo é chamado sinal do obturador. maioria dos casos e permite guiar o uso de antibióticos.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
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QUESTÃO 13 QUESTÃO 15
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
emergência com história de dor abdominal que migrou emergência com história de dor abdominal que migrou
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR = exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre- 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom- senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora- pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. Tumores carcinoides correlatos, julgue o item a seguir. A profilaxia de TVP
e mucinosos são os tumores mais comuns do apêndice está indicada em todo pós-operatório, e as medidas va-
e devem ser tratados com apendicectomia ou colecto- riam de acordo com o risco do paciente.
mia direita, a depender do caso. A) CERTO
A) CERTO B) ERRADO
B) ERRADO
QUESTÃO 16
QUESTÃO 14
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à emergência com história de dor abdominal que migrou
emergência com história de dor abdominal que migrou para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR = 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre- senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom- pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora- toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. No estado de pós-
correlatos, julgue o item a seguir. Em caso de febre no -operatório, o paciente apresenta alterações hormonais
2o PO desse paciente, deve-se pensar, como causa mais referentes à resposta endócrino metabólica e imunoló-
comum, a infecção da ferida operatória, que deve ser gica ao trauma (REMIT). Entre elas, estão a elevação
tratada com drenagem da FO e (ou) antibioticoterapia. do glucagon, ACTH e cortisol e a redução da insulina,
A) CERTO o que torna os pacientes em pós-operatório com con-
B) ERRADO troles glicêmicos mais elevados.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 |7
QUESTÃO 17 QUESTÃO 19
Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração
de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15 de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15
kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina. kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina.
No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas, No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas,
com vários episódios de evacuações líquidas, associado com vários episódios de evacuações líquidas, associado
a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata- a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata-
do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97% do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97%
e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso
clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue
os itens a seguir. A tomografia computadorizada é o
os itens a seguir. O principal distúrbio hidroeletrolítico
exame para diagnóstico definitivo do câncer colorretal
que o paciente pode apresentar no quadro de diarreia
enquanto a colonoscopia é utilizada para estadiamento.
intensa é a alcalose metabólica hipopotassêmica.
A) CERTO
A) CERTO
B) ERRADO
B) ERRADO
QUESTÃO 20
Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração
de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15 Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração
kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina. de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15
No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas, kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina.
com vários episódios de evacuações líquidas, associado No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas,
a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata- com vários episódios de evacuações líquidas, associado
do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97% a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata-
e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97%
clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso
os itens a seguir. O quadro clínico do paciente é incom- clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue
patível com obstrução intestinal. os itens a seguir. Caso seja confirmado o diagnóstico de
A) CERTO câncer colorretal, pode ser indicada a cirurgia de Hart-
mann, que consiste na hemicolectomia esquerda e na
B) ERRADO
reconstrução com anastomose primária em dois planos.
A) CERTO
B) ERRADO
8 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 21 QUESTÃO 23
Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração Um paciente de 23 anos de idade deu entrada na emer-
de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15 gência do hospital com história de ferimentos por arma
kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina. branca em hipocôndrio direito e antebraço esquerdo,
No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas, com delta T de 30 minutos. No momento, o paciente
com vários episódios de evacuações líquidas, associado apresenta-se inquieto, relata leve dor abdominal na área
a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata- atingida. Observa-se lesão cortante profunda em ante-
do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97% braço direito, sem sangramento ativo. Ao exame físico,
e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso verificam-se FC = 92 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 =
clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue 99% e abdome indolor à palpação e à descompressão.
os itens a seguir. O paciente em tela deve passar por A exploração digital do ferimento abdominal compro-
avaliação nutricional pré-operatória, pois, neste caso, va que ultrapassa a aponeurose abdominal. Com base
diminui o risco de complicações pós-operatórias. nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos cor-
A) CERTO relatos, julgue os itens a seguir. Apesar de ultrapassar
a aponeurose abdominal, pode-se manter tratamento
B) ERRADO conservador para esse paciente, desde que sejam reali-
zados exames clínico e laboratoriais seriados.
QUESTÃO 22 A) CERTO
Um paciente de 23 anos de idade deu entrada na emer- B) ERRADO
gência do hospital com história de ferimentos por arma
branca em hipocôndrio direito e antebraço esquerdo,
com delta T de 30 minutos. No momento, o paciente
apresenta-se inquieto, relata leve dor abdominal na área QUESTÃO 24
atingida. Observa-se lesão cortante profunda em ante-
braço direito, sem sangramento ativo. Ao exame físico, Um paciente de 23 anos de idade deu entrada na emer-
verificam-se FC = 92 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = gência do hospital com história de ferimentos por arma
99% e abdome indolor à palpação e à descompressão. branca em hipocôndrio direito e antebraço esquerdo,
A exploração digital do ferimento abdominal compro- com delta T de 30 minutos. No momento, o paciente
va que ultrapassa a aponeurose abdominal. Com base apresenta-se inquieto, relata leve dor abdominal na área
nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos corre- atingida. Observa-se lesão cortante profunda em ante-
latos, julgue os itens a seguir. O teste de Allen confirma braço direito, sem sangramento ativo. Ao exame físico,
ou descarta lesão do nervo ulnar. verificam-se FC = 92 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 =
99% e abdome indolor à palpação e à descompressão.
A) CERTO A exploração digital do ferimento abdominal compro-
B) ERRADO va que ultrapassa a aponeurose abdominal. Com base
nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos cor-
relatos, julgue os itens a seguir. Dada a localização do
ferimento, esse paciente poderia ter como possível lesão
vascular a artéria gastroduodenal, ramo da artéria me-
sentérica superior.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 |9
QUESTÃO 25
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Provavelmente, no período do eletro de repouso, o intervalo PR seja normal.
A) CERTO
B) ERRADO
10 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 26
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Tratamento com sotalol é o padrão-ouro, no caso desse paciente, para tratamento em longo prazo.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 11
UESTÃO 27
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. O risco de morte súbita para esse paciente é elevado em relação à população normal.
A) CERTO
B) ERRADO
12 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 28
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Cardioversão é o melhor tratamento para manejo agudo.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 13
QUESTÃO 29
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no
decorrer da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o
paciente ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca con-
forme o eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue
o item a seguir. Nesse paciente, a realização de diálise deve ser feita em um período de tempo mais curto e com
maior ultrafiltração.
A) CERTO
B) ERRADO
14 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 30 QUESTÃO 31
Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da Ín- Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da Ín-
dia, foi atendido no pronto- socorro por alteração do dia, foi atendido no pronto- socorro por alteração do
status mental, humor deprimido e mudança de com- status mental, humor deprimido e mudança de com-
portamento. Além disso, ele apresentava dor óssea. portamento. Além disso, ele apresentava dor óssea.
Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH 20 Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH 20
vezes acima do valor de referência. A função renal mos- vezes acima do valor de referência. A função renal mos-
trou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente; FC trou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente; FC
= 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC de pel- = 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC de pel-
ve foi realizado, conforme imagem a seguir. A respeito ve foi realizado, conforme imagem a seguir. A respeito
desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos
médicos correlatos, julgue os itens a seguir. Por causa médicos correlatos, julgue os itens a seguir. O PTH é
da alteração de humor depressivo, o ideal é iniciar com responsável pelo aumento do cálcio sérico.
lítio e risperidona em doses baixas.
A) CERTO
A) CERTO
B) ERRADO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 15
QUESTÃO 32 QUESTÃO 33
Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da Ín- Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da Ín-
dia, foi atendido no pronto- socorro por alteração do dia, foi atendido no pronto- socorro por alteração do
status mental, humor deprimido e mudança de com- status mental, humor deprimido e mudança de com-
portamento. Além disso, ele apresentava dor óssea. portamento. Além disso, ele apresentava dor óssea.
Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH 20 Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH 20
vezes acima do valor de referência. A função renal mos- vezes acima do valor de referência. A função renal mos-
trou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente; FC trou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente; FC
= 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC de pel- = 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC de pel-
ve foi realizado, conforme imagem a seguir. A respeito ve foi realizado, conforme imagem a seguir. A respeito
desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos
médicos correlatos, julgue os itens a seguir. Sintomas médicos correlatos, julgue os itens a seguir. Vitamina D
psiquiátricos são pouco conhecidos e extremamente ra- pode ser considerada como um tratamento não cirúrgi-
ros nesses pacientes. co importante para esse paciente.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
16 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 34 QUESTÃO 35
Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da Ín- Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da
dia, foi atendido no pronto- socorro por alteração do Índia, foi atendido no pronto- socorro por alteração
status mental, humor deprimido e mudança de com- do status mental, humor deprimido e mudança de
portamento. Além disso, ele apresentava dor óssea. comportamento. Além disso, ele apresentava dor ós-
Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH 20 sea. Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH
vezes acima do valor de referência. A função renal mos- 20 vezes acima do valor de referência. A função renal
trou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente; FC mostrou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente;
= 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC de pel- FC = 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC
ve foi realizado, conforme imagem a seguir. A respeito de pelve foi realizado, conforme imagem a seguir. A
desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos respeito desse caso clínico e tendo em vista os conhe-
médicos correlatos, julgue os itens a seguir. As setas em cimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir.
branco denotam lesões líticas. É importante avaliar a presença de fraturas vertebrais,
bem como sintomas de compressão radicular.
A) CERTO
B) ERRADO A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 36
Um paciente de 55 anos de idade foi internado por mal-
-estar, piora da tosse, piora da dispneia nos últimos três
dias e SatO2 = 92%, com canula nasal fornecendo flu-
xo de 4 litros por minuto. Verificam-se PA= 90mmHg
x 60 mmHg e FC = 110 bpm, sendo o scope sinusal.
O paciente tem um histórico de tabagismo ativo há
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 17
QUESTÃO 40
Um paciente de 55 anos de idade foi internado por
mal-estar, piora da tosse, piora da dispneia nos últi-
mos três dias e SatO2 = 92%, com canula nasal for-
necendo fluxo de 4 litros por minuto. Verificam-se
PA= 90mmHg x 60 mmHg e FC = 110 bpm, sendo
o scope sinusal. O paciente tem um histórico de taba-
gismo ativo há 35 anos (1 carteira por dia). Nos últi-
mos meses, tem tosse crônica (oito meses nos últimos
dois anos), além de dispneia aos moderados esforços.
Ele apresentou carteira de vacinação com duas doses da
vacina contra a Covid-19, da AstraZeneca, e realizou
espirometria com VEF1 de 45% do previsto. Não hou-
ve resposta ao broncodilatador. Considerando esse caso
clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue
o item a seguir. Para esse paciente, pode-se usar azitro-
micina 500 mg por três dias.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 19
QUESTÃO 41
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A presença de disfagia
sólida sugere uma perda de, pelo menos, 70% da luz esofágica.
A) CERTO
B) ERRADO
20 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 42
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Possivelmente, o diagnós-
tico seja adenocarcinoma de esôfago.
A) CERTA
B) ERRADA
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 21
QUESTÃO 43
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O paciente apresenta uma
condição genética chamada tilose palmoplantar.
A) CERTA
B) ERRADA
22 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 44
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Tomografia de tórax apre-
senta acurácia maior que ultrassom endoscópico para a identificação de doença localmente avançada.
A) CERTA
B) ERRADA
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 23
QUESTÃO 45
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A presença de uma massa
grande na mucosa é altamente sugestiva de neoplasia de esôfago.
A) CERTA
B) ERRADA
24 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 46 QUESTÃO 48
Uma paciente de 16 anos de idade, com oito horas de evo- Uma paciente de 16 anos de idade, com oito horas de
lução, compareceu à emergência por apresentar vertigem, evolução, compareceu à emergência por apresentar ver-
diplopia e surdez. Além disso, demonstrou deficits moto- tigem, diplopia e surdez. Além disso, demonstrou de-
res. Ao exame físico, verificaram-se SatO2 = 96% em ar ficits motores. Ao exame físico, verificaram-se SatO2 =
ambiente, FC = 92 bpm regular e PA = 180 mmHg x 100 96% em ar ambiente, FC = 92 bpm regular e PA = 180
mmHg. Tomografia de crânio e angiotomografia não evi- mmHg x 100 mmHg. Tomografia de crânio e angio-
denciaram malformação vascular e nem sangramento. Aos tomografia não evidenciaram malformação vascular e
15 anos, a paciente teve trombose venosa profunda. Em nem sangramento. Aos 15 anos, a paciente teve trom-
relação a esse caso clínico e aos conhecimentos médicos bose venosa profunda. Em relação a esse caso clínico e
correlatos, julgue o item a seguir. Os sintomas da paciente aos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item
sugerem acometimento carotídeo. a seguir. O uso de trombolítico é contraindicado para
A) CERTO essa paciente.
B) ERRADO A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 47
Uma paciente de 16 anos de idade, com oito horas de
evolução, compareceu à emergência por apresentar ver-
tigem, diplopia e surdez. Além disso, demonstrou de-
ficits motores. Ao exame físico, verificaram-se SatO2 =
96% em ar ambiente, FC = 92 bpm regular e PA = 180
mmHg x 100 mmHg. Tomografia de crânio e angio-
tomografia não evidenciaram malformação vascular e
nem sangramento. Aos 15 anos, a paciente teve trom-
bose venosa profunda. Em relação a esse caso clínico e
aos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item
a seguir. É importante solicitar exames de fatores de
coagulação, sendo o anticorpo anticardiolipina o mais
prevalente em pessoas abaixo de 50 anos de idade com
essa enfermidade.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 25
QUESTÃO 49 QUESTÃO 50
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami- Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen- nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no- mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
membros superiores e inferiores. A criança reside com a membros superiores e inferiores. A criança reside com a
mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa- mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa-
me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
= 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté- = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção, timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta
pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também
foram observados abdome RHA+, depressível, dor à
foram observados abdome RHA+, depressível, dor à
palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega-
palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega-
tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores
tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores
com equimoses < 5 cm e membros superiores com
com equimoses < 5 cm e membros superiores com
equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente
equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente
foram solicitados exame qualitativo de urina com uro-
foram solicitados exame qualitativo de urina com uro- cultura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da
cultura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da urocultura) e radiografia de membro superior esquer-
urocultura) e radiografia de membro superior esquer- do. O exame qualitativo de urina pode ser verificado a
do. O exame qualitativo de urina pode ser verificado a seguir. Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou
seguir. Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou calo ósseo em rádio e ulna esquerda, conforme a ima-
calo ósseo em rádio e ulna esquerda, conforme a ima- gem a seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista
gem a seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Sempre que se observam equimoses em menores
seguir. Quando uma criança tem infecção febril do tra- de 5 anos de idade, deve-se realizar uma investigação
to urinário, é importante realizar o tratamento correto, de hemofilia, por ser uma patologia bastante frequente.
com uso de antibiótico por 10 dias a 14 dias, mas não
A) CERTO
é necessário acompanhar com exames de imagem, visto
que dificilmente elas apresentam lesão renal. B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
26 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 51 QUESTÃO 52
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami- Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen- nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
queixas. A criança foi levada pela avó materna, que queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
se mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
notou que a criança apresenta manchas arrocheadas tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
nos membros superiores e inferiores. A criança reside membros superiores e inferiores. A criança reside com
com a mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padras- a mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao
to. Ao exame físico, ela mostra-se abatida e prostrada, exame físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
mas está corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
bpm, FR = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
sem petéquias, sem placas, sem lesões, otoscopia com quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
membrana timpânica translúcida, sem abaulamento, timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
sem secreção, ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem so- ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta pul-
pro e ausculta pulmonar MVUD, sem ruídos adventí- monar MVUD, sem ruídos adventícios. Também foram
cios. Também foram observados abdome RHA+, de- observados abdome RHA+, depressível, dor à palpação
pressível, dor à palpação em baixo ventre, Blumberg em baixo ventre, Blumberg e Murph negativos, sem si-
e Murph negativos, sem sinais de meningismo, mem- nais de meningismo, membros inferiores com equimo-
bros inferiores com equimoses < 5 cm e membros su- ses < 5 cm e membros superiores com equimoses > 5 cm
periores com equimoses > 5 cm em braço esquerdo. em braço esquerdo. Inicialmente foram solicitados exa-
Inicialmente foram solicitados exame qualitativo de me qualitativo de urina com urocultura (via sondagem
urina com urocultura (via sondagem vesical; ainda sem vesical; ainda sem resultado da urocultura) e radiografia
resultado da urocultura) e radiografia de membro su- de membro superior esquerdo. O exame qualitativo de
perior esquerdo. O exame qualitativo de urina pode ser urina pode ser verificado a seguir. Realizou-se, ainda,
verificado a seguir. Realizou-se, ainda, radiografia que radiografia que evidenciou calo ósseo em rádio e ulna
evidenciou calo ósseo em rádio e ulna esquerda, con- esquerda, conforme a imagem a seguir. Acerca desse caso
forme a imagem a seguir. Acerca desse caso clínico e clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos cor-
tendo em vista os conhecimentos médicos correlatos, relatos, julgue o item a seguir. Aos 18 meses de idade, a
julgue o item a seguir. Em casos de febre sem sinais criança está apta a se comunicar formando frases curtas
localizatórios, deve-se pensar sempre em infecção do de duas palavras ou três palavras.
trato urinário, sendo que, entre as bactérias causadoras,
A) CERTO
encontra-se a Bordetella pertussis.
B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 27
QUESTÃO 53 QUESTÃO 54
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami- Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen- nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no- mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
membros superiores e inferiores. A criança reside com membros superiores e inferiores. A criança reside com
a mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao a mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao
exame físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está exame físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
= 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté- = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção, timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta pul- ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta pul-
monar MVUD, sem ruídos adventícios. Também foram monar MVUD, sem ruídos adventícios. Também foram
observados abdome RHA+, depressível, dor à palpação observados abdome RHA+, depressível, dor à palpação
em baixo ventre, Blumberg e Murph negativos, sem si- em baixo ventre, Blumberg e Murph negativos, sem si-
nais de meningismo, membros inferiores com equimo- nais de meningismo, membros inferiores com equimo-
ses < 5 cm e membros superiores com equimoses > 5 cm ses < 5 cm e membros superiores com equimoses > 5
em braço esquerdo. Inicialmente foram solicitados exa- cm em braço esquerdo. Inicialmente foram solicitados
me qualitativo de urina com urocultura (via sondagem exame qualitativo de urina com urocultura (via sonda-
vesical; ainda sem resultado da urocultura) e radiografia gem vesical; ainda sem resultado da urocultura) e radio-
de membro superior esquerdo. O exame qualitativo de grafia de membro superior esquerdo. O exame qualita-
urina pode ser verificado a seguir. Realizou-se, ainda, tivo de urina pode ser verificado a seguir. Realizou-se,
radiografia que evidenciou calo ósseo em rádio e ulna ainda, radiografia que evidenciou calo ósseo em rádio e
esquerda, conforme a imagem a seguir. Acerca desse caso ulna esquerda, conforme a imagem a seguir. Acerca desse
clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos cor- caso clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos
relatos, julgue o item a seguir. O trauma contuso, nas correlatos, julgue o item a seguir. Quando se observam
crianças mais novas, muitas vezes é consequência dos fraturas múltiplas, bilaterais e em diferentes estágios de
maus-tratos e do espancamento. consolidação, deve-se pensar em maus- tratos.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
28 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 55 QUESTÃO 56
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami- Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen- nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no- mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
membros superiores e inferiores. A criança reside com a membros superiores e inferiores. A criança reside com a
mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa- mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa-
me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
= 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
= 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta
ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também
pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também foram observados abdome RHA+, depressível, dor à
foram observados abdome RHA+, depressível, dor à palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega-
palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega- tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores
tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores com equimoses < 5 cm e membros superiores com
com equimoses < 5 cm e membros superiores com equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente fo-
equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente ram solicitados exame qualitativo de urina com urocul-
foram solicitados exame qualitativo de urina com uro- tura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da uro-
cultura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da cultura) e radiografia de membro superior esquerdo. O
urocultura) e radiografia de membro superior esquer- exame qualitativo de urina pode ser verificado a seguir.
do. O exame qualitativo de urina pode ser verificado a Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou calo ós-
seguir. Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou seo em rádio e ulna esquerda, conforme a imagem a
calo ósseo em rádio e ulna esquerda, conforme a ima- seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os co-
gem a seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista nhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.
os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a Para enfrentar as várias formas de uma manifestação
seguir. Artrite idiopática juvenil é uma doença crônica da violência, o setor de saúde tem políticas próprias de
autoimune das articulações, e a principal manifestação âmbito nacional, como a notificação de violência con-
clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de tra crianças e adolescentes na rede do Sistema Único de
volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Saúde (SUS) (Portaria nº 1.968/2001).
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 29
QUESTÃO 57 QUESTÃO 58
Uma paciente de 4 anos de idade foi levada pela mãe ao Uma paciente de 4 anos de idade foi levada pela mãe
pronto atendimento e relatou que a filha refere intensa ao pronto atendimento e relatou que a filha refere in-
dor abdominal e está há sete dias sem evacuar. A filha co- tensa dor abdominal e está há sete dias sem evacuar. A
meçou a demonstrar dificuldades para evacuar logo que filha começou a demonstrar dificuldades para evacuar
iniciou a introdução alimentar e, desde então, apresenta logo que iniciou a introdução alimentar e, desde então,
fezes em “”bolinhas””. Em relação à dieta, disse que a apresenta fezes em “”bolinhas””. Em relação à dieta,
menina come frutas, porém em pouca variedade, gosta disse que a menina come frutas, porém em pouca va-
muito de banana e de maçã, não gosta de verduras e in- riedade, gosta muito de banana e de maçã, não gosta de
gere pouca quantidade de água. Ao exame físico, verifica- verduras e ingere pouca quantidade de água. Ao exame
ram-se FC = 100 bpm, FR = 22 irpm, SatO2 = 98% em físico, verificaram-se FC = 100 bpm, FR = 22 irpm,
AA, bem como abdome globoso com ruídos hidroaéreos SatO2 = 98% em AA, bem como abdome globoso com
positivos, dor difusa à palpação e, em quadrante inferior ruídos hidroaéreos positivos, dor difusa à palpação e,
esquerdo, palpa-se massa (sugestivo de fezes). Conside- em quadrante inferior esquerdo, palpa-se massa (suges-
rando esse caso clínico e com base nos conhecimentos tivo de fezes). Considerando esse caso clínico e com
médicos correlatos, julgue o item a seguir. Sempre que base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o
uma criança relatar dor abdominal, é importante ques-
item a seguir. Na investigação de constipação, é impor-
tionar a respeito dos hábitos intestinais, da consistência
tante solicitar exames como TSH e T4 livre, a fim de
das fezes e do número de evacuações (dia/semana). A
descartar hipotireoidismo, que tem, entre as suas mani-
constipação funcional é um diagnóstico clínico feito de
festações, a constipação.
acordo com os critérios de Roma IV.
A) CERTO
A) CERTO
B) ERRADO
B) ERRADO
30 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 59 QUESTÃO 60
Uma paciente de 4 anos de idade foi levada pela mãe Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao
ao pronto atendimento e relatou que a filha refere in- ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu-
tensa dor abdominal e está há sete dias sem evacuar. A pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela
filha começou a demonstrar dificuldades para evacuar notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante
logo que iniciou a introdução alimentar e, desde então, ativo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas
apresenta fezes em “”bolinhas””. Em relação à dieta, fala pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais,
disse que a menina come frutas, porém em pouca va- há muito tempo apareceram alguns machucados no
riedade, gosta muito de banana e de maçã, não gosta de couro cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem
verduras e ingere pouca quantidade de água. Ao exame algumas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura
físico, verificaram-se FC = 100 bpm, FR = 22 irpm, = 90 cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0
SatO2 = 98% em AA, bem como abdome globoso com e -2), FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em
ruídos hidroaéreos positivos, dor difusa à palpação e, AA. No couro cabeludo, há várias lesões com crostas
em quadrante inferior esquerdo, palpa-se massa (suges- melicéricas e presença de linfonodo retroauricular me-
tivo de fezes). Considerando esse caso clínico e com dindo 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação.
base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o Observaram-se oroscopia, dentes em bom estado, sem
item a seguir. Diabetes mellitus é uma causa incomum lesões, sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana
de constipação. timpânica translúcida, sem abaulamentos ou retrações
A) CERTO e ausculta cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verifica-
ram-se, ainda, ausculta pulmonar, MVUD, sem RA,
B) ERRADO abdome, RHA+, depressível, sem megalias, indolor à
palpação e genitália com testículos em bolsa escrotal e
fimose. Com base nesse caso clínico e nos conhecimen-
tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Sempre
se deve solicitar USG para descartar malignidade de
linfonodos maiores de 1 cm.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 31
QUESTÃO 61 QUESTÃO 62
Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao
ao ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está pre- ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu-
ocupada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela
ela notou há notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante
cinco meses. Relatou que o filho é bastante ativo, que ativo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas
se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas fala pouco fala pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais,
e palavras difíceis de compreender. Ademais, há muito há muito tempo apareceram alguns machucados no
tempo apareceram alguns machucados no couro cabe- couro cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem
ludo dele, que o menino coça bastante e tem algumas algumas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura
crostas. Ao exame físico, constataram-se altura = 90 cm = 90 cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0
(escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0 e -2), e -2), FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em
FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em AA. No couro cabeludo, há várias lesões com crostas
AA. No couro cabeludo, há várias lesões com crostas melicéricas e presença de linfonodo retroauricular me-
melicéricas e presença de linfonodo retroauricular me- dindo 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação.
dindo 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação. Observaram-se oroscopia, dentes em bom estado, sem
Observaram-se oroscopia, dentes em bom estado, sem lesões, sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana
lesões, sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem abaulamentos ou retrações
timpânica translúcida, sem abaulamentos ou retrações e ausculta cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verifica-
e ausculta cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verifica- ram-se, ainda, ausculta pulmonar, MVUD, sem RA,
ram-se, ainda, ausculta pulmonar, MVUD, sem RA, abdome, RHA+, depressível, sem megalias, indolor à
abdome, RHA+, depressível, sem megalias, indolor à palpação e genitália com testículos em bolsa escrotal
palpação e genitália com testículos em bolsa escrotal e e fimose. Com base nesse caso clínico e nos conheci-
fimose. Com base nesse caso clínico e nos conhecimen- mentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O
tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O caso agente causador do impetigo crostoso é o Streptococ-
descrito trata-se de impetigo crostoso, e o tratamento cus pyogenes.
deve ser feito com mupirocina em lesões localizadas e, A) CERTO
em lesões extensas ou numerosas, o tratamento deve ser B) ERRADO
realizado com cefalexina.
A) CERTO
B) ERRADO
32 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 63 QUESTÃO 64
Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao
ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu- ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu-
pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela
notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante
ativo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas ativo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas
fala pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais, fala pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais,
há muito tempo apareceram alguns machucados no há muito tempo apareceram alguns machucados no
couro cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem couro cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem
algumas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura algumas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura
= 90 cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0 = 90 cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0
e -2), FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em e -2), FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em
AA. No couro cabeludo, há várias lesões com crostas AA. No couro cabeludo, há várias lesões com crostas
melicéricas e presença de linfonodo retroauricular me- melicéricas e presença de linfonodo retroauricular me-
dindo 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação. dindo 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação.
Observaram-se oroscopia, dentes em bom estado, sem Observaram-se oroscopia, dentes em bom estado, sem
lesões, sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana
lesões, sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana
timpânica translúcida, sem abaulamentos ou retrações
timpânica translúcida, sem abaulamentos ou retrações
e ausculta cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verifica-
e ausculta cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro.
ram-se, ainda, ausculta pulmonar, MVUD, sem RA,
Verificaram-se, ainda, ausculta pulmonar, MVUD, abdome, RHA+, depressível, sem megalias, indolor à
sem RA, abdome, RHA+, depressível, sem megalias, palpação e genitália com testículos em bolsa escrotal e
indolor à palpação e genitália com testículos em bolsa fimose. Com base nesse caso clínico e nos conhecimen-
escrotal e fimose. Com base nesse caso clínico e nos co- tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Inves-
nhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. tigação de autismo deve ser realizada em crianças que
É bastante comum meninos não falarem até os 2 anos não falam aos 18 meses de idade e, entre os métodos de
de idade; nesses casos, deve-se aguardar até os 2 anos e avaliação, está a escala M-CHAT.
meio e orientar que os pais estimulem a criança a falar. A) CERTO
A) CERTO B) ERRADO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 33
QUESTÃO 65 QUESTÃO 66
Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao Um paciente de 2 anos e 3 meses de idade foi levado ao
ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu- ambulatório de pediatria pela mãe, pois ela está preocu-
pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela pada com um “”caroço”” no pescoço do filho, que ela
notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante ati- notou há cinco meses. Relatou que o filho é bastante ati-
vo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas fala vo, que se alimenta bem, sempre ganhou peso, mas fala
pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais, há pouco e palavras difíceis de compreender. Ademais, há
muito tempo apareceram alguns machucados no couro muito tempo apareceram alguns machucados no couro
cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem algu- cabeludo dele, que o menino coça bastante e tem algu-
mas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura = 90 mas crostas. Ao exame físico, constataram-se altura = 90
cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0 e -2), cm (escore z 0), peso = 12,300 kg (escore z entre 0 e -2),
FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em AA. FC = 120 bpm, FR = 26 irpm e SatO2 = 97% em AA.
No couro cabeludo, há várias lesões com crostas meli- No couro cabeludo, há várias lesões com crostas meli-
céricas e presença de linfonodo retroauricular medindo céricas e presença de linfonodo retroauricular medindo
1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação. Obser- 1,5 cm, móvel, fibroelástico, indolor à palpação. Obser-
varam-se oroscopia, dentes em bom estado, sem lesões, varam-se oroscopia, dentes em bom estado, sem lesões,
sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana timpâni-
sem frênulo lingual, otoscopia, com membrana timpâni-
ca translúcida, sem abaulamentos ou retrações e ausculta
ca translúcida, sem abaulamentos ou retrações e ausculta
cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verificaram-se, ainda,
cardíaca, BNF, RR, 2t, sem sopro. Verificaram-se, ainda,
ausculta pulmonar, MVUD, sem RA, abdome, RHA+,
ausculta pulmonar, MVUD, sem RA, abdome, RHA+,
depressível, sem megalias, indolor à palpação e genitália
depressível, sem megalias, indolor à palpação e genitália
com testículos em bolsa escrotal e fimose. Com base nes-
se caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, com testículos em bolsa escrotal e fimose. Com base nes-
julgue o item a seguir. É importante realizar investigação se caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos,
dos hábitos alimentares dessa criança, visto que o ideal julgue o item a seguir. Aos 2 anos de idade, com certeza
seria estar com peso acima do escore z 0. a criança deve usar colher/garfo, subir degraus, imitar
trabalhos caseiros, rabiscar e nomear partes do corpo.
A) CERTO
A) CERTO
B) ERRADO
B) ERRADO
34 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 67 QUESTÃO 68
Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer- Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer-
gência por seus pais, os quais relataram que, há uma gência por seus pais, os quais relataram que, há uma
semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e
tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de
38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan- 38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan-
te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom- te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom-
panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em
dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que
é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico, é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico,
verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2 verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2
= 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram- = 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram-
-se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e -se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e
otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem
abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF, abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF,
RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD, RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD,
com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira- com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira-
gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome
RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à
palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista
os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Trata-se de um caso de asma, com necessidade seguir. Para avaliar a predisposição da asma, é sempre
de iniciar o tratamento com beta 2 de curta duração. importante avaliar o histórico familiar de atopia.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 35
QUESTÃO 69 QUESTÃO 70
Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer- Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer-
gência por seus pais, os quais relataram que, há uma gência por seus pais, os quais relataram que, há uma
semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e
tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de
38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan- 38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan-
te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom- te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom-
panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em
dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que
é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico, é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico,
verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2 verificaram-se FC = 150 bpm, FR =80 irpm, SatO2 =
= 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram- 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram-
-se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e -se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e
otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem
abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF, abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF,
RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD, RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD,
com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira- com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira-
gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome
RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à
palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista
os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Esse é um caso de bronquiolite, e o principal seguir. No tratamento da bronquiolite, deve-se prescre-
agente é o vírus sincicial respiratório. ver prednisolona na dose de 1 mg/kg/dia.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
36 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 71 QUESTÃO 72
Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer- Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer-
gência por seus pais, os quais relataram que, há uma gência por seus pais, os quais relataram que, há uma
semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e
tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de
38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan- 38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan-
te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom- te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom-
panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em
dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que
é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico, é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico,
verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2 verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2
= 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram- = 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram-
-se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e -se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e
otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem
abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF, abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF,
RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD, RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD,
com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira- com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira-
gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome
RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à
palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista
os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. A frequência respiratória normal para bebês de seguir. A investigação de cansaço/dispneia é uma causa
até 1 ano de idade é de 120 bpm a 180 bpm. frequente de encaminhamento ao cardiologista.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
QUESTÃO 73
Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não
aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
Tem constipação crônica. A respeito desse caso clíni-
co e com base nos conhecimentos médicos correlatos,
julgue o item a seguir. As causas não ginecológicas de
dor pélvica crônica são apenas as gastrointestinais e
as neurológicas.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 37
QUESTÃO 74 QUESTÃO 76
Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não
aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia. regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
Tem constipação crônica. A respeito desse caso clíni- Tem constipação crônica. A respeito desse caso clíni-
co e com base nos conhecimentos médicos correlatos, co e com base nos conhecimentos médicos correlatos,
julgue o item a seguir. Dor pélvica crônica é definida julgue o item a seguir. Entre as causas ginecológicas, es-
como dor acíclica, abaixo da cicatriz umbilical, com tão endometriose, leiomiomatose, doença inflamatória
duração superior a seis meses, intensa e incapacitan- pélvica e varizes pélvicas.
te, que requer tratamento e altera a qualidade de vida A) CERTO
da mulher.
B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 77
QUESTÃO 75 Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não
Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais Tem constipação crônica. A respeito desse caso clínico
regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia. e com base nos conhecimentos médicos correlatos, jul-
Tem constipação crônica. A respeito desse caso clínico gue o item a seguir. A diverticulite é a mais frequente
e com base nos conhecimentos médicos correlatos, jul- causa gastrointestinal de dor pélvica crônica.
gue o item a seguir. A faixa etária mais acometida pela
dor pélvica crônica é dos 35 anos de idade aos 60 anos A) CERTO
de idade. B) ERRADO
A) CERTO
B) ERRADO QUESTÃO 78
Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou
de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para
tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no
período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes e
dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcialmen-
te com analgésicos comuns, associada a dispareunia. Ao
exame físico tem dor à mobilização do colo uterino, com
mobilidade do útero reduzida e conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. Essa paciente é porta-
dora de dor pélvica crônica, de provável causa ginecoló-
gica, e o diagnóstico mais previsível é de endometriose.
A) CERTO
B) ERRADO
38 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 79 QUESTÃO 81
Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou
de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para
tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no
período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes
e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial- e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial-
mente com analgésicos comuns, associada a dispareu- mente com analgésicos comuns, associada a dispareu-
nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo
uterino, com mobilidade do útero reduzida e conhe- uterino, com mobilidade do útero reduzida e conhe-
cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O
endometriose é uma doença inflamatória benigna, crô- exame de escolha para o diagnóstico adequado é a to-
nica, progesterona-dependente, que acomete mulheres mografia computadorizada com contraste endovenoso,
em idade reprodutiva. que guiará o tratamento.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
QUESTÃO 80 QUESTÃO 82
Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou
de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para
tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no
período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes
e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial- e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial-
mente com analgésicos comuns, associada a dispareu- mente com analgésicos comuns, associada a dispareu-
nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo
uterino, com mobilidade do útero reduzida e conheci- uterino, com mobilidade do útero reduzida e conheci-
mentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Os mentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Os
principais sintomas da endometriose são dismenorreia, sítios anatômicos em que a endometriose pode se de-
dispareunia e dor pélvica crônica. senvolver restringem-se à pelve.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 39
QUESTÃO 83 QUESTÃO 85
Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no curou o pronto-socorro com queixa de sangramento
período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial- com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A
mente com analgésicos comuns, associada a dispareu- respeito desse caso clínico e com base nos conhecimen-
nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Cerca de
uterino, com mobilidade do útero reduzida e conhe- 80% dos abortos espontâneos ocorrem nas primeiras
cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O seis semanas de gestação.
tratamento medicamentoso é feito com uso de anal- A) CERTO
gésicos e anti-inflamatórios para dor, bem como com
anticoncepcionais hormonais combinados ou de pro- B) ERRADO
gesterona isolada para o controle do ciclo menstrual.
A) CERTO QUESTÃO 86
B) ERRADO Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
QUESTÃO 84 curou o pronto-socorro com queixa de sangramento
vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
Uma paciente de 30 anos de idade, nuligesta, parou com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A
de usar anticoncepcional hormonal há sete meses para respeito desse caso clínico e com base nos conhecimen-
tentar engravidar. Relata aumento da dismenorreia no tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Se, no
período, intensidade 8 em 10, que inicia um dia antes exame físico, o colo do útero estiver pérvio, mas não for
e dura os cincos dias da menstruação, aliviada parcial- tocado material nele, entende-se que esse é um caso de
mente com analgésicos comuns, associada a dispareu- abortamento inevitável.
nia. Ao exame físico tem dor à mobilização do colo A) CERTO
uterino, com mobilidade do útero reduzida e conhe-
cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. B) ERRADO
Como a paciente está tentando gestar há menos de um
ano, não há indicação de prosseguir com a investigação.
A) CERTO
B) ERRADO
40 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 87 QUESTÃO 90
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro- cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
curou o pronto-socorro com queixa de sangramento curou o pronto-socorro com queixa de sangramento va-
vaginal em pequena quantidade, de início há um dia, ginal em pequena quantidade, de início há um dia, com
com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A res- cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A respeito
peito desse caso clínico e com base nos conhecimentos desse caso clínico e com base nos conhecimentos médi-
médicos correlatos, julgue o item a seguir. Qualquer cos correlatos, julgue o item a seguir. Deve-se orientar
sangramento no primeiro trimestre de gestação é con- abstinência sexual, repouso e uso de analgésicos.
siderado ameaça de abortamento. A) CERTO
A) CERTO B) ERRADO:
B) ERRADO
QUESTÃO 91
QUESTÃO 88
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro- curou o pronto-socorro com queixa de sangramento
curou o pronto-socorro com queixa de sangramento vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
vaginal em pequena quantidade, de início há um dia, com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A
com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A res- respeito desse caso clínico e com base nos conhecimen-
peito desse caso clínico e com base nos conhecimentos tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Se a pa-
médicos correlatos, julgue o item a seguir. Qualquer ciente for submetida a curetagem uterina, o produto
sangramento no primeiro trimestre de gestação é con- da concepção não precisa ser encaminhado para estu-
siderado ameaça de abortamento. do anatomopatológico.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO B) ERRADO:
QUESTÃO 89
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
curou o pronto-socorro com queixa de sangramento
vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A res-
peito desse caso clínico e com base nos conhecimentos
médicos correlatos, julgue o item a seguir. Caso não
seja visualizado embrião ou embrião não tenha ativida-
de cardíaca, um novo exame somente deverá ser reali-
zado após 30 dias.
A) CERTO
B) ERRADO:
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 41
QUESTÃO 92 QUESTÃO 94
Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua
primeira consulta com o ginecologista e relatou menar- primeira consulta com o ginecologista e relatou menar-
ca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos mens- ca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos mens-
truais a cada 52 dias, com duração de sete dias de fluxo truais a cada 52 dias, com duração de sete dias de fluxo
intenso, com uso de absorventes noturnos. Queixa-se intenso, com uso de absorventes noturnos. Queixa-se
também de acne e de pêlos escurecidos. Nega disme- também de acne e de pelos escurecidos. Nega disme-
norreia. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os norreia. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os
conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a se-
seguir. Os ciclos devem ser regulares desde a primeira guir. O diagnóstico de síndrome dos ovários policísti-
menstruação, por causa da maturidade do eixo hipo- cos (SOP) é mais fácil nessa fase.
tálamo-hipófise-ovariano. A) CERTO
A) CERTO B) ERRADO:
B) ERRADO:
QUESTÃO 95
QUESTÃO 93
Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua
Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua primeira consulta com o ginecologista e relatou me-
primeira consulta com o ginecologista e relatou menar- narca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos
ca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos mens- menstruais a cada 52 dias, com duração de sete dias
truais a cada 52 dias, com duração de sete dias de fluxo de fluxo intenso, com uso de absorventes noturnos.
intenso, com uso de absorventes noturnos. Queixa-se Queixa-se também de acne e de pelos escurecidos.
também de acne e de pelos escurecidos. Nega disme- Nega dismenorreia. Acerca desse caso clínico e tendo
norreia. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os em vista os conhecimentos médicos correlatos, julgue
conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a se- o item a seguir. A regulação do ciclo ovariano depen-
guir. O ciclo menstrual regular ocorre a cada 28 +-7 de da complexa interação entre os diferentes níveis de
dias, com duração de 4 +-2 dias, com volume entre 20 estímulo e controle da produção das gonadotrofinas e
mL e 80 mL e cólicas leves a moderadas. dos esteroides.
A) CERTO A) CERTO
B) ERRADO: B) ERRADO:
42 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 96 QUESTÃO 98
Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua Um bebê de 6 meses de vida foi levado pela mãe à equi-
primeira consulta com o ginecologista e relatou menar- pe de Saúde da Família (eSF) para consulta de rotina de
ca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos mens- puericultura. A mãe relata que está preocupada, pois a
truais a cada 52 dias, com duração de sete dias de fluxo criança mostra-se mais chorosa, apresentando irritabi-
intenso, com uso de absorventes noturnos. Queixa-se lidade, dificuldade para dormir e pico febril de 39ºC
também de acne e de pelos escurecidos. Nega disme- na noite anterior. A criança está previamente hígida,
norreia. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os em aleitamento materno exclusivo, fez uso de parace-
conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a se- tamol há duas horas e sua temperatura é de 37,5ºC
guir. A SOP é um distúrbio no eixo neuroendócrino no momento. A mãe nega que a criança tenha aler-
reprodutor, associado à alteração morfológica ovariana gias medicamentosas. Ao exame físico, verificam-se
e à produção androgênica elevada. auscultas pulmonar e cardíaca sem alterações, abdome
A) CERTO sem particularidades, otoscopia direita com presença
B) ERRADO: de membrana timpânica abaulada e hiperemiada, sem
presença de otorreia. A criança é capaz de firmar a ca-
beça e apanhar objetos, e as medidas antropométricas
QUESTÃO 97 estão próximas ao percentil 50. Carteira de vacinação
atualizada. Com base nesse caso clínico e nos conhe-
Um bebê de 6 meses de vida foi levado pela mãe à equi- cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.
pe de Saúde da Família (eSF) para consulta de rotina Apesar de medidas antropométricas estarem adequadas
de puericultura. A mãe relata que está preocupada, pois nesse momento, o desenvolvimento neuropsicomotor
a criança mostra-se mais chorosa, apresentando irrita- está atrasado, pois a criança com essa idade já deveria
bilidade, dificuldade para dormir e pico febril de 39ºC ser capaz de sentar sem apoio.
na noite anterior. A criança está previamente hígida,
em aleitamento materno exclusivo, fez uso de parace- A) CERTO
tamol há duas horas e sua temperatura é de 37,5ºC no B) ERRADO:
momento. A mãe nega que a criança tenha alergias me-
dicamentosas. Ao exame físico, verificam-se auscultas
pulmonar e cardíaca sem alterações, abdome sem par-
ticularidades, otoscopia direita com presença de mem-
brana timpânica abaulada e hiperemiada, sem presença
de otorreia. A criança é capaz de firmar a cabeça e apa-
nhar objetos, e as medidas antropométricas estão pró-
ximas ao percentil 50. Carteira de vacinação atualizada.
Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos mé-
dicos correlatos, julgue o item a seguir. Trata-se de um
caso de otite média aguda (OMA). O tratamento deve
ser feito com analgésicos, antipiréticos e, se a criança
for candidata ao uso de antimicrobianos, a amoxicilina
será o antibiótico de escolha.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 43
QUESTÃO 113
QUESTÃO 111
Uma paciente de 65 anos de idade compareceu à con-
Um paciente de 72 anos de idade possui diagnóstico de sulta com queixa de polidipsia, polifagia, poliúria e
osteoporose há um ano, em tratamento, e histórico de perda ponderal de 5 kg nos últimos três meses. Quei-
fratura de quadril há cerca de sete meses. Procurou aten- xa-se também de humor deprimido, anedonia e avolia.
dimento na equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) por Tabagista, possui diagnósticos de hipertensão arterial
ter apresentado torção do tornozelo direito em sua cami- sistêmica (HAS), doença pulmonar obstrutiva crônica
nhada matinal, com queixa de intensa dor local e dificul- (DPOC) e depressão. Faz uso de amitriptilina 25 mg
dade para deambular. Ao exame físico, demonstra dor à à noite, enalapril 10 mg, 2 vezes ao dia, hidroclorotia-
palpação, limitação da movimentação articular e discreto zida 25 mg, 1 vez ao dia e salbutamol inalatório sob
edema local. Tendo em vista esse caso clínico e os conhe- demanda. Ao exame físico, apresenta mancha hiperpig-
cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Con- mentada em região de dobra cervical, aveludada à pal-
siderando o histórico prévio de fraturas dessa paciente, e pação. Observou-se PA = 160 mmHg x 110 mmHg em
possivelmente outra fratura atual, é importante orientar ambos os membros superiores. Foi realizada medida de
medidas que reduzam risco de novas lesões, sendo a densi- HGT, com resultado de 320 mg/dL. Com base nesse
tometria óssea o melhor indicador para o risco. caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos,
A) CERTO julgue o item a seguir. Como a paciente ainda apresenta
B) ERRADO sintomas depressivos e está com sua HAS descontrola-
da, é necessário otimizar seu tratamento antidepressivo
começando por substituir a amitriptilina, fármaco com
QUESTÃO 112 importantes riscos cardiovasculares, como arritmias e
Um paciente de 72 anos de idade possui diagnóstico insuficiência cardíaca.
de osteoporose há um ano, em tratamento, e histórico A) CERTO
de fratura de quadril há cerca de sete meses. Procurou B) ERRADO
atendimento na equipe Estratégia Saúde da Família
(ESF) por ter apresentado torção do tornozelo direito
em sua caminhada matinal, com queixa de intensa dor
local e dificuldade para deambular. Ao exame físico,
demonstra dor à palpação, limitação da movimentação
articular e discreto edema local. Tendo em vista esse
caso clínico e os conhecimentos médicos correlatos,
julgue o item a seguir. É de grande importância conti-
nuar o acompanhamento dessa paciente, em vistas de
manter a longitudinalidade do atendimento.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 47
QUESTÃO 120
Uma paciente de 65 anos de idade compareceu à con-
sulta com queixa de polidipsia, polifagia, poliúria e
perda ponderal de 5 kg nos últimos três meses. Quei-
xa-se também de humor deprimido, anedonia e avolia.
Tabagista, possui diagnósticos de hipertensão arterial
sistêmica (HAS), doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) e depressão. Faz uso de amitriptilina 25 mg
à noite, enalapril 10 mg, 2 vezes ao dia, hidroclorotia-
zida 25 mg, 1 vez ao dia e salbutamol inalatório sob
demanda. Ao exame físico, apresenta mancha hiperpig-
mentada em região de dobra cervical, aveludada à pal-
pação. Observou-se PA = 160 mmHg x 110 mmHg em
ambos os membros superiores. Foi realizada medida de
HGT, com resultado de 320 mg/dL. Com base nesse
caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos,
julgue o item a seguir. Caso fosse decidido realizar um
relato de caso a partir do exposto no enunciado, este
seria classificado como um estudo analítico, capaz de
investigar a associação entre fatores de risco e a ocor-
rência de determinados agravos à saúde.
A) CERTO
B) ERRADO
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 51
52 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
SES-DF 2022
CADERNO DE RESPOSTAS
54 |
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 55
Comentários:
Questão beeem direta! Saber a escala de Glasgow é
fundamental para tomar condutas, ESPECIALMEN-
TE EM CONTEXTO DE TRAUMA - por vezes em
intoxicações a escala de Glasgow não é suficiente para
indicar IOT.
A escala de Glasgow revisada facilita quanto a palavras
inapropriadas, discurso confuso, incompreensível etc.
Vamos ver
São 4 pontos para a ocular
- Abertura espontânea = 4
- Abertura ao estímulo sonoro = 3
- Abertura a pressão ou dor = 2
- Sem resposta = 1
São 5 pontos para a verbal
- Abertura espontânea = 5
- Confuso = 4
- Emite apenas palavras (desconexas) = 3
56 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 3 Comentários:
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento Podemos ter uma ideia da necessidade de hemocom-
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos- ponentes conforme o grau de choque: choques mais
pital com história de atropelamento há alguns minutos. graves (III e IV) provavelmente necessitarão de hemo-
Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm, componentes para controle, enquanto menos severos (I
FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75 e II) provavelmente podem ser manejados apenas com
mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas cristalóides inicialmente.
palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à Mais recentemente utilizamos a resposta ao tratamen-
dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta to inicial (2L de Ringer Lactato aquecido em acessos
respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita periféricos de grosso calibre) para guiar nossa real ne-
e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo- cessidade de hemocomponentes. Pode ser responde-
minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e dor, respondedor transitório ou não respondedor.
nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item
Uma resposta rápida caracteriza-se por normalização
a seguir. A maioria dos pacientes em choque classe II
dos sinais vitais após administração de volume, prova-
precisará de transfusão de hemoderivados, enquanto
velmente não necessitando de hemocomponentes.
praticamente todos em choque classe III precisarão de
protocolo de transfusão maciça. Uma resposta transitória ocorre quando há melhora
transitória, mas com recorrência dos sinais de choque
A) CERTO
por provável continuidade do sangramento. Nesse caso
B) ERRADO a probabilidade de necessidade de hemocomponentes
Resposta correta: Letra B é alta, e a probabilidade de necessidade de tratamento
cirúrgico é alta.
A ausência de resposta ocorre quando não há melhora
dos sinais vitais com a reanimação volêmica. Nesses ca-
sos, a necessidade de hemocomponentes é quase certa
em contexto de trauma com hemorragia. A probabi-
lidade de necessidade de intervenção cirúrgica é mui-
to alta.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 61
62 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Não devemos esquecer que por vezes podemos ter apre- Take-Home Message:
sentações associadas de mais de um tipo de lesão (pneu- No trauma, o diagnóstico diferencial das lesões com
motórax aberto + hemotórax não maciço, por exem- risco iminente de vida, como o hemopneumotórax, é
plo) e nossa abordagem visa resolver a lesão com maior clínico. Lesões secundárias (contusão pulmonar, fratu-
risco de vida primeiro. ras de arcos costais) provavelmente necessitam de exa-
mes de imagem para confirmação.
Vamos às alternativas::
A) INCORRETA - O diagnóstico de hemopneumo-
tórax no trauma é clínico.
B) CORRETA - A radiografia de tórax ou TC se
prestam a diagnósticos de lesões secundárias de
trauma torácico.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 65
Comentários:
Questão BEM direta, como a gente gosta! Mas com
uma pegadinha que às vezes pode confundir.
COMO ASSIM? GLASGOW MENOR OU IGUAL
A 8 = INTUBAÇÃO, CERTO??? PORQUE VAMOS
ESPERAR UM SEGUNDO MOMENTO PARA IN-
TUBAR???
Ao avaliar as vias aéreas no PRIMEIRO momento es-
tamos avaliando a perviedade e possíveis obstruções.
Iniciamos avaliando se paciente conversa e respira, caso
positivo podemos prosseguir a avaliação, certamente
estão pérveas. Se houver alguma suspeita de alteração,
realizamos manobras de desobstrução como aspiração
e chin lift + jaw thrust, se houver sucesso progredimos
para o restante de ABCDE. Senão, então devemos ob-
ter via aérea definitiva AINDA DENTRO DA AVA-
LIAÇÃO DO A.
66 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 7
Um paciente foi levado pelo Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) à emergência de um hos-
pital com história de atropelamento há alguns minutos.
Ao exame físico, o paciente apresenta FC = 110 bpm,
FR = 28 irpm, SatO2 = 90% e PA = 100 mmHg x 75
mmHg. Ao ser questionado, apenas verbaliza algumas
palavras sem sentido, e demonstra abertura ocular à
dor e resposta motora de flexão anormal. A ausculta
respiratória indica murmúrio vesicular ausente à direita
e normais à esquerda. Exames cardiovascular e abdo-
minal não há alterações. Com base nesse caso clínico e
nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Na técnica de drenagem pleural, deve-se trans-
passar o tubo de toracostomia no 5o espaço intercostal,
levemente anterior à linha axilar anterior, posicionando
o tubo superior e posteriormente ao tórax. O local de
inserção do dreno de tórax é o mesmo em adultos e
em crianças.
A) CERTO
Passos da drenagem torácica
B) ERRADO
- Inicialmente separam-se os materiais (anestesia,
Resposta correta: Letra A tubo, selo d´água, material estéril e de assepsia).
Vamos relembrar a técnica para passagem de dreno - Anestesia local na pele, subcutâneo, periósteo e
de tórax para a drenagem pleural, particularmente no pleural - aguardado o tempo de efeito da anestesia.
contexto de trauma. Realizar nesse meio tempo a medição do compri-
mento de inserção do tubo, desde o sítio planejado
de incisão até a clavícula (aprox 10-14cm).
- Realizar incisão de 2-3cm paralela à costela, dissec-
ção romba do subcutâneo.
- Realizar punção da pleural com a ponta do clamp
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 69
Take-Home Message:
Conhecer o escore de Alvarado e as condutas frente a
probabilidade de apendicite.
QUESTÃO 10
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
emergência com história de dor abdominal que migrou
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
O escore de Alvarado da nossa paciente é, portanto, exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
de 8 = migração (1) + dor em FID (2) + anorexia (1) 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
+ nausea (1) + leucocitose (2) + dor a descompressão senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
brusca (1). Estaria indicado, em teoria, abordagem pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
cirúrgica sem necessidade de progredir a investigação toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
com exames de imagem. caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. O sinal que descreve
a dor no quadrante inferior direito à palpação do qua-
drante inferior esquerdo é chamado sinal do obturador.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
Comentários:
Não precisamos conhecer TODOS os sinais de apen-
dicite aguda pra responder essa, né? O mais clássico
e confiável é o sinal de Blumberg: dor à palpação da
parede abdominal no ponto de McBurney (aproxima-
damente no primeiro terço entre a espinha ilíaca ante-
rossuperior e a cicatriz umbilical). Esse achado é menos
72 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
A) INCORRETA - O sinal do obturador ocorre quan- Em condições sem complicações, devemos lançar mão
do há apêndice pélvico, com dor à rotação interna do antibiótico profilático, sendo administrado pouco
da coxa direita flexionada. antes da abordagem cirúrgica e cessado com o fim da
cirurgia (uma vez que o foco infeccioso foi controla-
B) CORRETA - A questão descreve o sinal
do). É claro, na vida real por vezes temos atrasos para a
de Blumberg.
cirurgia do paciente e então nossa "profilaxia" acaba se
estendendo por um tempo antes de conseguirmos ope-
Take-Home Message: rar de fato. Mas mesmo nessas situações, caso não haja
novas complicações, devemos suspender após o término
Conhecer os sinais clínicos de apendicite para otimizar
da cirurgia. É esse o caso de apendicite fase I e II com
a investigação clínica, particularmente os mais comuns
edema, isquemia e ulceração, mas sem complicações.
(Blumberg, Psoas, Obturador).
Agora o antibiótico terapêutico deve ser utilizado antes,
durante e após a cirurgia (conforme evolução clínica)
QUESTÃO 11 em situações associadas a complicações como abscesso,
necrose (fase III) ou perfuração e peritonite (fase IV).
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
emergência com história de dor abdominal que migrou "UÉ, MAS ACHEI QUE O PROFILÁTICO FOS-
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de SE APENAS PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega DE SÍTIO CIRÚRGICO!". É isso mesmo, mas estou
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao o usando o termo profilático liberalmente, uma vez que
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR = podemos ter apenas certeza do grau de complicação
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre- (pequenas perfurações, necrose, abscesso local não vis-
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom- tos em exame de imagem). Justamente por essa incer-
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora- teza, podemos utilizar de forma "profilática" o antibi-
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse ótico que seria terapêutico e suspender após a cirurgia
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos caso não haja sinais de complicações.
correlatos, julgue o item a seguir. Em caso de apendi-
cite de fase inicial (fase I ou II), indica-se apenas an-
tibiótico para profilaxia, não havendo obrigatoriedade
da antibioticoterapia.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra A
Comentários:
Antibiótico nas afecções abdominais, não só na apendi-
cite, deve ser muito bem entendido. Veremos de forma
ampla, e depois iremos aos exemplos específicos.
O primeiro conceito que deve ficar BEM claro é a di-
ferença de antibiótico TERAPÊUTICO e antibióti-
74 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Comentários: QUESTÃO 13
Temos uma lógica interessante por trás da questão: Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à
porque não realizar cultura transoperatória durante emergência com história de dor abdominal que migrou
uma apendicite para guiar o antibiótico? Parece ótimo, para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de
iniciamos com nossa antibioticoterapia (caso seja uma náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
apendicite complicada) empírica e caso haja falha ou febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao
suspeita de piora clínica, podemos verificar a sensibili- exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
dade no antibiograma e guiar nossa terapia de acordo. 18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
Mas infelizmente essa cultura não é particularmente es- senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
clarecedora, uma vez que haverá crescimento de diver- pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
sos microrganismos entéricos, que não necessariamente toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse
são os responsáveis pelo quadro infeccioso. A cultura caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
costuma a ser mais efetiva quando houver uso prévio de correlatos, julgue o item a seguir. Tumores carcinoides
antibióticos ou exposição hospitalar que possa indicar e mucinosos são os tumores mais comuns do apêndice
risco de bactérias resistentes. e devem ser tratados com apendicectomia ou colecto-
mia direita, a depender do caso.
Mesmo assim, alguns serviços obtém a cultura de roti-
na devido aos casos eventuais para adequar o esquema A) CERTO
antibiótico e por vezes ajudar na transição para antibio- B) ERRADO
ticoterapia via oral.
Resposta correta: Letra A
O antibiótico é mantido entre 4-7 dias do pós operató-
rio e guiado pelas culturas, caso obtidas. Comentários:
Vamos começar com um conceito, as neoplasias de
Vamos às alternativas::
apêndice são RARAS. Até 50% das neoplasias de apên-
A) INCORRETA - A cultura do transoperatório é re- dice se manifestam como apendicite e por isso estão
comendada, podendo ajudar a guiar ajuste de anti- tão associadas ao quadro. Outra forma de apresentação
biótico e transição para via oral. é como achado de massas em topografia de apêndice
B) CORRETA - Não é uma conduta obrigatória. incidentais em exames de imagem.
A histologia mais frequente é o tumor neuroendócrino,
originados em células neuroendócrinas no apêndice.
Take-Home Message:
Normalmente são massas pequenas, bem circunscritas
Apesar de ainda não ser amplamente recomendada, e em posição mais distal do apêndice. O comporta-
a cultura do transoperatório em apendicite perfurada mento é altamente variável, sendo o tamanho um dos
pode ser realizada visando descalonamento de antibió- melhores preditores de malignidade e risco de metás-
tico e transição via oral no momento da alta. tase. Tumores neuroendócrinos menores que 1cm são
normalmente benignos e curados com a apendicecto-
mia, já tumores > 2cm são mais agressivos e o paciente
deve ser submetido a hemicolectomia direita. A hemi-
colectomia também é indicada se houver envolvimento
da base ou extensão para o mesoapêndice.
O adenocarcinoma é mais raro, sendo o tratamento a he-
micolectomia direita com linfadenectomia. O esquema de
76 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QT adjuvante (por vezes neoadjuvante para debulking) é mas a rotura peritoneal pode levar a formação de pseu-
igual ao esquema do adenocarcinoma de cólon. domixoma pela disseminação. Dessa forma, deve-se ter
Tumores mucinosos não são francamente malignos, muito cuidado ao dissecar um apêndice com suspeita
de componente mucinoso.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 77
A) CORRETA - Tumores neuroendócrinos (car- Questão um pouco confusa mas com alguns concei-
cinoides) < 1cm são considerados curados tos interessantes de PO. Frente a uma febre no PO
com apendicectomia. devemos lembrar que nem sempre está relacionada à
incisão cirúrgica, mas diversas outras causas podem
B) INCORRETA - TNE > 2cm ou com envolvimento
ser responsáveis.
de base ou de mesoapêndice devem ser associados a
colectomia direita. No intraOP ou PO imediato, causas como infecção
prévia, reações adversas, hipertermia maligna e a pró-
pria resposta metabólica ao trauma são responsáveis
Take-Home Message: pela maior parte da febre no paciente cirúrgico.
Appendicite e neoplasia de apêndice são te- Nosso paciente já está no 2o PO, provavelmente apre-
mas interligados. sentando causas como atelectasias, flebites, ITU, pneu-
Tumor neuroendócrino: mais frequente, tratado com monia, IAM ou pericardite e raramente infecções de
apendicectomia (< 1cm) ou colectomia direita (demais) sítio cirúrgico fulminantes.
Adenocarcinoma: segundo mais frequente, tratado Ou seja, nesse paciente, qual a nossa principal hipótese
com colectomia direita diagnóstica? Se estiver apenas com febre e de resto assin-
tomático, devemos pensar principalmente em atelecta-
sia, a causa mais frequente de febre no pós operatório.
QUESTÃO 14 Infecções de ferida operatório tem apresentação mais
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à tardia e o tratamento de fato envolve drenagem (seja
emergência com história de dor abdominal que migrou tirando pontos ou nova abordagem cirúrgica) associada
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de a antibioticoterapia.
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao Vamos às alternativas::
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR =
A) INCORRETA - Infecção de FO fulminante é
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre-
uma possibilidade menos frequente de febre nes-
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom-
se momento.
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora-
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse B) CORRETA - A nossa principal hipótese no PO
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos precoce é de atelectasia.
correlatos, julgue o item a seguir. Em caso de febre no
2o PO desse paciente, deve-se pensar, como causa mais Take-Home Message:
comum, a infecção da ferida operatória, que deve ser
tratada com drenagem da FO e (ou) antibioticoterapia. A principal causa de febre no PO de 1-5d é
por atelectasia.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
78 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 15 Comentários:
Um paciente de 23 anos de idade foi encaminhado à A profilaxia de TVP em pacientes internados, sejam
emergência com história de dor abdominal que migrou cirúrgicos ou clínicos, é sempre um fator que deve ser
para a fossa ilíaca direita há dois dias. Ele queixa-se de levado em consideração. As medidas, sejam com deam-
náuseas, vômitos e dificuldade para se alimentar, nega bulação, fisioterapia, meia elástica, compressão pneu-
febre e 1 episódio de fezes amolecidas no período. Ao mática ou profilaxia medicamentosa variam com o ris-
exame físico, apresenta-se afebril, FC = 82 bpm, FR = co do paciente.
18 irpm e SatO2 = 98%. Ao exame abdominal, apre- Dessa forma, a profilaxia de TVP está indicada para
senta dor à palpação de todo abdome e dor à descom- pacientes em pós operatório, e a indicações e contrain-
pressão brusca de fossa ilíaca direita. Os exames labora- dicações para as medidas a serem realizadas dependem
toriais apresenta leucocitose, sem desvio. Acerca desse do risco do paciente.
caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. A profilaxia de TVP
está indicada em todo pós-operatório, e as medidas va-
riam de acordo com o risco do paciente.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra A
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 79
80 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Comentários:
O trauma cirúrgico ativa uma resposta complexa, co-
nhecida como resposta endócrino metabólica associa-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 81
Comentários: QUESTÃO 19
Questão meio capciosa, não chega a descrever um qua- Um paciente com 62 anos de idade apresenta alteração
dro de obstrução franca, com dor abdominal, distensão de hábito intestinal há um ano e perda ponderal de 15
abdominal e parada de eliminação de flatos e fezes. Ou kg em 2 meses. Nega ter realizado exames de rotina.
seja, NÃO TEM COMO SER ABDOME OBSTRU- No momento, apresenta diarreia intensa há 24 horas,
TIVO, CERTO?? ERRADOOOOOO. com vários episódios de evacuações líquidas, associado
Claro, a questão não nos dá informação sobre disten- a dor abdominal difusa. Ao exame físico, está desidrata-
são abdominal, mas como podemos ter obstrução do do, com FC = 115 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 = 97%
trânsito e diarreia ao mesmo tempo? Nas fases iniciais e temperatura axilar = 37oC. Considerando esse caso
clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue
de uma obstrução, a motilidade intestinal está preser-
os itens a seguir. A tomografia computadorizada é o
vada, e a obstrução em si causa aumento da peristalse,
exame para diagnóstico definitivo do câncer colorretal
seja de segmentos proximais ou distais. Dessa forma
enquanto a colonoscopia é utilizada para estadiamento.
podemos encontrar algo conhecido como diarreia pa-
radoxal. Com o tempo as contrações ficam mais fracas A) CERTO
e fatigadas, e a diarreia e cólicas cessam. B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
Vamos às alternativas::
A) INCORRETA - O quadro não é absolutamente Comentários:
compatível com obstrução, mas ainda pode ser um São poucas as neoplasias cujo diagnóstico definitivo é
dos nossos diferenciais, portanto ainda compatível. realizado por exame de imagem. Um exemplo clássico é
B) CORRETA - O quadro pode representar uma o CHC em paciente cirrótico, com o washout caracte-
diarreia paradoxal do início de um abdome agu- rístico sendo patognomônico da neoplasia em questão
do obstrutivo. e permitindo diagnóstico e conduta sem a biópsia. O
adenocarcinoma de cabeça de pâncreas também pode ser
considerado de conduta clínico-radiológico, ou seja, sem
Take-Home Message: a necessidade de realizar biópsia em alguns casos para
indicar conduta (justamente nos casos ressecáveis, nos
O quadro de obstrução abdominal pode se apresentar
quais não é necessária biópsia para indicação de GDP).
inicialmente com diarreia pelo aumento da peristalse
distal a obstrução. O câncer colorretal certamente não é um desses tipos
de tumor. O diagnóstico definitivo é histopatológico,
realizado por biópsia por colonoscopia e por análise da
peça cirúrgica quando houver indicação de ressecção.
O estadiamento sim é feito principalmente com tomo-
grafia computadorizada, de tórax, abdome e pelve (em
casos de câncer de reto substituímos pela RM de pelve).
Com isso buscamos estadiar CLINICAMENTE a pre-
sença de metástases linfonodais e a distância, invasão
local ou lesões associadas. Na verdade, para lesões asso-
ciadas voltamos a colonoscopia, que além de biopsiar
nossa lesão suspeita deve ser feita por COMPLETO
para que possamos identificar lesões sincrônicas.
Adicionalmente, o CEA é importante para acompanhamen-
to e avaliação, e deve ser avaliado junto do estadiamento.
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Comentários:
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Nutrição pré operatória? Um conceito importantíssimo Em cirurgias oncológicas, nas quais 2 semanas de nu-
para que possamos otimizar os resultados da cirurgia e trição possam trazer piora do prognóstico do paciente,
reduzir as complicações associadas. Isso fica ainda mais podemos encurtar para apenas 1 semana de nutrição,
claro em pacientes desnutridos, que sabemos que tem por exemplo.
uma cicatrização pior, piora da resposta imune e maior
risco de complicações associadas ao procedimento. Vamos às alternativas::
Vamos ver objetivamente quais pacientes merecem es- A) CORRETA - Paciente de alto risco nutricional,
pecial atenção para nutrição pré-operatória: certamente se beneficiará de uma avaliação nutri-
- IMC baixo ou obesidade mórbida cional pré operatória.
- Doenças consuptivas B) INCORRETA - Pacientes em que não há tanto be-
nefício em nutrição pré operatória são aqueles sem
- Doenças disabsortivas de TGI risco para desnutrição.
- Perda ponderal > 5% em 30 dias
- Albumina < 3,5, linfócitos < 1500 e anemia Take-Home Message:
Uma vez identificado paciente desnutrido ou de alto Sempre considerar nutrição pré operatória para pacien-
risco de para desnutrição, procedemos com avaliação tes de alto risco cirúrgico
multidisciplinar, exame físico e antropométrico e de-
- IMC baixo ou obesidade mórbida
mais exames conforme indicado. Avaliaremos também
a necessidade calórica basal com a fórmula de Harris - Doenças consuptivas
Benedict associado fatores do paciente com fatores - Doenças disabsortivas de TGI
de estresse.
- Perda ponderal > 5% em 30 dias
- Albumina < 3,5, linfócitos < 1500 e anemia
QUESTÃO 22
Um paciente de 23 anos de idade deu entrada na emer-
gência do hospital com história de ferimentos por arma
branca em hipocôndrio direito e antebraço esquerdo,
com delta T de 30 minutos. No momento, o paciente
apresenta-se inquieto, relata leve dor abdominal na área
atingida. Observa-se lesão cortante profunda em ante-
braço direito, sem sangramento ativo. Ao exame físico,
verificam-se FC = 92 bpm, FR = 19 irpm, SatO2 =
99% e abdome indolor à palpação e à descompressão.
A exploração digital do ferimento abdominal compro-
va que ultrapassa a aponeurose abdominal. Com base
nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos corre-
latos, julgue os itens a seguir. O teste de Allen confirma
ou descarta lesão do nervo ulnar.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
Comentários:
Questão misturou alguns conceitos. O teste de Allen
é realizado para avaliar a circulação colateral da mão.
O paciente faz um punho, com objetivo de drenar o
sangue da mão. Então o e examinador pressiona a emi-
nência tenar e hipotenar até o pulso para ocluir a ar-
téria radial e ulnar. O paciente então estende os dedos
para permitir que cajo haja fluxo sanguíneo, ele possa
chegar à mão.
Mantendo pressão na artéria radial, solta-se a pressão
da ulnar e observa-se se há preenchimento, ou seja, há
comunicação adequada da artéria ulnar e radial pelo
arco palmar e o teste é normal. Caso seja normal, deve
ser repetido, mas com liberação da radial enquanto se
mantém pressão da ulnar.
Comentários:
Ferimento de arma branca em abdome anterior, com
lesão da aponeurose abdominal. O que isso signi-
fica?? Possivelmente houve penetração na cavida-
de abdominal.
Vamos fazer uma primeira pergunta antes de entrar em
mais detalhes: é OBVIAMENTE cirúrgico? Ou seja,
pacientes teve um ferimento e apresenta instabilidade
hemodinâmica, exteriorização de sangue franca (he-
matêmese, sangue retal), veio empalado (com a arma
branca ainda fixada no abdome), apresenta franca peri-
tonite ou evisceração visível?
Se for cirúrgico, já sabemos que temos indicação
de laparotomia.
88 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Agora, temos um paciente estável, sem sangramento - Idealmente faremos uma laparoscopia diagnóstica,
ativo visível, sem empalamento, sem evisceração, mas buscando lesões de órgãos intraabdominais que ne-
ficamos na dúvida de alguma lesão intraabdominal. cessitem de abordagem.
Agora avaliamos a região acometida: a região anterior - Na ausência de laparoscopia, podemos também in-
do abdome. dicar a laparotomia diagnóstica. Esse procedimen-
No abdome anterior podemos fazer justamente o que to, porém, está cada vez mais em desuso.
vimos, uma exploração local (com técnica asséptica e - Podemos utilizar exames de imagem (TC) para ava-
anestesiada) e cuidadosa. Se frente a isso virmos que foi liar se de fato houve penetração (especialmente em
apenas uma lesão de subcutâneo, podemos proceder a pacientes obesos de difícil avaliação) para auxiliar
sutura estéril, administração de sintomáticos e avalia- na conduta
ção secundária.
- Por fim podemos realizar exame físico e laboratorial
Agora, se tiver dúvida ou tivermos uma exploração po- seriados, uma conduta também pouco frequente
sitiva com lesão de aponeurose por exemplo, temos di- mas possível. Caso haja novos sinais de peritonite,
versas opções para conduzir o caso: queda de Hb, aumento de TGO e TGP podemos
suspeitar de fato de lesão intraabdominal e então
indicar laparoscopia
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 89
Comentários:
De início a anatomia descrita está incorreta. A artéria
gastroduodenal é ramo da hepática comum, que por
sua vez vez do tronco celíaco e não da artéria mesen-
térica superior. Lembre-se que a circulação do tronco
celíaco é responsável pelas artérias que irrigam a região
abdominal superior, com estômago, parte do duodeno,
pâncreas, baço e fígado.
90 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Take-Home Message:
Conhecer a vascularização dos ramos da aorta, tronco
celíaco e artéria mesentérica superior e inferior.
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QUESTÃO 25
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Provavelmente, no período do eletro de repouso, o intervalo PR seja normal.
Quem acompanha os comentários com carinho, lem- gião lateral esquerda. Normalmente esses pacientes não
brará de outras questões cujo foco era FA que citamos possuem alterações cardíacas estruturais associadas.
3 situações em que FA pode cursar com QRS alargado: 2) Epidemiologia
1- FA com condução aberrante: chamado de fenômeno O padrão de WPW é cerca de 100x mais comum que
de Ashman. É o alargamento transitório do QRS a síndrome, apesar de ambos serem relativamente raros
que ocorre depois de um intervalo R-R curto pre- (<1% da população). A síndrome de WPW é associada
cedido de um intervalo R-R longo. com algumas taquiarritmias, principalmente:
2- FA com bloqueio de ramo: o bloqueio por si só alar- · Taquicardia supraventricular com reentrância nodal
ga o QRS (80%)
3- FA + Síndrome de Wolff-Parkinson-White: a sín- · Fibrilação atrial (15%)
drome de pré-excitação favorece frequências cardí-
acas muito altas e pode acabar alargando o QRS. · Flutter atrial (<5%)
Voltem ao ECG e vejam principalmente nas derivações Em uma porcentagem razoável de pacientes (10-
V1-V3. No início do QRS, há um entalhe, correto? 40%) o aparecimento do padrão é intermitente e pode
Vocês conhecem bem esse entalhe. É a onda Delta, até desaparecer.
bem típica de WPW. 3) Manifestações clínicas
Diagnóstico do ECG: Fibriliação atrial + Síndrome de A grande maioria é assintomática, porém uma pequena
Wolff-Parkinson-White. Vamos estudar essa síndrome porcentagem desenvolve arritmias, logo os sintomas se-
e, no final, vamos dar a dica que prometemos no início rão decorrentes da arritmia:
do comentário.
· Palpitações
1) Definições
· Tonteira
No coração normal, o átrio e o ventrículo são isolados
· Síncope e pré-síncope
eletricamente, sendo que a condução é feita pelo no
AV e pelas fibras de His-Purkinje. Pacientes com sín- · Dor torácica
drome de pré-excitação possuem uma via anômala que · Morte súbita/parada cardíaca
conecta diretamente átrio e ventrículo levando a uma
ativação mais precoce do sistema His-Purkinje devido
sua maior capacidade de condução. Essa via pode con- 4) Diagnóstico
duzir de maneira:
Normalmente basta um ECG, em que veremos um in-
· Anterógrada e retrógrada (60-75%) tervalo PR curto (<0.12s) + onda Delta (que é um QRS
· Apenas retrógrada (17-37%): nesses casos não vere- cuja gênese é a fusão de ativação ventricular pela via
mos a onda delta anômala + ativação ventricular pelo nó AV)
· Apenas anterógrada (5-27%)
Quando temos apenas a pré-excitação manifesta no
ECG sem a arritmias sintomáticas, o termo correto é
padrão de WPW. O termo síndrome é reservado para
quem tem o padrão e os sintomas.
A via anômala pode estar em qualquer região do septo
ou do anel AV, sendo que o local mais comum é na re-
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Caso tenhamos uma taquiarritmia associada, a forma estamos diante de uma via anômala competindo com a
do ECG muda de acordo com o tipo de arritmia: via normal. O que vocês imaginam que aconteceria se
· A taquicardia supraventricular, que é a mais comum, usássemos uma droga que bloqueia o nó AV? Podería-
normalmente manterá o aspecto normal, desde que te- mos liberar a via anômala que é mais rápida e, parado-
nha a transmissão clássica ortodrômica (o impulso vai xalmente, piorar os sintomas caso haja FA
pelo nodo AV e volta pela via acessória do AV). A onda A terceira pergunta é: qual a taquiarritmia associada?
delta some pois o curto circuito é pelo AV e não pela · Se for a taquicardia supraventricular de condução or-
via anômala. todrômica (aquela que tem o ECG muito pareci-
do com uma TPSV sem WPW), a terapia é muito
semelhante à TPSV normal. Primeira linha são as
manobras vagais. Segunda linha a adenosina (6mg
numa primeira dose e 12mg na segunda). Terceira
linha é o verapamil ou diltiazem venoso.
· Se for a fibrilação atrial, a primeira linha é a procai-
namida ou a ibutilida. São contraindicados: digo-
xina, betabloqueadores, adenosina, verapamil e
diltiazem. Algumas referencias também contrain-
· A taquicardia supraventricular antidrômica (rara. O dicam a amiodarona.
impulso desce pela via acessória e sobe pelo nó AV)
cursa com uma morfologia muito semelhante a uma
TV monomórfica. 2) Tratamento crônico
· Na FA, como vimos, há um alargamento do QRS, po- O tratamento de escolha é a ablação da via anômala,
demos enxergar ondas delta esporádicas, RR irregular e indicada para:
frequências cardíacas altíssimas (300bpm). · Taquiarritmias sintomáticas
· Ocupações cujos sintomas seriam de alto risco para o
paciente e para terceiros (motoristas, pilotos, atletas)
· Assintomáticos jovens (<35 anos) que apresentem alto
risco de morte súbita: padrão de WPW persistente
em estudos não invasivos e que o estudo eletrofi-
siológico demonstrou uma via anômala "perigosa!
(período refratário curto, múltiplas vias...)
1) Tratamento agudo Os assintomáticos mais velhos (> 35 anos) normalmen-
Primeira pergunta é aquela comum a todas as taquiar- te só são acompanhados, pois é pouco provável que de-
ritmias: há instabilidade hemodinâmica? Em caso de senvolvam sintomas.
instabilidade, devemos realizar a cardioversão. Caso não sejam elegíveis ou recusem a ablação, opções
A segunda pergunta que devemos fazer é: há a chance medicamentosas incluem:
de via anômala?? Aqui estamos estudando o contexto · Propafenona, flecainida e amiodarona
da WPW, mas na prática não é assim! O paciente che-
gará com a taquiarritmia e teremos que entender sua
origem. Por que estamos dizendo isso? Lembrem que
94 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Vamos às alternativas::
Provavelmente, no período do eletro de repouso, o in-
tervalo PR seja normal.
RESPOSTA: LETRA (B) O PR provavelmente é cur-
to, pois se trata de um padrão de WPW
Take-Home Message:
1) Quando temos apenas a pré-excitação manifesta no
ECG sem a arritmias sintomáticas, o termo correto
é padrão de WPW. O termo síndrome é reservado
para quem tem o padrão e os sintomas.
2) Taquiarritmia mais comum: TPSV. Segundo lugar:
FA
3) No ECG de repouso: intervalo PR curto (<0.12s) +
onda Delta
4) No ECG + FA: alargamento do QRS, podemos en-
xergar ondas delta esporádicas, RR irregular e fre-
quências cardíacas altíssimas (300bpm).
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QUESTÃO 26
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Tratamento com sotalol é o padrão-ouro, no caso desse paciente, para tratamento em longo prazo.
mum é cobrar desse jeito! Mas a banca não estava com · Se for a taquicardia supraventricular de condução or-
vontade de facilitar. todrômica (aquela que tem o ECG muito pareci-
Quem acompanha os comentários com carinho, lem- do com uma TPSV sem WPW), a terapia é muito
brará de outras questões cujo foco era FA que citamos semelhante à TPSV normal. Primeira linha são as
3 situações em que FA pode cursar com QRS alargado: manobras vagais. Segunda linha a adenosina (6mg
numa primeira dose e 12mg na segunda). Terceira
1- FA com condução aberrante: chamado de fenômeno linha é o verapamil ou diltiazem venoso.
de Ashman. É o alargamento transitório do QRS
que ocorre depois de um intervalo R-R curto pre- · Se for a fibrilação atrial, a primeira linha é a procai-
cedido de um intervalo R-R longo. namida ou a ibutilida. São contraindicados: digo-
xina, betabloqueadores, adenosina, verapamil e
2- FA com bloqueio de ramo: o bloqueio por si só alar- diltiazem. Algumas referencias também contrain-
ga o QRS dicam a amiodarona.
3- FA + Síndrome de Wolff-Parkinson-White: a sín- 2) Tratamento crônico
drome de pré-excitação favorece frequências cardí-
acas muito altas e pode acabar alargando o QRS. O tratamento de escolha é a ablação da via anômala,
indicada para:
Voltem ao ECG e vejam principalmente nas derivações
V1-V3. No início do QRS, há um entalhe, correto? · Taquiarritmias sintomáticas
Vocês conhecem bem esse entalhe. É a onda Delta, · Ocupações cujos sintomas seriam de alto risco para
bem típica de WPW. o paciente e para terceiros (motoristas, pilotos, atletas)
Diagnóstico do ECG: Fibriliação atrial + Síndrome de · Assintomáticos jovens (<35 anos) que apresentem alto
Wolff-Parkinson-White. risco de morte súbita: padrão de WPW persistente em
Focando então no tratamento dessa condição, pode- estudos não invasivos e que o estudo eletrofisiológico
mos dividir em agudo e crônico: demonstrou uma via anômala "perigosa! (período re-
fratário curto, múltiplas vias...)
1) Tratamento agudo
Os assintomáticos mais velhos (> 35 anos) normalmen-
Primeira pergunta é aquela comum a todas as taquiar- te só são acompanhados, pois é pouco provável que de-
ritmias: há instabilidade hemodinâmica? Em caso de senvolvam sintomas.
instabilidade, devemos realizar a cardioversão.
Caso não sejam elegíveis ou recusem a ablação, opções
A segunda pergunta que devemos fazer é: há a chance medicamentosas incluem:
de via anômala?? Aqui estamos estudando o contexto
da WPW, mas na prática não é assim! O paciente che- · Propafenona, flecainida e amiodarona
gará com a taquiarritmia e teremos que entender sua
origem. Por que estamos dizendo isso? Lembrem que
estamos diante de uma via anômala competindo com a
via normal. O que vocês imaginam que aconteceria se
usássemos uma droga que bloqueia o nó AV? Podería-
mos liberar a via anômala que é mais rápida e, parado-
xalmente, piorar os sintomas caso haja FA
A terceira pergunta é: qual a taquiarritmia associada?
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 97
Take-Home Message:
1) Paciente instável: cardioversão
2) Tratamento agudo de pacientes estáveis:
A) Se TPSV ortodrômica, seguimos a lógica da TPSV
sem pré-excitação: Primeira linha são as manobras
vagais. Segunda linha a adenosina (6mg numa pri-
meira dose e 12mg na segunda). Terceira linha é o
verapamil ou diltiazem venoso.
B) Se FA: CONTRAINDICADAS AS MEDICA-
ÇÕES QUE INIBEM O NÓ AV: digoxina, be-
tabloqueadores, adenosina, verapamil e diltiazem.
Algumas referências também incluem a amiodaro-
na. A grande droga de primeira escolha é a procai-
namida
3) Tratamento crônico
A) Ablação
Medicamentosa: propafenona, flecainida. Amioda-
rona é segunda escolha.
98 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 27
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. O risco de morte súbita para esse paciente é elevado em relação à população normal.
Take-Home Message:
1) Taquicardias mais associadas com WPW:
o Taquicardia supraventricular com reentrância nodal
(80%)
o Fibrilação atrial (15%)
o Flutter atrial (<5%)
2) Quando temos apenas a pré-excitação manifesta no
ECG sem a arritmias sintomáticas, o termo correto é
padrão de WPW. O termo síndrome é reservado para
quem tem o padrão e os sintomas.
Pacientes de maior risco para morte súbita: aqueles jo-
vens cujo padrão de WPW é persistente tanto no ECG
quanto em estudos não invasivos e que o estudo ele-
trofisiológico demonstrou uma via anômala "perigosa!
(período refratário curto, múltiplas vias...)
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 101
QUESTÃO 28
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no de-
correr da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o paciente
ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca conforme o
eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. Cardioversão é o melhor tratamento para manejo agudo.
Quem acompanha os comentários com carinho, lem- vagais. Segunda linha a adenosina (6mg numa primeira
brará de outras questões cujo foco era FA que citamos dose e 12mg na segunda). Terceira linha é o verapamil
3 situações em que FA pode cursar com QRS alargado: ou diltiazem venoso.
1- FA com condução aberrante: chamado de fenômeno · Se for a fibrilação atrial, a primeira linha é a procai-
de Ashman. É o alargamento transitório do QRS namida ou a ibutilida. São contraindicados: digoxi-
que ocorre depois de um intervalo R-R curto pre- na, betabloqueadores, adenosina, verapamil e dil-
cedido de um intervalo R-R longo. tiazem. Algumas referencias também contraindicam
2- FA com bloqueio de ramo: o bloqueio por si só alar- a amiodarona.
ga o QRS 2) Tratamento crônico
3- FA + Síndrome de Wolff-Parkinson-White: a sín- O tratamento de escolha é a ablação da via anômala,
drome de pré-excitação favorece frequências cardí- indicada para:
acas muito altas e pode acabar alargando o QRS.
Voltem ao ECG e vejam principalmente nas derivações · Taquiarritmias sintomáticas
V1-V3. No início do QRS, há um entalhe, correto? · Ocupações cujos sintomas seriam de alto risco para
Vocês conhecem bem esse entalhe. É a onda Delta, o paciente e para terceiros (motoristas, pilotos, atletas)
bem típica de WPW. · Assintomáticos jovens (<35 anos) que apresentem alto
Diagnóstico do ECG: Fibriliação atrial + Síndrome de risco de morte súbita: padrão de WPW persistente em
Wolff-Parkinson-White. estudos não invasivos e que o estudo eletrofisiológico
Focando então no tratamento dessa condição, pode- demonstrou uma via anômala "perigosa! (período re-
mos dividir em agudo e crônico: fratário curto, múltiplas vias...)
QUESTÃO 29
Um paciente de 45 anos de idade vem apresentando sintomas de palpitação, mal- estar e sudorese profusa no
decorrer da hemodiálise. Em cada sessão, são ultrafiltrados 4 litros em duas horas e meia. Na última diálise, o
paciente ficou com hipotensão = 85 mmHg x 40 mmHg, SatO2 = 94% em ar ambiente e frequência cardíaca con-
forme o eletrocardiograma a seguir. Com base nesse caso clínico e nos conhecimentos médicos correlatos, julgue
o item a seguir. Nesse paciente, a realização de diálise deve ser feita em um período de tempo mais curto e com
maior ultrafiltração.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
104 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
ATENÇÃO: As questões do SES-DF são bem típicas. menor a pressão necessária para alcançar o ultra-
Um grande caso clínico com várias questões sobre o filtrado desejado.
mesmo caso. Sugerimos que realizem todas em conjun- o Para vocês enxergarem matematicamente o pará-
to, uma vez que o comentário na primeira questão será grafo anterior, existe a seguinte fórmula: PTM =
completo e nas questões seguintes direcionado. INÍ- Volume ultrafiltrado / KUf x Horas
CIO DO CASO CLÍNICO NA QUESTÃO 25
· Resíduos. Quanto menor o peso molecular e tamanho,
Para fecharmos a questão, precisamos entender um mais rápida é sua depuração. As moléculas que apre-
pouco de alguns conceitos acerca da terapia de substi- sentam melhor depuração tem peso < 200 dáltons.
tuição renal:
1) Aspectos gerais
2) Acessos
A diálise é um método artificial para remover resíduos
e excesso de líquidos do corpo por meio do uso de uma Com relação ao acesso a ser utilizado em pacientes crô-
membrana semipermeável. A lógica é que de um lado nicos, o ideal é maturar uma fístula arteriovenosa. Qual
da membrana haja uma solução livre dos resíduos que a ideia? Ao realizar uma fístula da artéria radial com a
pretendemos limpar. A depender de qual membrana veia cefálica, essa começa a receber sangue de alta pres-
seja usada, a modalidade da diálise muda: são favorecendo sua dilatação. Cerca de 1-3 meses após
isso, a veia está pronta para ser usada na diálise.
· Diálise peritoneal: a membrana utilizada é o pró-
prio peritônio. Como alternativa (pior, vale ressaltar) há o cateter tu-
nelado que é inserido cirurgicamente e, por ter lon-
· Hemodiálise: a membrana é artificial e extracorpórea go trajeto distante da inserção, diminui-se o risco
Podemos pensar na diálise sobre 3 aspectos: de infecção.
· Íons: pense numa insuficiência renal. Alguns dos Mas e na diálise de urgência?? Nesses casos usamos o
achados mais característicos envolvem distúrbios CDL (Cateter dupla luz) cujo acesso de preferencia é a
hidroeletrolíticos e acidobásicos. Portanto a diálise jugular interna. A veia femoral é segunda escolha pelo
tem por função filtrar íons que eventualmente es- maior risco de infecção. O cateter não deve permanecer
tejam em excesso. O grande exemplo é o potássio. por mais de 21 dias.
· Volume: ora, como estamos falando de gradientes (de 3) Complicações da hemodiálise
um lado e de outro da membrana) é mais do que es- Atenção para essa informação: A PRINCIPAL COM-
perado a passagem de líquido pela membrana. Esse PLICAÇÃO DA HEMODIÁLISE É A HIPOTEN-
processo chama-se ultrafiltração e é passível de ser SÃO!! Alguns mecanismos envolvidos:
controlado. Isso é importante porque muitos pa-
cientes sofrem com distúrbios volêmicos. Podemos Ø Ultrafiltração rápida: hipotensão resulta de deple-
programar a diálise para haver maior perda caso o ção do volume intravascular acima da capacidade
paciente se encontre hipervolêmico. Caso contrário compensatória do organismo
podemos programar a diálise para não haver perdas. Ø Redução rápida da osmolalidade devido à rápida de-
o Como controlamos a ultrafiltração? Controlan- puração de resíduos: nesse caso a hipotensão deriva
do a pressão hidrostática do sangue (PTM) que de uma entrada do líquido para o meio intracelular,
chega ao circuito. É uma medida diretamente mais concentrado.
proporcional à quantidade de ultrafiltrado. Exis- Ø Disfunção autonômica
te também o coeficiente de ultrafiltração (KUf ),
Ø Reação anafilática
próprio do filtro. Quanto maior o coeficiente,
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 105
Amiloidose
Take-Home Message:
1) Sintomas de hipercalcemia: alterações neuropsiquiá-
tricas + diabetes insipidus (poliuria é o sintomas
mais comum) + constipação + anorexia
2) Principal clínica de hiperpara primário = hipercalce-
mia assintomática
3) Principal causa de hiperpara primário = adenomas
de paratireoide
O PTH aumentado cronicamente causa osteíte fibrosa
cística por estímulo exagerado à reabsorção óssea pelo
mesmo (reabsorção óssea subperiosteal nas falanges, tu-
mores marrons, vértebras em "camisa em rugger Jersey")
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
Take-Home Message:
1) Principal clínica de hiperpara primário = hipercalce-
mia assintomática
2) Principal causa de hiperpara primário = adenomas
de paratireoide
3) Obrigatório pedir: imagem renal (TC ou US), den-
sitometria e cálciuria em urina 24h
Principais sintomas de hipercalcemia: alterações neu-
ropsiquiátricas + diabetes insipidus (poliuria é o sinto-
mas mais comum) + constipação + anorexia
2) Diagnóstico
O diagnóstico é firmado com a hipercalcemia associada
à elevação do PTH. Porém uma série de outros exames
faz parte da investigação inicial, com o intuito de inves-
tigar possíveis complicações:
Ultrassonografia de Rins e Vias urinárias (nefrolití-
ase)
Densitometria óssea (reabsorção óssea)
Urina 24h com pesquisa de calciúria (poten-
cial nefrocalcinose)
Vitamina D
Vamos à alternativa:
Sintomas psiquiátricos são pouco conhecidos e extre-
mamente raros nesses pacientes.
Resposta correta: Letra B, ERRADA. Os sintomas
neuropsiquiátricos, pelo contrário, são bem ca-
racterísticos, tendo relação direta com o nível de
cálcio. Valores acima de 12 normalmente causam
sintomas e valores acima de 14 se relacionam com
graves distúrbios!
112 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 35
Um paciente de 60 anos de idade, proveniente da
Índia, foi atendido no pronto- socorro por alteração
do status mental, humor deprimido e mudança de
comportamento. Além disso, ele apresentava dor ós-
sea. Exames bioquímicos indicaram o nível de PTH
20 vezes acima do valor de referência. A função renal
mostrou-se preservada; SatO2 = 97% em ar ambiente;
FC = 86 bpm; e PA = 120 mmHg x 84 mmHg. TC
de pelve foi realizado, conforme imagem a seguir. A
respeito desse caso clínico e tendo em vista os conhe-
cimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir.
É importante avaliar a presença de fraturas vertebrais,
bem como sintomas de compressão radicular.
Take-Home Message:
1) Sintomas de hipercalcemia: alterações neuropsiquiá-
tricas + diabetes insipidus (poliuria é o sintomas A) CERTO
mais comum) + constipação + anorexia
B) ERRADO
2) O PTH aumentado cronicamente causa osteíte fi-
brosa cística por estímulo exagerado à reabsorção Resposta correta: Letra A
óssea pelo mesmo (reabsorção óssea subperiosteal
nas falanges, tumores marrons, vértebras em "cami- ATENÇÃO: As questões do SES-DF são bem típicas.
sa em rugger Jersey") Um grande caso clínico com várias questões sobre o
mesmo caso. Sugerimos que realizem todas em conjun-
Tumores marrons são causados por atividade excessiva to, uma vez que o comentário na primeira questão será
dos osteoclastos e substituição por tecido fibroso, completo e nas questões seguintes direcionado. INÍ-
sendo consistente com uma lesão lítica. CIO DO CASO CLÍNICO NA QUESTÃO 30
Uma elevação tão grande de PTH sempre nos direcio-
116 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
nosticamos um DPOC exacerbado é: Esse paciente bidades, exacerbações frequentes, idade > 65 anos,
deve ser hospitalizado? Quem apresentar algum dos uso de O2 domiciliar): BETALACTÂMICO+INI-
critérios abaixo: BIDOR DA BETALACTAMASE ou FLUORO-
Ø Piora significativa dos sintomas QUINOLONA RESPIRATÓRIA (Levofloxacino
ou Moxifloxacino)
Ø DPOC grave de base (FEV1<50%)
Ø Pacientes com fatores de risco para Pseudomonas:
Ø Comorbidades associadas (Arritmias, DM, Falência CIPROFLOXACINO. Normalmente adicionamos
renal ou hepática) também a AMOXICILINA porque temos de lembrar
Ø Fragilidade que cipro não é uma fluoroquinolona respiratória, por-
tanto o acréscimo aumenta o espectro de ação!
Ø Falta de suporte domiciliar
A duração em média é de 5 dias.
1) Tratamento domiciliar
Baseado em um tripé: TERAPIA BRONCODILATA-
DORA + CORTICOTERAPIA + ANTIBIOTICO 2) Tratamento em pacientes hospitalizados
Ø Terapia broncodilatadora: deve ser instituída para O tratamento é feito baseado no risco de infecção
todos os pacientes. A preferência é pelos beta-ago- por Pseudomonas!
nistas de curta ação associado a antagonistas mus- Quem tem esse risco aumentado? Infecção prévia por
carínicos (Salbutamol/Fenoterol + Ipratróprio), em Pseudomonas; DPOC muito grave; Bronquiectasias;
dose de 2 inalações a cada 4 horas ). O guideline Antibiótico de amplo espectro nos últimos 3 meses;
do GOLD ainda orienta continuar o tratamento uso crônico de corticoide.
crônico utilizado
Ø Em caso positivo, usamos um antipseudomônico,
Ø Corticoterapia: o uso de Prednisona 40mg 5-10 dias de preferência: Cefepime, Piperacilina-Tazobactam e
foi associado com menores taxas de recidiva, por- Ceftazidima
tanto é também indicada.
Ø Em caso negativo, podemos usar uma QUINO-
Agora, entendam um conceito mais espinhoso: a in- LONA RESPIRATÓRIA ou uma CEFALOSPO-
dicação de antibioticoterapia. O GOLD indica RINA DE TERCEIRA GERAÇÃO (Ceftriaxone
antibiótico para quem apresente os 3 sintomas de- ou cefotaxime)
finidores ou aqueles que apresentem 2 desde que
um deles seja a purulência do escarro. Outras re- A duração do tratamento em média é de 7 dias
ferências variam um pouco, indicando apenas nos
pacientes que apresentem 2 dos 3 sintomas defini- Vamos à alternativa:
dores de DPOC exacerbado! Provavelmente, a enfermidade apresentada está associa-
Sobre qual antibiótico, separamos essa seleção em da à destruição do parênquima.
3 grupos: RESPOSTA: LETRA A, CORRETA. Como vimos,
Ø Pacientes com quadro mais brando, sem risco para um dos grandes espectros de doença do DPOC é
Pseudomonas: MACROLÍDEO ou CEFALOS- o enfisema. Situação que cursa com destruição do
PORINA DE SEGUNDA/ TERCEIRA GERA- parênquima. Como a alternativa disse "provavel-
ÇÃO (Cefuroxima, por exemplo) ou BETALAC- mente", então ela está correta!
TÂMICO+INIBIDOR DA BETALACTAMASE
Ø Paciente com fatores de pior prognóstico (comor-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 119
VEF1 desse paciente denota bom prognóstico. E) MUITO GRAVE (Estágio IV): VEF1 menor que
30%
Resposta correta: Letra B, ERRADA. Um VEF1 de
45% classifica o paciente como grave, portanto de
pior prognóstico!
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 121
Para esse paciente, pode-se usar azitromicina 500 mg 2) Quem ganha antibiótico? O GOLD indica antibió-
por três dias. tico para quem apresente os 3 sintomas definidores
ou aqueles que apresentem 2 desde que um deles
RESPOSTA: LETRA B, ERRADA. seja a purulência do escarro
Alguns estudos tentam provar que três dias de azitro-
3) Escolha de ATB domiciliar:
micina são suficientes, no entanto esses estudos são vol-
tados mais para pacientes ambulatoriais e, de qualquer A) Pacientes com quadro brando, sem risco para Pseu-
maneira, ainda não é consenso. No caso do paciente da domonas: MACROLÍDEO ou CEFALOSPORI-
questão isso nem entra em conta, uma vez que trata-se NA DE SEGUNDA/ TERCEIRA GERAÇÃO
de um paciente internado. Além disso nesses casos os (Cefuroxima, por exemplo) ou BETALACTÂMI-
medicamentos mais indicados são as quinolonas respi- CO+INIBIDOR DA BETALACTAMASE
ratórias ou as cefalosporinas de terceira geração. B) Paciente com fatores de pior prognóstico BETA-
LACTÂMICO+INIBIDOR DA BETALACTA-
MASE ou FLUOROQUINOLONA RESPIRA-
TÓRIA
C) Pacientes com fatores de risco para Pseudomonas:
CIPROFLOXACINO. Normalmente adiciona-
mos também a AMOXICILINA porque temos de
lembrar que cipro não é uma fluoroquinolona res-
piratória, portanto o acréscimo aumenta o espectro
de ação!
4) Escolha de ATB hospitalar:
A) Risco de Pseudomonas: Cefepime, Piperacilina-Ta-
zobactam e Ceftazidima
B) Sem risco de Pseudomonas: QUINOLONA RES-
PIRATÓRIA ou uma CEFALOSPORINA DE
TERCEIRA GERAÇÃO
5) Tempo de tratamento:
A) Para domiciliar: em média 5 dias
B) Para hospitalar: 5-7 dias
126 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
QUESTÃO 41
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A presença de disfagia
sólida sugere uma perda de, pelo menos, 70% da luz esofágica.
QUESTÃO 42
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse caso
clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Possivelmente, o diagnóstico
seja adenocarcinoma de esôfago.
ATENÇÃO: As questões do SES-DF são bem típicas. mos achar uma pista, concordam? Imagens nunca estão
Um grande caso clínico com várias questões sobre o de besteira nas provas! O que vemos? Uma hipercera-
mesmo caso. Sugerimos que realizem todas em conjun- tose nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Numa
to, uma vez que o comentário na primeira questão será questão de câncer de esôfago que mostre esse achado,
completo e nas questões seguintes direcionado. INÍ- devemos sempre lembrar da TILOSE PALMO-PLAN-
CIO DO CASO CLÍNICO NA QUESTÃO 41 TAR.
Perda de peso + massa esofageana + disfagia. A grande Essa condição é um distúrbio autossômico caracteriza-
hipótese diagnóstica nesses casos sempre deve ser o cân- do pela hiperceratose de extremidades. Existem 2 for-
cer de Esôfago! mas típicas: a não-epidermolítica e a epidermolítica! E
Nossa alternativa versa sobre qual subtipo é o mais pro- ai que mora a grande sacada! Pacientes com a forma
vável: Adenocarcinoma ou CEC? epidermolítica apresentam um aumento de 40% da
incidência de câncer de esôfago do tipo... CEC! Mas
1) O que é gente, não precisa decorar! Basta raciocinar... Uma en-
Uma das 10 principais neoplasias no Brasil, sendo, via tidade cujo foco são os queratinócitos seguramente au-
de regra, uma doença de alta mortalidade. Há uma pre- mentaria o risco de um tumor cuja célula doente tenha
valência em homens acima dos 40 anos, sendo que o a mesma lógica embriológica! Ora, o adenocarcinoma
CEC predomina em homens negros e no terço proxi- tem como base células glandulares enquanto o CEC
mal e médio do esôfago e o Adenocarcinoma em ho- tem como base as células de revestimento...
mens brancos e no terço distal do esôfago. Um extra! Como se chama a síndrome que esse pacien-
CEC é mais comum do que o Adenocarcinoma, no te da questão tem (Tilose palmo-plantar + neoplasia
entanto estamos acompanhando um aumento da pre- esofageana) ? Síndrome de Howel-Evans!
valência do último, devido aos fatores de risco, sendo
que em alguns países mais desenvolvidos, já ocupa a Vamos à alternativa:
primeira posição de prevalência.
Possivelmente, o diagnóstico seja adenocarcinoma
2) Fatores de risco de esôfago.
Adenocarcinoma Esofagite de refluxo RESPOSTA CORRETALETRA B, ERRADA. Um
(Principalmente após paciente jovem que se apresenta com tilose pal-
a formação do esôfago mo-plantar e neoplasia de esôfago provavelmente
de Barretº), etilismo, é portador da síndrome de Howel-Evans.
tabagismo, obesidade.
CEC Etilismo, tabagismo,
Ingesta de bebidas
muito quentes, ingesta
de conservantes,
Estenose cáustica,
Acalásia, Tilose
º O esôfago de Barret é uma metaplasia intestinal. O
adenocarcinoma é derivado dessa lesão metaplásica.
Bom, mas para chegarmos à resposta de qual dos dois
subtipos o paciente exposto na questão possui, deve-
130 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Take-Home Message:
1) O câncer de esôfago é uma doença de alta morbimortalidade. Mais comum em homens, sendo que o CEC é
mais comum em negros e o Adenocarcinoma em brancos.
2) Os principais fatores de risco para cada um são:
Adenocarcinoma Esofagite de refluxo (Principalmente após
a formação do esôfago de Barretº), etilismo,
tabagismo, obesidade.
CEC Etilismo, tabagismo, Ingesta de bebidas muito
quentes, ingesta de conservantes, Estenose cáustica,
Acalásia, Tilose
A tilose é um distúrbio de células de revestimento, por isso aumenta a chance justamente do CEC
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 131
QUESTÃO 43
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. O paciente apresenta uma
condição genética chamada tilose palmoplantar.
de regra, uma doença de alta mortalidade. Há uma pre- mentaria o risco de um tumor cuja célula doente tenha
valência em homens acima dos 40 anos, sendo que o a mesma lógica embriológica! Ora, o adenocarcinoma
CEC predomina em homens negros e no terço proxi- tem como base células glandulares enquanto o CEC
mal e médio do esôfago e o Adenocarcinoma em ho- tem como base as células de revestimento...
mens brancos e no terço distal do esôfago. Um extra! Como se chama a síndrome que esse pacien-
CEC é mais comum do que o Adenocarcinoma, no te da questão tem (Tilose palmo-plantar + neoplasia
entanto estamos acompanhando um aumento da pre- esofageana) ? Síndrome de Howel-Evans!
valência do último, devido aos fatores de risco, sendo
que em alguns países mais desenvolvidos, já ocupa a Vamos à alternativa:
primeira posição de prevalência.
O paciente apresenta uma condição genética chamada
2) Fatores de risco tilose palmoplantar.
Adenocarcinoma Esofagite de refluxo RESPOSTA: LETRA A, CERTA. Um paciente jovem
(Principalmente após que se apresenta com tilose palmo-plantar e ne-
a formação do esôfago oplasia de esôfago provavelmente é portador da
de Barretº), etilismo, síndrome de Howel-Evans.
tabagismo, obesidade.
CEC Etilismo, tabagismo,
Take-Home Message:
Ingesta de bebidas
muito quentes, ingesta 1) O câncer de esôfago é uma doença de alta morbi-
de conservantes, mortalidade. Mais comum em homens, sendo que
Estenose cáustica, o CEC é mais comum em negros e o Adenocarci-
Acalásia, Tilose noma em brancos.
º O esôfago de Barret é uma metaplasia intestinal. O 2) Os principais fatores de risco para cada um são:
adenocarcinoma é derivado dessa lesão metaplásica. Adenocarcinoma Esofagite de refluxo
Bom, mas para chegarmos à resposta de qual dos dois (Principalmente após
subtipos o paciente exposto na questão possui, deve- a formação do esôfago
mos achar uma pista, concordam? Imagens nunca estão de Barretº), etilismo,
de besteira nas provas! O que vemos? Uma hipercera- tabagismo, obesidade.
tose nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Numa CEC Etilismo, tabagismo,
questão de câncer de esôfago que mostre esse achado, Ingesta de bebidas
devemos sempre lembrar da TILOSE PALMO-PLAN- muito quentes, ingesta
TAR. de conservantes,
Essa condição é um distúrbio autossômico caracteriza- Estenose cáustica,
do pela hiperceratose de extremidades. Existem 2 for- Acalásia, Tilose
mas típicas: a não-epidermolítica e a epidermolítica! E A tilose é um distúrbio de células de revestimento, por
ai que mora a grande sacada! Pacientes com a forma isso aumenta a chance justamente do CEC
epidermolítica apresentam um aumento de 40% da
incidência de câncer de esôfago do tipo... CEC! Mas
gente, não precisa decorar! Basta raciocinar... Uma en-
tidade cujo foco são os queratinócitos seguramente au-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 133
QUESTÃO 44
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Tomografia de tórax apre-
senta acurácia maior que ultrassom endoscópico para a identificação de doença localmente avançada.
T4: invasão de
estruturas adjacentes
4a: estruturas
ressecáveis
4b: estruturas
irressecáveis
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 135
QUESTÃO 45
Um paciente de 35 anos de idade vem apresentando dor abdominal e disfagia para sólidos de forma progressiva.
Além disso, demonstra perda de peso, sendo 10% do peso corporal em três meses. O paciente fez uso de omeprazol
de 40 mg sem melhora. Também há lesões dolorosas e descamativas nas mãos e nos pés dele, como mostra a figura
a seguir. Observaram-se PA = 110 mmHg x 70 mmHg, SatO2 = 98% em ar ambiente e FC = 60 bpm. Endoscopia
indicou uma larga massa na mucosa esofagena. Diante disso, o endoscopista realizou uma biópsia. Acerca desse
caso clínico e considerando os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A presença de uma massa
grande na mucosa é altamente sugestiva de neoplasia de esôfago.
CEC é mais comum do que o Adenocarcinoma, no O estadiamento TNM costuma ser um conhecimen-
entanto estamos acompanhando um aumento da pre- to bem aprofundado, principalmente para as provas de
valência do último, devido aos fatores de risco, sendo R1, mas deixamos um resumo mais simplificado para
que em alguns países mais desenvolvidos, já ocupa a que vocês tenham uma noção!
primeira posição de prevalência.
T1 : Invasão N1: 1-2 M1:
2) Fatores de risco até submucosa linfonodos metástases
Adenocarcinoma Esofagite de refluxo locais à distância
(Principalmente após incluindo
a formação do esôfago linfonodos não
de Barretº), etilismo, regionais
tabagismo, obesidade. T2: invasão de N2: 3 a 6
CEC Etilismo, tabagismo, muscular linfonodos
Ingesta de bebidas locais
muito quentes, ingesta
de conservantes, T3: invasão de N3: 7
Estenose cáustica, adventícia linfonodos
Acalásia, Tilose locais
º O esôfago de Barret é uma metaplasia intestinal. O
T4: invasão
adenocarcinoma é derivado dessa lesão metaplásica.
de estruturas
3) Clínica adjacentes
O principal sintoma é a disfagia progressiva, que se
inicia para alimentos sólidos e evolui para pastosos e 4a: estruturas
líquidos. A disfagia normalmente ocorre quando já te- ressecáveis
mos um acometimento de aproximadamente 70% do
4b: estruturas
diâmetro do lúmen. Além disso o paciente pode apre-
sentar perda de peso importante (tanto pela doença ne- irressecáveis
oplásica quanto pela disfagia), dor retroesternal, eruc-
tação, halitose e vômitos.
5) Tratamento
4) Diagnóstico e estadiamento
Mucosectomia: pode ser indicada ÚNICA e EXCLU-
O grande método diagnóstico é a Endoscopia Digesti- SIVAMENTE em tumores T1a (aqueles que invadem
va Alta com múltiplas biópsias. Quanto maior o núme- só até muscular)
ro de biópsia (até 7), maior a acurácica.
Cirurgia: T1b
Feito o diagnóstico, devemos fazer um bom estadia-
mento, devido a influência do mesmo no prognóstico. Neoadjuvância (QT+RT) seguida de cirurgia: tumores
até 4a
1) Ultrassonografia endoscópica
Paliação: 4b ou presença de metástases.
Esse é o melhor exame para a definição do T e do N
Vamos à alternativa: A presença de uma massa grande na
2) TC de tórax e abdome mucosa é altamente sugestiva de neoplasia de esôfago.
Suficientes, na maioria dos casos, para definição do M.
Uma opção melhor é o PET-CT
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 137
RESPOSTA: LETRA A, CORRETA. Sem dúvida o Paciente jovem do sexo feminino que abriu quadro de
principal diagnóstico de massas de mucosa esofa- déficits focais (vertigem, diplopia, surdez e déficits mo-
geana são as neoplasias. Existem outros diagnós- tores). Essa paciente está apresentando um Acidente
ticos benignos como leiomiomas, schwanomas e Vascular Encefálico! Para resolver essa questão, preci-
hemangiomas, entre outros. Porém não podemos samos de dois conhecimentos: a) O que fazer frente
considerar essas opções como mais prováveis, a um quadro como esse b) Por que uma jovem de 16
principalmente num acometimento mucoso. anos evoluiu com uma doença típica do paciente idoso
com comorbidades.
Take-Home Message: Nas questões 46 e 48, vamos abordar alguns aspectos
relevantes do AVE.
1) O câncer de esôfago é uma doença de alta morbi-
mortalidade. Mais comum em homens, sendo que o 1) Quais são os principais fatores de risco?
CEC é mais comum em negros e o Adenocarcinoma A) MODIFICÁVEIS: Hipertensão, dislipidemia,
em brancos. Diabetes mellitus, Tabagismo e Sedentarismo
2) O diagnóstico é feito com endoscopia + biópisas (7 B) NÃO-MODIFICÁVEIS: Idade avançada (>80
pelo menos) anos); etnia (maior em negros); sexo (maior em ho-
3) O estadiamento local é feito com US endoscópico mens); distúrbios genéticos; trombofilias
2) Qual o papel de uma Tomografia de Crânio no con-
4) O tratamento, exceto em casos muito iniciais e em texto de um AVE? Descartar eventos hemorrágicos! Não
casos irressecáveis, baseado em QT+RT neoadjuvante se engane se uma questão descrever uma TC normal.
e Cirurgia
Feito o diagnóstico (déficit focal de início súbito) e
5) Causas benignas que fazem diagnóstico diferen- descartado um evento hemorrágico, um raciocínio
cial são: leiomiomas, adenomas, acantose, papilo- anatômico é de grande importância! Afinal, o tipo de
mas, schwanomas. sintoma varia com a artéria acometida. Preparamos essa
tabela com um resumo das mais importantes corres-
pondências anatômicas:
QUESTÃO 46
Então temos o diagnóstico (déficit focal súbito) e des-
Uma paciente de 16 anos de idade, com oito horas de evo- cartamos com a TC eventos hemorrágicos. Queremos
lução, compareceu à emergência por apresentar vertigem, dar um algo a mais que pode ajudar a resolver outras
diplopia e surdez. Além disso, demonstrou deficits moto- questões. Qual o território cerebral acometido e qual a
res. Ao exame físico, verificaram-se SatO2 = 96% em ar provável artéria obstruída? Vejam essa tabela:
ambiente, FC = 92 bpm regular e PA = 180 mmHg x 100
mmHg. Tomografia de crânio e angiotomografia não evi-
denciaram malformação vascular e nem sangramento. Aos
15 anos, a paciente teve trombose venosa profunda. Em
relação a esse caso clínico e aos conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. Os sintomas da paciente
sugerem acometimento carotídeo.
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra B
138 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
4) Plaquetas menores que 100 000, RNI maior que ARTÉRIA SÍNDROME
1,7, uso recente (48h) de inibidores do fator Xa
5) Tumores de SNC Cerebral anterior Déficit motor e/ou sensitivo
(maior na perna)
6) Dissecção de aorta
7) Endocardite Reflexos de sucção
Paciente jovem do sexo feminino que abriu quadro de Outras manifestações incluem: trombocitopenia, live-
déficits focais (vertigem, diplopia, surdez e déficits mo- do reticular, isquemia intestinal.
tores). Essa paciente está apresentando um Acidente Destaque para um detalhezinho que frequentemente é
Vascular Encefálico! Para resolver essa questão, preci- cobrado em prova: a presença de vegetações não bacte-
samos de dois conhecimentos: a) O que fazer frente rianas em valvas cardíacas. Essa condição é chamada de
a um quadro como esse b) Por que uma jovem de 16 Endocardite de Liebman-Sacks. Também a vemos no
anos evoluiu com uma doença típica do paciente idoso LES, o que faz todo sentido, pois a SAAF e o LES são
com comorbidades. doenças que costumam caminhar juntas.
Nessa questão iremos abordar o porquê dessa jovem ter 3) Quando suspeitamos do diagnóstico
apresentado um AVE fora da idade mais comum.
Bateremos na mesma tecla das manifestações clínicas,
1) Quais são os principais fatores de risco? uma vez que a suspeita diagnóstica ocorre justamente
A) MODIFICÁVEIS: Hipertensão, dislipidemia, quando um dos dois cenários ocorre:
Diabetes mellitus, Tabagismo e Sedentarismo Ø Um ou mais eventos tromboembólicos principal-
B) NÃO-MODIFICÁVEIS: Idade avançada (>80 mente em pacientes jovens
anos); etnia (maior em negros); sexo (maior em ho-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 141
Ø Um ou mais eventos desfavoráveis gestacionais: per- Anticoagulante lúpico presente em pelo menos
da fetal a partir da décima semana, parto prematuro por 2 ocasiões com distância de 12 semanas entre as
pré-eclâmpsia ou múltiplas perdas fetais <10 semanas. medidas
Anticorpo anticardiolipina em altos títulos
4) Quais os anticorpos a serem pesquisados? (>percentil 99) em pelo menos 2 ocasiões com
distância de 12 semanas entre as medidas
São feitos por 3 principais:
Anti-beta2-glicoproteína I em altos títulos
Ø Anticorpo anticardiolipina (>percentil 99) em pelo menos 2 ocasiões com
Ø Anti-beta2-glicoproteína I distância de 12 semanas entre as medidas
Ø Anticoagulante lúpico
Se o paciente não atinge todos os critérios para diag-
5) Critérios diagnósticos: nóstico mas segue com alta probabilidade de SAAF
(doença valvar, anticorpos com níveis quase dentro do
Feito de acordo com os critérios de Sidnei, onde necessário para os critérios), podemos fechar o diagnós-
deve estar presente um critério clínico e um crité- tico mesmo assim!
rio laboratorial:
6) Manejo
CLÍNICO:
Caso o paciente não tenha apresentado nenhum even-
TROMBOSE VASCULAR to relacionado à síndrome (por exemplo, apenas a po-
sitividade dos anticorpos) normalmente não receberá
Ø Um ou mais episódios clínicos de trombose profilaxia com AAS, no entanto outros fatores, como a
venosa, arterial em qualquer tecido ou órgão. presença de comorbidades associadas, podem indicar o
Deve ser confirmado com exame específico! AAS! Portanto isso será pesado na balança!
MORBIDADE OBSTÉTRICA A profilaxia pós evento trombótico é feito preferen-
cialmente com VARFARIN! O uso dos "novos" anti-
Ø Um ou mais mortes inexplicadas de fetos
coagulantes orais é segunda escolha, apesar de não se-
morfologicamente normais acima da décima
rem contraindicados!
semana OU
Se o evento trombótico tiver sido venoso, usa-se
Ø Um ou mais nascimentos prematuros de apenas o varfarin. Se o evento tiver sido arterial, além
neonatos morfologicamente normais antes do varfarin administramos o AAS.
da 34ª semana por causa de (I) eclampsia
Não iremos entrar no tratamento da gestante! Isso va-
ou pré-eclampsia grave ou (II) insuficiência
mos deixar para o pessoal da GO!
placentária OU
RESPOSTA: LETRA A, CORRETA. Na suspeita de Paciente jovem do sexo feminino que abriu quadro de
um distúrbio de hipercoagulabilidade, devemos ter déficits focais (vertigem, diplopia, surdez e déficits mo-
como hipótese a SAAF, sendo que o anticorpo car- tores). Essa paciente está apresentando um Acidente
diolipina é um dos mais importantes anticorpos! Vascular Encefálico! Para resolver essa questão, preci-
samos de dois conhecimentos: a) O que fazer frente
Take-Home Message: a um quadro como esse b) Por que uma jovem de 16
anos evoluiu com uma doença típica do paciente idoso
1) Quando pensar em SAAF? Fenômenos tromboem- com comorbidades.
bólicos e/ou Morbidade gestacional, principalmente
em pacientes jovens. Nas questões 46 e 48, vamos abordar alguns aspectos
relevantes do AVE.
2) Qual doença normalmente associada? LES
1)Quais são os principais fatores de risco?
3) Quais os 3 anticorpos? Anticorpo anticardiolipina
// Anti-beta2-glicoproteína I // Anticoagulante lúpico A) MODIFICÁVEIS: Hipertensão, dislipidemia,
Diabetes mellitus, Tabagismo e Sedentarismo
Manejo: baseado em profilaxia pós evento, normal- B) NÃO-MODIFICÁVEIS: Idade avançada (>80
mente feita com varfarin (isolado em caso de evento anos); etnia (maior em negros); sexo (maior em ho-
venoso ou associado ao AAS em caso de evento arterial) mens); distúrbios genéticos; trombofilias
1) Qual o papel de uma Tomografia de Crânio no con-
QUESTÃO 48 texto de um AVE? Descartar eventos hemorrágicos! Não
se engane se uma questão descrever uma TC normal.
Uma paciente de 16 anos de idade, com oito horas de
Feito o diagnóstico (déficit focal de início súbito) e
evolução, compareceu à emergência por apresentar ver-
descartado um evento hemorrágico, um raciocínio
tigem, diplopia e surdez. Além disso, demonstrou de-
anatômico é de grande importância! Afinal, o tipo de
ficits motores. Ao exame físico, verificaram-se SatO2 =
sintoma varia com a artéria acometida. Preparamos essa
96% em ar ambiente, FC = 92 bpm regular e PA = 180
tabela com um resumo das mais importantes corres-
mmHg x 100 mmHg. Tomografia de crânio e angio-
pondências anatômicas:
tomografia não evidenciaram malformação vascular e
nem sangramento. Aos 15 anos, a paciente teve trom- Então temos o diagnóstico (déficit focal súbito) e des-
bose venosa profunda. Em relação a esse caso clínico e cartamos com a TC eventos hemorrágicos. Queremos
aos conhecimentos médicos correlatos, julgue o item dar um algo a mais que pode ajudar a resolver outras
a seguir. O uso de trombolítico é contraindicado para questões. Qual o território cerebral acometido e qual a
essa paciente. provável artéria obstruída? Vejam essa tabela:
A) CERTO
B) ERRADO
Resposta correta: Letra A
para detecção de refluxo. Cateteriza a uretra, injeta No momento, não há um único protocolo de investi-
contraste e faz RX durante a micção. Vê fase de gação, pois há divergências entre as diretrizes. Realizar
enchimento e esvaziamento da bexiga. mais investigação pode detectar mais casos de refluxo
- Cintilografia renal com ácido dimercaptosuccíni- vesico ureteral, mas com benefício questionável.
co-tecnécio-99 (DMSA). Avalia morfologia e ci- Assim, a afirmativa está errada, pois nos casos de ITU
catrizes. Em geral, é feita 4-6 meses após episódio febril em pacientes abaixo de dois anos pode ser neces-
agudo. Não vê função. sário realizar exame de imagem no acompanhamento.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 147
QUESTÃO 50
Comentário
Este bloco de questões traz uma criança de 18 meses
com quadro de febre sem sinais localizatórios há 3 dias.
Como alteração em exame físico, apresenta equimoses
em membros, e em RX apresenta calo ósseo em mem-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 149
bro superior esquerdo. Este caso tem dois aspectos que QUESTÃO 52
foram abordados nas questões: a febre sem sinais loca-
lizatórios e a suspeita de maus tratos. Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
Nesta pergunta, precisamos lembrar das principais in- tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
fecções relacionadas à febre sem sinais localizatórios queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
(FSSL). mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
A maioria das crianças com FSSL tem infecção viral tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
autolimitada. Porém existem algumas causas de FSSL membros superiores e inferiores. A criança reside com
com infecção bacteriana oculta, sendo as mais comuns a mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao
a pneumonia, a infecção de trato urinário, e a bactere- exame físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
mia oculta. corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
= 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
Cada serviço tem seu protocolo detalhado de investiga- quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
ção de FSSL. Porém alguns pontos são comuns a todos timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
eles: a criança deve estar em bom estado geral e não ter ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta pul-
antecedentes patológicos (caso contrário, será conduzi- monar MVUD, sem ruídos adventícios. Também foram
da com tratamento empírico) e não ter foco infeccioso observados abdome RHA+, depressível, dor à palpação
identificado após anamnese e exame físico detalhados. em baixo ventre, Blumberg e Murph negativos, sem si-
A infecção urinária é a principal causa bacteriana de nais de meningismo, membros inferiores com equimo-
FSSL. A coleta de urina deve ser realizada através de ses < 5 cm e membros superiores com equimoses > 5 cm
sondagem vesical para ter melhor especificidade. O em braço esquerdo. Inicialmente foram solicitados exa-
me qualitativo de urina com urocultura (via sondagem
principal agente etiológico é a Escherichia coli.
vesical; ainda sem resultado da urocultura) e radiografia
A Bordetella pertussis é a causa da coqueluche, uma do- de membro superior esquerdo. O exame qualitativo de
ença respiratória bastante sintomática. Não é uma causa urina pode ser verificado a seguir. Realizou-se, ainda,
de febre sem sinais localizatórios, e também não causa radiografia que evidenciou calo ósseo em rádio e ulna
infecção urinária. Assim, esta afirmativa está incorreta. esquerda, conforme a imagem a seguir. Acerca desse caso
clínico e tendo em vista os conhecimentos médicos cor-
relatos, julgue o item a seguir. Aos 18 meses de idade, a
Take-Home Message: criança está apta a se comunicar formando frases curtas
A infecção do trato urinário é causa bacteriana impor- de duas palavras ou três palavras.
tante de febre sem sinais localizatórios, e seu principal A) CERTO
agente etiológico é a Escherichia coli. B) ERRADO
Referências
Resposta correta: Letra A
Allen, Coburn. “Fever without a source in children 3
to 36 months of age: Evaluation and management”, Comentário
UpToDate. Disponível em Fever without a source in Este bloco de questões traz uma criança de 18 meses
children 3 to 36 months of age: Evaluation and mana- com quadro de febre sem sinais localizatórios há 3 dias.
gement - UpToDate, acesso em 10/05/2022 Como alteração em exame físico, apresenta equimoses
em membros, e em RX apresenta calo ósseo em mem-
bro superior esquerdo. Este caso tem dois aspectos que
foram abordados nas questões: a febre sem sinais loca-
lizatórios e a suspeita de maus tratos.
150 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Nesta pergunta, devemos pensar nos diagnósticos dife- Scheri, Susan. “Orthopedic aspects of child abuse”,
renciais para as equimoses e fraturas observadas. Neste UpToDate. Disponível em Orthopedic aspects of child
caso, a suspeita principal é de maus tratos devido à pre- abuse - UpToDate, acesso em 10/05/2022.
sença de calo ósseo no RX associado às contusões em
membros, pois as condições clínicas que podem simu-
lar maus tratos em geral só causam um destes tipos de QUESTÃO 55
alteração, e não ambas simultaneamente.
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
É necessário descartar algumas patologias antes de firmar nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
esta hipótese. Quanto às equimoses, os diagnósticos di- tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
ferenciais são traumas causados por acidentes, discrasias queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
sanguíneas e vasculites. Quantos às fraturas, também de- mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
vemos diferenciar de fratuas causadas por acidentes, oste-
tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
ogênese imperfeita, osteopenia, insensibilidade à dor, ou
membros superiores e inferiores. A criança reside com a
fraturas patológicas por doença óssea como raquitismo.
mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa-
Alguns padrões de fratura falam mais a favor de maus tra- me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
tos, embora nenhum padrão é patognomônico. Fraturas corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
de ossos longos em crianças que ainda não andam, fratu- = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
ras incompatíveis com a idade (ex: criança de 1 mês que quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
“pulou do berço”), fraturas associadas a lesões não-ósseas timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
(ex: equimoses, queimaduras), fratura já em consolidação ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta
sem ter procurado atendimento médico anteriormente. pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também
Mais especificamente, algumas fraturas também são foram observados abdome RHA+, depressível, dor à
sugestivas de maus tratos por não serem comumente palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega-
encontradas de forma acidental: fraturas metafisárias, tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores
fraturas em costelas ou esterno, múltiplas fraturas em com equimoses < 5 cm e membros superiores com
diferentes estágios de consolidação, fratura em ossos equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente
longos bilateralmente, fraturas em dedos de crianças foram solicitados exame qualitativo de urina com uro-
<3 anos, fraturas complexas em crânio. cultura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da
Assim, a afirmativa da questão está correta. Fraturas urocultura) e radiografia de membro superior esquer-
múltiplas, bilaterais ou em diferentes estágios de consoli- do. O exame qualitativo de urina pode ser verificado a
dação devem apontar para o diagnóstico de maus tratos. seguir. Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou
calo ósseo em rádio e ulna esquerda, conforme a ima-
gem a seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista
Take-Home Message: os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
Na criança pequena com equimoses e fraturas e dife- seguir. Artrite idiopática juvenil é uma doença crônica
rentes estágios de consolidação, devemos sempre pensar autoimune das articulações, e a principal manifestação
em maus tratos como uma das hipóteses diagnósticas. clínica é a artrite, caracterizada por dor, aumento de
volume e de temperatura de uma ou mais articulações.
Referências
A) CERTO
1. Boos, Stephen. “Differential diagnosis of suspected
child physical abuse”, UpToDate. Disponível em Dif- B) ERRADO
ferential diagnosis of suspected child physical abuse - Resposta correta: Letra A
UpToDate, acesso em 10/05/2022.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 153
Comentário Referências
Este bloco de questões traz uma criança de 18 meses 1. Roberts, Iwan. “Nelson’s textbook of pediatrics
com quadro de febre sem sinais localizatórios há 3 dias. (21th edn.), by R. Kliegman, B. Stanton, J. St. Geme,
Como alteração em exame físico, apresenta equimoses N. Schor (eds).” (2019)
em membros, e em RX apresenta calo ósseo em mem-
bro superior esquerdo. Este caso tem dois aspectos que
foram abordados nas questões: a febre sem sinais loca- QUESTÃO 56
lizatórios e a suspeita de maus tratos.
Uma paciente de 1 ano e 6 meses de idade foi encami-
Esta questão sobre artrite idiopática juvenil não está nhada ao pronto atendimento pediátrico por apresen-
bem correlacionada com o caso clínico. De certa for- tar febre, há três dias, entre 38ºC e 39,5ºC, sem outras
ma a pergunta é totalmente desconexa do caso clínico; queixas. A criança foi levada pela avó materna, que se
nem mesmo a febre poderia apontar para AIJ. Vamos mostrou bastante preocupada, pois, além da febre, no-
revisar alguns detalhes sobre este tema. tou que a criança apresenta manchas arrocheadas nos
A artrite idiopática juvenil é a doença reumatológica membros superiores e inferiores. A criança reside com a
mais comum em crianças, e representa um grupo hete- mãe, um irmão de 5 anos de idade e o padrasto. Ao exa-
rogêneo de doenças com manifestação inicial de artrite. me físico, ela mostra-se abatida e prostrada, mas está
A artrite deve estar presente por mais de 6 semanas, e os corada e hidratada. Constataram-se FC = 120 bpm, FR
sintomas iniciais são sutis, com rigidez matinal, claudi- = 40 irpm, SatO2 = 98% em AA, oroscopia sem peté-
cação ou redução das atividades. quias, sem placas, sem lesões, otoscopia com membrana
timpânica translúcida, sem abaulamento, sem secreção,
Também pode ter quadro sistêmico associado, com fe- ausculta cardíaca BNF, RR, 2t, sem sopro e ausculta
bre, rash cutâneo e hepatoesplenomegalia. A febre ca- pulmonar MVUD, sem ruídos adventícios. Também
racterística chega a 39º diariamente ou 2xd por pelo foram observados abdome RHA+, depressível, dor à
menos 2 semanas, e tem retorno rápido a temperaturas palpação em baixo ventre, Blumberg e Murph nega-
normais. Pode acompanhar um rash leve. tivos, sem sinais de meningismo, membros inferiores
O diagnóstico é clínico. O FAN é positivo em 40-85% com equimoses < 5 cm e membros superiores com
dos casos com AIJ oligo ou poliarticular, mas tem ape- equimoses > 5 cm em braço esquerdo. Inicialmente fo-
nas papel prognóstico. Devemos lembrar que a presen- ram solicitados exame qualitativo de urina com urocul-
ça de FAN positivo confere risco aumentado para uve- tura (via sondagem vesical; ainda sem resultado da uro-
íte anterior, e demanda exames periódicos. Além disso, cultura) e radiografia de membro superior esquerdo. O
o FAN é quase sempre negativo nas formas sistêmicas. exame qualitativo de urina pode ser verificado a seguir.
Realizou-se, ainda, radiografia que evidenciou calo ós-
O tratamento é feito com anti-inflamatório não esteroidal, seo em rádio e ulna esquerda, conforme a imagem a
injeção intraarticular de corticoides, e em casos que não res- seguir. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os co-
ponderem bem, uso de metotrexato ou até anti-TNFs. nhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.
Concluindo, a afirmativa está correta, apesar de não ter Para enfrentar as várias formas de uma manifestação
relação com o caso clínico. da violência, o setor de saúde tem políticas próprias de
âmbito nacional, como a notificação de violência con-
tra crianças e adolescentes na rede do Sistema Único de
Take-Home Message:
Saúde (SUS) (Portaria nº 1.968/2001).
A artrite idiopática juvenil é a doença reumatológica
mais comum em crianças, e representa um grupo hete- A) CERTO
rogêneo de doenças com manifestação inicial de artrite. B) ERRADO
Pode ter forma sistêmica, cursando com febre. O tra- Resposta correta: Letra A
tamento é feito com antiinflamatórios não esteroidais.
154 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Comentário
Neste bloco de questões, temos uma criança de 2 anos
e 3 meses em consulta de puericultura. A presença do
linfonodo retroauricular possivelmente está relaciona-
da a uma piodermite em couro cabeludo (lesões pru-
riginosas em couro cabeludo associadas a crostas me-
licéricas). O paciente também apresenta atraso de fala,
apesar de não ser esta a queixa da mãe.
160 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Nesta pergunta, é abordado o atraso de fala e sua relação A Academia Americana de Pediatria recomenda tria-
com o autismo. Vamos nos aprofundar neste assunto. gem para o transtorno do espectro autista entre 18 e
24 meses de idade para todas as crianças (com ou sem
O transtorno do espectro autista é um transtorno do atraso de fala). Este rastreio pode ser feito pela aplica-
neurodesenvolvimento caracterizado por: ção do M-CHAT, que consiste em um questionário a
- Prejuízos na capacidade de interação social recípro- ser respondido pelos pais ou cuidadores. Ela define se a
ca criança tem risco ou não para apresentar o transtorno,
e maior investigação deve ser realizada nos casos com
- Anormalidade no desenvolvimento ou uso da lin-
triagem de risco.
guagem;
O paciente da questão apresenta atraso de fala, pois
- Comportamentos repetitivos e ritualizados, com
aos dois anos ainda fala pouco e não é compreendido.
restrição de interesses.
Investigação de autismo deve ser realizada, e a escala
As manifestações iniciam-se antes dos 3 anos de ida- M-CHAT pode ser usada para rastreio. Portanto, a afir-
de, persistindo ao longo da vida. É frequente os pais mativa está correta.
relatarem que a criança perdeu habilidades que havia
adquirido no 1º ou 2º ano de vida.
Take-Home Message:
Há prejuízo na interação social, que pode ser desde
uma ausência da percepção do outro com isolamento Triagem para o transtorno do espectro autista entre 18
social, até contato intrusivo ou inadequado (compri- e 24 meses de idade é recomendada para todas as crian-
mentar estranhos, comentários inapropriados, etc). ças (com ou sem atraso de fala). Este rastreio pode ser
feito pela aplicação do M-CHAT.
Além do possível atraso no desenvolvimento da lingua-
gem verbal, também ocorre comprometimento da co- Referências
municação não verbal (contato visual, expressão facial, 1. Araújo, Liubiana. “Transtorno do Espectro do Autis-
postura, gesticulação). Não há iniciativa de comparti- mo”, Sociedade Brasileira de Pediatria, abril/2019.
lhar interesses, prazer ou realizações com outras pesso-
as. Não desenvolvem relacionamentos com os pares de Roberts, Iwan. “Nelson’s textbook of pediatrics (21th
forma apropriada para idade. edn.), by R. Kliegman, B. Stanton, J. St. Geme, N.
Schor (eds).” (2019)
Apresentam restrição de interesses, com interesse por
partes específicas de objetos ou brinquedos, por vezes
com apego excessivo e sem se importarem com o apec-
to funcional dos mesmos. Há rigidez e apego excessivo
a rotinas, e podem ficar impulsivos e agressivos frente a
mudanças de rotina e frustrações.
164 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Comentário
Neste bloco de questões, temos uma criança de 2 anos
e 3 meses em consulta de puericultura. A presença do
linfonodo retroauricular possivelmente está relaciona-
da a uma piodermite em couro cabeludo (lesões pru-
riginosas em couro cabeludo associadas a crostas me-
licéricas). O paciente também apresenta atraso de fala,
apesar de não ser esta a queixa da mãe.
Nesta questão, o examinador aborda o z-score do peso,
afirmando que deveria ser acima de 0 para ser adequa-
do. Vamos retomar a classificação antropométrica do
peso e IMC da criança.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 165
Comentário
Neste bloco de questões, temos um paciente de 9 meses
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 167
Comentário
Neste bloco de questões, temos um paciente de 9 meses
com quadro de infecção de vias aéreas superiores há
uma semana, evoluindo com febre e desconforto respi-
ratório, com dificuldade na mamada. Ao exame físico,
apresenta taquipneia e dessaturação. Quanto aos ante-
cedentes familiares, tem um irmão e o pai com asma.
Nesta questão, o examinador pergunta a respeito da
faixa de normalidade dos sinais vitais para a faixa etária
do paciente. A questão foi anulada por dizer frequência
respiratória e dar valores de frequência cardíaca. Mas
vamos aproveitar para revisar o tema.
Na avaliação dos sinais vitais na criança, devemos sem-
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 171
pre lembrar da variação por faixa etária. A ideia geral Take-Home Message:
é que quanto menor a criança, maiores as frequências Na avaliação dos sinais vitais na criança, devemos sem-
respiratória e cardíaca, e quanto maior a criança, as fre- pre lembrar da variação por faixa etária. A ideia geral
quências serão mais similares com as do adulto. é que quanto menor a criança, maiores as frequências
# Frequência respiratória respiratória e cardíaca, e quanto maior a criança, as fre-
Preferencialmente deve ser aferida em 60 segundos, quências serão mais similares com as do adulto.
pois em bebês e lactentes ela pode ser irregular. O Referências
melhor momento é com a criança dormindo ou em 1. Drutz, Jan. “The pediatric physical examination:
repouso. Podemos aferir observando ou auscultando General principles and standard measurements”,
(contanto que nossa aproximação não agite a criança). UpToDate. Disponível em The pediatric physical
Manter a FR acima do esperado para a faixa etária in- examination: General principles and standard mea-
dica alguma alteração (doença respiratória, metabólica, surements - UpToDate, acesso em 16/05/2022.
febre, cardiopatia).
# Frequência cardíaca
Pode ser aferida por ausculta ou palpação de pulsos.
QUESTÃO 72
Assim como a frequência respiratória, a faixa normal Um paciente de 9 meses de idade foi levado à emer-
varia com a idade. Manter FC acima da faixa também gência por seus pais, os quais relataram que, há uma
aponta para processos patológicos, como cardiopatia, semana, o filho iniciou com quadro de coriza nasal e
infecção, ou febre. tosse. Porém, na última noite, iniciou com febre de
As faixas de normalidade (definidas como percentil 10 38°C e parecia estar cansado, com a respiração ofegan-
a percentil 90) por faixa etária são: te; inclusive, não está conseguindo mamar. Faz acom-
panhamento com pediatra e tem todas as vacinas em
- 0 a 3 meses: FR 34 a 57 ipm, FC 123-164 bpm dia. O paciente tem um irmão de 6 anos de idade, que
- 3 a 6 meses: FR 33 a 55 ipm, FC 120-159 bpm é asmático, e o pai também tem asma. Ao exame físico,
verificaram-se FC = 150 bpm, FR = 80 irpm, SatO2
- 6 a 9 meses: FR 31-52 ipm, FC 114-152 bpm
= 89% em AA e temperatura = 36,5 °C. Observaram-
- 9 a 12 meses: FR 30-50 ipm, FC 109-145 bpm -se oroscopia sem patéquias, sem placas, sem lesões, e
- 12 a 18 meses: FR 28-46 ipm, FC 103-140 bpm otoscopia, com membrana timpânica translúcida, sem
abaulamento, sem secreção. Ausculta cardíaca BNF,
- 18 a 24 meses: FR 25-40 ipm, FC 98-135 bpm RR, 2t, sem sopro, e ausculta pulmonar MVUD,
- 2 a 3 anos: FR 22-34 ipm, FC 92-128 bpm com sibilos difusos bilateralmente, apresentando tira-
- 3 a 4 anos: FR 21-29 ipm, FC 86-123 bpm gem sub e intercostal. Constatou-se também abdome
RHA+, depressível, sem megalias, sem fáscies de dor à
- 4 a 6 anos: FR 20-27 ipm, FC 81-117 bpm palpação. A respeito desse caso clínico e tendo em vista
- 6 a 8 anos: FR 18-24 ipm, FC 74-111 bpm os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a
seguir. A investigação de cansaço/dispneia é uma causa
- 8 a 12 anos: FR 16-22 ipm, FC 67-103 bpm
frequente de encaminhamento ao cardiologista.
- 12 a 15 anos: FR 15-21 ipm, FC 62-96bpm
A) CERTO
- 15 a 18 anos: FR 13-19 ipm, FC 58-92 bpm B) ERRADO
Resposta correta: Letra A
172 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Comentário Referências
Neste bloco de questões, temos um paciente de 9 meses 1. Singh, Rakesh. “Heart failure in children: Etiology,
com quadro de infecção de vias aéreas superiores há clinical manifestations, and diagnosis”, UpToDate.
uma semana, evoluindo com febre e desconforto respi- Disponível em Heart failure in children: Etiology,
ratório, com dificuldade na mamada. Ao exame físico, clinical manifestations, and diagnosis - UpToDate,
apresenta taquipneia e dessaturação. Quanto aos ante- acesso em 16/05/2022.
cedentes familiares, tem um irmão e o pai com asma. Altman, Carolyn. “Identifying newborns with critical
Nesta questão, a afirmativa diz que dispneia é causa congenital heart disease”, UpToDate. Disponível em
frequente de encaminhamento ao cardiologista. Identifying newborns with critical congenital heart di-
Os sintomas de insuficiência cardíaca na criança refle- sease - UpToDate, acesso em 16/05/2022.
tem a incapacidade do paciente elevar o débito cardía-
co quando é necessário. Em bebês, o sintoma mais co-
mum é taquipneia e sudorese ao mamar; também pode
QUESTÃO 73
haver irritabilidade e baixo ganho ponderal, com atraso Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
no desenvolvimento neuropsicomotor. Em crianças em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não
mais novas, pode haver sintomas gastrointestinais (dor aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
abominal, náuseas e vômitos), baixo ganho ponderal, regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
fadiga e tosse crônica com sibilos (pode ser confundido Tem constipação crônica. A respeito desse caso clíni-
com asma). Em crianças mais velhas, pode haver into- co e com base nos conhecimentos médicos correlatos,
lerância ao exercício, anorexia e dor abdominal, disp- julgue o item a seguir. As causas não ginecológicas de
neia, sibilos, palpitações ou síncope. dor pélvica crônica são apenas as gastrointestinais e
Em crianças com cardiopatia congênita, pode haver as neurológicas.
taquipneia, esforço respiratório e dificuldades para A) CERTO
mamar. Se for uma cardiopatia congênita crítica com B) ERRADO
shunt esquerda → direita, os sintomas podem começar
com 4 a 6 semanas de vida, quando cai a resistência Resposta correta: Letra B
vascular pulmonar. Taquipneia persistente e desconfor-
to respiratório merecem investigação, e se não houver Diversas causas tomam destaque e são importantes fa-
causa pulmonar identificada, considerar encaminha- tores de busca das pacientes aos consultórios de gineco-
mento a cardiologista pediátrico. logia, como a endometriose, a adenomiose, as aderên-
cias e os miomas uterinos. Entretanto, muitas causas
Assim, a afirmativa da questão está correta, mas com
não-ginecológicas, também, são relevantes, portanto,
uma ressalva: a investigação de dispneia não envolve
para melhor entender e abordar a DPC, devemos vê-la
o cardiologista pediátrico de forma rotineira, porém
como multifatorial.
dentre as causas de encaminhamento ao cardiologista
pediátrico a dispneia é uma causa frequente. Causas Urológicas
• Neoplasia de bexiga;
Take-Home Message: • Infecção urinária de repetição;
Taquipneia persistente e desconforto respiratório me- • Cistite intersticial;
recem investigação, e se não houver causa pulmonar • Litíase;
identificada, considerar encaminhamento a cardiolo-
gista pediátrico.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 173
ríodo menstrual (ser acíclica) e que levar à limitação rio, intestinal, assoalho pélvico, miofascial ou ginecoló-
funcional e social o que, indubitavelmente, interfere na gica". Outras referências adicionam a esta definição o
qualidade de vida da mulher. fato desta queixa álgica não estar, necessariamente, rela-
cionada ao período menstrual (ser acíclica) e que levar
Vamos às alternativas:: à limitação funcional e social o que, indubitavelmente,
interefere na qualidade de vida da mulher.
A) CORRETA: a assertiva, apesar de simplista, en-
globa as principais características da dor pélvica Embora existam síndromes dolorosas que acometem ado-
crônica: período (>6 meses) e ser limitadora à qua- lescentes ou mulheres na pós-menopausa, a maior parte
lidade de vida das pacientes encontra-se em idade reprodutiva, essa fase
inclui o período após a menarca e tem fim com a meno-
B) INCORRETA
pausa, estando a maioria das pacientes entre 15 e 49 anos.
A DPC é afecção de alta prevalência em todo o mundo,
Take-Home Message: atingindo até 26,6% das mulheres em idade reprodutiva.
• Dor pélvica crônica pode ser cíclica ou acíclica (não
tem relação com período menstrual) Vamos às alternativas:
• Ela é limitante à qualidade de vida da mulher A) INCORRETA: a faixa etária considerada como em
idade fértil inclui mulheres entre 15 e 49 anos, se-
gundo o próprio IBGE.
QUESTÃO 75 B) CORRETA
Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não Take-Home Message:
aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
• Dor pélvica crônica é uma das principais causas de
regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
procura ao ginecologista
Tem constipação crônica. A respeito desse caso clínico
e com base nos conhecimentos médicos correlatos, jul- • Acomete principalmente mulheres em idade fértil
gue o item a seguir. A faixa etária mais acometida pela
dor pélvica crônica é dos 35 anos de idade aos 60 anos
de idade. QUESTÃO 76
A) CERTO Uma paciente de 26 anos de idade, G1 Pn1, refere dor
B) ERRADO em baixo-ventre há um ano, intensidade de 8 a 10, não
aliviada com anti-inflamatório. Tem ciclos menstruais
Resposta correta: Letra B regulares, com dismenorreia leve. Nega dispareunia.
Tem constipação crônica. A respeito desse caso clíni-
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas co e com base nos conhecimentos médicos correlatos,
(ACOG) define a dor pélvica crônica (DPC) como julgue o item a seguir. Entre as causas ginecológicas, es-
"sintomas dolorosos percebidos como originários de tão endometriose, leiomiomatose, doença inflamatória
órgãos/estruturas pélvicas, tipicamente com duração pélvica e varizes pélvicas.
maior que 6 meses. Está frequentemente associado
com consequências negativas do ponto de vista cogni- A) CERTO
tivo, comportamental, sexual e emocional, bem como B) ERRADO
com sintomas sugestivos de disfunção do trato uriná- Resposta correta: Letra A
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 175
Vamos às alternativas:
A) CORRETA: onde o tecido endometrial ectópico
está implantado acaba por manifestar os sintomas
e esses expostos na assertivas são os principais
B) INCORRETA:
178 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas • Todo sangramento vaginal no início da gestação é
cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro- ameaça de abortamento e merece ser investigado
curou o pronto-socorro com queixa de sangramento • Diagnóstico de Ameaça de Abortamento
vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
o Cólicas leves
com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A res-
peito desse caso clínico e com base nos conhecimentos o Volume uterino é compatível com a idade gesta-
médicos correlatos, julgue o item a seguir. Qualquer cional
sangramento no primeiro trimestre de gestação é con- o Colo uterino está fechado
siderado ameaça de abortamento.
o Ultrassonografia com embrião vivo
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 88
Resposta correta: Letra A
Uma paciente de 38 anos de idade, tercigesta com duas
Uma das causas mais comuns de sangramento na pri- cesáreas anteriores, com seis semanas de gestação, pro-
meira metade da gestação é a ameaça de abortamento, curou o pronto-socorro com queixa de sangramento
nesses casos, em geral, o sangramento é de pequena a vaginal em pequena quantidade, de início há um dia,
moderada quantidade e a dor, do tipo cólica, geralmen- com cólicas leves. Ainda não iniciou o pré- natal. A res-
te pouco expressiva. Devido a alta prevalência, todo peito desse caso clínico e com base nos conhecimentos
sangramento vaginal no início da gestação deve ser en- médicos correlatos, julgue o item a seguir. Qualquer
carado como ameaça de abortamento e a investigação sangramento no primeiro trimestre de gestação é con-
clínica e ultrassonográfica deve ser realizada. siderado ameaça de abortamento.
Ao exame físico, o orifício interno do colo encontra-se A) CERTO
fechado, o volume uterino é compatível com a idade B) ERRADO
gestacional e não existem sinais de infecção. Ainda, a
ultrassonografia exibirá feto vivo. Alguma das causas Resposta correta: Letra A
desse tipo de sangramento são pequena área de desco-
lamento ovular e ectopia de colo uterino. Uma das causas mais comuns de sangramento na pri-
meira metade da gestação é a ameaça de abortamento,
A conduta consiste em tranquilizar quanto à benig- nesses casos, em geral, o sangramento é de pequena a
nidade do quadro, recomendar repouso relativo, se moderada quantidade e a dor, do tipo cólica, geralmen-
possível. É imperativo sabermos a tipagem sanguínea te pouco expressiva. Devido a alta prevalência, todo
com coombs indireto negativo para a administração sangramento vaginal no início da gestação deve ser en-
de imunoglobulina anti-Rh às pacientes Rh negativo carado como ameaça de abortamento e a investigação
não sensibilizadas. clínica e ultrassonográfica deve ser realizada.
A conduta consiste em tranquilizar quanto à benig- Gestações muito incipientes podem cursar com a ob-
nidade do quadro, recomendar repouso relativo, se servação de saco gestacional, porém sem a evidência de
possível. É imperativo sabermos a tipagem sanguínea embrião. Por isso, nesses cenários, há a recomendação
com coombs indireto negativo para a administração de repetição mais precoce do exame a fim de evidenciar
de imunoglobulina anti-Rh às pacientes Rh negativo ou não o aparecimento do embrião. Além disso, caso a
não sensibilizadas. paciente tenha novos episódios de sangramento antes
desse período, é imperativa a realização de nova ultras-
Vamos às alternativas: sonografia para elucidar melhor o caso.
A confirmação da doença virá com a realização de exa- Sangramento Uterino Anormal (SUA) é a denomina-
me ultrassonográfico, mas principalmente com o estu- ção utilizada para nomear as alterações da menstruação
do anatomopatológico de material abortado. Dosagem decorrentes de aumento no volume, na duração ou na
da gonadotrofina coriônica humana é a característica frequência. Além disso, deve-se considerar como anor-
mais marcante da MH é exibir marcador biológico re- mal aqueles sangramentos que promovam algumas al-
presentado pela hCG o qual apresentará altos títulos. terações importantes na vida da mulher: limitação para
Salienta-se que a subunidade alfa do hCG é homóloga as atividades diárias, absenteísmo laboral, dor/disme-
à subunidade alfa do hormônio luteinizante (LH), hor- norreia intensa, anemia, piora significativa da qualida-
mônio folículo-estimulante (FSH) e TSH. Isso pode de de vida etc.
determinar tanto reação cruzada com testes menos pre- O sangramento uterino disfuncional é uma denomina-
cisos como manifestações clínicas decorrentes de reação ção antiga utilizada para os casos de SUA que não apre-
cruzada. sentam causa orgânica subjacente, podendo ele ser ano-
vulatório (80-90% dos casos) ou ovulatório (10-20%).
Vamos às alternativas:
Em adolescentes que apresentam irregularidade mens-
A) INCORRETA: trual, devemos considerar como principal causa a ima-
B) CORRETA: todo material produto de curetagem/ turidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovários a qual
AMIU deve ser encaminhado para avaliação ana- pode levar alguns anos para que esteja completamente
tomopatológica a fim de definir qual diagnóstico amadurecida o que, por fim, permitirá regularização
definitivo dos ciclos e, em geral, os ciclos são anovulatórios.
Vamos às alternativas:
Take-Home Message:
• Sempre encaminhar material produto de AMIU/ A) INCORRETA: a maturidade do eixo hipotálamo-
curetagem para anatomia patológica -hipófise-ovários pode demorar alguns anos até se
estabelecer por completo.
B) CORRETA:
QUESTÃO 92
Uma paciente de 15 anos de idade compareceu à sua Take-Home Message:
primeira consulta com o ginecologista e relatou menar- • A principal causa de sangramento uterino anormal
ca aos 14 anos de idade. Refere que tem ciclos mens- na adolescência é a imaturidade do eixo hipotála-
truais a cada 52 dias, com duração de sete dias de fluxo mo-hipófise-ovários
intenso, com uso de absorventes noturnos. Queixa-se
também de acne e de pêlos escurecidos. Nega disme- • O eixo hipotálamo-hipófise-ovários pode levar al-
norreia. Acerca desse caso clínico e tendo em vista os guns anos para amadurecer
conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a • Quando há irregularidade menstrual na adolescên-
seguir. Os ciclos devem ser regulares desde a primeira cia, em geral, os ciclos são anovulatórios
menstruação, por causa da maturidade do eixo hipo-
tálamo-hipófise-ovariano.
A) CERTO
B) ERRADO:
Resposta correta: Letra B
186 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
da cabeça: eleva a cabeça em decúbito ventral e já vira voz da mãe e, no final do primeiro mês, já fixar rostos,
a cabeça na direção do som, apresentando interesse no e olhar para locais mais iluminados. No restante, ainda
rosto humano e em pequenos objetos próximos. Já há mantém os reflexos primitivos, membros em flexão.
o sorriso social e a vocalização. Aos três meses, período chave, já existe algum controle
Dos 3 aos 6 meses, há maior controle cefálico, que pos- da cabeça: eleva a cabeça em decúbito ventral e já vira
sibilita ao bebê equilibrar-se e sentar-se com um míni- a cabeça na direção do som, apresentando interesse no
mo de apoio e, em decúbito ventral, apoiar-se com as rosto humano e em pequenos objetos próximos. Já há
mãos elevando a cabeça e o tronco. o sorriso social e a vocalização.
Por volta dos 9 meses, quando apoiado, consegue man- Dos 3 aos 6 meses, há maior controle cefálico, que pos-
ter-se de pé. Outro marco é a pinça digital, que vai sibilita ao bebê equilibrar-se e sentar-se com um míni-
possibilitar, por exemplo, agarrar pequenos pedaços de mo de apoio e, em decúbito ventral, apoiar-se com as
comida e levá-los à boca. mãos elevando a cabeça e o tronco.
Entre os 10 e os 12 meses, a criança começa a dar os Por volta dos 9 meses, quando apoiado, consegue man-
primeiros passos com apoio. Nessa fase, começa a di- ter-se de pé. Outro marco é a pinça digital, que vai
zer algumas palavras já com significado, sendo as mais possibilitar, por exemplo, agarrar pequenos pedaços de
comuns "mamã" ou "papa". Há a compreensão de pa- comida e levá-los à boca.
lavras simples, como "beber", "carro", ou de pequenas Entre os 10 e os 12 meses, a criança começa a dar os
expressões. primeiros passos com apoio. Nessa fase, começa a di-
Grande parte das crianças já consegue andar sozinha zer algumas palavras já com significado, sendo as mais
entre os 12 e os 15 meses. comuns "mamã" ou "papa". Há a compreensão de pa-
Aos 18 meses, há um bom controle locomotor. A crian- lavras simples, como "beber", "carro", ou de pequenas
ça geralmente anda sem ajuda e procura correr e explo- expressões.
rar tudo o que se encontra em seu redor. Conhece o Grande parte das crianças já consegue andar sozinha
significado de cerca de 500 palavras, verbalizando entre entre os 12 e os 15 meses. Aos 18 meses, há um bom
6 a 26. Entretanto, essa verbalização depende das opor- controle locomotor. A criança geralmente anda sem
tunidades de interações com os adultos. ajuda e procura correr e explorar tudo o que se encon-
Aos 2 anos, há uma maior destreza, a criança sobe e tra em seu redor. Conhece o significado de cerca de
desce escadas e sobe em objetos, começa a ter um maior 500 palavras, verbalizando entre 6 a 26. Entretanto,
controle do seu esfíncter anal e vesical durante o dia. essa verbalização depende das oportunidades de intera-
ções com os adultos.
Aos 3 anos, um dos marcos importantes é o processo de
socialização. Essa é uma fase em que a criança começa Aos 2 anos, há uma maior destreza, a criança sobe e
a questionar. A linguagem oral está mais desenvolvida e desce escadas e sobe em objetos, começa a ter um maior
já é possível estabelecer uma conversação com os adul- controle do seu esfíncter anal e vesical durante o dia.
tos. Aos 4 anos, em geral a criança já faz parte da sua Aos 3 anos, um dos marcos importantes é o processo de
higiene sozinha. socialização. Essa é uma fase em que a criança começa
Explicação: a questionar. A linguagem oral está mais desenvolvida e
já é possível estabelecer uma conversação com os adul-
É importante lembrar, para as provas, os principais tos. Aos 4 anos, em geral a criança já faz parte
marcos do desenvolvimento neuropsicomotor.
da sua higiene sozinha.
Logo após o nascimento, é normal o bebê reconhecer a
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 191
Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Vo- b: falso positivos (teste positivo, mas não tem a doença)
lumes: Princípios, Formação e Prática. c: falso negativos (teste negativo, mas tem a doença)
Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC 2ª edição - 2019 d: verdadeiro negativos (teste negativo e realmente não
tem a doença)
198 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
quando isso não é verbalizado pela pessoa, sobre pensa- QUESTÃO 107
mentos suicidas. O suicídio é carregado de valores mo-
rais e religiosos negativos, então as pessoas muitas vezes Um paciente de 73 anos de idade, diagnosticado com
têm dificuldade de falar sobre esse tema. É importante câncer retal, retornou ao atendimento médico na uni-
atentar para os alertas vermelhos que indicam gravida- dade básica de saúde para conversar com seu médico
de: isolamento social, prostração intensa, grande perda de família, pois está muito nervoso e não sabe se deve
realizar os procedimentos propostos pelo especialista,
de peso, sintomas psicóticos, tentativa de suicídio ou
visto que, para ele, “”é melhor morrer do que usar uma
plano de suicídio elaborado. A presença desses alertas
bolsinha para o resto da vida”” (colostomia). Com re-
indica necessidade de início de terapia medicamentosa,
lação a esse caso clínico e com base nos conhecimen-
sendo importante acessar familiares ou amigos próxi-
tos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Deve-se
mos para avaliar gravidade e auxiliar no seguimento,
insistir para que o paciente realize o tratamento pro-
solicitando apoio da equipe de saúde mental (NASF). posto pelo especialista, pois o médico é o detentor do
conhecimento, e o paciente, por ser leigo no assunto,
não pode ter opinião acerca dos procedimentos que se-
Take-Home Message:
rão realizados.
Na atenção primária à saúde (APS), é muito comum
A) CERTO
o atendimento de pessoas com tristeza e sintomas de-
pressivos, mas mais comumente essas pessoas aparecem B) ERRADO
com uma mescla de sintomas: dor crônica vaga, sinto- A) INCORRETA. A afirmativa é falsa, conforme ex-
mas ansiosos e depressivos É importante atentar para os plicado na opção B
alertas vermelhos que indicam gravidade: isolamento B) CORRETA. O método clínico centrado na pessoa
social, prostração intensa, grande perda de peso, sinto- é um modelo de abordagem que se utiliza como
mas psicóticos, tentativa de suicídio ou plano de suicí- proposta metodológica para que uma consulta
dio elaborado. atenda às necessidades e expectativas tanto dos
médicos quando das pessoas. Nesse modelo, o
médico precisa compartilhar o poder de decisão,
Fonte: renunciando ao controle exclusivo da consulta.
Prova de Residência Médica SES-DF 2022 No terceiro componente desse método, "elabo-
rando um projeto comum de manejo", o médico
Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Vo- estabelece problemas e prioridades e compartilha
lumes: Princípios, Formação e Prática. com a pessoa objetivos do tratamento e do mane-
Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC 2ª edição - 2019 jo. Dessa maneira, no atendimento em questão,
o médico deve ser capaz de acolher a opinião do
paciente sobre o tratamento proposto pelo espe-
cialista, explorando seus medos e desconfortos a
respeito, sem deixar de trazer a importância do
tratamento, mas fazendo-o de uma maneira que o
paciente sinta que ele está no centro do cuidado.
Explicação:
O método clínico centrado na pessoa é um modelo de
abordagem que se utiliza como proposta metodológica
para que uma consulta atenda às necessidades e expec-
tativas tanto dos médicos quando das pessoas. Nesse
202 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
modelo, o médico precisa compartilhar o poder de de- uma forma semelhante a que usou em relacionamentos
cisão, renunciando ao controle exclusivo da consulta. significativos do passado".(Medicina Centrada na Pes-
Ele é dividido atualmente em quatro componentes: soa, 3ªed, 2017; Schaeffer, 2007; Murdin, 2010).
1)Explorando a saúde, a doença e a experiência da pes- Algumas questões podem abordar a antiga configuração
soa com a doença: do MCCP, em que os três primeiros componentes eram
A saúde e a doença são exploradas através da história, os mesmos, mas o 4º componente era "Incorporando pre-
exame clínico, exame de laboratório; venção e promoção da saúde", o 5º componente era "In-
tensificando a relação médico-pessoa" e o 6º componente,
A dimensão da experiência da doença, ou illness, é fei- "Sendo realista". Atualmente, a incorporação de prevenção
ta abordando-se sentimentos, idéias, efeitos na função, e promoção da saúde é vista como sendo parte de todos
expectativas. Para lembrar, há o acrônimo SIFE (senti- os outros componentes, e não um como um componen-
mentos, ideias, função e expectativas), que vale a pena te isolado. E "Sendo Realista" foi considerado um aspecto
lembrar de questionar durante os atendimentos. inerente à consulta e ao contexto da relação médico-pessoa,
2) Entendendo a pessoa como um todo, inteira: perdendo também seu lugar como componente isolado. É
importante ficar atento a isso para não confundir.
O entendimento da pessoa pode se dar através da
abordagem de sua história de vida, aspectos pessoais e
de desenvolvimento; Take-Home Message:
A abordagem do contexto próximo envolve família, O método clínico centrado na pessoa é um tema que tem
emprego, comunidade, suporte social; sido cobrado e é bastante simples. Basta memorizar os
O contexto distante está relacionado a sua cultura, co- seus quatro componentes e os princípios neles contidos:
munidade, ecossistema. 1)Explorando a saúde, a doença e a experiência da pes-
3) Elaborando um projeto comum de manejo: soa com a doença (para abordar experiência da doença,
lembrar do acrônimo SIFE, sentimentos, ideias, função
O médico estabelece problemas e prioridades e com-
partilha com a pessoa objetivos do tratamento e do e expectativas. Pode ser útil no dia-a-dia e mesmo em
manejo; são definidos os papéis da pessoa e do médico. provas práticas)
São ferramentas usadas pelo médico nesse componente: 3) Elaborando um projeto comum de manejo
Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC 2ª edição - 2019 A) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou
o paciente tenha falecido;
B) quando de seu depoimento como testemunha.
QUESTÃO 109 Nessa hipótese, o médico comparecerá
perante a autoridade e declarará seu impedimento;
Um paciente de 73 anos de idade, diagnosticado com
câncer retal, retornou ao atendimento médico na uni- C) na investigação de suspeita de crime o médico es-
dade básica de saúde para conversar com seu médico tará impedido de revelar segredo que possa expor o
de família, pois está muito nervoso e não sabe se deve paciente a processo penal.
realizar os procedimentos propostos pelo especialista,
visto que, para ele, “”é melhor morrer do que usar uma
Take-Home Message:
bolsinha para o resto da vida”” (colostomia). Com re-
lação a esse caso clínico e com base nos conhecimentos Fique atento ao Código de Ética Médica (CEM)!
médicos correlatos, julgue o item a seguir. De acordo É importante lembrar do sigilo profissional. O médico
com o Código de Ética Médico, mesmo que esse pa- é impossibilitado, pelo CEM, de revelar fato de que
ciente viesse a óbito, é vedado ao médico revelar fato de tenha conhecimento em virtude do exercício de sua
que tenha conhecimento em virtude de sua profissão, profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou con-
exceto se houver motivo justo, dever legal ou consenti- sentimento, por escrito, do paciente.
mento, por escrito, do paciente.
Fonte:
A) CERTO
Prova de Residência Médica SES-DF 2022
B) ERRADO
A) CORRETA. De acordo com artigo 73 do Código Conselho Federal de Medicina. Código de ética mé-
de Ética Médica, que trata sobre o sigilo profissio- dica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de
nal, é realmente vedado ao médico revelar fato de 2009 (versão de bolso) / Conselho Federal de Medicina
que tenha conhecimento em virtude de sua pro- Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2010. 70p.
fissão, exceto se houver motivo justo, dever legal ; 15 cm. ISBN 978-85-87077-14-1 1- Ética médica
ou consentimento, por escrito, do paciente. Essa código. I. Título. II - Resolução CFM nº 1.931, de 17
proibição permanece mesmo após falecimento de setembro de 2009.
do paciente.
B) INCORRETA. A afirmativa é verdadeira, confor-
me explicado na opção A
Explicação:
De acordo com capítulo IX, que trata do sigilo profis-
sional, do Código de Ética Médica:
É vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 205
QUESTÃO 110 (4) se a pessoa não tiver dor localizada, deve tentar
apoiar o pé e dar ao menos dois passos com cada
Um paciente de 72 anos de idade possui diagnóstico de perna, sem auxílio;
osteoporose há um ano, em tratamento, e histórico de
fratura de quadril há cerca de sete meses. Procurou aten- (5) pessoas sem dor localizada que não puderem reali-
dimento na equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) por zar essa tarefa devem realizar tanto radiografias do
ter apresentado torção do tornozelo direito em sua cami- tornozelo como do pé;
nhada matinal, com queixa de intensa dor local e dificul- (6) pessoas sem dor localizada e que retêm a capaci-
dade para deambular. Ao exame físico, demonstra dor à dade de apoio, mesmo claudicando, são tratadas
palpação, limitação da movimentação articular e discreto sem radiografias.
edema local. Tendo em vista esse caso clínico e os conheci-
Essas regras alcançaram 99,7% de sensibilidade e pro-
mentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. A partir
babilidade pós-teste negativo de 1%, reduzindo as ra-
do exame físico, é possível presumir possibilidade de fratu-
diografias desnecessárias.
ra, sendo importante realizar radiografia do local da lesão
para confirmação diagnóstica e adequado tratamento. No entanto, é importante levar em consideração fato-
res que aumentam risco de fratura, como osteoporose.
A) CERTO
B) ERRADO As incidências para o tornozelo são anteroposterior e
perfil. Para o pé, são anteroposterior, oblíqua interna
A) CORRETA. Em se tratando de um paciente idoso
e perfil (caso haja suspeita de fratura do navicular, a
com osteoporose e histórico recente de fratura, é
oblíqua externa pode ser solicitada).
importante a realização de radiografia do local da
lesão em busca de fratura. A dor intensa, a dificul- O tratamento inicial de uma lesão aguda do tornozelo
dade para deambular e a limitação da movimenta- pode ser orientado pela sigla PRICE (protection, rest,
ção articular também são sugestivos de lesão que, ice, compression, elevation proteção, repouso, gelo,
num paciente com risco aumentado de fratura, compressão e elevação do membro). Se a dor não aliviar
deve ser investigada com exame de imagem. em alguns dias, com a utilização correta dos analgésicos e
B) INCORRETA. A afirmativa é verdadeira, confor- orientações prescritas, o paciente deve ser reavaliado para
me explicado na opção A possível lesão que não foi diagnosticada previamente.
Explicação:
Para orientar a necessidade de radiografias em adultos Take-Home Message:
e crianças acima de 8 anos em caso de lesões de torno- Na avaliação do entorse de tornozelo, é importante
zelo, um grupo de pesquisadores de Ottawa (Canadá) lembrar das regras de Ottawa:
elaborou um conjunto de regras (Ottawa Ankle Rules):
Presença de dor à palpação de borda posterior de ma-
(1) palpar o tornozelo (concentrando-se na borda pos- léolos; base do quinto metatarsal ou navicular são in-
terior de ambos os maléolos) e, em seguida, palpar dicativos de necessidade de radiografia. Além disso,
a base do quinto metatarsal e o navicular. A dor devem receber radiografia as pessoas sem dor localizada
somente na borda anterior dos maléolos costuma que não conseguirem apoiar o pé ou dar ao menos dois
ser causada por lesão de ligamentos; passos com cada perna, sem auxílio. Mas não esque-
(2) aqueles com dor na borda posterior dos maléolos ça que para pessoas com risco muito alto de fratura,
devem radiografar o tornozelo; como diagnóstico de osteoporose com fratura recente,
deve-se ter um limiar menos para solicitação de exame
(3) aqueles com dor na base do quinto metatarsal ou
de imagem.
navicular devem radiografar o pé;
206 | DEZ 22 SES-DF 2022 - R1
Para o tratamento, lembre do mnemônico PRICE: A densitometria óssea (DEXA) é considerada o exame
protection, rest, ice, compression, elevation proteção, padrão-ouro para o diagnóstico de osteoporose.
repouso, gelo, compressão e elevação do membro No tratamento da osteoporose é fundamental a orien-
Fonte: tação acerca das medidas não farmacológicas, que in-
Prova de Residência Médica SES-DF 2022 cluem: exposição solar adequada e dieta balanceada
com ingesta adequada de cálcio e outros minerais, rea-
Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Vo- lizando suplementação de cálcio e vitamina D quando
lumes: Princípios, Formação e Prática. necessário; adquirir ou manter um IMC adequado, en-
Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC 2ª edição - 2019 tre 20 e 25; fazer exercícios regulares de fortalecimento
muscular com carga, visando melhorar agilidade, força,
postura, equilíbrio e reduzir o risco de quedas e fratu-
QUESTÃO 111 ras; cessar o tabagismo e evitar o excesso de álcool
Um paciente de 72 anos de idade possui diagnóstico de O tratamento farmacológico está indicado para mu-
osteoporose há um ano, em tratamento, e histórico de lheres pós-menopausa e homens ≥ 50 anos nas seguin-
fratura de quadril há cerca de sete meses. Procurou aten- tes situações:
dimento na equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) por ● Fratura de vértebra ou de quadril (incluindo fratura
ter apresentado torção do tornozelo direito em sua cami- vertebral assintomática) sem trauma maior
nhada matinal, com queixa de intensa dor local e dificul-
● Osteoporose documentada (T-score ≤ –2,5) em colo
dade para deambular. Ao exame físico, demonstra dor à
de fêmur, quadril total ou coluna por DEXA, após ava-
palpação, limitação da movimentação articular e discreto
liação de causas secundárias
edema local. Tendo em vista esse caso clínico e os conhe-
cimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir. Con- ● Osteopenia ou baixa massa óssea (T-score entre –1,0 e
siderando o histórico prévio de fraturas dessa paciente, e –2,5 no colo do fêmur ou coluna) e uma probabilidade
possivelmente outra fratura atual, é importante orientar em 10 anos de uma fratura de quadril ≥ 3% ou uma
medidas que reduzam risco de novas lesões, sendo a densi- probabilidade em 10 anos de uma fratura maior rela-
tometria óssea o melhor indicador para o risco. cionada à osteoporose ≥ 20% de acordo com o algo-
ritmo adaptado da OMS (FRAX), conforme os fatores
A) CERTO
de risco.
B) ERRADO
● Pacientes em uso prolongado de glicocorticoides
A) INCORRETA. A afirmativa é falsa, conforme ex-
plicado na opção B ● Homens com câncer de próstata em terapia de blo-
B) CORRETA. A presença de antecedente recente de queio androgênico que tenham alto risco de fratura de
fratura em quadril sem trauma maior é um indi- acordo com a FRAX.
cador de elevado risco de fratura, sendo indica- Os tratamentos para osteoporose visam a diminuir
tivo de tratamento medicamentoso para redução o risco de fraturas. No momento, o medicamento
de risco de novas fraturas, independentemente de com maior acessibilidade na rede pública no Brasil é
resultado da densitometria óssea. o alendronato.
Explicação:
A osteoporose normalmente é assintomática até que
ocorra uma fratura, que pode se apresentar com dor
aguda dorsal, cifose, podendo levar a dor crônica, res-
trição de movimentos e até imobilização total.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 207
Longitudinalidade:
Implica a existência de uma fonte regular de atenção e Take-Home Message:
seu uso ao longo do tempo, independente da presença A Atenção Primária à Saúde tem como atributos es-
de problemas específicos relacionados à saúde ou do senciais a atenção no primeiro contato (ou acesso), a
tipo de problema. longitudinalidade, a integralidade e a coordenação do
Integralidade/ cuidado abrangente: cuidado, e como atributos derivados a orientação fami-
Possui quatro dimensões: ações de promoção e pre- liar e comunitária e a competência cultural. É impor-
venção, atenção nos três níveis de complexidade da as- tante lembrar desses conceitos e de suas definições, pois
sistência médica, articulação das ações de promoção, costumam ser temas de questões de residência.
proteção e prevenção e abordagem integral do indiví-
duo e das famílias. Uma Atenção Primária resolutiva é Fonte:
responsável não somente por ações rotineiras, de pre-
venção ou promoção da saúde, mas atendimento de Prova de Residência Médica SES-DF 2022
demanda espontânea, realização de diagnósticos, trata- GUSSO, G.; POLI NETO, P. Gestão da clínica. In:
mento e reabilitação. GUSSO G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de me-
Coordenação do cuidado: dicina de família e comunidade: princípios, formação e
prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. v. 1, p. 159-166.
Articulação entre os diversos serviços e ações de saúde,
de forma que estejam sincronizados e voltados ao al-
cance de um objetivo comum, que é ofertar ao usuário Oliveira MA de C, Pereira IC. Atributos essenciais da
um conjunto de serviços e informações que respondam Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família. Rev
a suas necessidades de saúde de forma integrada, por Bras Enferm. setembro de 2013;66(spe):158–64
meio de diferentes pontos da rede de atenção à saúde Reichert AP da S, Leônico AB de A, Toso BRG, Santos
Orientação familiar e comunitária: NCC de B, Vaz EMC, Collet N. Orientação familiar
e comunitária na Atenção Primária à Saúde da criança.
Efetiva-se quando a avaliação das necessidades para a Ciênc Saúde Coletiva. janeiro de 2016;21:11927
atenção integral considera o contexto familiar e sua ex-
posição a ameaças à saúde Competência cultural na atenção primária: algumas
considerações | Semantic Scholar [Internet]. [citado 21
Competência cultural: de janeiro de 2020]
Implica uma capacidade dos fornecedores e das orga-
nizações de cuidados em saúde de compreender e res-
ponder efetivamente às necessidades culturais e linguís-
ticas, trazidas pelos pacientes às situações de cuidados
de saúde.
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 209
A decisão para o início de medicação para tratamento As particularidades mais comuns são: efeito nefropro-
da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) deve levar em tetor de IECA/ARB, preferíveis em diabéticos e pessoas
conta o perfil de efeitos colaterais do medicamento, as com DRC. Há referências e algumas provas que ainda
comorbidades da pessoa e o benefício na prevenção de associam tiazídicos e bloqueadores de canais de cálcio
desfechos como eventos cardiovasculares ou mortalida- como sendo de escolha para pacientes negros.
de. Os fármacos de primeira escolha para o tratamento Fonte:
da HAS são diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima
Prova de Residência Médica SES-DF 2022
conversora da angiotensina (IECA), bloqueadores dos
canais de cálcio (BCC) e antagonistas dos receptores da Tratado de Medicina de Família e Comunidade: 2 Vo-
angiotensina II (ARB II). Os betabloqueadores, apesar lumes: Princípios, Formação e Prática.
de seu uso frequente, tem piores desfechos nos estudos Gusso, G; Lopes, JMC; Dias, LC 2ª edição - 2019
SES-DF 2022 - R1 DEZ 22 | 215