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Nam libero tempore,


BARUERI | AGOSTO 2021 | ANO 01 | EDIÇÃO 01
cum soluta nobis,
pág. 4

• Et harum quidem
rerum - pág. 15

SADS EOIWQU
OQW ASKDJLK
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C O NT EÚD O

EDASD ASJHD
OIUERW OISUA
Prefeito:
Rubens Furlan

Vice-Prefeito:
José Roberto Piteri
Quis autem vel eum iure reprehenderit, qui in ea voluptate
velit esse, quam nihil molestiae consequatur Secretário de Comunicação:
Tazio Gomiero

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tatum deleniti atque corrupti,
quos dolores et quas moles-
tias excepturi sint, obcaecati
REVISTA VOTUPOCA 001
Ano 1 - Julho de 2021

A VOTUPOCA é uma publicação


mensal da SECRETARIA DE
aperiam eaque ipsa, quae ab Ut enim ad minima veniam, cupiditate non provident, si- COMUNIICAÇÃO
illo inventore veritatis et qua- quis nostrum exercitationem milique sunt in culpa, qui offi-
si architecto beatae vitae dic- ullam corporis suscipit labo- cia deserunt mollitia animi, id Editora-chefe:
ta sunt, explicabo. riosam, nisi ut aliquid ex ea est laborum et dolorum fuga. Aliz de Castro Lambiazzi
Nemo enim ipsam volup- commodi consequatur? Quis Et harum quidem rerum fa- MTB - 47788/SP
tatem, quia voluptas sit, as- autem vel eum iure reprehen- cilis est et expedita distinc-
pernatur aut odit aut fugit, derit, qui in ea voluptate ve- tio. Nam libero tempore, cum, Revisão:
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que porro quisquam est, qui tas nulla pariatur? [33] At ve- tas assumenda est, omnis do- Diagramação e Arte:
dolorem ipsum, quia dolor sit, ro eos et accusamus et iusto lor repellendus. Reivisson Casé de Oliveira

Fotografia e capa:
Benjamim Sepulvida

Impressão:
Margraf
• CIGARRO
SUMÁRIO Página 4
Circulação:
Walter de Almeida Duarte
• CIGARRO
Página 4 Contato:
contato@votupoca.com.br
Redação: (11) 0000-0000

• MOCHILANDO • PARQUE CANANÉIA


Página 7 Página 8

• CAPA
Página 10

• INOVAÇÃO
Página 16
• PEDRINHO
Página 14

2 Votupoca Agosto 2021


Por Renato Bueno

MOCHILANDO
N o dia 25 de julho é comemorado
o Dia Nacional do Escritor, por is-
so resolvi mochilar pela história
da escrita em nossa cidade. Afinal, quem
nunca viajou através uma boa leitura?
Com os livros conhecemos lugares, histó-
rias, pessoas, contos e até críticas sociais.
Eu, particularmente, adoro ler.

Em minha pesquisa descobri que o Dia


Nacional do Escritor foi criado em julho de
1960, no Rio de Janeiro. Naquele ano, a ci-
dade sediava o primeiro Festival do Escri-
tor Brasileiro, organizado pela União Bra-
sileira de Escritores (UBE), que na época
tinha em sua presidência João Peregrino
Júnior e Jorge Amado.

E não tem como falar sobre o tema


na cidade sem citar uma biblioteca mu-
nicipal. Barueri conta com um acervo de
quase 200 mil títulos distribuídos em oito
bibliotecas públicas, que desde 2017 abri-
gam estações culturais com oficinas gra-
tuitas de artes, circo, música e teatro.

Para comemorar o Dia do Escritor,


mochilei por todas as bibliotecas munici-
pais, buscando histórias que vão além dos
livros e dos muros da cidade.

Livros e tartarugas
Conheci a história da antiga servidora
Eny Cordeiro, que dá nome à biblioteca do
Jardim Belval. Eny iniciou a carreira pública
como merendeira em 1989 até cursar bi- res. A primeira biblioteca da cidade abri- ri, Odila Placência (85 anos), que em seus
blioteconomia e assumir a chefia da antiga ga hoje a Gibiteka Max Zendron, na Vila mais de 15 títulos conta a trajetória de
biblioteca Maria Salomé, no Jardim Mutin- Boa Vista. É uma das únicas do Brasil a nossa cidade como “Sublime Caminha-
ga. Por ser de pequena estatura, seus ami- ter 100% do seu acervo dedicado à cultu- da”, “Vence o Amor” e “Barueri em Poe-
gos de trabalho a chamavam de ‘tartaru- ra nerd/geek. Lá, os amantes dos quadri- mas”. Ela afirmou para mim que ainda tem
ga Eny’. Ela gostou tanto do apelido que nhos encontram edições especiais, jogos muita história para contar! E é isso mes-
começou a guardar bibelôs do bichinho, o e participam de batalhas de cosplay. mo que queremos: histórias que inspiram,
que lhe rendeu uma grande coleção. ensinam e marcam a nossa vida!
Nossa história
Para todos os gostos E nessa mochilada, tive a honra de co- Na próxima edição eu volto com uma
E nem só de livros vivem os escrito- nhecer a escritora e poetisa de Barue- nova aventura pela cidade.

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UM PARQUE
NA PERIFERIA
Luciano Somenzari e Eric Dimitri Parque Taddeo Cananéia, no Imperial, é a prova de como
Fotos: Benjamim Sepulvida /
Secom é possível ressignificar um local e seus propósitos na vida
da comunidade

O nome da rua no Parque


Imperial é Chico Men-
des. Do lado direito, pa-
ra quem sobe, a fileira exten-
sa de pequenas lojas comerciais
e de algumas residências, umas
grudadas às outras, compõe
com o asfalto escuro o que po-
de ser chamado de “selva de pe-
dra”. Um cenário aparentemente
oposto à floresta e aos seringais
do extremo Norte do Brasil, re-
gião onde viveu o ambientalis-
ta Chico Mendes (1944 – 1988),
premiado internacionalmente
pelas suas atividades em defesa
dos trabalhadores seringueiros e
do meio-ambiente.

Só que do lado esquerdo da


rua, precisamente no número
287, encontra-se a entrada de
um Parque com área de 19 mil
metros quadrados. Uma espé-
cie de contraponto à “selva de
pedra” presente atravessando
a rua. Um contraponto neces-
sário, é bom dizer. Um Parque
em que o próprio Chico Mendes
se sentiria satisfeito em estar e
desfrutar.

Estamos falando do Parque


Recreativo Taddeo Almeida Ca-
nanéia da Silva, um lugar onde
o lazer e a natureza foram reu-
nidos para oferecer aos mora-

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“Com certeza,
a melhor coisa
que foi feita foi
esse parque
pra nós”

dores da região mais qualidade de vida contrar seu pedaço mais apreciado lá den- mas deverão retornar em breve).
- física e mental. Jociran Francisco da Sil- tro. Tem quadras de esportes, playground,
va sempre procura dar uma escapada de praça de ginástica, quiosques, muito verde, “Hoje eu trouxe as crianças para apro-
sua rotina agitada para fazer longas ca- contato com a energia da natureza e ainda veitar o playground”, disse Jocélia da Silva
minhadas ali. Disse que sente no corpo as opções de frequentar aulas de basquete, Alves, satisfeita por encontrar um tempo
os benefícios de estar lá. “Emagreci um futsal, skate, capoeira, handebol, kung fu, na sua agenda apertada de afazeres. “O
quilo e me sinto mais disposto e saudá- tênis e futebol de campo. Todas ministra- importante é que tem esse local não só
vel”, conta, orgulhoso. das por professores da Secretaria de Espor- pra mim, mas para todo mundo”.
tes da Prefeitura de Barueri. (As atividades
Adultos e crianças sempre podem en- foram suspensas por causa da pandemia, Jocélia consegue perfeitamente en-
tender a importância desses equipa-
mentos públicos onde o espírito de co-
letividade proporciona indistintamente
momentos de relaxamento e reequilíbrio
mental. Afinal de contas, uma questão de
cidadania e de direitos.

Quem administra o Parque é a Secre-


taria de Recursos Naturais e Meio Am-
biente, que o reabriu ao público em ou-
tubro de 2018, depois de um período
fechado para reformas. Tinha sido inau-
gurado em setembro de 2012 depois de a
Prefeitura ter transformado um enorme
terreno que servia apenas como lugar de
desova de objetos “inservíveis”.

“Com certeza, a melhor coisa que foi


feita foi esse parque pra nós. Não tínha-
mos onde fazer atividades”, elogia Antô-
nia Nereide de Carvalho, mais uma mo-
radora que não se importa muito com o
asfalto da “selva de pedra”, pois sabe que
pode espairecer em algum lugar verde e
tranquilo do Parque Recreativo Taddeo
Terreno baldio no passado, local de lazer e contato com a natureza hoje Almeida Cananéia da Silva.

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Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom
Texto:

A FUMAÇA
QUE MATA
Largar o cigarro não é fácil, mas com ajuda
profissional, a luta contra o vício pode
ser menos árdua.

6 Votupoca Agosto 2021


E milene dos Santos Melo e Vera Lúcia Marcon-
des tinham uma coisa em comum: eram fu-
mantes inveteradas por décadas seguidas.
Sabiam que se continuassem com o vício engros-
sariam as estatísticas das vítimas do tabagismo no
Brasil. E os números dessas estatísticas são impla-
cáveis. Só no ano passado foram mais de 161 mil
mortes em decorrência do fumo, coisa de 443 óbi-
tos por dia, atesta o Instituto Nacional de Câncer.

Entre continuar jogando fumaça no pulmão


(e abreviando o caminho para a cova) comparado
com a chance de esticar a vida com mais qualidade,
a decisão pareceu óbvia. Emilene e Vera Lucia se
inscreveram nos grupos antitabagistas que funcio-
nam em algumas UBSs (Unidades Básicas de Saú-
de) de Barueri.

Ao contrário de Vera Lucia, que só fumava em


casa, Emilene foi e voltou da primeira reunião com
o cigarro aceso. O primeiro e duro desafio esbarra-
va em dois fortes obstáculos. Um se chama inércia,
o outro, falta de determinação. Daí a importância
de buscar ajuda profissional.

Tabagismo no Brasil
Uma fundação internacional, a Foundation for
a Smoke-Free World, ou Fundação para um Mundo
Livre de Fumo, divulgou uma pesquisa mostrando
as agruras de quem quer parar de fumar e não con-
segue. No Brasil, são 72%.

Mesmo assim, nas últimas décadas, o univer-


so de fumantes no Brasil caiu de 1/3 para cerca de
10%. Esse percentual, contudo, ainda é alto diante


do rombo para os cofres públicos. O governo fede-
ral arrecada anualmente R$ 16 bilhões em impos-
Fumei por 40 anos. tos das indústrias do cigarro e gasta R$ 57 bilhões
na recuperação dos doentes. Uma conta que não
Não foi fácil, mas parei.” fecha, torrando mais de R$ 40 bilhões em recur-
sos públicos.

Agosto 2021 Votupoca 7


A proibição de propagandas nas mídias impressa e eletrônica e a
promulgação de leis que impedem o hábito de fumar em locais públi-
cos e privados contribuíram para desestimular o hábito, mas a solu-
ção está muito longe do fim. Em países como Canadá e Estados Uni-
dos, as indústrias do tabaco são obrigadas a indenizar as vítimas.

Para piorar, novos hábitos adquiridos pela população estão na


contramão das campanhas antitabagistas: o cigarro eletrônico, a
pretexto de ser “menos nocivo” que o convencional, e o narguilê,
consumido principalmente pelos jovens. Eles se aglomeram e aspi-
ram fumaça equivalente a dezenas de cigarros por várias horas.

De olho nesse filão, as tabacarias, que tinham perdido espaço no


mercado, retornaram qual fênix das cinzas. E haja cinzeiros para os
novos viciados que certamente vão onerar ainda mais o SUS (Sis-
tema Único de Saúde) em tratamentos para doenças cardíacas, do-
enças pulmonares, AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais), câncer no
pulmão entre outras enfermidades ligadas ao vício do tabaco.

“ meu olfato e o meu paladar


estão ótimos agora.”
O combate em Barueri
As UBSs do Parque Imperial e do Jardim Belval, locais onde Emi-
lene e Vera Lucia se inscrevam, têm um programa antitabagista que
consiste em “oito encontros semanais, de uma hora e meia cada”,
afirma Luciano Prata, coordenador na UBS do Parque Imperial.

Por causa da pandemia da Covid-19 o programa foi temporaria-


mente suspenso e deve retornar on-line em agosto, explica Lucinei-
de Maria da Silva, a coordenadora na UBS do Jardim Belval. Cerca de
200 pessoas passaram pelas duas unidades. 50% delas conseguiram
abandonar definitivamente o vício. Quem só passou a “fumar menos”
não entra na estatística.

Vitoriosas
As agora ex-fumantes Emilene e Vera Lucia conseguiram supe-
rar a inércia e a falta de determinação, graças ao bem-vindo em-
purrão que foram procurar no programa antitabagista da Prefeitu-
ra de Barueri.

“Fumei por 40 anos. Não foi fácil, mas parei. Estou bem melhor.
Começo o dia às 5h da manhã no trabalho na padaria do meu filho
e vou até as 14h. Me sinto muito mais disposta”, afirma Vera Lucia.

Emilene, fumante por mais de 30 anos, comemora ao lado do ma-


rido e do neto: “meu olfato e o meu paladar estão ótimos agora. Recu-
perei meu fôlego e consigo ficar muito mais tempo na piscina”, relata.

Ambas estão “limpas” há três anos. Limpas e cheias de vida!

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Luciano Somenzari
Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom

Os caminhos que as
vacinas contra a Covid-19
percorrem em Barueri,
vindas de vários países

DO
LABORATÓRIO
AO BRAÇO
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Q uando Claudia Loise Rosa recebeu
a picada da seringa não sentiu dor.
“Senti muita emoção”, disse. O pre-
cioso conteúdo de 0,5 ml da primeira dose
da vacina Oxford/AstraZeneca injetada no
nhos que as vacinas percorrem e dos tra-
tamentos a que precisam ser submetidas
assim que chegam no município. O cum-
primento de prazos e a manutenção da
qualidade passam por uma operação que
As doses são enviadas tendo como base
o número de habitantes dos municípios. Pa-
ra tanto, o Ministério da Saúde e os gover-
nos dos estados usam o último Censo, que
é ainda de 2010, para identificar a quantida-
seu braço no início de junho serviu como se assemelha a uma estratégia de guerra. de de moradores. Ocorre que a população
alívio no corpo e pesar na memória. Meses Guerra contra um inimigo invisível e letal, de Barueri cresceu vertiginosamente nos
antes Claudia tinha perdido quatro paren- o novo coronavírus. últimos 11 anos, o que obriga a Secretaria de
tes para a Covid-19 no estado da sua lon- Saúde a fazer reiterados pedidos de doses
gínqua terra natal: o Rio Grande do Norte. Quem explica em um primeiro mo- extras ao governo do estado. E este é o “se-
mento os percursos e a complexa rede de gundo gargalo”, explica Rosana.
Das cidades de João Câmara e Bar- planejamento, organização, registro de
celona do estado potiguar, onde morre- dados, acondicionamento, segurança e Quando as vacinas chegam a Barue-
ram seus quatro familiares, até Barueri, distribuição dos imunizantes é a coorde- ri são acondicionadas primeiramente em
onde ela reside e foi vacinada, são 2.969 nadora da Vigilância em Saúde da Secre- uma grande câmara de conservação que
km e 2.809 km, respectivamente. Distân- taria Municipal de Saúde (SMS) de Barueri, controla a temperatura e mantém rigo-
cias que ela conhece bem, assim como co- Rosana Perri Andrade Ambrogini. rosamente as propriedades dos imuni-
nhece um pouco os longos trajetos pelos zantes. Depois disso, a distribuição se dá
quais as diferentes vacinas percorrem até A vinda das vacinas de diferentes paí- a partir das sete horas da manhã, quan-
chegar aos braços das pessoas. “Gosto de ses é o “primeiro gargalo” na distribuição. do equipes da Saúde, cada qual compos-
acompanhar o noticiário e sei que as vaci- “Elas chegam ao Brasil e o Ministério da ta por motorista, técnico de enfermagem
nas vêm de muitos países diferentes.” Saúde faz a distribuição para os estados e e escolta de segurança feita pela Guarda
estes para os municípios usando sempre o Municipal, levam as doses, também acon-
Mas Claudia não fazia ideia dos cami- critério populacional”, informa.  dicionadas em caixas portáteis de conser-

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vação, para 13 Unidades Básicas de Saúde
e três polos de vacinação especialmente
montados na pandemia (Arena Barueri,
Centro de Eventos e Ginásio de Esportes
Parque dos Camargos).

A temperatura das vacinas, que tem


de estar entre dois e oito graus celsius, é
monitorada o tempo todo nas caixas tér-
micas usadas no transporte e em cada câ-
mara de conservação presente ainda nas
UBSs e nos polos. Também são conferidas
a validade e o lote de cada leva de vacinas
que chegam. Tudo devidamente registrado
no SIS (Sistema de Informação da Saúde),
cujas informações ficam disponíveis para
os governos Federal, Estadual e Municipal.

A alusão à guerra não é por acaso. Pa-


ra movimentar toda essa máquina de dis-
tribuição e conservação a Administração
Municipal tem de dispor de um batalhão.
Cerca de 90 funcionários administrativos;
77 Enfermeiros; 214 técnicos de Enferma-

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Salvando vidas!
gem e seis motoristas. Soma-se ainda os Já que estamos falando de guerra, à
funcionários das Secretarias de Seguran- frente desse “exército” em Barueri estão,
ça e Mobilidade Urbana, de Educação, de além de Rosana Perri, da Vigilância, e Da-
Esportes e da Fieb (Fundação Instituto de niela Aparecida, do Agendamento, o se-
Educação de Barueri). cretário de Saúde, Dionísio Alvarez Ma-
teos Filho, a diretora de Enfermagem,
Junto com isso vem também o gran- Fernanda Medeiros, e a assessora do Ga-
de desafio enfrentado pela maioria dos binete da Saúde, Iris Florêncio.
países, incluindo o Brasil e, naturalmen-
te, Barueri, que é procurar administrar Na folha corrida da experiência desses
com absoluta eficiência a quantidade de profissionais está registrada a história re-
doses das vacinas que chegam paulati- cente da vacinação em Barueri. Ações peri-
namente ao município. E a razão disso é ódicas ou constantes de vacinação contra
simples. A produção mundial não aten- febre amarela, poliomielite, sarampo, téta-
de de uma vez a necessidade de imunizar no, hepatite, gripe Influenza (só para ficar
toda a população.  em algumas doenças) passaram e passam
pelo crivo e pela atuação de todas elas.
Por isso é fundamental o trabalho de
agendamento. Quem explica desta vez é De toda forma, esse longo e necessário
a responsável pelo Núcleo de Agendas caminho que as diferentes vacinas contra
da SMS, Daniela Aparecida Rosendo de a Covid-19 percorrem certamente possibi-
Souza. “O agendamento é feito para ga- litará que a segunda dose esteja disponí-
rantir a disponibilidade de doses, evitar vel para Claudia Loise, marcada para o dia
deslocamentos desnecessários à procu- 6 de setembro. A partir desse dia, ela com-
ra do imunizante, além de evitar aglome- pletará seu ciclo de imunização, um desti-
ração, trazer maior conforto, agilidade e no bem diferente dos seus parentes mor-
segurança à população”. tos pela Covid. Que assim seja!

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UM SONHO
UMA VIDA
Agosto 2021 Votupoca 13
Jorge Ferreira
Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom

PEDRO OUVE
PELA PRIMEIRA VEZ 
D ia 23 de junho de 2021. A emoção
tomou conta de Pedro Jambas de
Oliveira, de seus pais, Guilherme e
Flávia, e da fonoaudióloga Carolina de Go-
doy, que foi chamá-lo por trás para ter cer-
A interação com o irmão,
que já era boa, melhorou
teza de que ele estava reagindo aos sons
captados pelo aparelho auditivo recém-
-instalado.

O vídeo dele admirando tudo à sua vol-


ta e interagindo com todos os sons que
substancialmente e a
identificava já tem milhares de visualiza-
ções nas redes sociais. Pedro tem cinco
anos e devido às dificuldades de interação,
família voltou a sorrir
seus pais chegaram a pensar que estives-
se com ciúmes do irmão Benício, dois anos
mais jovem, e até que fosse autista. 

Os pais, moradores da Aldeia de Ba- lia voltou a sorrir. “Às vezes ele se incomoda
rueri, só descobriram que ele tinha “surdez com sons muitos altos, mas está bem adap-
severa bilateral” ao submetê-lo em janei- tado”, confidencia o pai.
ro deste ano ao BERA (Potencial Evoca-  
do Auditivo) no Centro de Diagnósticos de A surdez no Brasil e no mundo
Barueri.  O exame realizado gratuitamente  Dados do último censo do IBGE (Insti-
avalia a integridade das vias auditivas.   tuto Brasileiro de Geografia e Estatística)
apontam que cerca de 10 milhões de pes-
“Foi um alívio descobrir a verdadeira soas têm algum problema de surdez. Des-
causa. Agora podemos direcionar as ações tes, 27% nada ouvem. 
de tratamento para que ele aprenda a fa-
lar o mais rápido possível”, desabafa Flá- Os problemas acarretam dificuldades
via. Ela e o marido têm de conciliar as ati- de cognição (somente 7% deles têm curso
vidades on-line do filho – consultas com superior concluído e 32% sequer são alfa-
a fonoaudióloga e as aulas de Libras (Lin- betizados). As empresas costumam rejei-
guagem Brasileira de Sinais) - com suas tá-los e muitos se tornam empreendedo-
jornadas de trabalho. res como forma de sobrevivência. 

Pedro está se dando bem com o apa- A Organização Mundial da Saúde (OMS)
relho, que é moderno e funcional e só de- prevê que haverá 2,5 bilhões de pessoas com
ve ser retirado na hora do banho e de dor- problemas auditivos até 2050. 60% dos ca-
mir. A interação com o irmão, que já era sos podem ser evitados, mas pouco tem sido
boa, melhorou substancialmente e a famí- investido no tratamento das doenças.

14 Votupoca Agosto 2021


Os sons agora fazem
parte da nova vida do
pequenino Pedro  

 
O som do mundo 
A Secretaria dos Direitos da Pessoa
com Deficiência de Barueri (SDPD) traba-
lha na reabilitação de pessoas com as mais
diversas deficiências. Os AASIs (aparelhos
de amplificação sonora individual) retro-
auriculares doados a Pedro têm garantia
de um ano contra defeitos de fabricação.
O usuário é monitorado periodicamente e
também recebe suporte técnico. 

A SDPD entregou 646 aparelhos à po-


pulação de Barueri em 2020. O secretário
Carlos Roberto da Silva, o professor Car-
linhos, afirmou: “O objetivo da Tecnolo-
gia  Assistiva é proporcionar qualidade de
vida ao usuário. Receber o aparelho audi-
tivo nesse momento (enquanto é criança) é
fundamental para o Pedro  garantir o seu
desenvolvimento de fala e linguagem”.

Agosto 2021 Votupoca 15


Jorge Ferreira
Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom

“Para mim é motivo de orgulho”


16 Votupoca Agosto 2021
Jorge Ferreira
Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom

Calculado
Paixão pela matemática se transforma em proteção contra pichações no Jardim Silveira

Q uem passa pela íngreme Rua Al-


berto Sagges no Jardim Silveira
para um pouco para descansar e
para apreciar o muro da casa de José Gon-
zaga, 64 anos, professor de matemática
pital paulista em 1977 e começou a tra-
balhar como ajudante em uma grande
empresa química, que pagava parte dos
estudos para os funcionários que qui-
sessem se formar.
te ao magistério.

Completou 25 anos de atividades do-


centes e se aposentou há pouco mais
de um ano. Possui um canal no Youtube
aposentado da rede municipal de Barueri. (“Matemática com Gonzaga”), onde posta
Ele aproveitou muito bem o incentivo, vídeos para esclarecer dúvidas de candi-
As fórmulas de radiciação, tabelas de ainda que chegasse em casa por volta da datos ao Enem, aos vestibulares etc.
juros simples e compostos, teoremas de meia-noite e tivesse que acordar para tra-
geometria e expressões algébricas to- balhar poucas horas depois. Mudou-se pa- Gonzaga é casado com Marlene, pro-
mam quase toda a extensão dos 10 me- ra Barueri depois que se casou, em 1985. fessora de História nos ITBs (Instituos
tros da entrada. Pura paixão pela ciência? Técnicos de Barueri) do Jardim Belval e do
Aprovado em concurso público, lecio- Jardim Mutinga. Eles têm dois filhos adul-
“Em parte, sim”, responde Gonza- nou na Escola Dalva Fogaça por 19 anos, tos, profissionais de TI (Tecnologia da In-
ga. “Sou um apaixonado pela matemáti- mas não abandonou a empresa inicial, formação). Quando houver a reforma da
ca, mas resolvi mandar fazer essa pintu- onde permaneceu por 23 anos e chegou pintura, vão trocar o tema para persona-
ra para que os pichadores parassem de ao cargo de comprador. Somente em gens históricos ou artigos de computa-
emporcalhar o meu muro”, complementa. 2000 passou a se dedicar exclusivamen- ção? Quem viver, verá!
Deu certo: já se passaram mais de quatro
anos e nenhum pichador apareceu para
“atropelar” (cobrir) o trabalho. Seriam eles
também apaixonados pela matemática?

“Muitas pessoas me chamam para co-


mentar sobre as fórmulas do muro. Alguns
estudantes pediam para tirar fotos. Não
me incomoda, muito pelo contrário. Pa-
ra mim é motivo de orgulho”, comenta ele
entusiasmado sobre a universalidade da
matemática.

Gonzaga entregou as fórmulas para o


grafiteiro Rafael Rafhê, que também é do
Silveira. Ele, que demorou menos de duas
horas para concluir o trabalho, comenta
o pedido inusitado do cliente: “Tenho 20
anos de experiência com o grafite. Nunca
recebi uma encomenda parecida”.

Sobre José Gonzaga


Nascido em Sergipe, chegou na ca-

Agosto 2021 Votupoca 17


É PRECISO
INOVAR. E nquanto veste estrategicamente o
manequim na porta da loja com um
vestido da estação, Francisco re-
flete silenciosamente sobre uma palavra
que aparece cada vez mais em sua rotina
de pequeno empresário: inovação. Trau-

MAS COMO?
matizado após três meses fechado, devi-
do as medidas de contenção do novo co-
ronavírus, o comerciante busca soluções
para assegurar a permanência da Joia Mo-
das, sua loja de moda feminina localizada
no Centro de Barueri.
Quem observa o esmero e a dedicação
ao negócio nem imagina que ser comer-
ciante não foi o sonho original de Fran-
cisco Antônio Mendes Macedo, hoje com
49 anos. A oportunidade veio ao ser de-
mitido da empresa de resina onde era
conferente há 18 anos. “Querendo ou não
acabamos nos acomodando naquilo, a
Inovar é a palavra de ordem, demissão foi uma surpresa pra mim”, con-
principalmente em cenários ta o piauiense que escolheu Barueri há 21
anos pra viver com sua família.
de crise. Os grandes têm Depois de muito pensar e até de fazer
acesso a experts e ótimas um test-drive na loja que o amigo tenta-
va lhe vender, Francisco resolveu enca-
ferramentas, mas e rar o desafio. O ano era 2017. E adivinha?
os pequenos negócios, Pegou gosto! “Hoje só penso em expandir
como podem se mais e mais, tanto as unidades da Joia Mo-
das, que planejo abrir pelo Brasil, quanto o
reinventar tendo meu conhecimento. Não me vejo mais tra-
poucos recursos? balhando pros outros”, sentencia.

Francisco em sua loja de roupas no Centro


de Barueri Expert das redes, Roni investe
18 Votupoca Agosto 2021 em inovação, tecnologia e futurismo
Aliz Lambiazzi
Fotos: Benjamim Sepulvida / Secom

O novo empresário da cidade, assim trolar e ver o que quer atingir. Por isso que res. Se a grana estiver curta, aposte nas
como todos os outros, só não contava a internet hoje é um canal mais democrá- permutas em troca de divulgação.
com uma coisa: uma pandemia. “Tivemos tico, porque você tem várias formas de im-
que fechar as portas por três meses, e sen- pacto dentro dela, várias ferramentas e Público-alvo
do o nosso único ganha-pão, foi uma si- preços acessíveis.” Roni também ensina a identificar seu
tuação preocupante”, recorda. Ele ainda público-alvo nesse mar de gente surfan-
batalha para se recuperar de uma queda Como? do na internet.
de mais de 80% no faturamento e, claro, Para ajudar os pequenos empresários - Identifique quem são seus principais
tem buscado aprender com a experiência a trilharem o caminho das pedras nessa concorrentes e verifique quem são as pesso-
traumática. E é aí que se depara com a ne- inserção virtual, Roni dá dicas valiosas pa- as que interagem com eles. Com isso é possí-
cessidade de inovar. Mas como? ra começar: vel ter uma percepção de quem é quem.
1 - Saber se comunicar com seu públi- - Se você tem venda ou ao menos tráfe-
Mira na internet co é um ponto primordial, e para isso tam- go no seu site, use e abuse do Google Analy-
Investir na internet é o caminho. Pe- bém é necessário utilizar as linguagens de tics, que dá um detalhamento bem completo
lo menos é nisso que o jovem empresá- internet, que é um ambiente mais jovem. de quem está acessando esse canal.
rio Roni da Silva Souza aposta para fazer 2 – Ter a mente aberta e usar as fer-
das empresas de seus clientes um suces- ramentas que estão em alta, adaptando a Quando puder, invista
so. Para ele, inovar não deve ser um passo linguagem e marcando presença nas plata- Para encerrar, Roni faz questão de res-
desesperado, mas um hábito, e para isso formas que a web pede em cada fase dela. saltar que, conforme as coisas forem me-
investe há 10 anos em inovação, tecnolo- 3 – Investir tanto em tráfego orgânico lhorando, é indicado profissionalizar sua
gia e futurismo para alavancar negócios. quanto pago. presença na internet. “Todo mundo pode
“O correto é sempre buscarmos alterna- 4 – Capriche nas postagens (textos, fazer, mas quando a empresa começa a ter
tivas, mesmo com cenários perfeitos”, cha- fotos, vídeos, conteúdos em geral), use a sucesso com isso é importante buscar um
ma a tenção o mandatário do Grupo Ele- criatividade. profissional, porque o embasamento é pri-
fante Rosa e da mais nova empresa do 5 – Tenha humildade para procurar mordial. Num primeiro momento, com pou-
grupo, a Viralizou, nas quais ele angaria aprender aquilo que você não sabe. ca grana, a gente sabe que não tem proble-
clientes de grande porte, como Rakuten, 6 – Explore os recursos existentes no ma o próprio dono ir lá fazer, é só ter força
Buscapé, Dermosec e Afilio, dentre outras. momento: redes sociais, comunicadores de vontade, mas com o tempo, estar junto
Roni, morador de Barueri e ex-aluno como o WhatsApp e outros, serviços de com um bom profissional que entenda de
da Fieb, sabe do que está falando. Ape- entrega, aplicativos, parcerias etc. métricas vai ajudar a alavancar muito mais
sar de ter apenas 28 anos, acumula vá- 7 – Faça parcerias com influenciado- o negócio”, finaliza.
rios prêmios no segmento de marketing
digital, como o de Melhor Profissional de
Marketing do Brasil e Melhor Profissional
de Afiliação do Brasil (Digitalks e Afiliados
Brasil), dentre outros.
Apesar de sua vasta experiência com
grandes nomes, o empresário garante que
pequenos negócios, inclusive de nichos mais
tradicionais, podem – e devem - adaptar-se
aos novos modelos baseados no virtual.
A presença on-line é uma das teclas
em que Roni bate, baseado em dados. “Há
cerca de quatro anos, mais de 50% das
compras eram feitas através do desktop.
As pessoas até olhavam o produto pelo
mobile, mas elas tinham muita inseguran-
ça em efetivar a compra por ali. E há mais
ou menos dois anos, as transações via
mobile já ultrapassam os 80%”, justifica.
A maleabilidade da internet também é
citada por Roni como um facilitador. “Vo-
cê pode investir de 100 reais a 100 mi-
lhões. Claro que o retorno é de acordo com
o investimento, mas você consegue con-

Agosto 2021 Votupoca 19


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