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Enfermagem Aqui
Paciente Crítico I
Assistência de Enfermagem a Pacientes
Críticos com Patologias Clínicas Renais
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Revisão Técnica:
Prof.ª Dra. Raquel Josefina de Oliveira Lima
Assistência de Enfermagem a Pacientes
Críticos com Patologias Clínicas Renais
Objetivos
• Demonstrar a aplicação do conhecimento teórico na Prática Assistencial de Enfermagem;
• Incentivar o raciocínio sistematizado do Processo de Enfermagem;
• Conhecer os cuidados de Enfermagem do portador de doenças renais.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Assistência de Enfermagem a Pacientes Críticos com Patologias Clínicas Renais
Contextualização
A assistência de Enfermagem aos pacientes com comprometimento renal em Uni-
dades de Terapia Intensiva acontece de forma mais abrangente, pois o paciente requer
cuidados não só voltados para a questão renal, mas também envolvendo toda a situação
de complexidade do quadro clínico.
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Avaliação do Sistema Renal
O primeiro passo para a adequada implementação da Assistência de Enfermagem
é a realização da avaliação do sistema renal e, nesse sentido, busca-se identificar se os
rins estão realizando de forma adequada e eficiente suas múltiplas funções (MORTON;
FONTAINE, 2019).
Dessa forma, o Enfermeiro deve utilizar da Sistematização da Assistência de Enfer-
magem para que possa avaliar o indivíduo na sua totalidade ou seja, céfalo podálico,
vez que ter informações sobres os demais Sistemas será fundamental para a avaliação
da função renal.
• Sinais e sintomas;
História • Tratamentos e respostas apresentadas;
• Histórica clínica, familiar e medicamentosa.
A seguir, vamos detalhar alguns aspectos a serem observados no exame físico com
foco em obter dados objetivos que darão subsídios para esclarecer a história clínica.
Nas situações em que o paciente está em risco para excesso de volume vascular, é
necessário pesquisar: hipertensão e presença de estertores que podem se indicativos de
edema de pulmão, presença de estase jugular, congestão e hepatomegalia, insuficiência
cardíaca congestiva e dispneia. Já o excesso de volume de líquido extravascular poderá
determinar a presença de edema nos pés, tornozelos, mãos e dedos, periorbitário, sacral
e ascite (MORTON; FONTAINE, 2019).
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Antes de iniciar o exame físico, reveja o prontuário e fique atento(a) aos resultados
dos Exames Laboratoriais que poderão auxiliar a identificar dados que precisam ser
acompanhados no exame físico.
Vamos ao exame físico??
Figura 1
Fonte: Reprodução
Equilíbrio
hidroeletrolítico
Figura 2
Fonte: SEIDEL, 2007
Figura 3
Fonte: revistaeletronicafunvic.org
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Avalie a hidratação, inspecionando a língua e as mucosas na boca,
observando a presença/diminuição de saliva.
Na avaliação do pescoço, observe o quadro de estase jugular, colo-
cando o paciente quase sentado, em ângulo de 30⁰ a 45°, e o ingurgi-
tamento da veia da jugular externa pode ser indicativa de sobrecarga
de líquidos.
Equilíbrio
hidroeletrolítico
Figura 4
Fonte: Getty Images
Avaliação parte
posterior do tórax
Figura 5
Fonte: JARVIS, 2012
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Avaliação parte
posterior do tórax
Figura 6
Fonte: MORTON; FONTAINE, 2019
Fique atento(a) à ausculta dos sons das artérias renais para investigar
a presença de sopros que se assemelham a um ruído de assopro ou
esguicho, como no sopor cardíaco.
A presença de sopro renal pode indicar estenose renal, o que pode
levar a fluxo sanguíneo diminuído para o Rim, podendo desencadear
uma lesão renal aguda ou crônica:
Avaliação
Abdominal
Figura 7
Fonte: JARVIS, 2012
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Avalie a presença de ascite. Meça a circunferência abdominal e faça o
Teste de Piparote para confirmar presença de líquido abdominal:
Avaliação
Abdominal
Figura 8
Fonte: JARVIS, 2012
Palpar aborda hepática para investigar aumento do fígado:
Figura 9
Fonte: JARVIS, 2012
Nesse sentido, saber como estava a função renal do paciente antes da internação é
um dado de grande relevância, não só para o diagnóstico da LRA, mas também para a
prevenção da lesão.
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Cuidados de Enfermagem aos
Pacientes com Comprometimento Renal
Vamos abordar os Cuidados de Enfermagem direcionados ao paciente em uma Uni-
dade de Terapia Intensiva e, também, em um Serviço de Terapia Renal Substitutiva
(TRS) Ambulatorial.
Hemodiálise
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Assim:
• Hipercalemia: é a elevação do potássio no sangue, que é silenciosa, mas poten-
cialmente fatal. Portanto, todos os medicamentos e líquidos ministrados a esse
paciente devem ser verificados quanto à presença de potássio. Deve-se, também,
monitorar a função cardíaca e a condição hidroeletrolítica desse paciente;
• Controle hídrico: deve ser monitorado com rigor o aporte de líquidos ministrados
(usar o mínimo de diluente nos medicamentos), edemas, débito urinário, balanço
estase jugular, alterações nas bulhas cardíacas, sons respiratórios e dificuldade para
respirar. Importante pesar diariamente e o registro adequado do balanço hídrico.
a) Cuidado com a pele: Preste atenção ao cuidado com a pele do paciente.
Devido ao edema, ela pode estar seca ou sofrer lesão, o que pode se agravar
devido ao prurido decorrente do depósito de toxinas irritantes nos tecidos. Os
cuidados devem estar relacionados a manter a higiene corporal, a pele hidra-
tada, mudança de decúbito, medidas de conforto e unhas curtas e limpas para
prevenir escoriações (devido ao prurido);
b) Promoção da função pulmonar: Monitorar a função pulmonar, estimular ou
realizar mudança de decúbito frequente, estimular tosse e respiração profunda
para prevenir a atelectasia e infecções de trato respiratório;
c) Apoio psicossocial: O apoio e a Assistência ao paciente e a família devem
ser considerados. Suas necessidades psicossociais não podem ser esquecidas
diante de tantas atribuições que o enfermeiro tem em uma Unidade de Terapia
Intensiva. Esse paciente está vivenciando um momento muito crítico em sua
vida. Talvez seja necessário ser submetido à terapia dialítica, que pode aconte-
cer mais de uma vez. Portanto, ele e a família necessitam de orientação sobre
sua situação. O médico faz a orientação sobre o tratamento, porém, devido ao
medo e à ansiedade, podem precisar de uma nova orientação e de esclareci-
mentos por parte do enfermeiro;
d) Prevenção de infecção: Monitorar sinais e sintomas de infecção faz parte da
função da Enfermagem. Esse controle é de suma importância devido ao risco
de aumento do metabolismo, que pode agravar ainda mais o quadro desse
paciente. Portanto, todos os procedimentos devem ser realizados com rigor
técnico a respeito dos preceitos de assepsia, principalmente, no manejo de
cateteres e sondas.
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Sistematização da Assistência de
Enfermagem ao Portador de Patologia
Relacionada ao Sistema Renal
A Assistência ao Portador de Doença Renal segue o mesmo padrão de elaboração e
implementação da SAE para qualquer outro tipo de agravo à saúde.
Para que a SAE não ficasse repetitiva, optamos por elaborar a sistematização voltada
ao doente renal independente da etiologia.
Histórico de Enfermagem
Faz parte do histórico a avaliação das alterações urinárias e dos exames complemen-
tares (de imagem e laboratoriais) e observar o volume urinário, a hematúria, a baixa den-
sidade urinária e a redução de sódio na urina. Importante monitorar a creatinina e a
ureia para determinar a função renal, bem como a progressão da perda da função renal.
Prestar atenção ao nível do potássio sanguíneo, pois o estado de oligúria ou anúria au-
menta o risco de hipercalemia, bem como à monitoração cardíaca, pois a hipercalemia
pode provocar arritmias e taquicardia ventricular, levando à parada cardíaca (BRUNNER;
SUDDARTH, 2020)
O Enfermeiro deve estar atento e monitorar as seguintes fontes de potássio, que podem
estar no consumo nutricional, catabolismo tecidual normal, determinados medicamentos,
sangramento no trato gastrointestinal ou transfusão sanguínea.
Sendo assim, será necessário observar a redução ou as alterações renais nos exames
de imagens.
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Metas
Traçar metas mensuráveis e viáveis conforme o histórico e a evolução do quadro
clínico do paciente:
• Manutenção do peso corporal ideal, sem excesso de líquidos;
• Manutenção de um aporte nutricional adequado;
• Conhecimento aumentado sobre a condição e o tratamento relacionado;
• Ausência de complicações;
• Melhora na mobilidade física;
• Preservação da integridade da pele e mucosas (NOC, 2020).
Prescrição/Intervenção de Enfermagem
As intervenções de Enfermagem devem estar compatíveis com os DEs e as metas.
Destacamos, a seguir, algumas das intervenções:
• Avaliar o estado hídrico;
• Pesar diariamente;
• Observar turgor da pele e presença de edema;
• Realizar balanço hídrico;
• Observar distensão das veias jugulares;
• Monitorar pressão arterial e frequência cardíaca;
• Limitar o aporte de líquidos para o volume prescrito;
• Manter a cabeceira elevada em ângulo de 45º;
• Verificar a posição da sonda gástrica ou enteral antes de ministrar a dieta;
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• Observar, anotar e comunicar presença de sinais flogísticos no local de inserção
do CVC;
• Avaliar o padrão miccional;
• Proteger proeminências ósseas;
• Monitorar a contagem de hematócrito e hemoglobina, quando indicado;
• Monitorar os níveis séricos de potássio, notificar se o valor for superior a 5,5 mEq/l;
• Avaliar o paciente quanto à fraqueza muscular e diarreia;
• Monitorar alterações do ECG (ondas T altas e em tenda e QRS alargado) (NIC, 2020).
Encerramos nosso aprendizado desta Unidade. Nela, você aprendeu como avaliar o pa-
ciente com foco em pontos importantes do exame físico que lhe possibilitarão identi-
ficar possíveis danos à função renal, bem como os exames mais comumente utilizados
nesta avaliação.
Foram destacadas, ainda, as Terapias Renais Substitutivas e a Assistência de Enfermagem
voltada ao paciente portador de doença renal em Unidade de Terapia Intensiva.
Como se pode observar, a Enfermagem tem papel preponderante na recuperação da saúde
desse paciente e o Enfermeiro Intensivista é fundamental no que diz respeito à identifi-
cação de sinais e sintomas sugestivos de LRA de forma a identificar a alteração ainda no
início do processo, o que possibilitará maior sucesso no tratamento e na recuperação renal.
O uso da Sistematização da Assistência é ferramenta fundamental nesse processo que,
associada às Taxonomias NIC e NOC, irão nos possibilitar cuidar com base e evidências cien-
tíficas, contribuindo, assim, para um cuidado seguro, padronizado e de qualidade.
Espero que possa aplicar seus novos conhecimentos na Assistência a esses pacientes.
Um abraço!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos
RIELLA, M. C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos. 6.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018. 1136 p.: il.
Vídeos
Desafios da Enfermagem em Nefrologia durante a Pandemia
https://youtu.be/mptxSW1nKes
Leitura
Portaria Nº 1.168, de 15 de Junho de 2004
https://bit.ly/3AckfjH
Insuficiência Renal Crônica e os Principais Diagnósticos e
Intervenções de Enfermagem: Revisão Bibliográfica
https://bit.ly/3lt9e9y
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Referências
BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. Traduzido por
José Eduardo Ferreira de Figueiredo. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.
SEIDEL, M. et al. Mosby Guia de exame físico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
YU, L. et al. Nefrologia intensiva. Rio de Janeiro: Roca, 2018. 392 p. il.
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