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Stephanurus dentatus

Eduarda Barcelos, Karine Motta, Lorena Dias, Luisa Sodré

O Stephanurus dentatus, nematódeo da família Strongyloidea é um parasito renal em suínos, causador da


doença estefanurose, capaz de causar danos no fígado, pulmões e rins (onde se alojam). É considerado um
parasito de grande importância econômica na produção de suínos, por condenar carcaças parasitadas,
impossibilitando a comercialização das mesmas.

• Morfologia e Taxonomia

Reino Animalia
Filo Nematoda
Classe Secernentea
Ordem Strongylida
Superfamilia Strongyloidea
Familia Syngamidae
Gênero Stephanurus
Espécie Stephanurus dentatus

Robustos - Machos: 2,0 a 3,0 cm • Fêmas: 3,0 a 4,5cm;

Coloração acinzentada; Cutícula fina permite visualização órgãos internos

Cápsula bucal em forma retangular, duas projeções cuticulares anteriores, com coroa frangeada e dentículos
em sua base;

Os machos apresentam bolsa copuladora com raios curtos e atrofiados e dois espículos de tamanho curto.

• Ciclo biológico
Oral
1- O parasito adulto habita a região perirrenal do hospedeiro adulto (suíno), se conectando diretamente ou
indiretamente (através de um canal conector) com o ureter, que durante a ovopostura, os ovos são
excretados para o ambiente junto à urina;
2- No ambiente, os ovos eclodem e passam por três estágios evolutivos larvais, L1, L2 e L3, sendo L3 a
forma infectante;
3- L3 é ingerida pelo hospedeiro paratênico (geralmente anelídeos), que é ingerido pelo hospedeiro
definitivo junto às larvas
*Também há a possibilidade da ingestão livre de L3 pelo hospedeiro definitivo.
4- Já dentro do hospedeiro definitivo, há a muda imediata de L3 para L4 que entra na corrente sanguínea,
indo para o fígado, onde ocorre a muda de L4 para adulto, que migra pelo parênquima hepático entre 3
e 9 meses;
*Também pode ocorrer a migração errática, onde o parasito migra para o intestino.
5- Após esse período de migração, o parasito adulto rompe a cápsula hepática, onde migra pela cavidade
peritoneal rumo à região perirrenal;
6- Já na região perirrenal, o parasito adulto permanece alojado dentro de um cisto.

Cutânea

1- L3 penetra ativamente pela pele lesada do hospedeiro;

2- L3 migra para o pulmão, onde ocorre a muda para L4, permanecendo por cerca de 40 dias

3- Após esse período, a L4 entra na corrente circulatória, passando pelo coração e chegando ao fígado
através da aorta, onde à partir deste momento o ciclo é o mesmo que o oral.

• Patogenia
No fígado: As larvas são as principais causadoras da patogenia da estefanurose, pois graças a sua migração
pelo parênquima hepático, ela é capaz de causar danos graves ao fígado, podendo gerar cirrose, trombose de
vasos hepáticos, ascite em alguns casos, e em hospedeiros com alta carga parasitária, pode gerar um quadro
agravado de cirrose, levando à insuficiência hepática.

Nos rins: Embora o Stephanurus dentatus habite mais comumente a região perirrenal, alguns vermes
podem habitar o próprio rim, se alojando nos cálices e pelve renal, gerando lesões renais, com a gravidade
variando de acordo com a carga parasitária.

• Sinais clínicos
Geralmente os sinais em animais parasitados são subclínicos, apresentando apenas certa dificuldade para
ganhar peso. Porém em casos graves os sinais podem variar, sinais como uremia, hipertrofia de linfonodos,
perda de peso, ascite e oligúria podem ocorrer.

• Profilaxia e Tratamento
Por conta do impacto econômico que a estefanurose causa no mercado pecuário, visto que o animal passa
a ter dificuldade em ganhar peso e o descarte de carcaças parasitadas se faz necessário, métodos de
profilaxia e tratamento devem ser utilizados para que haja um manejo adequado.
O Stephanurus dentatus é cosmopolita, porém é endêmico em regiões tropicais por conta da umidade. Logo,
dentre os métodos de profilaxia o controle de higiene no ambiente em criações extensivas, visto que a
erradicação do parasito é inviável. Geralmente o tratamento de animais parasitados envolve medicamentos
como o levamisol, os benzimidazóis e ivermectina, visto que apresentam efetividade.

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