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HELMINTOLOGIA

Prof. Dra. Fernanda Chaves de Oliveira


OBJETIVOS

▪ Conhecimento da Taxonomia, Ciclo Evolutivo, Morfologia dos


parasitos de interesse veterinário;

▪ Aspectos moleculares e celulares da relação parasito – hospedeiro;

▪ Conhecimento dos métodos de diagnóstico;

▪ Principais drogas antiparasitárias;


HELMINTOLOGIA

Prof. Dra. Fernanda Chaves de Oliveira


▪ POSIÇÃO SISTEMÁTICA DOS CESTÓIDES

▪ Reino Animalia

▪ Sub-reino Metazoa

▪ Filo Platyhelminthes

oClasse Trematoda

oClasse Cestoda

▪ Filo Nematoda
FILO PLATYHELMINTHES

▪ Conhecidos como vermes chatos;

▪ Corpo achatado dorso-ventralmente;

▪ Ausência de exo e endoesqueleto;

▪ Aparelho digestivo ausente ou incompleto;

▪ Alternam o desenvolvimento entre o ambiente e o hospedeiro;


▪ Maioria das espécies é hermafrodita (monóicos);

▪ As classes de importância médica são:


➢ Trematoda (Digenea):vermes com forma de “folha ”
➢ Cestoda: vermes chatos
▪ CLASSE CESTODA

▪ Ordem Cyclophyllida

• Família Anoplocephalidae;
• Família Davaineidae;
• Família Dilepdidae;
• Família Hymenolepdidae;
• Família Taeniidae
CARACTERÍSTICAS GERAIS
▪ Todos são parasitas;

▪ Corpo semelhante a fita;

▪ Simetria bilateral e corpo achatado dorsoventralmente;

▪ O corpo é segmentado → dois conjuntos de órgãos reprodutores,


masculino e feminino
▪ Ausência dos sistemas digestório, circulatório e respiratório;

▪ Sistema nervoso simples e sistema excretor;

▪ Hermafroditas;

▪ Tamanho variado (de milimetros até metros)


▪ Acelomados:

• Mesoderme não forma cavidade;

Celoma: cavidade revestida por mesoderme


MORFOLOGIA
Região anterior
Órgãos de fixação

Região de
crescimento
(colo)

Proglótides
MORFOLOGIA DO ESCÓLEX
▪ T. saginata T. solium
Ventosas Rostelo
MORFOLOGIA DA PROGLÓTIDE
tronco
excretor
útero testículos
lateral

canais eferentes e canal deferente


bolsa do cirro

átrio genital
vagina
ovário
oviduto e oótipo
glândulas vitelinas

Pode ocorrer auto-fecundação ou fecundação cruzada


SISTEMA NERVOSO

Escólex

Penetram até a região do Estróbilo


SISTEMA EXCRETOR
FASES DO DESENVOLVIMENTO

▪ Ovos

• O ovo é um embrião hexacanto (oncosfera)


protegido por envoltórios ovulares
(embrióforo);

• A oncosfera rompe o envoltório interno e


penetra na mucosa do hospedeiro →
acúleos;

• Os vermes adultos só se desenvolvem


quando o hospedeiro intermediário é
ingerido pelo hospedeiro definitivo
Embrióforo
Oncosfera
CICLO EVOLUTIVO

cisticercóide cisticerco

▪ Tipos de Larvas:

cenuro hidátide
CICLO DE VIDA

Verme adulto Ovo


hospedeiro
definitivo

Oncosfera
hospedeiro
intermediário

Larva (um tipo larval para cada gênero):


a) Cisticercóide (Hymenolepsis, Dipylidium)
b) Cisticerco (Taenia)
c) Estrobilocerco (Hydatigera)
d) Cenuro (Coenurus)
e) Hidátide (Echinococcus)
TAENIAS
▪ Compreendem uma variedade de espécies;
▪ Diferenciação:

o tamanho do escólex,
o tamanho do rostelo,
o quantidade de ganchos
o morfologia do sistema genital de proglotes maduras

▪ Os adultos de Taenia geralmente têm menor importância em


animais domesticados; os estágios larvários é que são de
interesse veterinário.
T.saginata
T.solium
TAENIA SAGINATA; TAENIA SOLIUM

▪ Taeniarhynchus saginata, Cysticercus bovis;

➢ Tênia adulta mede 5 a 8 m de comp;


➢ Escólex não tem rostelo;

▪ Cysticercus solium

➢ 3 a 5 m de comprimento;
➢ Escólex com rostelo com quatro
ventosas;

Hospedeiro definitivo: homem


Ventosas

Taenia saginata
Escólex

Rostelo

Ventosas

Taenia solium
Taenia saginata Taenia solium

Hospedeiro bovinos suínos


intermediário
Tamanho 5-8 metros 1-4 metros
Características do Ø 1,5-2 mm Ø 0,6-1 mm
escólex 4 ventosas 4 ventosas
Dupla coroa de acúleos
inseridas no rostro
Taenia saginata Taenia solium

Número total de 1.000-2.000 700-900


proglótides
Útero de progótides 15-30 ramificações de 7-16 ramificações de
grávidas cada lado, dicotômico cada lado, forma
irregular

Ovos 80.000 40.000


Apólise Ativa, liberação de uma Passiva, liberação de
proglótide por vez grupos de 3-6
proglótides
Oncosferas se desenvolvem em
cisticercos nos músculos
Oncosferas penetram
a parede intestinal e Humanos são infectados pela ingestão de carne
atingem a musculatura infectada mal cozida ou crua
do hospedeiro
intermediário

Escólex se aderem ao intestino

Bovinos (T. saginata) e suínos (T. solium) são


infectados pela ingestão de vegetação contaminada
por ovos ou proglótides grávidas

Adultos no intestino
delgado

Proglótides grávidas são eliminadas no


ambiente pelas fezes
Cisticerco em olho de porco
LIBERAÇÃO DOS OVOS PELA PROGLÓTIDES
GRÁVIDAS

▪ As proglótides de Taenia spp. não


possuem orifício para a saída dos
ovos:

• ruptura durante a apólise (no


intestino do hospedeiro definitivo)
• expulsão durante passagem pelo
ânus
• expulsão por contração muscular
(fora do hospedeiro definitivo)
TRANSMISSÃO
▪ Dos bovinos/suínos para o homem:
❖ hábito de comer carne crua ou mal passada
▪ Do homem para o gado e para o porco:
• hábito de defecar no chão (contaminação do pasto;
porcos têm hábitos coprófagos)
• ordenha do gado (bovino) com mãos contaminadas.
DIAGNÓSTICO
▪ Inspeção dos músculos, carcaças, coração;

▪ Tamisação: fezes desfeitas para a busca de proglótides;


proglótides colocadas entre lâminas e descoradas com
ácido acético; análise das ramificações uterinas

T. saginata T. solium
▪ Pesquisa de ovos nas fezes ou na região perianal (com fita
adesiva): não é possível diferenciar T. solium de T. saginata

Problema: exames negativos


no início da infecção
TRATAMENTO
▪ Praziquantel → fase de testes para destruição dos cisticercos nos
músculos;
PREVENÇÃO
• Vigilância epidemiológica

• Não defecar no solo

• Ter hábitos higiênicos

• Não adubar o solo com fezes


animais

• Tratar o esgoto dos


matadouros e fazendas de
criação

• Inspeção da qualidade da
carne e dos produtos
agrícolas
PREVENÇÃO

▪ Congelamento das carcaças infectas a -10, por 10 dias → eficiente


para destruir os cisticercos;

▪ Agricultura: restrição de esterco humano como fertilizante;

▪ Cozimento completo da carne.


TAENIA HYDATIGENA; TAENIA OVIS

▪ Tênia grande, medindo até 5 m


de comprimento.

▪ Escólex com rostelo;

▪ Presente em cães; ovelhas

▪ Cães e canídeos selvagens são


infectados após a ingestão de
cisticerco contido no
hospedeiro intermediário
▪ Proibição de carne ovina não
cozida a cães;
TAENIA TAENIAEFORMIS
▪ Cestóide de gatos;

▪ Cerca de 60 cm de comprimento;

▪ Estágio intermediário → Cysticercus fasciolaris → encontrado no


fígado de roedores
DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO

▪ Diagnóstico → depende da demonstração de segmentos ou de


ovos de tenídeos nas fezes;

▪ Tratamento: praziquantel, mebendazol, fenbendazol

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