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Escola de Ciências da Saúde

Enteroparasitos

Prof.º Bruno B. Andrade


Objetivos de aprendizagem

✓ Identificar a morfologia das formas evolutivas.

✓ Conhecer os hospedeiros e discutir as formas de transmissão e prevenção

✓ Esquematizar o ciclo biológico dos parasitos abordados

✓ Explicar mecanismos de fisiopatogênese das doenças elencadas

✓ Ilustrar sinais e sintomas característicos

✓ Discutir a resposta imunológica direcionada a estes patógenos

✓ Propor formas de diagnóstico


Ascaris lumbricoides
• São popularmente conhecidos como lombrigas.
• Provoca a doença denominada ascaridíase

Formas evolutivas
• Ovo
• Larva
• Vermes adultos (machos e fêmeas)
Ascaris lumbricoides
Ovos
-Cor castanha-amarelada;
-Grandes e ovais (~50µm de comprimento), com massa de
células germinativas.
-Embriona no solo e forma a larva.
-Viabilidade no solo por 1 anos ou mais.

Interna: delgada, impermeável


Média: espessa, quitinosa
Externa: espessa, com rugosidades (mamilonada)

Ovos de Ascaris lumbricoides


Ciclo biológico do Ascaris lumbricoides : monoxênico

Migração sistêmica:
Ceco
Veia
Fígado
Coração
Pulmão
Faringe
Intestino delgado
AÇÕES PATOGÊNICAS
• MECÂNICA

• ESPOLIATIVA

• TRAUMÁTICA

• TÓXICA
Localizações ectópicas
- Estômago

Imagem negativa de um Ascaris no estômago (contraste radiológico).


Sintomatologia •Desconforto abdominal
•Dor epigástrica
•Naúseas
• Assintomáticos •Perda de apetite
•Anorexia
•Ranger de dentes
Pulmões
•Diarréias ou constipação
• Pontos hemorrágicos
• Edema inflamatório nos alvéolos
• Pneumonite difusa
• Exsudato alveolar
• Síndrome de Loffler
• Broncopneumonia

Larva de Ascaris nos


alvéolos
Trichuris trichiura
• Habitat – ceco
• Forma infectante- ovo larvado
• Vermes adultos medem cerca de
3 a 5cm
Trichuris trichiura
PATOLOGIAS

• ANEMIA
• DESIDRATAÇÃO
• TENESMO
• PROLAPSO RETAL
• ULCERAS E ABCESSOS
Enterobius vermicularis
Vermes adultos
•São cilíndricos
•Cor branca

Fêmeas - 1 cm e possuem a cauda


longa e afilada.

Machos - 0,3 a 0,5 cm e tem sua


extremidade posterior enrolada no
sentido ventral.
Enterobius vermicularis
Ovo
•Aspecto de “D”
•Membrana dupla e transparente
•Mede cerca de 50 x 20 µm
Enterobius vermicularis
PATOGENIA

• INTESTINO : IRRITATIVA,
INFLAMATÓRIA
• REGIÃO PERIANAL: IRRITAÇÃO,
LESÃO,
PRURIDO
• VULVA E VAGINA : IRRITAÇÃO
INFLAMAÇÃO
Ancilostomideos
Espécies Ancylostoma duodenale (Dubini, 1843)
Necator americanus (Stiles, 1902)

Parasita: no hospedeiro
Formas evolutivas dos Ovo - L1 - L2 - L3 - L4 - L5 - adulto
ancilostomídeos
Vida livre: no solo
Ancilostomideos
Ovo Larvas

Oval, cerca de 60mm;

larva
Ovos de ancilostomídeos
em duas fase de
embrionamento e com uma
larva já formada no seu
interior.
Ancilostomideos
Morfologia das formas evolutivas dos ancilostomídeos
Ancylostoma duodenaledois pares de Necator americanus: lâminas cortantes
dentes na cápsula bucal; na cápsula;
Ancilostomideos
Sintomas

“O jeca não é assim-está assim”


Larva migrans cutânea
As espécies que parasitam cães e gatos (A. braziliense, A. caninum etc.) que não conseguem
completar sua evolução na espécie humana, podem invadir a pele e nela permanecerem
algum tempo.

“bicho geográfico”
Estrongiloidíase
• Gênero: Strongyloides (>50 espécies)

• Strongyloides: “Forma arredondada”

• S.stercoralis

• Ciclo vital: Vida livre ou parasito

• Estrongiloidose ou anguilulose
Patogenia e Sintomatologia
• Disseminada:
• Imunodeprimidos;
• HTLV-1 & HIV (Estudos/ mais prevalente);
• Grande quantidade de larvas nos pulmões e intestinos;
• Rins, fígado, coração, cérebro, próstata etc.;
• Processos inflamatórios + Invasão bacteriana secundária;
• Fatal.
Teníase e cisticercose: Doenças distintas que podem ser causadas pela mesma
espécie

Teníase: fase ADULTA - Taenia solium; Taenia saginata: intestino.

Cisticercose: fase de LARVA - tecidos do Hospedeiro Intermediário.

Ciclo heteroxênico
Escólex ou cabeça: pequeno (mais ou menos 1mm de
diâmetro); responsável pela fixação na mucosa intestinal

T. solium: escólex com rostro (rostelo), acúleos e 4


ventosas.

T. saginata: sem rostro; 4 ventosas.


Ventosas
Taenia solium T. saginata

Acúleos
Métodos possíveis da infecção do homem pelos ovos da T. solium

AUTO-INFECÇÃO EXTERNA: Homem elimina proglotes - os ovos da sua


tênia são levados à boca pelas mãos contaminadas.

AUTO-INFECÇÃO INTERNA: Durante vômitos ou movimentos


retroperistálticos do intestino as proglotes da T. solium poderiam ir até
estômago - depois voltariam ao intestino delgado - liberando as
oncosferas (embrião).

HETERO-INFECÇÃO: Homem ingere, juntamente com alimentos


contaminados, ovos da T. solium de outro paciente.
QUADRO CLÍNICO

Teníase: cefaleia, dores abdominais, alteração de apetite, diarreia,


leve perda de peso, tontura, vômitos e náuseas.

Cisticercose: Principais localizações:


•SNC (CISTICERCOSE NERVOSA ou NEUROCISTICERCOSE):
cefaleia, ataques epilépticos, confusão e ataxia.
•MÚSCULO CARDÍACO (CISTICERCOSE CARDÍACA):
perturbação do ritmo cardíaco.
•GLOBO OCULAR (CISTICERCOSE OCULAR): intensa oftalmia e
perda da visão.
•MÚSCULO ESQUELÉTICO: (CISTICERCOSE MUSCULAR OU
SUBCUTÂNEA): os cisticercos nos músculos calcificam-se.
Diagnóstico laboratorial

Detecção de ovos ou proglótides nas fezes – Tamisação


Eosinofilia moderada
Hemaglutinação indireta
ELISA
Tratamento

Praziquantel
Albendazol
Niclosamida
Dexametasona
Remoção cirúrgica
Giardia sp.

Ordem Diplomonadina
Gênero Giardia

Espécie parasita do homem:


G. duodenales
ou G. lamblia ou
G. intestinalis
Homem, animais domésticos e silvestres
Formas de vida

Cistos
ovóides com parede cística (quitina)
4 núcleos (duplas estruturas internas)
Formas de vida
Trofozoíto

•piriforme com simetria bilateral


•achatamento dorsoventral DA
N
•superfície ventral - disco adesivo DA
•2 núcleos N, 2 axóstilos AX: feixes de fibras
longitudinais, 2 corpos parabasais CP (Golgi)
•4 pares de flagelos posteriores

AX CP
cisto cisto
Divisão binária
Com o alimento

trofozoito

Mucosa duodenal
Sintomatologia
Variável:
- Assintomática
- Sintomática: Diarréias brandas e auto-limitantes à
diarréias crônicas e debilitantes

1. Aguda (até 2 meses), intermitente e auto-limitante


Dores abdominais (cólicas)
Diarréia (fezes pastosas ou líquidas: muco + gordura

2. Crônica, má absorção intestinal e perda de peso

3. Crianças: diarréia crônica, dor abdominal, anorexia e


perda de peso
Mecanismo de patogenicidade

- Não ocorre invasão da mucosa

- parasitas aderem e recobrem a parede do duodeno


“tapete” (impede absorção)

- Perda de microvilosidades quando o parasita descola


diminui a absorção intestinal

- Diarreia “mecânica”

- Evidências toxina (CRP136)


Diagnóstico

Parasitológico de fezes
cistos em fezes sólidas
trofozoítas em fezes líquidas ou aspirado de duodeno
exames repetidos (3 amostras)

Imunológico
ELISA - pesquisa de Ags nas fezes
Amebas
Subphilum Sarcodina
Ordem Amoebida
Família Endamoebidae
Gênero Entamoeba

Espécies parasitas - homem


E. histolytica
E. coli Intestino
E. dispar
E. hartmanni
E. gengivalis - Cavidade bucal

patogênica
Amebas
Protozoários com inúmeros habitats:

Vida livre Vários gêneros e espécies

Parasitas Entamoeba histolytica

Comensais Entamoeba coli, E. dispar, E.


hartmanni, E. gengivalis,
Endolimax nana, Iodamoeba
Vida livre bütschlii
eventualmente Acanthamoeba, Naegleria
parasitas
E. histolytica
trofozoítos
1 núcleo, pleomórficos
citoplasma: ecto e endoplasma
multiplicação: divisão binária simples - trofozoítos
divisão múltipla núcleos - cistos
E. histolytica
Cistos
formas de resistência eliminada com as fezes
Membrana plasmática + parede cística (quitina)
1-4 núcleos (N) (divisão endomitose)
Vacúolos de glicogênio (V), Corpos cromatóides (CC) – agregados de
ribossomos
V

CC
N
cérebro
Ciclo e Patogenia

Trofozoítos
pulmões

Adesão

invasão mucosa
intestinal

fígado
fígado
Ruptura abscesso hepático

intestino
Pericárdio, pulmões, cérebro
E. histolytica
Amebíase- Formas clínicas

- Forma assintomática
- Forma intestinal (não invasiva)
- dores abdominais (cólicas)
- diarréia
- Forma intestinal invasiva
- colite amebiana aguda, desinteria grave (fezes líquidas com muco
e sangue)
-úlceras intestinais, abscessos
-pode ser grave e até fatal (grávidas e imunodeprimidos)
-Forma extra-intestinal
- peritonites (raras)
- fígado (+ comum), pulmão, cérebro, pele
E. coli
Diagnóstico
• Clínico: Pouco preciso / assintomáticos

• eosinofilia não explicada por outras causas

• pacientes em uso de corticóides

• imunossupressão
Diagnóstico
• Secreções:
• Pesquisa de larvas nas secreções (escarro, lavado bronco-
pulmonar etc.);

• Imunológicos:
• Pacientes com exames de fezes negativos;
• ELISA: altamente sensível;

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