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PARASITOLOGIA*

MÉDICA

Prof.&Dr.&Jorge&Messias&Leal&do&Nascimento
HELMINTOS

! Grupo de animais de vida livre ou parasitárias


HELMINTOS
! Hélmins: vermes
! Distribuídos nos filos
- Platyhelminthes – achatados dorsoventralmente (folhas)
- Nematoda
- Acanthocephala

OMS: 24% população infectada com GEO-Helmintos

-Crianças em idade pré-escolar e escolar


- MORBIDADE E MORTALIDADE
REFLEXÃO!!!

“O JECA NÃO É ASSIM, ESTÁ ASSIM”


Monteiro Lobato

Qual a relação com a Parasitologia?


chatos

Cilíndricos.
HELMINTOS: Filo Platyhelminthes

- Achatados dorsoventralmente, tipo folha;


- Ausência de sistema digestivo/circulatório;

Imagem:'Ascaris'lumbricoides/'Centers'for'Disease'Control'and'Prevention/'
- Apresentam simetria bilateral;
- Habitat ambientes muito úmidos, a água doce e o
mar;
- Reprodução dentro ou fora do hospedeiro;
- Vida livre, ecto ou endoparasitas

CLASSIFICAÇÃO

- Cestóides, ou vermes chatos;

Public'Domain
- Trematódeos, providos de ventosas
HELMINTOS: Filo Platyhelminthes

CLASSE - TREMATODA

• Trematódeos: Trimatodis (providos de ventosas);


• Endoparasitas;
• Ciclo biológico: Hospedeiro intermediário (molusco) e definitivo (vertebrados);
• Monoicas ou Dioicas

Schistossoma sp# Fasciola hepatica


HELMINTOS: Filo Platyhelminthes

CLASSE - CESTODA

- Cestoídeos: kestos eidos (fita semelhante)


- Endoparasitas
- São alongadas e constituídos de segmentos
- Dioicas

Taenia sp
Hymenolepis Nana
HELMINTOS: Nematoda

- Nêma ou Nêmatos: fio


- Tipos de vida e hábitat: saprófitas de vida livre,
aquáticas ou terrestres, parasitas de vegetais, de
invertebrados e vertebrados
- São cilíndricos e alongados
- Simetria bilateral
- Ausência de sistema circulatório

CLASSES

- Chromadorea
- Enoplea
HELMINTOS: Nematoda

Ascaris lumbricoides
Enterobius vermicularis
Trichuris trichiura Necator americanus
Ancylostoma duodenale
Strongyloides stercoralis

Os primeiros registros de doenças causadas por vermes parasitários,


ou helmintos, se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em
que se reconhecem descrições de tênias e lombrigas. Helmintos ou
vermes são animais metazoários muitos dos quais parasitos que
vivem em várias partes do corpo humano.
HELMINTOS

! Nematelmintos (cilíndricos) ! Platelmintos (achatados)


" Ascaris lumbricoides " Taenia solium
" Enterobius vermicularis " Taenia saginata
" Trichuris trichiura " Hymenolepis nana
" Necator americanus
" Ancylostoma duodenale
" Strongyloides stercoralis

Bio
Geo
ASCARIDÍASE
Agente&etiológico:&Ascaris'lumbricoides

• Família: Ascarididae
• Ascaris lumbricoides – Ascarídeos - Humanos
• Conhecidos vulgarmente como lombrigas ou bicha;
• Mais frequente o parasitismo no intestino delgado humano;
• Cosmopolita, condições econômicas e socio-ambientais
• Fêmea pode chegar aos trinta centímetros, enquanto o macho só atinge metade
desse tamanho;
• Ovos fertilizados desenvolvem-se facilmente e são encontrados na poeira
doméstica, terra dos jardins etc;
• Infecção se processa pelas mãos sujas ou por intermédio da água, frutas, legumes
com larvas na fase L3 (infectante)
ASCARIDÍASE
• De modo geral o macho é menor do que a fêmea da
mesma idade e sua extremidade posterior possui
forma de gancho.

• A respiração é anaeróbica.

• Os nematódeos são envolvidos por uma fina e


delicada película protetora, que é bem lisa e
resistente.

• Não possuem hospedeiro intermediário em seu


ciclo de vida. Contudo, a maioria necessita de um
estágio fora do hospedeiro humano para o
desenvolvimento dos ovos até a forma infectante.
ASCARIDÍASE

Imagens da esquerda para direita: (a) Ascaris lumbricoides/ GrahamColm/ Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported; (b) Ascaris
lumbricoides/ Centers for Disease Control and Prevention/ Public Domain
ASCARIDÍASE

Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses, Ministério da Saúde, 2005

Ascaridíase 16% - 41%

Tricuríase 11% - 40%

Giardíase 6% - 44%

Amebíase 4% - 23%

Ancilostomíase 2% - 17%

Estrongiloidíase 1% - 9%

Enterobíase 2% - 4%

Teníase 0,04% - 1,2%


ASCARIDÍASE

Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, abr./jun. 2010


ASCARIDÍASE

MORFOLOGIA: MACHOS:

- Cor leitosa
- 20-30 cm
- 2-4 mm largura

FÊMEAS:

- Cor leitosa
- 30-40 cm
- 3-6 mm largura

OVOS:

- Cor brancos
- Cor castanha em
contato com fezes
- 50-60 µm
ASCARIDÍASE
CICLO MONOXÊNICO
CICLO BIOLÓGICO
Transmissão, Período de incubação e de
Transmissibilidade
Modo de transmissão - Ingestão dos ovos infectantes do parasita,
procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes
humanas.

Período de incubação

! Ambiente - Ovos férteis até o desenvolvimento da larva infectante (L3)


- 20 dias.

! O período pré-patente da infecção (desde a infecção com ovos


embrionados até a presença de ovos nas fezes do hospedeiro) - 60 a 75
dias.

Período de transmissibilidade - Durante todo o período em que o


indivíduo portar o parasita e estiver eliminando ovos pelas fezes.

! Quando os ovos embrionados encontram um meio favorável, podem


permanecer viáveis e infectantes durante anos.
PROFILAXIA
Gerais - Medidas de educação em saúde e de saneamento.

Específicas

! Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir


vegetais cozidos e lavar bem e desinfetar verduras
cruas, higiene pessoal e na manipulação de
alimentos.

! O tratamento em massa das populações tem sido


preconizado por alguns autores para reduzir a carga
parasitária.

! Contudo, se não for associada a medidas de


saneamento, a reinfecção pode atingir os níveis
anteriores em pouco tempo.
PATOGÊNIA

PATOGÊNIA

Larvas: Lesões hepáticas:


- Focos hemorrágicos e necrose (futuro fibrose)

Lesões pulmonares:
- Pontos hemorrágicos ( passagem das larvas para os alvéolos)
- aumento dos alvéolos
- Quadro pneumônico com febre
- Tosse, dispneia, bronquite, eosinofilia
- Formação da Síndrome de Loeffer (conjunto dos sintomas acima)
- Catarro sanguinolento com presença de larvas

Aumento de eosinófilos sanguíneos e teciduais, Anticorpos IgE


específicos
PATOGÊNIA

PATOGÊNIA

Vermes Adultos:
Ação espoliadora:
- Subnutrição
- Depauperamento físico e mental

Ação tóxica:
- Edema, urticárias e convulsões

Ação mecânica:
- Irritação e obstrução intestinal

Localização ectópica:
- “áscaris errático”
- Apendicite aguda
- Pancreatite aguda
- Eliminação dos vermes pela boca, ouvido e narinas
DIAGNÓSTICO

40 dias após a contaminação


aparecem os ovos nas fezes do
paciente
ASCARIDÍASE
ASCARIDÍASE
TRATAMENTO

TRATAMENTO - MEBENDAZOL

• Posologia (acima de 1 ano de idade)


– 100 mg (5 ml) 2X dia por 3 dias ou 500mg DU.
– Repetir após 14-21 dias
– Amplo espectro de ação

• Eficácia
Ascaridíase Tricuríase Teníase
Ancilostomíase Enterobíase

100mg 2x dia 80 – 90% 75% ---------

200mg 2x dia --------- --------- 71%

300mg 2x dia --------- --------- 92%


TRATAMENTO
TRATAMENTO - ALBENDAZOL
! Ação:
"Atua no ovo, larva (+/-) e no verme adulto
! Posologia
" 400 mg (10ml) / dia por 1, 3 ou 5 dias
! Eficácia
Ascaridíase, Ancilostomíase, Estrongiloidías, Giardíase
Enterobíase, Himenolepíase Tricuríase e
Teníase
1 dia 100% --------- ---------

3 dias --------- 70% ---------

5 dias --------- >90% >85%


TRATAMENTO
TRATAMENTO – NOVAS DROGAS

! Ivermectina

! Nitazoxanida
TRATAMENTO
TRATAMENTO – IVERMECTINA

! Ação:
" Produz paralisia tônica da musculatura periférica.

! Espectro de ação:
" Ectoparasitoses – escabiose e pediculose
" Nematelmintos (não age em ancilostomídeos)

200 µg/kg/DU

EFICÁCIA
Ascaridíase: 100% The Medical Letter on Drugs and Therapeutics, 2002
Estrongiloidíase: 97% Acta Tropica, China, 2008
Enterobíase: 85%
Manual de Parasitoses Intestinais, 2005
Tricuríase: 85% Uptodate,2013
TRATAMENTO

(7,5mg/kg/dose 12/12 h)
TRATAMENTO – NITAZOXANIDA
Eficácia

Taenia'saginata
Trichuris'trichuria
Cryptosporidium'parvum
Entamoeba'hystolitica
Enterobius'vermiculares
Hymenolepis'nana
Giardia'lamblia
Ascaris'lumbricoides

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

J Egypt Soc Parsitol, 2000


Parasitol Res 2003 / J Infect Dis, 2001
TRATAMENTO
TRATAMENTO EMPÍRICO

! Sem necessidade de exame parasitológico rotineiro


! Recomenda-se o tratamento periódico em crianças de locais endêmicos
! Medida mais segura e econômica
! A cada 4 meses, 6 meses ou 1 ano dependendo da região

! Não é satisfatórios para helmintos extraintestinais;


! Paico = Chenopodium ambrosiodes ! Tem semelhança com o
efeito do albendazol (solução para tratamento em regiões
pobres)

Report of a WHO Expert Committee. Geneva, 2002


ASCARIDÍASE

MAS O TRATAMENTO EMPÍRICO ROTINEIRO NÃO


AUMENTA A RESISTÊNCIA DAS
ENTEROPARASITOSES ?
BIBLIOGRAFIAS

NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana, 13º ed., São Paulo: Editora Atheneu, 2016.

ZEIBIG, Elizabeth A. Parasitologia clínica: uma abordagem clinico laboratorial. Tradução:


Adriana Pittella Sudré. 1º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

REY, Luiz. Bases de Parasitologia Médica. 3º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.

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