Você está na página 1de 17

Enterobiose

Objetivos de aprendizagem
• Analisar os aspectos epidemiológicos da enterobiose
• Identificar as formas de vida do helminto
• Compreender o ciclo biológico da parasitose
• Conhecer as principais formas clínicas e fatores de risco associados
• Compreender a patogenia da enterobiose
• Relacionar a patogenia com os sinais e sintomas
• Estabelecer as ferramentas diagnósticas adequadas
• Conhecer o tratamento utilizado
• Compreender as medidas profiláticas no combate a parasitose
Helmintos mais frequentes em humanos
Espécie Doença Fonte de infecção Forma de transmissão Veículo de transmissão Via de penetração
Picada do Culex
Wuchereria bancrofti Filariose linfática Humanos Larva (L3)
quinquefasciatus
Pele  ok
Schistosoma.
mansoni
Esquistossomose Humanos Cercárias Água Pele  ok
T. solium e saginata Teníase Suínos e bovinos Cisticercos Carne de porco e boi Oral  ok
T. solium Cisticercose Humanos Ovos Alimentos Oral  ok
Enterobius
Enterobiose Humanos Ovos Mãos contaminadas Oral
vermicularis
Ascaris lumbricoides Ascaridíase Humanos Ovos Alimentos Oral
Strongyloides
Estrongiloidíase Humanos Larvas (L3) Solo Pele
stercoralis
Ancylostoma
Ancilostomíase Humanos Larvas (L3) Solo Pele
duodenalis
T. trichiura Tricuríase Humanos Ovos Alimentos Oral

Toxocara canis e cati Toxocaríase Cães/gatos Ovos Solo contaminado Oral


Caso clínico

A genitora de uma criança de um ano e sete meses foi trocar a fralda da filha e

encontrou pequenos vermes brancos, lembrando linhas grossas, em grande

quantidade no ânus e alguns na vulva da menina.


ENTEROBIOSE

Ovos e vermes adultos de


Enterobius vermicularis
Classificação dos parasitos causadores da Enterobiose
REINO:
Animalia

Parasitos em forma de fio (nêmatos)


FILO:
Vermes cilíndricos e alongados
Nematoda
Simetria bilateral

ORDEM: Pequeno porte; adultos de vida livre ou parasitária; boca com lábios pequenos;
cavidade bucal pequena; esôfago com pequeno bulbo no corpo, istmo e bulbo
Rhabditida posterior (rabditiforme) ou filariforme.

FAMÍLIA:
Oxyuridae

Gêneros:
Enterobius

ESPÉCIES:
• Enterobius vermicularis
• Distribuição mundial mesmo em países desenvolvidos;

Aspectos países de clima temperado mais frequente?

epidemiológicos • Afeta mais as crianças em idade escolar (5 a 10 anos) que


indivíduos adultos

• Dados epidemiológicos: Prevalência de 11,4% na Europa,


Austrália e EUA; Crianças EUA: 30%. Positividade de 30 a
89% de escolares na Inglaterra e Bélgica. No Brasil,
prevalência 22,3 a 65%.

• Indivíduos vivendo em ambientes com aglomeração

• Transmissão: ingestão de ovos de E. vermicularis


Formas de vida
Vermes adultos (Fêmeas e Machos)
• Brancos, corpo filiforme e cutícula estriada
transversalmente

• Extremidade anterior com expansões vesiculares (asas


cefálicas)

• Boca pequena, lábios retráteis; esôfago e bulbo


cardíaco
Formas de vida
Vermes adultos (Fêmeas e Machos)
• Fêmea: 0,8 a 1,2 cm x 0,4mm; extremidade posterior afilada;
vulva, vagina, úteros, oviduto e ovários. Alberga até 16 mil ovos

• Macho: 0,3 a 0,5 cm x 0,3mm. Cauda recurvada ventralmente;


Testículo, canal deferente e ejaculador, cloaca (projeção do
espículo na cópula)
Formas de vida
Ovos
• Aspecto de letra ‘’D’’ ou em forma de feijão

50 a 60μm x 20μm.

• Dupla camada, liso e translúcido

• Apresentam um larva em desenvolvimento

• Superfície: substância viscosa (aderência)


Ciclo biológico - Enterobiose
• Monoxênico

• Hábitat: Ceco e apêndice cecal

• Vermes livres ou aderidos à mucosa; fêmeas grávidas


se desprendem da mucosa

• Fêmeas grávidas na região perianal do hospedeiro


(noite)
Enterobiose:

Ingestão pelo ser humano (H.D) de ovos de E. vermicularis.


Transmissão
Modos de infecção:

Heteroinfecção (ovos em alimentos, poeira ou fômites – primoinfecção)

Autoinfecção externa (mais freq. em crianças; ato de coçar a região perianal)

Autoinfecção interna (larvas eclodem no reto e migram para o ceco) RARO

Retroinfecção (larvas eclodem na região perianal e ascendem até o ceco –


vermes adultos)
Formas clínicas e Patogenia
Período de incubação
• Fêmeas encontradas na região perianal entre 45 e 60 dias após infecção
Forma assintomática é frequente
Forma sintomática
• Relaciona-se ao grau de infecção (número de vermes)
• Prurido anal extremo
• Insônia
• Alterações neurocomportamentais (irritabilidade)
• Dificuldade de aprendizagem; rendimento escolar pode estar comprometido
• Infecções bacterianas secundárias
• Sintomas gastrointestinais; assemelhando-se a outras parasitoses
• Infestação associada a enurese (emissão noturna involuntária de urina)
• Parasitismo do sistema urinário masculino e feminino; peritonite; inflamação de órgãos
reprodutores
• Apendicites com dores abdominais
• Parasitismo ectópico (sintomas; localização-dependente); granulomas...
Diagnóstico
• Clinico
• Sintomático – prurido anal noturno; insônia, alterações neurocomportamentais. Avaliação sintomática
dos familiares e/ou ambientes frequentados. Encontro de vermes na região anal ou perianal; fezes ou
papel higiênico. Sintomatologia do parasitismo ectópico; propedêutica ginecológica

• Direto – Parasitológico
• Teste da fita gomada

(Método de Graham)
• Ovos e fêmeas de E. vermicularis

• EPF: apenas 5 a 15% dos casos


Tratamento - Farmacológico
Eliminação do parasito

Paciente e pessoas de convívio

Medicamentos sem efeito nos ovos; repetição 2x

Pamoato de pirantel (80 a 100% de eficácia)


• Contraindicada na gravidez e disfunção hepática; efeitos colaterais

Albendazol (próximo de 100%)


• Contraindicado na gravidez; ação teratogênica; efeitos colaterais

Ivermectina (85 a 100% de eficácia)


• Contraindicado na gravidez; pacientes com alterações no SNC; efeitos colaterais
Profilaxia
Manejo adequado das vestes, roupas íntimas e de cama;

Higiene das mãos; corte de unhas;

Banho diário;

Ato de coçar; levar a mão à boca;

Limpeza doméstica, se possível com aspirador de pó;

Tratamento de todos os indivíduos parasitados

Você também pode gostar