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AULA 3 – ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS

João Pedro Moretzsohn

• Proteínas são polímeros de aminoácidos e construídas a partir de níveis primários, secundários,


terciários e quaternários.
Nível estrutural primário:

• Sequência de aminoácidos que são ligados por ligação peptídica.


• Ligação peptídica:
▪ Entre o grupo amino de um aminoácido e a carboxila de outro aminoácido.
▪ O oxigênio da carboxila tem uma carga parcial negativa e o nitrogênio tem uma carga parcial
positiva, o que gera uma ressonância que leva a um aspecto de dupla ligação, fazendo com
que ela tenha uma estrutura rígida e plana (não permitindo que essa ligação possua torções
que leve a curvas).
▪ Dessa forma, o que faz com que a proteína apresente curvas (teoricamente de 180º a -180°,
teoricamente porque pode ter um impedimento estérico (dois corpos não ocupam o mesmo
espaço no mesmo tempo)) é o ângulo presente entre o carbono alfa e a carboxila ou entre o
carbono alfa e o nitrogênio. Obs: O Gráfico de Ramachandran demonstra onde podemos ter
determinados ângulos (Azul escuro=confortações plausíveis; Azul médio: limite extremo do
contato atômico; Azul claro: um dos átomos deve se flexionar, difícil de ocorrer).
Nível estrutural secundário:

• Definido por dois tipos de padrões de enovelamento que se repetem: α Hélice e Folha β.
• α Hélice: uma cadeia polipeptídica que vai dando voltas em um eixo imaginário.
▪ É necessário 3,6 aminoácidos para conseguir dar uma volta nesse eixo imaginário.,
▪ O grupo radical fica voltado para fora do eixo imaginário da α Hélice.
▪ O eixo imaginário não é um espaço vazio, não é um canal, é fechado. Isso ocorre, pois temos
átomos de tamanhos diferentes que preenchem esses espações vazios no centro da α Hélice.
▪ O que mantém a estrutura espiralizada são as ligações de hidrogênio entre o oxigênio da
carbonila de um aminoácido no nível superior com o hidrogênio do grupamento amina de um
aminoácido em um nível inferior (na sequencia de aminoácidos da cadeia polipeptídica, o
primeiro aminoácido faz Ligação de H com o quarto, o segundo com o quinto, o terceiro com
o sexto, etc.; Ademais, se o primeiro aminoácido é +, o quarto é -, para que, assim, haja uma
maior atração entre eles).
▪ Quando formamos a α Hélice, existem aminoácidos com características diferentes (como um
lado inteiramente formado por aminoácidos apolares para conseguir se relacionar com outros
aminoácidos e não com a água, por exemplo).
▪ A queratina é formada por várias α Hélices uma do lado da outra para que ela se torne mais
resistente.
• Folha β: pode haver interação entre aminoácidos que estão distantes um do outro.
▪ Sequencias de aminoácidos que não se espiralizaram (planos) se ligam umas as outras por
mieo de ligações de hidrogênio (H da amina com O da carbonila), formando um aspecto de
rede.
▪ Padrão paralelo: Extremidades aminoterminais se ligam entre si e as extremidades
carboxiterminais se ligam entre si.
▪ Padrão antiparalelo: Extremidades aminoterminais de uma sequência se liga na
extremidade carboxiterminal de outra sequência.
▪ Nos desenhos observamos as setas para sabermos se é paralela ou antiparalela.
▪ Na fibroína da seda temos uma estruturação Folha β antiparalela. Além disso, há uma
conformação beta: uma folha beta em cima de outra). A fibroína é rica em glicina e alanina
(grupos radicais pequenos), o que permite as folhas betas realizarem essa interação (uma em
cima da outra), o que dá um aspecto macio.
• Dobras β: são dobras de 180º que envolvem 4 aminoácidos sendo a prolina (no tipo I) ou a glicina
(no tipo II) que conectam as Folha β com as α Hélice.
• Hélices do colágeno: outro padrão de enovelamento; é diferente de α Hélice.
▪ Específica do colágeno.
▪ A α Hélice gira para direita, enquanto a hélice de colágeno gira para a esquerda.
▪ A cada volta da α Hélice são 3,6 aminoácidos, na hélice de colágeno são 5,6 (mais esticada).
▪ O Colágeno é formado por 3 hélices de colágeno enoveladas entre si por Ligação de
Hidrogênio.
• As proteínas são formadas por algumas sequencias de α Hélice e algumas sequências de Folha β. Ou
exclusivamente de uma ou outra. Além disso, existem no sequenciamento das proteínas existem
outras partes que não possuem padrões de enovelamento.
• Obs: os aminoácidos mudam a probabilidade de aparecer numa cadeia polipeptídica de acordo com o
padrão de enovelamento apresentado. Dessa forma se observarmos muito de um aminoácido
deduzimos que existe um padrão de enovelamento e se observarmos muito um padrão de
enovelamento, deduzimos a existência de determinado aminoácido.
Nível estrutural terciário:

• Interações não covalentes entre as cadeias laterais de aminoácidos. Com exceção da cisteína que faz
pontes de sulfeto (ligação covalente).
• A interação hidrofóbica (não covalente) é predominante, fazendo com que os aminoácidos apolares
vão para dentro da proteína e os aminoácidos polares vão para fora da proteína. Além dessa interação
não covalente, ligações de hidrogênio e ligações eletrostáticas ou iônicas também existem.
• A estrutura terciária é responsável pela função da proteína.
• Se as proteínas fossem totalmente alfa hélice ou totalmente folha beta elas seriam muito grande,
portando as proteínas são globulares, o que compacta muito elas por meio de dobras beta por
exemplo.
• Existem proteínas fibrosas: esticadas. No entanto a maioria das proteínas é globular: compactas.
• As proteínas globulares são mais resistentes contra proteases
• Mioglobina: São formadas por alfa hélice, folha beta, dobra beta e GRUPO HEME (grande
diferencial, parece um floco vermelho no slide).

• O grupo heme é formado por um anel de protoprofirina e ferro. O Ferro irá reagir tanto com o
Oxigênio quanto o aminoácido da proteína. Portanto o Ferro é o intermediário entre a proteína e o
oxigênio.
• Obs: além da mioglobina, o grupo heme também se liga ao citocromo e a hemoglobina.

• As enzimas são específicas. Nelas, existe um sítio ativo com determinada conformação que é
responsável pela função dessa enzima.

• Os Motivos Estruturais são modos de representar conjuntos específicos de alfa hélices, folha betas,
dobras beta, etc. A partir dele pesquisadores, mesmo sem conhecer qual é a proteína conseguem
saber um pouca mais de sua função.
Nível estrutural quaternário:

• Todas as enzimas chegam no nível terciário, mas nem todas chegam no quaternário. Só vão chegar
nesse último nível aquelas que apresentarem mais de uma cadeia polipeptídica.
• Na DNA Polimerase por exemplo, possuem 7 cadeias polipeptídicas e ela só é funcional se estiver
com as 7.
• O nível quaternário é definido pela interação entre cadeias polipeptídicas que podem ser iguais ou
diferentes.
• Na hemoglobina, por exemplo, possuímos quatro cadeias (2 alfas e 2 betas).
• Cada cadeia polipeptídica pode ser chamada de subunidade.
• Na hemoglobina temos em cada cadeia polipeptídica um grupo Heme que pode se ligar a 2
oxigênios. Portanto uma hemoglobina pode transportar no máximo 8 oxigênios.
Obs: a proteína sói exerce sua função se estiver na sua estrutura correta.

Desnaturação de proteínas: pode ser originada por diversos fatores, como temperatura, pH e sais que
interferem nas interações intermoleculares entre aminoácidos.

• A curva de desnaturação por temperatura é bem abrupta, a proteína segura bem até um tempo e
depois desnatura tudo.
• A Ribonuclease tem 4 pontes de sulfeto em sua estrutura, quando em contato com um agente
redutor ela rompe as pontes de sulfeto e se torna desnaturada, uma vez em que perdeu estrutura,
perdeu função. No entanto, especificamente essa proteína quando volta para um ambiente normal
consegue renaturar, já que a cisteína consegue refazer essas pontes de sulfeto. No entanto isso é
uma exceção da ribonuclease, a maioria das proteínas não conseguem renaturar.
Via de enovelamento simulada: computadores conseguem a partir da sequencia primária prever qual será a
estrutura secundária, terciária e quaternária da proteína, uma vez que a sequencia de aminoácidos prediz
uma afinidade por determinadas estruturas.

Obs: As chaperoninas são proteínas que servem como capsulas para proteger outra proteína que fica dentro
delas contra a desnaturação.

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