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4.1 Visão geral sobre a estrutura das proteínas.

4.2 Estrutura secundária das proteínas Peptídeos e


proteínas.
4.3 Estruturas terciária e quaternária das proteínas de
proteínas.
4.4 Desnaturação e enovelamento das proteínas.

Princípios de bioquímica de Lehninger (2018) - Capítulo: 04


Banco de Dados de Proteínas (PDB)
www.rcsb.org
Talvez, as principais características da mioglobina sejam
sua complexidade e sua falta de simetria. A organização
parece quase completamente ausente, em termos da
regularidade que poderíamos antecipar, é mais
complicada do que poderia ser previsto por qualquer
teoria de estrutura de proteínas.
John Kendrew, em artigo da Nature, 1958.
Serão enfatizados 6 temas:
A estrutura
tridimensional das A função de uma
proteínas é determinada proteína depende de
por sua sequência de sua estrutura.
aminoácidos.

As forças mais Uma proteína existe


Podem ser
importantes de em um ou em um
reconhecidos alguns
estabilização de uma pequeno número de
padrões estruturais
proteína são as formas
comuns, ou seja, que
interações não estruturalmente
se repetem.
covalentes estáveis

As estruturas
proteicas não são
estáticas
Cada proteína tem uma
estrutura tridimensional única
Estrutura tridimensional
das proteínas
O arranjo espacial dos átomos em uma
proteína é chamado de conformação.

As conformações possíveis de uma proteína


incluem qualquer estado estrutural que ela
possa assumir sem a quebra de suas
ligações covalentes

Proteínas dobradas, em qualquer uma de


suas conformações funcionais, são
chamadas de proteínas nativas.
A conformação de uma proteína é
estabilizada por interações fracas

Ligações de
hidrogênio

Interações Interações
iônicas hidrofóbicas

Ligações Ligações
dissulfeto Conformação
peptídicas
nativa
(covalente) (covalente)

*200 a 460kJ/mol são necessárias para romper uma ligação covalente,


enquanto apenas entre 0,4 a 30kJ/mol de energia livre são necessários são
romper uma ligação fraca.
A conformação de uma proteína é
estabilizada por interações fracas Qual dessas
ligações são
fracas?

Lig. de
hidrogênio

Ligação
dissulfeto
A ligação
peptídica é
rígida e planar

A rigidez das ligações


peptídicas limitam a C - N
variação de conformações
possíveis para uma cadeia
polipeptídica.
A ligação peptídica gera dipolo

Existe um dipolo
elétrico em cada
ligação peptídica que
é transmitido ao longo
de um segmento
helicoidal por meio de
ligações de hidrogênio
intracadeia,
resultando em um
dipolo que abrange
toda a-hélice.
Estrutura tridimensional das proteínas
Proteínas: níveis estruturais
Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura
primária secundária terciária quaternária

Níveis estruturais do DNA

Assim como as
proteínas, o DNA
também apresenta
diferentes níveis
estruturais Estrutura Estrutura Estrutura
primária secundária terciária
Estrutura tridimensional das proteínas

Estrutura primária inclui a sequência de aminoácidos unidos por


ligações peptídicas e ligações dissulfeto
Estrutura secundária refere-se ao enovelamento dos aas próximos
da cadeia polipeptídica: α-hélice, conformação β e volta β

Estrutura terciária refere-se à estrutura tridimensional do


polipeptídeo
Estrutura quaternária refere-se à estrutura tridimensional de
duas ou mais cadeias polipeptídicas distintas, idênticas ou não.
Estrutura secundária (α-hélice)

A hélice α é estabilizada pelas


ligações de hidrogênio formadas a
partir das ligações covalentes
denominada lig. peptídicas

A α-hélice é sempre
orientada para a direita em
todas as proteínas (mais
estáveis).
.
Ca8
Ca7

Ca6

Ca5
Ca4

Os grupos R
Ca3
projetam-se para
Ca2
fora da hélice
Ca1

Na hélice α a estrutura
Cada passo da hélice inclui
da cadeia polipeptídica
3,6 resíduos de
é fortemente retorcida
aminoácidos por volta de
em torno de um eixo
360º
imaginário longitudinal
que passa pelo centro
da hélice
Estrutura secundária (α-hélice)
Cerca de 1/4 de todos os
resíduos de aminoácidos nas
proteínas está na conformação
α-hélice.

A a-hélice otimiza o uso de


ligacões de hidrogênio internas.
O

H
N Todas as ligacões peptídicas exceto
as das extremidades participam
destas ligações de hidrogênio.
Interações entre as
Volume dos cadeias laterais de
grupos R aminoácidos distantes
adjacentes 3 ou 4 resíduos
(impedimento estérico)

Repulsão
Ocorrência de
eletrostática
resíduos de
entre grupos R
adjacentes
Restrições que prolina e glicina
afetam a
estabilidade da
α-hélice :
Restrições que afetam a estabilidade da
α-hélice

Asn, Ser, Thr e Cys


Estrutura secundária
(conformação β)

A cadeia peptídica também


pode assumir uma conformação
β (mais estendida) organiza as
cadeias polipeptídicas em
folhas.

Alto conteúdo de
resíduos de glicina e
alanina (grupos R
pouco volumosos

A seda é flexível pois as folhas


vizinhas associam-se apenas por
forças de Van der Waals que são
relativamente fracas.
Estrutura secundária (conformação β)

Fibroína rica em
resíduos de Ala e Gly
Estrutura secundária (curva β)
Conectores que ligam
Tipo II sempre
estruturas sucessivas de
apresenta Gly como 3o.
hélice-α e conformação β
resíduo

Nas proteínas globulares


180 o cerca de um terço (1/3)
dos aminoácidos estão
na conformação curva β

Ligação de hidrogênio
Tipo I ocorre com entre o 1o e o 4º resíduo
mais frequência de aminoácido
Quantidade aproximada de α-hélice e
conformação β em proteínas de cadeia única

Citocromo C e a
mioglobina tem
obrigatoriamente a
estrutura volta β.
Estrutura tridimensional de uma proteína
Hélice-α Curva β

Conformação β
Estrutura terciária e quaternária
Insolúveis em
água
Proteínas globulares são
Proteínas fibrosas em geral
formadas por duas ou três
são formadas por um único tipo
tipos de estrutura 2º.
de estrutura 2º(α-hélice ou
conformação β).

Adaptadas às funções estruturais Diversidade funcional


Ex: filamentos de actina, microtúbulos, Ex: proteína transportadora,
filamento intermediário, queratina, proteína canal, enzimas,
fibrina, colágeno. hormônios.
As proteínas fibrosas são adaptadas às
funções estruturais.

A a-queratina é uma proteína durável e


quimicamente não reativa. Ocorre em
todos os vertebrados superiores. É Estrutura
rica em resíduos hidrofóbicos de terciária
alanina, valina, leucina, isoleucina,
metionina e fenilalanina
Estrutura
quaternária
É o principal componente da rígida
camada externa da epiderme e de seus
apêndices relacionados como cabelos,
chifres, unhas e penas.

Um fio de cabelo é um arranjo de


muitos filamentos de a-queratina.
As proteínas fibrosas são adaptadas às funções
estruturais.

Encontrada em tecidos conjuntivos como Colágeno é a proteína mais


tendões, cartilagens, na matriz orgânica abundante em vertebrados
dos ossos e na córnea dos olhos.

35% Gly; 11% Ala; 21%


Pro e 4-Hyp
Estruturas secundárias e propriedades de proteínas
fibrosas
Filamento de actina = vermelho.
Microtúbulos = verde.
Cromossomos = azul.

Filamentos intermediários =
vermelho.
Microtúbulos = verde.
Cromossomos = azul.
As proteínas fibrosas: os filamentos grossos da
miosina deslizam sobre os filamentos finos de actina
Proteína globular

Mioglobina

Hemoglobina
O polipeptídeo é composto
por 8 segmentos a-hélices Tetrâmero: contém 2
(A- H) conectados por cadeias a (141 aminoácidos)
volta-β. e 2 cadeias  (146
aminoácidos)
INTERAÇÃO DA HEMOGLOBINA COM O2
MODIFICA SUA ESTRUTURA NO ESPAÇO

A ligação do oxigênio ao átomo de Ferro


do grupo HEME, traciona Histidina F8
Proteína globular
Proteína globular localizada nas membranas
Os aminoácidos hidrofóbicos estão
organizados na exterior da proteína, em Os aminoácidos hidrofílicos estão
contato com os lipídeos de membrana por organizados na interior da
interações hidrofóbicas. proteína de membrana
Anemia falciforme é uma doença molecular da
hemoglobina
Doença hereditária - homozigota recessiva.

Anemia falciforme Resulta da substituição de um único


aminoácido na cadeia  (Glu6→Val6)

Cromossomo 11 normal 6º códon


cadeia β → GAG → Ác. Glu

Cromossomo 11 mutante 6º códon cadeia


βS → GTG → Val

Hemoglobina S (Hb S)

Os pacientes apresentam
hemácias deformadas (células
falciformes) em menor número.
Polimerização da HbS
a 
a
a  a
Formação de
polímeros lineares
a  a
Phe
Val

a  a
a  a
Leu

a  a Deformação das
A cadeia lateral da
Val de cada cadeia
a hemácias

mutante da desoxi-
hemoglobina S
a
encaixa-se em uma
concavidade
hidrofóbica na A oxigenação da
superfície da cadeia hemácia reverte
 de outra o processo
hemoglobina.
Anemia falciforme é uma doença molecular da
hemoglobina
Anemia falciforme
A hemoglobina normal HbA não forma
polímeros insolúveis quando desoxigenada.

Hemoglobina A: o glutamato carregado


não se encaixa na concavidade hidrofóbica

As células falciformes são mais frágeis que as normais e


hemolisam rapidamente (vida mais curta- 20 dias)

Anemia grave
As hemácias deformadas causam oclusão de pequenos vasos
sanguíneos, dificultando a circulação e provocando lesão de
múltiplos órgãos

Crises dolorosas
Anemia falciforme é uma doença molecular da
hemoglobina
Anemia falciforme

O grupo R da valina não tem carga


elétrica,enquanto o glutamato tem
1 carga negativa em pH 7,4. Hb S
Hb A
Por isto, a hemoglobina S tem 2 cargas negativas a menos
que a hemoglobina A, uma para cada cadeia .

Doença da hemoglobina C (HbC) Qual seria a posição das Hb A,


Hb S e Hb C no gel de
Cromossomo 11 normal 6º códon eletroforese em direção ao
cadeia β → GAG → Ác. Glu ânodo? Justifique sua
resposta com relação a
Cromossomo 11 mutante 6º códon característica molecular do
cadeia βC → AAG → Lys aminoácido.
Defeitos no enovelamento proteico constituem a base
molecular de muitas doenças genéticas humanas
Defeitos no enovelamento proteico constituem a base
molecular de uma ampla gama de doenças genéticas
humanas
Amiloidoses = doenças Erro espontâneo
relacionadas á defeitos
no dobramento das Erro genético (mutação)
proteínas.

Proteínas fibrilares
(conformação β)

Agregados insolúveis Alzheimer = peptídeo


dessas proteínas 40 a 42 resíduos de
afuncionais (amiloide) aas = amiloide
Desnaturação das proteínas

Desnaturação é a perda da estrutura


tridimensional suficiente para causar a
perda da função

Mercaptoetanol (agente Ureia = hidrofílica e


redutor) se oxida enquanto rompe as lig. de H
reduz outra molécula

28=256
Proteínas na sua conformação possibilidades

funcional, são chamadas de


nativas.

O retorno da estrutura nativa é


denominado de renaturação
Causas da desnaturação das proteínas

Temperatura
Ácido forte
Altas temperaturas causa a
agitação da molécula até o A desprotonação do ácido libera
rompimento das ligações que H+ que protona a proteína
mantem a estrutura tridimensional. alterando a carga dos aminoácidos
e rompendo lig. iônica
Solvente
orgânico

O etanol é uma molécula hidrofílica


que faz ligação de hidrogênio com a
água, rompendo as ligações de H
intermoleculares da proteína

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