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Objetivos da aprendizagem
• Observar caso clínico de Ascaridíase
• Avaliar exame diagnóstico correto
• Analisar os aspectos epidemiológicos
• Conhecer o tratamento utilizado
CBS, feminina, 10 anos, parda, previamente hígida, com quadro de vômitos e inapetência há
três dias associados a dor periumbilical leve que evoluiu para intensa há um dia, com piora do
estado geral. Antecedentes pessoais: dor abdominal leve e intermitente há 20 dias.
Antecedentes familiares: seis irmãos com quadro semelhante de dor abdominal recorrente.
Exame físico inicial: regular estado geral, descorada 1+/4+, desidratada 2+/4+, anictérica, fácies
de dor, apática, taquicárdica e taquipneica. Abdome plano, parede tensa, ruídos hidroaéreos
diminuídos, dor intensa à palpação superficial e profunda difusamente, descompressão brusca
dolorosa. Presença de pediculose. Exames laboratoriais iniciais: hemograma com leucocitose;
amilase, lipase e desidrogenase lática elevadas. A tomografia computadorizada de abdome
revelou pancreatite, sem anormalidades em fígado, vesícula biliar ou vias biliares. A conduta
inicial foi internação em unidade de terapia intensiva, jejum, hidratação venosa, analgesia,
monitorização, antibioticoterapia e Ivermectina. Durante a internação, a paciente eliminou
grande quantidade de Ascaris lumbricoides através dos vômitos e evacuações, sendo iniciado
tratamento com Albendazol por cinco dias. Evoluiu com estabilidade clínica e hemodinâmica,
bom estado geral, recebendo alta hospitalar no 13° dia de internação.
VILLELA et al., 16(supl 1)(3) - 2016- GASTROENTEROLOGIA
CBS, feminina, 10 anos, parda, previamente hígida, com quadro de vômitos e inapetência há
três dias associados a dor periumbilical leve que evoluiu para intensa há um dia, com piora do
estado geral. Antecedentes pessoais: dor abdominal leve e intermitente há 20 dias.
Antecedentes familiares: seis irmãos com quadro semelhante de dor abdominal recorrente.
Exame físico inicial: regular estado geral, descorada 1+/4+, desidratada 2+/4+, anictérica, fácies
de dor, apática, taquicárdica e taquipneica. Abdome plano, parede tensa, ruídos hidroaéreos
diminuídos, dor intensa à palpação superficial e profunda difusamente, descompressão brusca
dolorosa. Presença de pediculose. Exames laboratoriais iniciais: hemograma com leucocitose;
amilase, lipase e desidrogenase lática elevadas. A tomografia computadorizada de abdome
revelou pancreatite, sem anormalidades em fígado, vesícula biliar ou vias biliares. A conduta
inicial foi internação em unidade de terapia intensiva, jejum, hidratação venosa, analgesia,
monitorização, antibioticoterapia e Ivermectina. Durante a internação, a paciente eliminou
grande quantidade de Ascaris lumbricoides através dos vômitos e evacuações, sendo iniciado
tratamento com Albendazol por cinco dias. Evoluiu com estabilidade clínica e hemodinâmica,
bom estado geral, recebendo alta hospitalar no 13° dia de internação.
Helmintos mais frequentes em humanos
Forma de Via de
Espécie Doença Fonte de infecção Veículo de transmissão
transmissão penetração
Wuchereria
bancrofti
Filariose linfática Humanos Larva (L3)
Picada do Culex
quinquefasciatus
Pele ok
Schistosoma.
mansoni
Esquistossomose Humanos Cercárias Água Pele ok
T. solium e
saginata
Teníase Suínos e bovinos Cisticercos Carne de porco e boi Oral ok
T. solium Cisticercose Humanos Ovos Alimentos Oral ok
Enterobius
ok
Enterobiose Humanos Ovos Mãos contaminadas Oral
vermicularis
Ascaris
Ascaridíase Humanos Ovos Alimentos Oral
lumbricoides
Strongyloides
Estrongiloidíase Humanos Larvas (L3) Solo Pele
stercoralis
Ancylostoma
Ancilostomíase Humanos Larvas (L3) Solo Pele
duodenalis
Toxocara canis e
Toxocaríase Cães/gatos Ovos Solo contaminado Oral
cati
ASCARIDÍASE
ORDEM:
Rhabditida
FAMÍLIA:
Ascarididae
Gêneros:
Ascaris
ESPÉCIES:
• Ascaris lumbricoides
Aspectos epidemiológicos
• Importante helmintíase transmitida pelo solo
– Ascaris lumbricoides (lombriga), Trichuris trichiura e ancilostomídeos (Necator
americanus e Ancylostoma duodenale).
• Prevalência: ~ 1,5 bilhões de pessoas (30%); 70 a 90% das crianças entre 1 a 10 anos;
Ásia (73%), África (12%) e América latina (8%)
11.468.150 9.398.696
Formas de vida
Vermes adultos- Machos
• Machos
- Adultos: 20 a 30 cm
- Vestíbulo bucal contendo 3 fortes lábios e serrilhas de
dentículos
- Extremidade posterior: 2 espículos que auxiliam a cópula
- Possui face posterior encurvada o que o difere da fêmea
Formas de vida
Vermes adultos- Fêmeas
- 30 a 40 cm
- Apresenta vestíbulo bucal contendo serrilhas de dentículos
- Possui face posterior retilínea o que a difere do macho
Férteis com membrana mamilonada
Formas de vida
Ovos
• Acastanhados (fezes)
• 50 x 60µm; ovais; cápsula espessa
Férteis decorticados
• Membrana externa mamilonada (mucopolissacarídeos -
aderência)
• Membrana média (proteica); interna (impermeável a água –
condições adversas do meio)
• Internamente: massa de células germinativas
• Ovos inférteis: alongados e membrana mamilonada delgada ou
decorticado; citoplasma granuloso (fêmeas isoladas ou mais Inférteis
numerosa)
- Permanência no solo: até um ano
- Ovos: abundantes no chão do peridomicílio poluído com fezes
humanas, ar, poeira (ação dos ventos)
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
Ciclo biológico • Monoxênico
• Ovos amadurecem no solo (2 semanas)
• Ingestão de ovos embrionados (larva L3)
• Eclosão no ID (agentes redutores, pH,
temperatura, sais e concentração de CO2)
• Linfáticos e mesentéricas
• Fígado (18 a 24hrs após)
• Átrio direito (2 a 3 dias)
• Pulmões (4 a 5 dias)
• 8 dias (Larvas L4)
1 a 2 anos no hosp. • Alvéolos (L5)
• Árvore traqueo-brônquica - faringe
(expulsão ou deglutição)
• Estômago – fixação no ID(verme adulto-
30 dias)
• Vermes adultos (20 a 30 dias)
• Cópula; oviposição (60 dias)
200mil ovos não embrionados; 15 dias para maturação: temperatura (20 e 30ºC) , umidade (70%) e O2
Transmissão
• Ingestão de água e alimentos contaminados
• Irrigação de hortas com água contaminada
• Poeira, aves e insetos veiculam os ovos
• Depósito subungueal em crianças
Manifestações clínicas
Período pré-patente
– Encontro de ovos nas fezes (60 a 75 dias)
• Forma assintomática
• Forma sintomática
– Relaciona-se ao grau de infecção (número de ovos ingeridos – larvas e vermes adultos)
– Síndrome de Löeffler (ciclo pulmonar da larva)
• Tosse, febre, dispneia, manifestações alérgicas, bronquites, pneumonia
• Importante eosinofilia: 10 a 30%
– Presença dos vermes adultos no Intestino delgado (Jejuno e Íleo)
• Dor abdominal, diarreia, náuseas, anorexia, fraqueza.
• Complicações
– Obstrução intestinal (fecaloma, apendicite, vômitos com fezes), volvo (torção), perfuração
intestinal, colecistite (inflamação da vesícula) , colelitíase (cálculo biliar), pancreatite aguda
e abcesso hepático
Patogenia
• Larvas (lesão pulmonar e hepática)
– Síndrome de Löeffler (sintomas respiratórios, focos hemorrágicos, edema
alveolar, infiltrado polimorfonuclear
– Reação de hipersensibilidade (IgE específicos)
– Lesões hepáticas (focos hemorrágicos e necrose)
– Tosse seca ou com muco: pode ser sanguinolenta e apresentar larvas
(frequente em criança mas depende de estado nutricional e imunitário)
– Infecção baixa intensidade: ausência de alterações
Formas não-complicadas
• Albendazol (ovicida, larvicida e vermicida ~100%)
• Contraindicado na gravidez; ação teratogênica; efeitos colaterais
• Mebendazol (~95%)
– Contraindicado na gravidez; ação teratogênica; efeitos colaterais
• Ivermectina (85 a 100% de eficácia)
• Contraindicado na gravidez; pacientes com alterações no SNC; efeitos colaterais; crianças abaixo de 5 anos
• Levamisol
Formas complicada – obstrução intestinal
• Piperazina registro (1010701230013) vencido em 2003
• Gastrografina- pediatria ambulatorial
• Saneamento