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Parasitologia Básica

Parasitologia Humana – Aula 4

Maria Gláucia

Manaus, 2017
Giardíase
• Gênero Giardia

• Flagelados
• Parasitos do intestino delgado de
mamíferos, aves, répteis e anfíbios

• Primeira descrição – Anton van (1681)

animalúnculos móveis

• Larnbl (1859) – Descreveu detalhadamente

• Kunstler (1882) – Criou o gênero


Giardíase
• Taxonomia controversa

• Determinação das espécies de Giardia:


• Hospedeiro de origem
• Características morfológicas

• Análise de DNA:
• Epécieis idênticas – Hospedeiros diferentes
• Espécies diferentes – Mesmo Hospedeiro

• Características Morfológicas
• Giardia duodenalis - Mamíferos, aves e répteis;
• Giardia muris - Roedores, aves e répteis
• Giardia agilis - Anfíbios.
Giardíase

ETIOLOGIA: G. lamblia, G. intestinalis ou G. duodenalis


• Filo: Sarcomastigophora
• Classe: Zoomastigophorea
• Ordem: Diplomonadida
• Família: Hexamitidae
• Gênero: Giardia (Kunstler, 1882)
G. lamblia

• MORFOLOGIA
• Formas evolutivas : Trofozoíto e Cisto
• Trofozoítos • Cistos
G. lamblia
• Trofozoítos (A,B,D,E, F)

• Fa – Flagelos anteriores
• Fv – Flagelos ventrais
• Fp – Flagelos posteriores
• V – Ventosa
• N – Núcleo
• B – Blefaroplasto
• Cp – Corpo basal
• Ax – Axóstilo
• Ca – Cariossoma
• Fvl – Franja ventrolateral

• Cistos (C)
• N – Núcleo
• Ax – Axóstilo
• Cp – Corpúsculo basal
G. lamblia
• Ciclo Biológico
• Monoxênico (Direto)
• Forma infectante – Cistos
• Trofozoítos – Animais
• 10 – 100 cistos – Infecção
•Desencistamento – Inicia no
estômago e finaliza no Duodeno e
jejuno.
• Intestino delgado – Trofozoítos
• Divisão binária – Núcleo e
citoplasma.
• Encistamento – Eliminação
• Local – Ceco
• pH intestinal, sais biliares,
destacamento da mucosa.
• Resposta Imune
G. lamblia
• Transmissão
• Ingestão de cistos maduros
• Água sem tratamento, contaminada
• Alimentos contaminados
• Moscas, Baratas, humanos
• Creches, Orfanatos
• Animais domésticos
G. lamblia
• Imunidade
• Proteção
• Como o hospedeiro se protege? Como o parasita se defende!?

1 – Natureza autolimitante da infecção;

2 – Detecção de anticorpos específicos nos soros de indivíduos infectados;

3 – Participação de monócitos citotóxicos na resposta imune;

4 – Maior suscetibilidade de indivíduos imunocomprometidos;

5 – Menor suscetibilidade dos indivíduos de áreas endêmicas à infecção;

6- Ocorrência de infecção crônica em modelos animais atírnicos ou


tratados com drogas que deprimem a resposta Humoral.
G. lamblia
• Imunidade
• Anticorpos IgG, IgM e IgA no soro circulantes

• IgA na mucosa intestinal


• Diminui a capacidade de adesão dos trofozoítos

• Deficiência de IgA e IgG – Aumento da Infecção

• Monócitos, macrófagos e granulócitos - Destruição de trofozoítos

•Dois níveis: Após o desencistamento – Macrófagos


• Granulócitos e anticorpo anti-Giardia (IgG).
G. lamblia
• Sintomatologia
• Espectro clínico diverso
• Diarréia aguda e autolimitante
• Diarréia persistente
• evidência de má-absorção
• Perda de peso

• Fatores associados ao parasito - Cepa, número de cistos ingeridos


• Fatores associados ao hospedeiro - Resposta imune, estado nutricional,
pH do suco gástrico, associação com a microbita intestinal.

• A maioria das infecções são assintomáticas


• Muco e sangue – raros
• Forma aguda – Poucos dias
• Giardíase crônica - Má absorção de gordura e de nutrientes vitamnas (A,
D, E, K), vitamina B, ferro, xilose e lactose.
G. lamblia
• Patogenia
• O parasita produz, e possivelmente libera, substâncias
citopáticas na luz intestinal.
• Várias proteases - Rompem a integridade da membrana.
• Processos inflamatórios - Reação imune do hospedeiro.
• Intensidade da infiltração linfocitária e a intensidade da
má absorção.
• Atapetamento da mucosa por um grande numero de
trofozoítos.

• Cepas de Giardia geneticamente diferentes - Produzir


mudanças morfológicas no intestino e interferir no
transporte de fluidos e eletrólitos.
G. lamblia
• Diagnóstico Clínico
• Em crianças de oito meses a 10-12 anos – Diarréia com esteatorréia,
irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor abdominal.
• Comprovação por exames laboratoriais.

• Diagnóstico Laboratorial - Parasitológico


• Fezes formadas
• Método direto (Cistos)
• Métodos de concentração - Método de Faust
• Fezes diarréicas
• Método direto (trofozoítos e cistos)
• Cuidados:
• Não eliminação de cistos continuadamente (Período neg)
• 3 amostras fecais em dias alternados (intervalo de 7 dias)
G. lamblia
• Diagnóstico Laboratorial – Imunlógico
• Culturas axênicas (culturas puras) de Giardia.
• Obtenção de antígenos puros.

• Imunofluorescência indireta e o método ELISA no soro


• Falso-positivos e baixas sensibilidade e especificidade.
• Anticorpos IgG

•Detecção de antígenos nas fezes


• Resultados satisfatórios
• Sensibilidade (85% a 95%); Especificidade (90% a 100%)

• PCR (polymerase chain reaction)


G. lamblia
• Epidemiologia
• Encontrada no mundo todo
• Maior prevalência – Regiões tropicais e subtropicais

• BRASIL – 4% - 30%

• Esta infecção é frequentemente adquirida pela ingestão de


cisto na água proveniente de rede pública.

• Meios de transmissão recentemente descritos é a atividade


sexual entre homossexuais.

• Ambientes coletivos: enfermarias, creches, internatos, etc


G. lamblia
• Profilaxia
• Medidas de higiene pessoal (lavar as mãos)

• Destino correto das fezes (fossas, rede de esgoto)

• Proteção dos alimentos e Tratamento da água.

• Cistos resistem à cloração da água, mas são destruídos em


água fervente.

• Filtros de areia

• Animais domésticos
G. lamblia

• TRATAMENTO
• Derivados nitroimidazólicos:
• Metronidazol (Flagil)
• Tinidazol (Fasigyn)
• Ornidazol (Giarlam)

• Resistência à terapêutica
• Intervalo de cinco a dez dias
• Outro princípio ativo.
BALANTIDÍASE - Balantidium coli
• Filo ciliophora

• Espécie existente no intestino grosso de suínos


• Algumas situações – Pode parasitar os hurnanos
• Único ciliado que pode ser encontrado no homem
• Outros hospedeiros:
• Chimpanzé, vários macacos (Rhesus, Cynomolgi etc.)
• Raramente em cão, rato e cobaias
• Macacos os mais atingidos depois dos suínos.
BALANTIDÍASE
 AGENTE ETIOLÓGICO: Balantidium coli
 TRANSMISSÃO: fecal/oral
 FORMAS EVOLUTIVAS:
• Cisto (50-75 m)
• Trofozoíto (42-120 m X 30-80 m)
 BIOLOGIA:
- Hospedeiro: suinos (homem)
- Habitat – Intestino grosso
- Crescimento – Anaerobiose
- Locomoção – Cílios
- Reprodução – Divisão binária e conjugação
BALANTIDIUM COLI
(TROFOZOÍTOS)
BALANTIDIUM COLI
(CISTOS E TROFOZOÍTOS)
BALANTIDÍASE (MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS)
 ASSINTOMÁTICA

 SINTOMÁTICA (similar a disenteria amebiana grave ou apenas


colite benigna + diarréia)
- Diarréia muco-sanguinolenta
- Cólicas intestinais
- Tenesmo
- Febre
- Cólicas abdominais
- Diarréia com muco
- Meteorismo
- Pode disseminar para nodos mesentéricos, fígado,
pleura, pulmões e aparelho urogenital (raro)
BALANTIDÍASE (DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL)
FEZES DISENTÉRICAS - Pesquisa de trofozoítos
• móvel, com cílios (sem coloração)
• exame direto com salina (até 30 minutos)
• coloração pelo lugol, azul de metileno, tricrômio, HF

FEZES NÃO-DISENTÉRICAS - Pesquisa de cistos


• presença de macro e micro núcleo (corados)
• método de Faust
• método de Ritchie (formol-éter)
• método de Blagg e cols. (MIFC)
• coloração pelo lugol, azul de metileno, tricrômio, HF
BALANTIDÍASE (DIAGNÓSTICO LABORATORIAL)
 ASPECTO DAS FEZES: liquefeitas, pastosas, formadas

 SANGUE: ausente, macroscópico, hemácias (microscópia)

 MUCO: ausente ou presente (raro, frequente, numerosos)

 PIÓCITOS: ídem muco

RESULTADO: “Balantidium coli” cistos e/ou trofozoítos

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