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DEFINIÇÃO DE ECG .
“O recurso diagnóstico mais amplamente utilizado na prática da medicina cardiovascular”
😉
● Em outras palavras, o ECG é o resultado de várias “fotos”, tiradas de ângulos diferentes (derivações), que
registram os fenômenos elétricos que ocorrem durante a atividade cardíaca
CARACTERÍSTICAS DO EXAME .
● BAIXA sensibilidade e ALTA especificidade → ECG normal NÃO é garantia de que o paciente não tenha
nada (alterações elétricas são transitórias/flutuantes, logo, se há suspeita clínica → REPETIR o ECG de
forma seriada)
● Não invasivo
● Baixo custo
● Grande disponibilidade
● Realização rápida e fácil
● Importante exame no diagnóstico de arritmias e doenças isquêmicas
● Limitação: avaliação de doenças de sobrecarga de câmaras cardíacas (para isso, melhor o ECO)
ELETROCARDIÓGRAFO .
● Galvanômetro que registra variações de voltagem, usualmente numa fita de papel
● Foi criado por Wilhelm Einthoven em 1906 (Prêmio Nobel)
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SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA
● No átrio direito (AD), o nó sinusal ou nó sinoatrial (marcapasso natural) inicia o potencial de ação
cardíaco. O nó sinusal é uma estrutura subepicárdica, fusiforme, autoexcitável, localizada entre a VCS e a
aurícula direita. Em um indivíduo normal, em repouso, sua frequência varia entre 50 a 100 disparos por
minuto, por isso, o ritmo normal do coração é o ritmo sinusal e a FC normal fica entre 50-100 bpm.
● Do nó SA partem 3 feixes (vias internodais) em direção aos átrios e ao nó AV.
● Antes do impulso elétrico ser transferido dos átrios para os ventrículos, ele passa por uma estrutura “no
meio do caminho”, o nó AV, localizado imediatamente acima da inserção do anel da válvula tricúspide.
● O nó AV tem funções importantes:
Retardar o impulso elétrico (cerca de 10 milissegundos) separando a sístole atrial e a ventricular →
isso evita que o coração bata “vazio” (enchimento incompleto do ventrículo) e garante também que
átrio e ventrículo contraiam em momentos diferentes (afinal, o sangue não passaria de um canto pro
outro se eles contraíssem ao mesmo tempo)
Limitar a quantidade de estímulos que chegam aos ventrículos (evita que arritmias atriais sejam
transmitidas totalmente aos ventrículos)
Hey! O hipotireoidismo é uma condição sistêmica que pode prolongar o retardo do impulso elétrico promovido
pelo nó AV (aumento do intervalo PR). Criança e mulher jovem com aumento do intervalo PR? → Solicitar TSH!
CONCEITOS IMPORTANTES .
POLARIZAÇÃO CARDÍACA
● Músculo cardíaco em repouso = conserva íons (+) do lado externo e íons (-) do lado interno da membrana
celular
DESPOLARIZAÇÃO CARDÍACA
● Ocorre inversão da distribuição de íons de forma espontânea ou por estímulo elétrico externo
● Resulta na condução do estímulo elétrico e CONTRAÇÃO MUSCULAR!
● É representada por vetores
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Hey! Os principais eletrólitos envolvidos no potencial de ação das células cardíacas são:
K+ (intra >>>> extracelular), Na+ (extra >>>> intracelular) e Ca++ (extra > intracelular).
REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR
● Onda T
😄
● Células musculares estriadas cardíacas: responsáveis pela contração que garante o bombeamento do
sangue (essas pobi num param de trabalhar um minuto, né! amém )
CÉLULAS DO SISTEMA ELÉTRICO
● Células marca passo (dos nós SA e AV): capacidade de automatismo
● Células dos tratos internodais, do feixe de His e fibras de Purkinje: responsáveis pela condução rápida e
especializada do estímulo elétrico
METODOLOGIA DO ECG
ASPECTOS PRINCIPAIS .
● Paciente em decúbito dorsal horizontal
● Registro das derivações do plano frontal: D1, D2, D3, aVR, aVL, aVF → derivações periféricas ou dos
membros
● Registro das derivações do plano horizontal: V1, V2, V3, V4, V5, V6 → derivações precordiais
● Derivações especiais de acordo com o contexto clínico: Lewis, Golub, derivação epicárdica, esofágica, etc
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DERIVAÇÕES .
DEFINIÇÃO
● Cada derivação é um ângulo ou um ponto de visão de onde se pode enxergar a despolarização celular.
● É uma linha imaginária que une dois eletrodos e nela temos a projeção do vetor de despolarização
● No ECG, as deflexões serão POSITIVAS se o vetor de despolarização celular estiver apontando no mesmo
sentido da derivação em questão e negativas quando esse impulso estiver indo pro lado contrário.
● Como o coração é uma estrutura tridimensional, os impulsos conduzidos por ele devem ser retratados
também de forma tridimensional. A melhor forma para isso é utilizar dois planos diferentes → plano
horizontal (corte axial ou transversal) e plano vertical ou frontal (corte coronal).
● Existem 6 derivações em cada um dos planos, ou seja, no total são 12 derivações no ECG.
DERIVAÇÕES BIPOLARES
1. DI
2. DII → derivação mais fidedigna,
pois a corrente elétrica é quase
paralela ao vetor resultante da
corrente cardíaca
3. DIII
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REGISTRO DO ECG
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REGISTRO DO ECG .
ELEMENTOS DO TRAÇADO ELETROCARDIOGRÁFICO
Antes de aprendermos os registros do ECG, é importante distinguir os tipos de traçado, a saber:
👀 ONDA P
● Despolarização atrial
● Formada por 2 componentes de despolarização (um do AD e outro do AE)
● Despolariza 1º o AD → feixe de Bachmann → depois o AE
● Podemos analisar as características normais da onda P de acordo com o
mnemônico CAMPo:
Comprimento: até 0,11 s (< 3 quadradinhos)
Amplitude: em DII até 0,25 mV (2,5 quadradinhos)
*obs: em V1 não pode passar de 0,15mV (1,5 quadradinhos)
Morfologia: arredondada, simétrica e pode ter pequenos entalhes <1 mm
Polaridade: positiva em DI, DII e aVF → determina se o ritmo é sinusal
SEGMENTO PR
● Linha isoelétrica (sem deflexões) depois da onda P
● Corresponde à paradinha fisiológica do nó AV, antes de do impulso seguir para
o feixe de His
INTERVALO PR
● Começa do início da onda P e vai até o início do complexo QRS → onda P +
segmento PR
● Duração de 0,12 a 0,20s (3 a 5 quadradinhos) → varia com a FC
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👀 COMPLEXO QRS
● Despolarização ventricular
● Formado pelas 3 ondas:
Onda Q → despolarização septal → PRIMEIRA deflexão negativa
Onda R → despolarização da porção apical do coração → PRIMEIRA onda
positiva após a deflexão negativa
Onda S → despolarização das paredes ventriculares livres → segunda
deflexão negativa
● Novamente, avalie o CAMPo:
Comprimento: de 0,1 a 0,11s (< 3 quadradinhos)
QRS estreito = normal; QRS alargado = alterado (>0,11s)
Amplitude: 5-20mm nas derivações frontais (5-20 quadradinhos) e
8-25mm nas derivações precordiais (8-25 quadradinhos)
Morfologia: apiculada, sem entalhes
Polaridade: varia a depender da derivação, mas se positiva em DI e aVF →
eixo normal
SEGMENTO ST
● Linha isoelétrica DEPOIS da onda S e ANTES da onda T
● Período entre o término da despolarização ventricular (contração) e o início
da repolarização ventricular (fase de platô do potencial de ação cardíaco)
● Morfologia: isoelétrica, mas pode ter oscilações (no ponto J) para cima e
para baixo de até 1mm em todas as derivações (em V2 e V3 pode chegar
até a 1,5mm)
Se variações > 1mm → supra ou infradesnivelamento de ST
ONDA T
● Repolarização ventricular
● Onde de “recuperação”
● Avaliamos se é positiva ou negativa
● Morfologia: assimétrica, ascendente lenta e descendente rápida
● Polaridade: concordante com complexo QRS
INTERVALO QT OU QTc
● Começa no início do complexo QRS e vai até o final da onda T
● Compreende TODO processo de despolarização e repolarização ventricular
● Varia de forma inversa à FC
● Duração de até 0,45s (em H) e até 0,46 (em M) → 9 a 11 quadradinhos
Atenção! As ondas P, QRS e T são NEGATIVAS em AVR (derivação completamente oposta à direção do vetor
resultante cardíaco)
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Hey! A repolarização atrial não pode ser visualizada no ECG superficial, pois está escondida no QRS. Pode ser
analisada apenas no ECG endocavitário (cateterismo)
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SISTEMATIZAÇÃO DO LAUDO
Hey! Antes de laudar, verifique se o ECG foi realizado adequadamente (presença de torre retangular ocupando
1 quadradinhos na vertical OU presença da letra N no início ou fim do papel) → isso indica que a velocidade
do papel foi a padrão (25mm/s)
AVALIAÇÃO DO RITMO
● Onda P positiva em DI, DII e AVF = ritmo SINUSAL!
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4. Se não houver: o eixo será aproximadamente ao da derivação de maior amplitude.
VAMOS PRATICAR?
CASO 1
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CASO 2
CASO 3
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CASO 4
CASO 5
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CASO 6
CASO 7
Atenção! Toda alteração eletrocardiográfica só é relevante se estiver presente em duas derivações que olhem
a mesma parede.
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