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INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA .
● Estima-se que 8 a 15% de todos os atendimentos em emergências clínicas necessitem de avaliação de
neurologista
● Emergência clínica de hospital terciário em Curitiba apresentou média de 10,7% de atendimentos
neurológicos
● 3 principais causas de atendimento neurológico na emergência:
AVC
Cefaleia
Crises convulsivas
EPIDEMIOLOGIA .
● Acomete 1 a cada 6 pessoas no mundo
● 2ª causa de morte no Brasil e no mundo
● 1ª causa de incapacidade funcional
● Incidência no Brasil: 137 a 168 casos por 100.000 habitantes
● Incidência nos EUA: 780 mil casos por ano, sendo 600 mil novos e 180 mil recorrentes (AHA)
● O custo direto e indireto é cerca de 65,5 bilhões de dólares
● 70% dos pacientes NÃO retornarão às suas atividades laborais
FATORES DE RISCO
MODIFICÁVEIS
Devem ser ALVO de políticas preventivas
● HAS ● Obesidade
● DM ● Tabagismo
● Dislipidemia ● Etilismo
● Cardiopatia ● Sedentarismo
● Uso de ACO, sobretudo se uso de estrógenos
NÃO MODIFICÁVEIS
● Idade
● Sexo
● Raça
● História familiar
ANATOMIA .
● O AVC pode ser um evento arterial (99%) ou venoso (1%)
Gravidez/Puerpério/ACO é fator de risco para trombose venosa
cerebral → Mais comum em indivíduos jovens
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CIRCULAÇÃO ARTERIAL CEREBRAL
● Irrigação ANTERIOR → Sistema Carotídeo
● Irrigação POSTERIOR → Sistema Vértebro-Basilar
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paralisia facial central à direita, afasia global (não compreende e
não se expressa), perda de visão campimétrica
Acometimento da artéria cerebral ANTERIOR → hemiplegia
• direita com predomínio em MMII
Acometimento da artéria cerebral POSTERIOR → déficit
•
predominantemente VISUAL
Acometimento da artéria coroidea (local de junção dos feixes
motores) → hemiparesia/hemiplegia proporcional (acomete
igualmente MMSS e MMII)
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Atençã ! A área responsável pela linguagem está na região
temporopariental ESQUERDA. Se o acometimento for do lado DIREITO, o
paciente pode apresentar disartria, mas AINDA será capaz de compreender
e de se expressar.
TIPOS DE AVC .
● Na classificação de doenças cerebrovasculares segundo o NINDS (National Institute of Neurological
Disorders and Stroke), descrita a seguir, pode-se observar os 4 tipos de AVC:
1. Assintomática
2. Disfunções cerebrais focais:
Ataque isquêmico transitório (AIT)
AVC isquêmico (AVCi)
AVC hemorrágico (AVCh) → Hematoma intraparenquimatoso (HIP) ou Hemorragia subaracnóidea (HSA)
3. Demência vascular
4. Encefalopatia hipertensiva
ETIOLOGIA
● Oclusão vascular por material embólico. Pode ser proveniente de placa de ateroma proximal ao vaso
ocluído ou de origem cardíaca
CONDUTA medidor profiláticos
● Internamento (preferencialmente em UTI) + Controle dos fatores de risco para EVITAR desenvolvimento
de AVC (controle pressórico, iniciar estatinas…)
Rosuvastatina, clopidogrel e aas
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2. AVC ISQUÊMICO (AVCI)
DEFINIÇÃO
● Representa 80% de todos os AVC’s
● Caracteriza-se por episódio de disfunção neurológica decorrente de isquemia
focal cerebral ou retiniana, com sintomas típicos durando > 24 horas e COM
lesão visível em exames de imagem
MECANISMOS DE ISQUEMIA
1. AVC aterotrombótico (20%)
● Trombo proveniente da própria artéria ocluída.
● Ocorre devido a presença de placas de ateroma
subendotelial nos vasos sanguíneos maiores.
● Um fluxo sanguíneo intenso (geralmente paciente já
previamente hipertenso) provoca lesão endotelial e
desenvolvimento de coágulo por deposição de fibrina e
plaqueta. Aí acontece a OCLUSÃO do vaso.
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● A hipertensão arterial leva à fragilização da parede do vaso com consequente dilatação
progressiva da parede → Formação do aneurisma de Charcot-Bouchard → rompimento
do aneurisma e formação de hematoma intraparenquimatoso.
● O processo de formação dos aneurismas ocorre em vasos frágeis e de menor calibre
→ o principal local de formação é nas artérias lenticulares (estruturalmente mais finas
e frágeis)
EI!
②
TC de crânio evidenciando HIP
yyyo.ie TC de crânio evidenciando HSA
-
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Aproximadamente 31% dos casos suspeitos de AVC na emergência são “stroke mimics” (simulam AVC)
● Crise epiléptica (com ou sem paralisia de Todd)
● Hipo ou hiperglicemia
● Estado confusional agudo (Delirium)
● Lesão expansiva intracraniana
● Doenças desmielinizantes
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● Intoxicação exógena
● Distúrbios metabólicos
● Síncope
● Encefalopatia hipertensiva
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b. Los Angeles Prehospital Stroke Screen (LAPSS)
c. Face Arm Speech Test (FAST)
3. Manter o paciente bem hidratado
4. Manter níveis pressóricos elevados
5. Manter o paciente normoglicêmico
6. Manter oferta adequada de O2
7. Realizar transporte rápido para centro de referência
2. AVC HEMORRÁGICO
HEMATOMA INTRAPARENQUIMATOSO (HIP)
● Controle de níveis pressóricos (PAS <180mmHg)
● Hidratação venosa
● Cabeceira elevada a 30º
● Profilaxia para TVP
● Controle glicêmico (140-180 mg/dl)
● Controle térmico
● Evitar hipoxemia
● Considerar abordagem neurocirúrgica
● Tratar complicações (ex: pneumonia)
● Reabilitação
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HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA (HSA)
● Repouso absoluto
● Hidratação→ venosa
ao
● Nimodipina 60mg 4/4h (21 dias) → REDUZ vasoespamos
● Considerar drogas antiepilépticas para a prevenção primária e secundária de convulsões
● Analgesia
● Profilaxia para TVP
● Internação em UTI
● Considerar tratamento endovascular/cirúrgico
CEFALEIA
EPIDEMIOLOGIA .
● Responsável por até 16% de todos os atendimentos em emergência
● Enxaqueca é o tipo mais comum na emergência
● Geralmente são mulheres jovens
● Em 5 a 15% dos casos pode representar uma condição com risco de vida
(cefaleia secundária)
● Nos EUA:
800.000 enxaquecas
600.000 outras cefaléias
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL .
CEFALEIAS PRIMÁRIAS
É a condição clínica em que a dor de cabeça representa a própria doença
> 95-90% das causas de cefaleia
● Enxaqueca
● Cefaleia tipo tensão
● Cefaleias trigemino-autonômicas
● Outras cefaleias primárias
CEFALEIAS SECUNDÁRIAS
É a condição clínica em que a dor de cabeça é um sintoma associado à doença
● Cefaleia atribuída a TCE e/ou cervical
● Cefaleia atribuída a doença vascular craniana ou cervical (ex: hematoma
intracraniano)
● Cefaleia atribuída a perturbação intracraniana não vascular (ex: neoplasia)
● Cefaleia atribuída a uma substância ou a sua privação
● Cefaleia atribuída a infecção (ex: meningite)
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA .
História clínica + Exame neurológico
SINAIS DE ALARME OU RED FLAGS
Se tiver 1 sinal de alarme → investigar cefaleia secundária
● “Thunderclap headache”: cefaleia SÚBITA e intensa
HSA
Causas vasculares
Dissecção arterial
Vasoespasmo cerebral
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Trombose venoso cerebral
Apoplexia hipofisária
● Refratariedade ou progressão
● MUDANÇA de padrão (de CARÁTER, não de frequência e intensidade)
● Cefaléia desencadeada pelo esforço (tosse, espirro, relação sexual…)
● Cefaléia de início recente em > 50 anos
● Cefaléia não-habitual em portadores de doenças sistêmicas graves (ex: AIDS)
● Cefaléia associada a sintomas sistêmicos
● Anormalidade no exame neurológico
● Fenômeno de aura prolongada
● Sintomas focais persistentes
● Cefaléia unilateral fixa
SNOOP4 E SNOOP10
CASOS CLÍNICOS .
CASO 01 → ENXAQUECA
MJF, 28 anos, há 8 horas com cefaléia pulsátil intensa (incapacitante), associada a náuseas, foto, fono e
osmofobia e piora com esforço físico.
Exame físico: normal
Exame neurológico: normal
Hipótese diagnóstica → Enxaqueca
O
Hipótese diagnóstica → Cefaleia secundária = presença
de massa em TC e papiledema.
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CASO 04 → CEFALEIA SECUNDÁRIA
PMC, 61 anos, há 3 dias com cefaléia persistente, moderada,
com vômitos, holocraniana sem fatores de melhora ou piora.
Exame físico: normal
Exame neurológico: desorientado no tempo e espaço com
confusão mental
Solicitar: TC de crânio e punção liquórica (evidenciou
leucocitose e proteínas)
Hipótese diagnóstica → Cefaléia secundária à infecção
CRISES EPILÉPTICAS
DEFINIÇÕES .
CRISE EPILÉPTICA COMUM
● Crise única com duração de ATÉ 2 min com recuperação total da consciência no período pós-ictal.
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ABORDAGEM .
CHEGADA
● ABCDE
● Verificação de sinais vitais
2 a 3 MIN
● Acesso venoso calibroso
● Colher exames laboratoriais
● Infusão de tiamina e glicose se hipoglicêmico
5 MIN
● Diazepam 10mg EV bolus → na impossibilidade de acesso venoso: IM, intranasal ou intrarretal
7 a 8 MIN
● Fenitoína 15 a 18 mg/kg
● Velocidade de infusão de 50 mg/min
10 MIN
● Diazepam 10mg → Repetir a cada 15 min até dose máxima de 40mg
30 a 60 min
● Monitorização EEG contínua
● Fenitoína pode ser completada até dose máxima de 30 mg/kg
40 min
● Diazepam 10mg + Fenobarbital 10mg/kg a 100 mg/min
● Risco de apneia → providenciar suporte ventilatório
> 60 min
● Crises persistentes mesmo após todas as medidas anteriores → caracteriza status epilepticus refratário
And now? → IOT + sedoanalgesia + EEG contínuo
● Midazolam
● Propofol
● Tiopental
Atençã ! Quando o pct não cede nem mesmo com as drogas anestésicas → status epilepticus super refratário
→ manejo mais complicado
He ! Esse algoritmo do Hospital Albert Einstein está de acordo com a abordagem sugerida pelo professor
(pequenas mudanças em relação aos minutos e uma opção de droga a mais: lacosamida). A leitura dele pode
ajudar a sedimentar um passo a passo mais fluido na nossa cabeça. Vale a pena dar uma lida!
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QUALIDADE DO MANEJO
● Monitorização EEG contínua é necessária e permite a titulação das drogas antiepilépticas.
● Investigação etiológica → CONCOMITANTE ao tto das crises e deve continuar ATÉ identificar a causa
● Depressão respiratória pode decorrer da causa do status epilepticus ou do tto com drogas depressoras
do SNC → o socorrista deve estar equipado com adequado material de IOT
● Checar possíveis interações dos antiepilépticos com outras drogas prescritas, especialmente ATB.
Aumento das doses habituais pode ser necessário para garantir níveis terapêuticos.
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