Você está na página 1de 87

Biofísica

da
Eletrocardiografia
Aspectos Relevantes
DEFINIÇÃO
A eletrocardiografia representa um
método não invasivo de registrar a atividade
elétrica do coração na superfície do corpo
Eletrocardiógrafo Eletrodos
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Apesar de ser um método que remonta desde o início
do século XX, completando 100 anos; ainda representa um
instrumento de investigação diagnóstica de rotina na prática
cardiológica e insubstituível em muitos aspectos,
constituindo a base de outros meios de investigação mais
aperfeiçoados ( teste ergométrico, Holter, ECG-AR, etc ).
Importante !
O Eletrocardiograma ( ECG ) é um
método de investigação complementar
que deve ser analisado sempre dentro de
um contexto clínico amplo.
ASPECTOS HISTÓRICOS
Waller em 1889 usando um instrumento de pouca
precisão e de possibilidades limitadas, o eletrômero
capilar de Lippmann, registrou as variações de potencial
gerados pelo coração, na superfície do corpo.
ASPECTOS HISTÓRICOS

A eletrocardiografia tomou
um impulso realmente importante
com os trabalhos de Einthoven,
que em 1903 aperfeiçoou o
galvanômetro de corda e mais
tarde apresentou um sistema de
derivações.
ASPECTOS HISTÓRICOS
Em 1911 surge o primeiro aparelho de eletrocardiograma (Cambridge)
ELETROFISIOLOGIA
Registrando o Potencial de Ação

O diagrama superior mostra a célula com dois microeletrodos.


A- Ambos os microeletrodos estão no espaço extracelular
B- Potencial de Repouso ( Fase 4 )
C- Ascensão do Potencial de Ação ( Fase 0 )
D- Fase de Rápida Repolarização ( Fase 3 )
E- Retorno ao Potencial de Repouso ( Fase 4 )
CÉLULA EM REPOUSO POLARIZADA
PROGRESSÃO DA DESPOLARIZAÇÃO

- +- -+ ++- ++- ++- ++- +-+


+
-++ -+++ --++ --++ -+-
+-++ ++-+ +-++ +
PROGRESSÃO DA REPOLARIZAÇÃO

-+ +-+ +-+- +++-- +-+-- -++-- --++- --+-


+
-+ +-+ -++ --++ +--++ ++-+-+ ++-+-+ +++-++
TEORIA DO DIPOLO

Podemos representar o dipolo por um vetor, que,


como sabemos, é um segmento de reta que pode ser
definido por uma amplitude, direção e sentido.
REGISTRO DOS FENÔMENOS ELÉTRICOS
DA ATIVIDADE CELULAR

- + - +

- +

- +
- +
A MAGNITUDE DO DIPOLO
Registro da Propagação do Estímulo

-+ -+ -+ -+
Registro da Propagação do Estímulo

-+ -+ -+ -+
Registro da Propagação do Estímulo
-+ -+ +
- -+
PROPAGAÇÃO
ANATÔMICA
DO IMPULSO
SISTEMA DE CONDUÇÃO
Condução Internodal e Intra-atrial
Existe ainda discussão de
como se dá a transmissão dos
estímulos elétricos nos átrios.
Bachmanm, Wenckebach e
Thorel, no começo do século
descreveram do ponto de vista
anatômico, a existência de três
tratos entre o nó sinusal , átrio
esquerdo e o nódulo AV.
James admite que a
condução interatrial e internodal
realiza-se por meio de vias de
condução preferenciais, porém
formadas fundamentalmente por
músculo atrial.
Sistema de Condução do Coração

NAV compacto

Feixe de His
Sistema de Condução do Coração

Ramo Direito

Ramo Esquerdo
Variações na Distribuição das Fibras no Ramo Esquerdo

Demoulin, J. C. and Kulbertus H. E. – Histopathological examination


of concept of left hemiblock. British Heart Journal , 34, 807, 1972.
Visualização do Ramo Esquerdo em Coração de Cachorro

J.C. Demoulin and H. E. Kulbertus – Depart. of Morbid Anatomy


and Division of Cardiology – Univ. of Liege, Belgium .
O ELETROCARDIOGRAMA
( ECG )
PROPAGAÇÃO E ATIVAÇÃO
1. Fenômeno elétrico dos átrios
FENÔMENOS ELÉTRICOS
NA PAREDE ATRIAL
ONDA DE ATIVAÇÃO ATRIAL
RELAÇÃO ESPACIAL DOS ATRIOS
REPOLARIZAÇÃO ATRIAL
Nos átrios a repolarização dos miócitos ocorre na mesma ordem
temporal que a despolarização, desta forma, a primeira célula
que despolarizar será também, a primeira a se repolarizar, veja :

-+ -+ -+ ++- ++- ++- Despolarização


Repolarização
-++ -+ +-- ++- +-+- -+-
REPOLARIZAÇÃO ATRIAL

A repolarização dos átrios corresponde à onda Ta do ECG,


que possui mesma direção porém sentido contrário ao da onda P
de despolarização. Essa onda não aparece no traçado normal uma
vez que corresponde temporalmente ao QRS ( desp. Vent. ) cuja
maior magnitude mascara este fenômeno.
2. Fenômeno elétrico dos ventrículos
DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO
VENTRICULARES
DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO
VENTRICULARES
Nos ventrículos, diferentemente do que ocorre nos
átrios, a sequência de despolarização não é igual a de
repolarização, isto é, a última célula a despolarizar ( célula
epicárdica ) será a primeira a repolarizar, o que dará sentido
igual aos vetores de despolarização e repolarização, veja :

-+ -+ -+ ++- ++- ++- Despolarização


Repolarização
- - - - - -
-+- +-- +-- -+-
++ -++ +
Endocárdio Epicárdio

Para Fixar

Note que a representação gráfica


do vetor de despolarização e
repolarização ventriculares têm
mesma polaridade
ATIVAÇÃO VENTRICULAR
SEQUÊNCIA DE DESPOLARIZAÇÃO
RECUPERAÇÃO VENTRICULAR
NOMENCLATURAS E DURAÇÕES DAS
DEFLEXÕES DO ECG
Velocidade do papel:

 25 mm/segundo ou
50 mm/segundo

25mm ------------------1 segundo


X -------------------- 1 minuto

X = 1500 mm
RITMO E FREQUÊNCIA

RITMO : Sinusal
FREQUÊNCIA : 75 bpm ( a ) e 50 bpm ( b )
Eletrocardiograma
Normal
As Derivações Eletrocardiográficas e o
Registro dos Fenômenos Elétricos
DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS

Na superfície do corpo existem diferenças de


potencial, conseqüentes aos fenômenos elétricos gerados
durante a estimulação cardíaca. Essas diferenças podem
ser medidas e registradas tendo-se, então, uma noção
satisfatória do tipo e da intensidade das forças elétricas
do coração.
Para isso, são utilizados galvanômetros de tipo
particular que constituem as unidades fundamentais dos
eletrocardiógrafos.
O ECG E SUAS 12 DERIVAÇÕES
O Que São Derivações ?

Derivação – Comunicação entre dois pontos dentro de


um circuito elétrico.
Derivação Bipolar – Mede apenas a diferença de
potencial entre dois pontos, sem no entanto dar o valor
absoluto de cada ponto.
Derivação Unipolar – Mede o potencial absoluto do
ponto explorado, sendo o eletrodo indiferente igual a zero.
Estudos de Einthoven
D1 Braço esquerdo - Braço direito
D2 Perna esquerda - Braço direito
D3 Perna esquerda - Braço esquerdo
Estudos de Wilson
Ligando-se os três eletrodos em um ponto único, este será
de potencial praticamente igual a zero (central terminal de Wilson ).
VR , VL , VF.
O cabo explorador ficando desligado da central terminal o
potencial fica aumentado, de 50 %.
aVR , aVL , aVF – medem o potencial absoluto do ponto explorado
Entendendo as derivações ...
DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS NO
PLANO FRONTAL
TRIÂNGULO DE EINTHOVEN

Derivação D1
TRIÂNGULO DE EINTHOVEN

Derivação D2
TRIÂNGULO DE EINTHOVEN

Derivação D3
As Derivações Unipolares
aVR aVL

aVF
FORMAÇÃO DO EIXO HEXAXIAL

DI

aVL
aVR aVL aVR

DI
DII aVF DIII

DIII DII
aVF
PROJEÇÃO DO SÂP NO PLANO FRONTAL
A Projeção dos Vetores

D1

D1
PROJEÇÃO DOS QUATRO VETORES
DE ATIVAÇÃO VENTRICULAR
PROJEÇÃO DO SÂT NO PLANO FRONTAL
EIXO ELÉTRICO
Podemos somar os vetores dos diversos fenômenos
elétricos que se passam no coração. Sendo assim temos :
Vetor soma da despolarização atrial (SÂP), que
corresponde a soma dos dois vetores atriais.
Vetor soma da despolarização ventricular (SÂQRS),
que corresponde a soma dos quatro vetores de repolarização
ventricular
Vetor soma da repolarização ventricular (SÂT), que
corresponde ao próprio vetor de repolarização ventricular

O eixo elétrico é a visualização NO PLANO FRONTAL


destes vetores soma, isto é, no plano hexaxial.
SÂP

SÂQRS

SÂT
Para que calcular o eixo elétrico ?
O cálculo do eixo elétrico permite avaliar a
direção e o sentido da despolarização, informando se
este está normal ou se existe desvio para a esquerda
ou para a direita.
Este tipo de informação é fundamental no
diagnóstico de diversos tipos de doenças cardíacas
que produzem desvios específicos do eixo elétrico.

SVE SVD
DETERMINAÇÃO DO EIXO ELÉTRICO

SÂQRS
DETERMINAÇÃO DO EIXO ELÉTRICO

aVL
aVR

DI

DIII DII
aVF
DETERMINAÇÃO DO EIXO ELÉTRICO

aVL
aVR

DI

DIII DII
aVF
QUAL O SÂQRS ?

D1 +
aVF -
D2 - aVL +

SÂQRS (-30º ; -60º)


Padrão Eletrocardiográfico Normal
no Plano Frontal
DERIVAÇÕES NO PLANO HORIZONTAL

Pontos de aplicação dos Corte horizontal do tórax. As


eletrodos para registro das linhas de derivações precordiais
derivações precordiais partem do 4º e 5º espaços
intercostais e se dirigem para o
centro do coração.
DERIVAÇÕES NO PLANO HORIZONTAL

As derivações precordiais de V1 a V6 e Projeções de um vetor orientado para


suas relações com um corte horizontal frente e para a direita nas derivações
do coração. V1 (deflexão positiva ) e V6 ( deflexão
negativa )
SÂP NO PLANO FRONTAL E NO
PLANO HORIZONTAL
VETORES VENTRICULARES
NO PF E NO PH
REPRESENTAÇÃO DO QRS NAS
DERIVAÇÕES PRECORDIAIS
PADRÕES DO QRS NAS DERIVAÇÕES
PRECORDIAIS
Padrão de VD

Septo

Padrão de VE
SÂT NO PLANO FRONTAL E NO PLANO
HORIZONTAL
TERMINOLOGIA DO COMPLEXO QRS
ECG Normal
O mundo chamado Eletrocardiografia

• Crescimentos Cavitários

• Distúrbios de Condução

• Isquemia e Infarto
• Arritmias
• Distúrbios Eletrolíticos

• Outros
Fim
Aspectos
ISTÓRICOS
V1
V6
Todas as Derivações Precordiais

V1 V2 V3

V6
V5

V4

Você também pode gostar