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Biofísica do
Eletrocardiograma
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Resumo de Biofísica do Eletrocardiograma 1
1. Introdução
As células cardíacas, em seu estado de repouso, são eletricamente polarizadas,
na qual o seu exterior é rico em cargas positivas, enquanto que seu interior é rico em
cargas negativas. Esta polaridade é garantida pelo funcionamento de bombas de
membrana que propiciam as concentrações adequadas de cada íon no meio intracelular
e extracelular.
- - - - - - - +++++ ++ A despolarização é
- - - - - propagada de célula a célula,
produzindo uma onda de
- - - --
despolarização que é
transmitida por todo o
+++++ ++ - - - - - - -
miocárdio. Essa onda de
Onda de despolarização
despolarização segue em
direção ao polo positivo. A despolarização do músculo cardíaco é quase simultânea a
contração, podendo ser consideradas como um mesmo evento: células despolarizadas,
onde seu interior está com carga positiva, ou seja, quando há uma estimulação. Dessa
forma, a despolarização é um fenômeno químico/elétrico e a contração, um fenômeno
mecânico.
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O eixo horizontal mede o tempo, a distância entre cada pequeno quadro é 0,04s
(40 ms), enquanto que a distância de um grande quadro é cinco vezes maior, ou seja,
0,2s (200 ms). Já a distância do eixo vertical mede a voltagem, a distância ao longo de
um pequeno quadrado é 0,1mV, e ao longo de um quadrado grande 0,5mV.
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2. Derivações
Para ler um ECG e extrair o máximo de informações possíveis, é preciso
compreender o sistema de 12 derivações. O coração é um órgão tridimensional e a sua
atividade elétrica também deve ser compreendida em três dimensões.
Para as derivações bipolares, o eixo anatômico é representado pela reta que une
dois eletrodos. Enquanto que, para as unipolares ele é representado pela reta que une
o eletrodo explorador ao dipolo situado no centro do volume condutor.
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Derivações periféricas
As três derivações
regulares são definidas da
seguinte maneira:
Derivação I: braço
esquerdo positivo, braço
direito negativo e ângulo
0º;
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Quando a gente usa 2 eletrodos para fazer uma análise é porque precisamos
saber qual é o potencial elétrico em cada uma das regiões, para podermos definir a
diferença de potencial entre elas. No entanto, descobriu-se que o centro elétrico do
coração (“Terminal Central de Wilson”) possui um potencial próximo a zero. A partir daí,
como a gente conhece o potencial desse ponto e ele está mais próximo da origem do
estímulo do que qualquer eletrodo superficial, a gente apenas adota que ele equivale
ao polo negativo. Assim, só precisaremos de um eletrodo para ser o polo positivo. Por
isso que aqui nesse grupo a gente consegue outras 3 derivações diferentes (unipolares):
Derivação aVL:
braço esquerdo
positivo e outros
membros negativos,
ângulo -30º;
Derivação aVR:
braço direito positivo e os outros membros negativos, ângulo -150º;
Derivação aVF: pernas positivas e os outros membros negativos, ângulo 90º.
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Derivações precordiais
Além dessas principais, ainda podem ser adicionadas outras, que nos permitem
ver alguns pontos mais específicos. Dentre elas temos:
Septo: V1 e V2;
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O aVR é uma derivação que tem sido bastante negligenciada, mas alguns estudos
apontam que ela pode ser importante para alguns diagnósticos diferenciais mais
específicos. Dentre as derivações precordiais extras temos o seguinte: V3R e V4R são as
melhores para avaliar alterações no ventrículo direito, enquanto que V7, V8 e V9
permitem avaliar melhor a parede posterior do ventrículo E.
3. Ondas e Intervalos
A partir de uma linha de base, o traçado eletrocardiográfico pode inscrever
ondas positivas (na metade superior); negativas (na metade superior); não inscrever
ondas, caracterizando-se a linha isoelétrica; ou mesmo, produzi-las em ambas as
metades, às vezes de igual área, configurando-se o caráter isodifásico. A magnitude de
uma onda corresponde a área determinada por seus limites, uma onda pode ter uma
grande amplitude (altura), sem, necessariamente, ter uma grande área.
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Após o estímulo passar por todo o átrio, ele estará no septo interventricular,
onde está localizado o nó atrioventricular
(AV), sendo responsável por retardar a
passagem do estímulo elétrico para os
ventrículos e diminuir a velocidade de
condução. Por esse motivo, o ECG fica em um
platô – é o segmento PR – até a próxima onda
que é a Q. Esse retardo na condução é
fisiológico e possibilita que os átrios
terminem a sua contração, antes que os
ventrículos comecem a se contrair. Permite o adequado esvaziamento atrial e
enchimento ventricular.
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Onda S: após o estímulo elétrico chegar ao ápice do coração, o impulso segue pelas
fibras de Purkinje, que ascendem pelas paredes externas do ventrículo e isso é
interpretado como se o impulso estivesse se afastando do eletrodo, o que explica o
aparecimento de outra onda negativa.
Por fim, resta falar dos intervalos. O intervalo engloba uma onda e uma linha reta
de conexão (segmento). Assim, nós temos dois intervalos. O intervalo PR engloba a onda
P e o segmento PR, portanto, mede o tempo desde o início da despolarização atrial até
o início da despolarização ventricular. O intervalo QT inclui o complexo QRS, o segmento
ST e a onda T, medindo assim o tempo do início da despolarização ventricular até o final
da repolarização ventricular. Já o termo intervalo QRS é usado para descrever a duração
apenas a duração do complexo QRS sem qualquer segmento de conexão. Obviamente,
ele mede a duração da despolarização ventricular.
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4. O Sistema Hexagonal
A necessidade de colocar todos esses dados
em um diagrama que permitisse a leitura fácil e
padronizada, fez surgir inicialmente o sistema
triaxial de Bayley, fazendo as três derivações
bipolares iniciais passarem para a região central do
Triângulo de Einthoven. Posteriormente, três
derivações unipolares foram acrescentadas,
formando o sistema hexagonal, utilizado até os dias atuais. O diagrama do sistema
hexagonal tem, portanto, quatro quadrantes de 90°:
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Referências Bibliográficas
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