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ELETRO
Eletrocardiograma de um jeito fácil
ELETROFISIOLOGIA
Onde tudo começa.
FACILITANDO
ELETRO
Eletrocardiograma de um jeito fácil
Este material é parte do curso de ECG Facilitando Eletro.
ELETROFISIOLOGIA
Leitura importante
Ciclo elétrico
A atividade do coração passa pelo acoplamento perfeito entre dois ciclos
concomitantes: um ciclo elétrico e um ciclo mecânico. Eletrocardiograma é o
estudo do ciclo elétrico do coração e também de suas alterações em resposta a
possíveis patologias mecânicas.
Teoria do Dipolo
(Se possível, assista as aulas de eletrofisiologia para ter uma compreensão muito
mais clara sobre esse assunto).
Imagine uma única célula polarizada. O meio interior está mais negativo que o
exterior. Isso ocorre devido a concentração de Na+ (sódio) ser maior no meio
exterior e também pelo K+ (potássio) ter maior concentração no meio intracelular.
As proteínas do meio intracelular também possuem carga negativa.
Nesse momento, não existe atividade elétrica percorrendo a célula. Logo, o meio
extracelular está com carga positiva.
++++++++++++++++
------------------------
Quando um estímulo elétrico vindo de outro lugar (do nó sinusal, por exemplo),
a porção celular mais próxima a esse estímulo começa a se despolarizar,
invertendo as cargas do meio intracelular com o extracelular. Nesse momento,
começa a haver uma diferença das cargas no meio extracelular – entre as porções
que já despolarizaram e as que ainda vão despolarizar.
-----++++++++++++
++++-----------------
V
-+ - +
Esse dipolo vai percorrendo toda a célula até que ela esteja totalmente
despolarizada, assim as cargas intracelulares ficam positivas e extracelular
negativas.
-----------------------
+++++++++++++++
V
-+
1 5
2
4
3
A
Como pode perceber, a onda registrada será negativa ou positiva conforme for a
posição do eletrodo e, também, do sentido da atividade elétrica e do vetor. Uma
mesma atividade elétrica pode ser registrada de forma diferente se mudarmos a
posição do eletrodo explorador.
3
1 5
4
Como existe uma grande massa de células se despolarizando ou repolarizando
ao mesmo tempo no coração, esses vetores podem se somar ou se subtraírem,
formando um vetor resultante daquela atividade elétrica que está acontecendo
naquela área específica do coração, naquele instante específico. Por exemplo: após
a despolarização atrial, o septo interventricular se despolariza. Naquele instante,
somente o septo está em atividade elétrica. Os vetores formados por cada célula
septal se somam, gerando um único vetor resultante: o vetor septal.
Ativação ventricular
Se colocarmos um eletrodo explorador na ponta do ventrículo esquerdo, teremos,
nesta sequência, o seguinte registro:
1 – Um vetor formado pela ativação septal, que gera uma pequena onda negativa
formada pela ativação septal que ocorre da esquerda para direita, uma vez que o
ramo esquerdo despolariza mais rápido e, também, porquê o VE (ventrículo
esquerdo) possui maior massa ventricular. Surge assim a onda q, representando a
despolarização septal. A onda q é registrada negativa porque o eletrodo explorador
está à esquerda. O vetor resultante septal foge do eletrodo explorador (vai da
esquerda para a direita – aponta para a direita).
Vale lembrar que essa mesma atividade elétrica teria representação gráfica
diferente caso o eletrodo explorador estivesse à direita do coração. O eletrodo
explorador capta e registra uma onda positiva caso o vetor resultante se dirija para
ele e negativa caso essa mesma atividade elétrica se dirija em diração contrádia a
dele. Após a despolarização, ocorre a repolarização.
Dessa forma, temos a formação da onda P – QRS – T
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Potencial de ação
Como já mensionamos, existem dois grandes protótipos de grupos celulares:
um formado por células mais especializadas por geração e condução de estímulo
elétrico e outro por contarção celular. Ocorre que o potencial de ação desses dois
grandes grupos também podem ser estudados de forma diferente.
Nesse ponto, vamos apenas relembrar você somente o que mais pode ser
relevante no estudo desses potenciais de ação. Há muito o que discutir, mas nem
tudo possui implicação clínica. Assim, nos deteremos ao estudo apenas do
fundamental.
As células mais especializadas em contração muscular também são chamadas
de “células de resposta rápida”, uma vez que se despolarizam rapidamente em
resposta de algum estímulo elétrico. As demais, “células de resposta lenta”, já que
seu potencial de ação se eleva gradativamente até que haja uma despolarização
automática, numa frequência pré determinada (Ex: nó sinusal despolariza numa
frequência de 50 a 100 vezes em um minuto, determinando a FC do coração. Em
caso de falha, outro grupo celular pode assumir o comando, porém com frequência
menor, já que essas células não são tão especializadas em geração de estímulo –
como o nó AV, com frequência de 40 – 60 estímulos em um minuto.)
Não existe Fase 0 (entrada de Na). A despolarização ocorre pela entrada lenta
de Ca por canais especializados (canais Funny).
O potencial se eleva gradativamente após cada despolarização, provocando
automatismo.
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Referência recomendada:
NETO O. N. R. ECG - Ciência e aplicação clínica. 1. ed. São Paulo:
Sarvier, 2016