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EXAMES

COMPLEMENTARES
Eletrocardiograma (ECG)

- Definição

- O ECG é o registo gráfico de potenciais eléctricos gerados pelo coração

- A sua utilidade clínica prende-se pelo facto de ser uma exame de acesso
fácil, não invasivo, barato e versátil

- Permite o diagnóstico de:


- arritmias
- alterações da condução
- isquemia do miocárdio
- Pode revelar alterações metabólicas que colocam o doente em perigo de
vida, como sejam, a:
- hipercaliemia
- situações de morte súbita como nas síndromes de QT prolongado
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COMPLEMENTARES

ECG
- Eletrofisiologia

Despolarização
- A despolarização das células cardíacas inicia a contracção do
músculo cardíaco
- As correntes eléctricas que se espalham através do coração,
são produzidas por três componentes:
- as células marca passo do nó sino auricular ou sinusal
- um tecido especializado na condução elétrica
- as próprias células do miocárdio

- O ECG, só regista os potenciais da despolarização (estímulo)


e da repolarização (recuperação ) originadas nas aurículas e ventrículos
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COMPLEMENTARES

ECG
- Eletrofisiologia
- Despolarização

- A despolarização que conduz ao ritmo normal do coração,


origina-se no nó sinoauricular ou sinusal , que é um conjunto de células marca passo
que possuem automatismo

- Esta onda de despolarização alastra à aurícula direita e


depois à aurícula esquerda, promovendo a sua contração
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COMPLEMENTARES

ECG
- Eletrofisiologia

- Em seguida, o impulso estimula as células marca passo e o tecido


especializado de condução que constitui o nó auriculoventricular e o feixe de His

- Este feixe bifurca-se em dois feixes principais que


constituem os ramos direito e esquerdo do feixe de His, que rapidamente transmitem a
despolarização aos ventrículos direito e esquerdo, através das fibras de Purkinje

- O ramo esquerdo bifurca-se em duas subdivisões


principais, os fascículos anteriores esquerdo e posterior esquerdo

- A despolarização propaga-se à parede ventricular, do


endocárdio para o pericárdio, originando a contração ventricular
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ECG
Eletrofisiologia
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ECG
- Passos para a realização dum ECG

- Informar o doente em que consiste o exame e os riscos envolvidos

- Pedir ao doente para remover equipamentos eléctricos, como telefones


ou relógios que podem interferir com o sinal quando vai fazer o ECG

-Também devem remover-se objectos metálicos, como correntes ou


pulseiras na área da colocação dos elétrodos

- Pedir-lhe para se despir da cintura para cima, e descobrir os tornozelos


e antebraços, para colocar corretamente os elétrodos

- Garantir sempre a intimidade do doente que deve cobrir o tronco com


um lençol, especialmente as mulheres
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ECG
- Passos para realizar um ECG
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- Posicionar o doente em decúbito dorsal em uma marquesa perto do
eletrocardiógrafo
- Limpar e desinfectar as áreas de colocação dos eléctrodos com uma
solução à base de álcool, para garantir o contacto adequado da pele e melhorar a
obtenção do sinal do ECG
- Informar o doente que não se pode mover ou falar e respirar
normalmente enquanto é obtido o ECG
- Escrever sempre no ECG o nome e apelido do doente, juntamente
com a data e hora da conclusão
- Limpar o excesso do gel dos elétrodos
- Uma vez o doente vestido, comunicar quando vai ser lido e se
possível qual o médico que o fará
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COMPLEMENTARES
ECG
- Papel milimetrado do ECG

- O papel do ECG é um papel milimetrado onde cada quadrado pequeno


mede 1 mm e a cada 5 quadrados pequenos há uma linha mais grossa que define um
quadrado maior de 5 mm

- O eixo vertical mede a amplitude da corrente eléctrica do coração e é


dado em milivolts, sendo que 10 mm de altura é igual a 1 mV e cada milímetro de
altura do papel do ECG é equivalente a 0,1 mV e cada quadrado grande 0,5 mV

- O eixo horizontal mede o tempo e num ECG padrão, o papel corre a


uma velocidade de 25 mm/s, sendo que 1 mm horizontal equivale a 0,04 s e um
quadrado grande equivale a 0,20 s

- O papel de registo do ECG tem um desenho quadriculado facilitando e


orientando a interpretação do exame
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ECG
- Papel milimetrado do ECG
- São pequenos quadrados de 1 mm de cada lado, ou seja, as menores
divisões possuem um milímetro de altura e de comprimento, existindo cinco quadrados
mais pequenos ou quadradinhos entre cada uma das linhas mais escuras
- Cada linha horizontal é separada uma da outra por uma distância de 1
milímetro e representa um décimo de milivolt (mV), que é a unidade básica que mede a
intensidade da atividade elétrica cardíaca.
- A abscissa marca o intervalo de tempo, onde cada 1 mm
corresponde a 0,04 s (40 ms), considerando a velocidade padrão de 25 mm/s
- A ordenada regista a voltagem, onde cada 1 mm corresponde a
0,1 mV, ou seja, a altura e a profundidade de uma onda mede em milímetros e
representam a medida de voltagem
- A elevação e a depressão de segmentos da linha de base do traçado ECG
também são medidas em milímetros, do mesmo modo que medimos as ondas
- Num aparelho devidamente calibrado e ajustado, quando acionado o botão
de calibração, a agulha deflexiona 10 mm ou 1 mV
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ECG
- Papel milimetrado do ECG
- A cada cinco quadrados pequenos há uma linha mais forte em destaque,
delimitando intervalos de 0,20 s (segundos) ou (200 ms) e 0,5 mV
- O eixo horizontal representa o tempo, e este tempo é representado pela
distância entre as linhas mais escuras é de 0,2 s
- Cada pequena divisão, quando medida horizontalmente entre as linhas finas
representa 0,04 s, ou seja, o intervalo de tempo entre cada uma destas linhas verticais é
de 0,04 segundos
- Quando medimos o espaço entre a linha horizontal podemos determinar a
duração de qualquer parte do ciclo cardíaco
- A duração de qualquer onda pode ser determinada medindo o eixo
horizontal
- É medida por uma série de linhas verticais também separadas pela distância
de um milímetro
- Se somarmos quatro divisões finas chegamos ao valor de 0,16 s, ou seja,
16/100 do segundo
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COMPLEMENTARES
ECG
- Papel milimetrado do ECG
- Ao iniciar o registo do ECG, o electrocardiógrafo executa
automaticamente uma calibragem
- É enviado um pulso eléctrico de 1 mV durante 0,2 s, registando
no papel milimetrado uma imagem rectangular de 10 mm de altura e 5 mm de largura
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ECG

- Derivações Cardíacas

- No ECG, as derivações cardíacas gravam a diferença de potencial


eléctrico entre dois pontos, quer entre dois eléctrodos (derivação bipolar) ou entre um
ponto virtual e um elétrodo (derivações monopolares)

- É importante salientar que as derivações cardíacas não devem ser


analisadas separadamente, mas no conjunto de ECG, em que cada derivação é uma
visão diferente do mesmo estímulo elétrico
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COMPLEMENTARES

ECG

- Derivações dos membros ou do plano frontal


- São as melhores derivações do ECG para apreciar as alterações do
ventrículo esquerdo, especialmente as paredes anterior e posterior
- As derivações dos membros são divididas em derivações bipolares
(também chamadas clássicas ou de Einthoven) e derivações monopolares aumentadas

- Derivações precordiais ou plano horizontal


- No ECG normal nas derivações precordiais, os complexos QRS são
predominantemente negativos nas derivações V1 e V2 (tipo rS) e predominantemente
positivos em V4 a V6 (tipo Rs).
- Estas derivações fornecem dados eletrocardiográficos no plano horizontal
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ECG

- Derivações dos membros ou do plano frontal


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- São as derivações de ECG obtidas a partir de elétrodos colocados nos


membros
- Os eléctrodos são quatro periféricos e são colocados
nos membros do doente

- Normalmente diferem na cor para cada um.


- R: Braço Direito (R), evitando proeminências ósseas
- L: Braço Esquerdo (L), evitando proeminências ósseas
- F: Perna Esquerda (F) evitando proeminências ósseas
- N: Perna direita é o neutro (N)
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ECG
- Derivações das extremidades e triângulo de Einthoven
- Triângulo e lei Einthoven: As três derivações bipolares são, como um
todo, designadas por triângulo de Einthoven (inventor do ECG)
- Estas ligações, mantêm uma proporção matemática, refletida na Lei de
Einthoven que nos diz que D1 + D2 = D3
- Esta lei é muito útil na interpretação de um ECG, para determinar se os
elétrodos estão corretamente posicionados nos membros, pois se variar a posição de um
elétrodo, esta lei não se cumpre, permitindo-nos saber que o ECG está mal feito
- No eletrocardiograma, as derivações monopolares dos membros,
registam a diferença de potencial entre um ponto teórico no centro do triângulo de
Einthoven, com um valor de 0 e o elétrodo em cada extremidade, permitindo conhecer o
potencial no elétrodo.
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COMPLEMENTARES

ECG
- Derivações (bipolares) standards do ECG

- São as derivações cardíacas do ECG descritas por Einthoven

- Registam a diferença de potencial elétrico entre os dois elétrodos localizados nos


diferentes membros

- D1 ou I: diferença de potencial entre o braço direito e o braço esquerdo

-D2 ou II: diferença de potencial entre o braço direito e a perna esquerda

- D3 ou III: diferença de potencial entre o braço esquerdo e a perna esquerda


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ECG
- Derivações (monopolares) das extremidades e triângulo de Einthoven
- Esses ramos foram inicialmente chamado VR, VL e VF

- O V representa vetor, e R, L, F: direita, esquerda e pés (em inglês)

- Posteriormente foi adicionada um a minúsculo, que significa


amplificados relativamente aos iniciais
- aVR: Potencial absoluto do braço direito

- aVL: Potencial absoluto do braço esquerdo

- aVF: Potencial absoluto da perna esquerda


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ECG
- Derivações distais dos membros e derivações precordiais
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COMPLEMENTARES

ECG

- Elétrodos precordiais telemedicinamorac.com.br

- São seis colocados na região do tórax


- V1: No quarto espaço intercostal no bordo direito do esterno
- V2: No quarto espaço intercostal no bordo esquerdo do esterno
- V3: Na metade da distância entre os eléctrodos V2 e V4
- V4: No quinto espaço intercostal, na linha de clavicular-média (por baixo
do ponto médio da clavícula)
- V5: na mesma linha horizontal, tal como o eléctrodo V4, mas na linha axilar
- V6: Na mesma linha horizontal eléctrodos V4 e V5, mas na linha médio-axilar
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas, intervalos e segmentos do ECG
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- As ondas são diferentes curvaturas no traçado do ECG para cima ou para
baixo
- São produto de potenciais de ação que ocorrem durante a estimulação
cardíaca, repetindo-se batimento a batimento, a menos que haja alterações
- São denominadas P, Q, R, S, T, U, por esta ordem e são unidas entre si por
uma linha isoelétrica
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Onda P
- A onda P é a primeira onda do ciclo cardíaco e representa a
despolarização das aurículas
- É constituída pela sobreposição da atividade elétrica das duas
aurículas
- A sua parte inicial corresponde à despolarização da aurícula
direita e na parte final da aurícula esquerda
- A duração da onda P é menor do que 0,10s (2,5 mm de largura) e
uma voltagem máxima de 0,25 mV (2,5 mm de altura)
- Normalmente positiva em todas as derivações, excepto em aVR
onde é negativa e em V1 que pode ser isodifásico
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ECG

- Ondas do ECG

- Onda Q

- Duas noções importantes sobre esta onda:

- Se houver uma pequena onda positiva no QRS antes de


uma onda negativa, a onda negativa não é um Q, é uma onda S, por muito pequena
que seja a onda positiva anterior

- Nem toda a onda Q significa enfarte do miocárdio

- Num ECG normal há ondas Q em algumas derivações, sem


significado patológico
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ECG
- Ondas do ECG
- Caraterísticas da onda Q normal
- Derivações periféricas
- a onda Q normal é muitas vezes estreita e pouco profunda
(menos de 0,04 seg de largura e 2 mm de profundidade) não excedendo 25% do QRS
- pode haver uma onda Q relativamente profunda em DIII em
corações horizontalizados e um QS em aVL em corações verticalizados
- é normal uma onda Q profunda em aVF
- Derivações precordiais
- não deve nunca observar-se em V1-V2
- normalmente é observada uma onda Q em V5-V6, geralmente
inferior a 0,04 segundos de largura, 2 mm de profundidade não excedendo 15% do
QRS
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Complexo QRS
- É constituído por um conjunto de ondas representando a
despolarização dos ventrículos
- A sua duração varia de 0.06 s e 0.10 s. e dependendo da
derivação, assume várias morfologias.
- Onda Q: se a primeira onda do complexo QRS é negativa,
designa-se por onda Q
- Onda R: é a primeira onda positiva do complexo QRS e pode ser
precedida por uma onda negativa (onda Q) ou não
- Se no complexo QRS houver outra onda positiva é designada R’
- Onda S: é a onda negativa que aparece depois da onda R
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COMPLEMENTARES
Eletrocardiograma
- Ondas do ECG
- Complexo QRS
- Onda QS
- quando um complexo é completamente negativo, sem a presença
de onda positiva, é chamado QS.
- geralmente é um sinal de necrose.
- Ondas R’ e S’
- quando há mais de uma onda R ou mais de uma onda S, são
chamados de R 'e S’
- se num complexo QRS há uma onda inicial mínima positiva, por
menor que seja, será uma onda R e a onda negativa que se segue é uma onda S, não
uma onda Q
- é um erro comum fazer esta confusão
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Onda T
- Representa a repolarização dos ventrículos
- Geralmente é de menor amplitude do que o QRS que a precede
- Em um ECG normal é positivo em todas as derivações, excepto
em aVR
- Embora possa ser negativa em D3 em obesos e V1-V4 em
crianças, jovens e mulheres
- A onda T normal é assimétrica, com a porção ascendente mais
curta do que a porção descendente
- A sua amplitude máxima é inferior a 5 mm nas derivações
periféricas e menor do de 15 mm nas derivações precordiais
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COMPLEMENTARES

ECG

- Ondas do ECG

- Onda U

- Normalmente é uma onda positiva de baixa tensão registada nas


derivações precordiais e imediatamente a seguir à onda T

- A sua origem é desconhecida, mas pode significar a repolarização


dos músculos papilares
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Intervalos e Segmentos do ECG
- Intervalo eletrocardiográfico: é a porção do ECG que inclui
um segmento e uma ou mais ondas
- Segmento do ECG: é a linha (normalmente isoelétrica) que
une uma onda com uma outra, sem incluir qualquer delas
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Segmento PR: é a linha que une o fim da onda P com o aparecimento de
QRS.
- Intervalo PR: inicia-se a partir do início da onda P até ao aparecimento
do QRS, incluindo onda P
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Intervalo RR
- é a distância entre duas ondas R sucessivas e no ritmo sinusal, esse
intervalo deve ser constante.
- O intervalo RR é medido a partir do início de uma onda R para o
início da próxima e o seu comprimento depende da frequência cardíaca
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Intervalo PR
- Representa a despolarização auricular e o atraso fisiológico
que sofre o estímulo na sua passagem através do nódulo atrioventricular (AV)
- O seu valor normal é entre 0,12-0,20 s
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Intervalo QRS
- Mede o tempo total de despolarização ventricular
- É medido a partir do início da onda R ou da onda Q até ao final da
onda S (ou R ', se for a última onda)
- O seu valor normal é entre 0.06s e 0.10s.
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Intervalo QT
- O intervalo QT representa a sístole ventricular, ou seja o conjunto
da despolarização e repolarização dos ventrículos
- A sua medida varia de acordo com a frequência cardíaca, pelo que
é recomendável ajustar o seu valor à frequência cardíaca
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Segmento ST
- Representa um período de inatividade entre a despolarização e o
início da repolarização ventricular
- É geralmente isoeléctrico, e vai da extremidade do QRS até ao
início da onda T (ao contrário de intervalos, o segmento ST não contém nenhuma onda)
- As alterações do segmento ST são de grande importância no
diagnóstico das síndromes coronárias agudas
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas, intervalos e segmentos ou elementos do eletrocardiograma
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COMPLEMENTARES
ECG

- Ondas do ECG

- Alterações do segmento ST

- A cardiopatia isquémica do coração representa a causa mais


comum da elevação (supra) ou infradesnivelamento do segmento ST

- Quando uma região do coração sofre isquemia persistente, é


gerada no ECG uma imagem da lesão, observando-se uma variação do segmento ST,
quer uma subida ou descida do mesmo, dependendo do grau de oclusão da artéria
coronária

- A elevação aguda do segmento ST no ECG é um dos


primeiros sinais de enfarte agudo do miocárdio e é geralmente associada com a oclusão
aguda e completa de uma artéria coronária
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COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Alterações do segmento ST
- Para fazer o diagnóstico de enfarte do miocárdio com elevação
do segmento ST, este aumento deve ser persistente em pelo menos duas derivações
contíguas
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Ondas do ECG
- Alterações do segmento ST
- Pode ser transitória (nos casos de angina) ou persistente como no
caso de enfarte agudo de miocárdio
- Também aparece como imagem inversa nas derivações não afetadas
por um enfarte do miocárdio com elevação do ST
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal nas derivações precordiais
- No ECG normal nas derivações precordiais, os complexos QRS são
predominantemente negativos nas derivações V1 e V2 (tipo rS) e predominantemente
positivos em V4 a V6 (tipo Rs)
- V1: Esta derivação regista o potencial das aurículas e de parte do
tabique e da parede anterior do ventrículo direito
- O complexo QRS tem uma pequena onda R (ativação ventricular
direita), seguido por uma onda S profunda (ativação do ventrículo esquerdo)
- Padrão rS: onda R pequena seguida de onda S profunda
- Morfologia normal em V1 e V2
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal nas derivações precordiais
- V2: este elétrodo precordial está por cima da parede do ventrículo
direito, por conseguinte, a onda R é ligeiramente maior do que em V1, seguida por
uma onda S profunda (ativação do ventrículo esquerdo)
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal nas derivações precordiais
- V3: é uma derivação de transição entre o potencial esquerdo e
direito do ECG, devido à colocação do eléctrodo no septo interventricular
- A onda R e S onda são geralmente quase iguais (QRS isodifásico)
- Complexo QRS (isodifásico): quando a altura da maior onda
positiva e da profundidade da maior onda negativa são semelhantes
- É a morfologia típica desta derivação
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal
- V4: este eléctrodo está colocado sobre a ponta do ventrículo
esquerdo, onde a espessura é maior
- Tem uma onda R alta seguida por um S pequeno (ativação do
ventrículo direito ), que em V1 e V2 formam a onda R
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal nas derivações precordiais
- V5 e V6: Estas derivações estão localizadas no miocárdio ventricular
esquerdo, cuja espessura é menor do que em V4
- Por conseguinte, a onda R é menor do que em V4, mas ainda
elevada, seguida por uma pequena onda S
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal
- Qr: onda Q profunda seguida por pequena onda R
- Morfologia normal em aVR
- Encontrada em outra derivação é um sinal de necrose miocárdica
(enfarte prévio) na região correspondente do coração
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado anormal
- rSR': A presença de uma pequena onda R, seguida por uma onda S
profunda e uma segunda onda R (R'), é caraterístico de bloqueio do ramo direito e
bloqueio incompleto do ramo direito
- Observa-se também na síndrome de Brugada, que é uma doença
hereditária autossómica dominante
- É caraterizada pela elevação persistente do segmento ST nas
derivações precordiais direitas (V1-V3) e é de grande relevância clínica por causa de
sua associação com morte súbita devido a arritmias ventriculares
EXAMES
COMPLEMENTARES

ECG

- Traçado normal

- Cálculo de Frequência Cardíaca


- Num ECG normal, por cada segundo, há cinco quadrados grandes, e
em um minuto, 300 quadrados grandes, já que cada quadrado grande corresponde a
0,20 s, porque cada quadradinho pequeno corresponde a 0,04 s
- Sabendo disso, podemos calcular a frequência cardíaca através da
medição do intervalo RR de 2 batimentos seguidos, desde que o ritmo seja regular, isto
é a distancia é semelhante dum batimento cardíaco a outro
- Localize no ECG uma onda R que corresponde a uma linha grossa, e
conte o número de quadrados grandes até à próxima onda R e dividimos 300 pelo
número de quadrados grandes, isto é um quadrado grande corresponde a 300 bpm, dois
quadrados a 150 bpm, três quadrados a 100 bpm e quatro a 75 bpm
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG

- Traçado normal

- Ritmo sinusal
- O ritmo sinusal é o ritmo normal do coração
- É produzido pela estimulação do nó sinusal de ambas as aurículas,
através do nó AV e posterior condução aos ventrículos pelas fibras do feixe de His e
ramos direito e esquerdo
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Traçado normal
- Para determinar se um ECG está em ritmo sinusal deve obedecer a estas
características:
- Onda P positiva em derivações inferiores (II, III e aVF) e V2 a V6
precordial, negativo em aVR, e muitas vezes isodifásico em V1
- Cada onda P deve ser seguida por um QRS
- O intervalo RR deve ser constante
- O intervalo PR deve ser igual a ou maior do que 0,12 segundos.
- A frequência cardíaca deve ser entre 60 e 100 batimentos por
minuto (bpm)
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Taquicardia sinusal

- O ECG tem todas as características descritas para o ritmo sinusal mas a


frequência é maior que 100 bpm
- A taquicardia sinusal geralmente não traduz doença cardíaca
aparecendo com a atividade física em pessoas normais
- Aparece também secundária a doenças que requerem um maior
consumo de oxigénio, tais como a infeção, choque e enfarte do miocárdio
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bradicardia sinusal
- O ECG reúne todas as caraterísticas do ritmo sinusal, mas a
frequência cardíaca é inferior a 60 bpm
- A bradicardia sinusal nem sempre significa doença cardíaca
- É comum em atletas e em doentes tratados com medicamentos que
retardam o ritmo cardíaco (betabloqueadores, antiarrítmicos)
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bradicardia sinusal

- Quando a bradicardia sinusal apresenta frequências muito baixas


(menor de 40 bpm) ou é sintomática (tonturas, síncope ou episódios de pré-síncope),
sem tratamento que a justifique, tem de se excluir doença do nó sinusal e outras
bradiarritmias
EXAMES
COMPLEMENTARES

ECG

- Enfarte agudo de miocárdio (EAM)

- O EAM constitui uma importante causa de morbilidade e mortalidade,


nos países industrializados, e resulta, habitualmente, dum processo progressivo de
aterosclerose coronária
- Constitui uma das apresentações da síndrome coronária aguda (SCA),
que engloba um conjunto de sintomas compatíveis com isquemia aguda do miocárdio e
inclui, além do EAM com (EAMCSST) ou sem supradesnivelamento de ST
(EAMSSST), a angina instável (AI)
- É um evento clínico resultante da morte dos miócitos cardíacos (necrose
miocárdica) causada por isquemia (contrapondo, desse modo, outras etiologias como
miocardite ou traumatismo)
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio completo do ramo direito do feixe de His
- O bloqueio completo do ramo direito ocorre quando o ramo direito
não é capaz de conduzir o estímulo elétrico
- QRS largo (superior a 120 mseg)
- V1: morfologia de rSR’ com onda R’ larga
- Ocasionalmente não existe onda S, apresentando uma onda R
alargada e entalhada
- V6: Morfologia de qRS, com onda S alargada
- Alterações da repolarização
- Onda T negativa em V1 e V2 (onda T contrária à onda final do QRS)
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio completo do ramo esquerdo do feixe de His
- Quando o estímulo elétrico proveniente do Nó AV não é
conduzido pelo ramo esquerdo do feixe de His, ocorre um bloqueio completo do
ramo esquerdo
- QRS largo (superior a 120 mseg)
- V1: Onda QS larga
- V6: Onda R larga e alta. Podendo apresentar entalhes.
- Ausência de ondas Q em D1, V5 e V6.
- Em aVL pode haver uma onda Q pequena.
- O Segmento ST e a Onda T são opostos ao QRS
- Depressão de ST e T negativa em V5-V6
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
Fibrilhação auricular (FA)
- A FA é a arritmia sustentada mais frequente na prática clínica, com uma
prevalência de cerca de 2% da população
- Consiste no surgimento de estímulos desorganizados a nível auricular ,
com frequências em torno a 350-600 bpm
- Tais frequências elevadas geram perda da contracção das aurículas e
estase do sangue no seu interior, favorecendo o aparecimento de trombos, aumentando o
risco de tromboembolismo
- Os doentes com FA têm um maior risco de AVC causado por
tromboembolismos
- Este risco aumenta se for acompanhada de outros fatores de risco como
a idade, a Hipertensão Arterial, a Diabetes Mellitus
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- FA
- O ECG da FA carateriza-se por ser completamente arrítmico
- Além disso, como a estimulação auricular é caótica não existem ondas P
- Embora se podem observar pequenas ondas auriculares de morfologia
variável, chamadas ondas f (de fibrilhação)
- A condução aos ventrículos realiza-se pelo sistema de condução normal,
de modo que os complexos QRS são estreitos
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- FA
- Intervalos R-R totalmente irregulares
- Ausência de ondas P

- Podem-se observar pequenas ondas irregulares chamadas ondas f (de


fibrilação)
- Morfologia do complexos QRS semelhante aos QRS do ritmo sinusal
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio AV de 1º Grau
- O bloqueio aurículoventricular de primeiro grau (AV 1º grau) é o mais
leve dos bloqueios auriculoventriculares
- Neste bloqueio AV de 1º grau há um atraso na condução do impulso
elétrico dentro do nó aurículoventricular ou no sistema de His-Purkinje, causando um
intervalo PR maior que 0,20 s
. No bloqueio AV 1º grau, a alteração de condução normalmente
ocorre no Nó Auriculoventricular e, mais raramente, no sistema de His
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio AV de 1ºgrau
- O ECG é caracterizado por ondas P seguidas de complexos QRS, mas com
intervalo PR prolongado de 0,20 s ou superior (1 quadrado grande do ECG)
- No bloqueio AV de 1º grau estimulam-se sempre os ventrículos, portanto,
todas as ondas P são seguidas por um QRS (ao contrário de outros Bloqueios AV)
- Intervalo PR prolongado, > 0.20 segundos (um quadrado grande
- Complexo QRS com morfologia normal, excepto se houver outra alteração
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio AV de 2ºGrau
- No bloqueio auriculoventricular de segundo grau tipo I (Wenckebach)
produz-se uma pausa na condução AV com um alargamento progressivo do intervalo
PR dos batimentos anteriores até à pausa
- O intervalo PR se prolonga até que a onda P não seja conduzida
(Fenómeno de Wenckebach)

- Também se observa um encurtamento dos intervalos RR prévios ao


bloqueio AV
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio AV de 2ºGrau
- Prolongamento progressivo do intervalo PR até que uma onda P não é
seguida de um complexo QRS (P bloqueada)
- Encurtamento progressivo do intervalo RR até a onda P bloqueada. O
intervalo RR que contém a onda P bloqueada é mais curto do que dois intervalos PP
anteriores
EXAMES
COMPLEMENTARES

ECG
- Bloqueio AV de 3ºGrau
- No bloqueio aurículoventricular de terceiro Grau (Completo) produz-
se uma interrupção total da condução aurículoventricular, provocando a desconexão
elétrica entre as aurículas e os ventrículos
- Nenhum estímulo é transmitido através do nó aurículo ventricular,
pelo que as aurículas e os ventrículos despolarizam-se independentemente um do outro
EXAMES
COMPLEMENTARES
ECG
- Bloqueio AV de 3º Grau

- Intervalos PP e RR regulares
- As ondas P e os complexos QRS não têm relação entre eles, e observam-
se ondas P próximas aos QRS, inscritas nos QRS ou na Onda T
- A frequência auricular é maior do que a frequência ventricular
- Intervalos PR muito variáveis
- Intervalos PP e RR regulares
EXAMES
COMPLEMENTARES
Ecocardiograma
- Introdução
- Trata-se de um meio de diagnóstico não invasivo, utilizado para
determinadas patologias cardíacas
- Este exame utiliza ondas de ultrassom para criar imagens do coração,
fornecendo ao médico detalhes sobre o mesmo, como dimensões, forma e modo como
as válvulas e câmaras funcionam
- Além disso, o ecocardiograma também é capaz de identificar se alguma
área do músculo cardíaco não funciona adequadamente, devido ao baixo fluxo
sanguíneo ou lesão resultante de patologia cardíaca anterior
- Esta forma de exame de diagnóstico é utilizada na investigação de
sopro cardíaco, na presença de palpitações, síncope, falta de ar, dor torácica, ou
portadores de diferentes patologias cardíacas (enfarte do miocárdio, insuficiência
cardíaca, doença das válvulas, anomalias congénitas, entre outras)
EXAMES
COMPLEMENTARES

Ecocardiograma

RVOT - via de saída do


ventrículo direito
LVOT - via de saída do
ventrículo esquerdo
EXAMES
COMPLEMENTARES
Ecocardiograma
- Modalidades de ecocardiografia
- Ecocardiograma modo M (multidirecional): foi a primeira modalidade
utilizada pela ecocardiografia. Possibilita realizar cálculos com a massa cardíaca e a
fração de ejeção
- Ecocardiograma bidimensional: o avanço tecnológico da ultrassonografia
possibilitou a transformação das imagens em figuras dimensionais, permitindo uma
melhor avaliação anatómica
- Ecocardiograma com Doppler: permite obter informações sobre a velocidade e
direção do sangue nos vasos e coração
- Utilizado para avaliação de fluxo nas válvulas e câmaras cardíacas, como
regurgitação e gradientes transvalvulares, shunts intracardíacos e análise da disfunção
diastólica
- Ecocardiograma transesofágico: neste ecocardiograma, o transdutor é deglutido
e posicionado no esófago do paciente, permitindo uma imagem melhor de certas
estruturas, como o apêndice auricular esquerdo, o septo interauricular e as veias
pulmonares
EXAMES
COMPLEMENTARES
Ecocardiograma
- Modalidades de ecocardiografia
- Ecocardiograma em carga: realizado por meio da infusão de determinadas
drogas ou manobras de esforço físico, permitindo diagnosticar isquemia e função
miocárdica
- Esta forma de ecocardiograma é utilizada especialmente em
doentes com angina estável, enfartes antigos e revascularizados
- Ecocardiograma fetal: coloca-se o transdutor no abdómen da gestante
para avaliação da função cardíaca do feto
- Importante para o diagnóstico precoce, ainda na vida intrauterina,
de cardiomiopatias congénitas
- Ecodoppler vascular: trata-se da avaliação dos vasos sanguíneos do
corpo, por meio da ultrassonografia
- Os locais mais investigados são os sistemas carotídeos e
vertebrais, sistemas venosos e arterial dos membros superiores e inferiores, artérias
aorta, ilíacas e renais
- As patologias comumente diagnosticadas por meio deste exame
são aneurismas, insuficiência arterial, insuficiência venosa e trombose venosa profunda
EXAMES
COMPLEMENTARES
Ecocardiograma
- Modalidades de Ultrassom Doppler
- Existe um tipo de ecocardiografia que utiliza ultrassom Doppler, capaz de
mostrar o fluxo de sangue através das câmaras e válvulas cardíacas
- Existem três modalidades de Doppler:
- Doppler pulsado: analisa a velocidade do fluxo sanguíneo em
determinado ponto do coração
- Doppler contínuo: analisa o conjunto das velocidades de todos os
fluxos na faixa cardíaca onde o cursor é posicionado
- Doppler colorido: analisa o fluxo sanguíneo em duas dimensões,
sendo que as cores indicam a sua direção no interior das câmaras cardíacas

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