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Resumo - eletrocardiograma

Bases do eletrocardiograma
Exame padrão para se avaliar a geração e propagação da atividade elétrica do
coração.
Diferenças de potencial do meio extracelular (fluido condutor eletrolítico) podem ser
medidas.
- correntes polarizante e despolarizante.
Princípios do eletrocardiograma
Teoria do dipolo:
- qualquer diferença de potencial (ou dipolo) pode ser representada por um
vetor que aponta para o mais positivo e cujo comprimento é proporcional à
intensidade do dipolo;
- correntes de sinais contrários serão representadas por ondas de sentidos
opostos;
- duração da onda será proporcional à intensidade do dipolo.
Princípios de Einthoven:
- o meio condutor que envolve o coração é homogêneo (dipolo elétrico gerado
pela atividade cardíaca se propaga igualmente por toda a superfície
cardíaca);
- o campo elétrico a cada instante é representado por um dipolo único,
resultante da atividade sincronizada de um grande número de células no
coração;
- os dipolos instantâneos têm um ponto de aplicação comum, representado
pelo centro elétrico no coração;
- os pontos da superfície corporal escolhidos para o registro do campo elétrico
formam um triângulo equilátero cujo centro é o coração.
Geração de ondas do eletrocardiograma
Ativação atrial = onda P.
Excitação ventricular = QRS.
Fase 3 dos potenciais ventriculares (repolarização) = onda T.
Repolarização das fibras ventriculares de potencial mais longo = onda U.
Despolarização atrial e geração da onda P
A atividade elétrica do nódulo sinoatrial é de baixa amplitude pelo pequeno volume
de células que o compõe. Em consequência, a atividade elétrica sinusal não é
captada pelos eletrodos usados na eletrocardiografia convencional.
O vetor P é resultante da despolarização dos dois átrios e representa o tempo gasto
para que a onda de despolarização se espalhe por eles.
A onda P pode ser modificada pois a frequência de disparo do marca-passo sinusal
e a velocidade de condução intra-atrial estão sujeitas à descarga vagal (atividade do
SNA).
Condução atrioventricular
Esqueleto fibroso = isolante elétrico entre átrios e ventrículos, tornando o nódulo
atrioventricular a única conexão elétrica entre eles.
Passagem de estímulo pelo NAV coincide com o segmento PR.
Ativação ventricular e formação do complexo QRS
Fibras de Purkinje têm diâmetro maior e alto acoplamento intercelular, fazendo com
que a propagação do PA seja muito veloz.
A rede de fibras de His-Purkinje se origina das ramificações periféricas dos ramos
direito e esquerdo do feixe de His, distribuindo-se pelo endocárdio de ambos os
ventrículos, por isso a despolarização caminha do endocárdio para o epicárdio.
A ativação dos ventrículos é mais eficiente que a dos átrios, isso se deve a rede
subendocárdica de Purkinje (células com a maior amplitude de potencial no
coração) que garante a propagação da onda de excitação para todas as regiões do
endocárdio ventricular em um curto período de tempo (despolarização decorrente da
maciça entrada de sódio nas células e grande acoplamento celular), por isso
também o complexo QRS é mais pontudo
Velocidade alta de excitação garante que os ventrículos se contraiam ao mesmo
tempo
O segmento ST e a onda T - Repolarização ventricular
Quando todo o miocárdio ventricular está despolarizado não há grandes diferenças
de potencial entre diferentes regiões dos ventrículos porque as alturas dos platôs
situam-se em torno de 0 mV. Em consequência, não há fluxo de corrente no meio
extra-celular de uma região para outra do coração e o eletrocardiograma volta para
valores próximos à linha de base correspondendo ao segmento ST.
Os fluxos de corrente gerados pela repolarização são de baixa magnitude quando
comparados aos fluxos de corrente gerados pela excitação ventricular. deste modo
a velocidade de propagação da onda de repolarização é bem mais lenta que a
despolarização essas diferenças ficam evidentes ao se comparar as morfologias do
complexo QRS e da onda T. Esta, por representar um fenômeno mais lento é mais
arredondada como também acontece com a onda P.
As fibras do epicárdio ventricular tem duração de PA ligeiramente menor que as
fibras de localização endocárdica. Como consequência, o epicárdio é o primeiro a
se repolarizar, ou seja, a desenvolver a fase 3. Assim, a repolarização caminha do
epicárdio para o endocárdio. Entretanto o vetor de repolarização responsável pela
inscrição da onda T dirige-se do epicárdio para o endocárdio. Desta maneira os
vetores de despolarização e repolarização ventricular tem o mesmo sentido elétrico.
Essa é a razão pela qual onda t tem o mesmo sentido elétrico do complexo QRS.
------+++++++ despolarização
------++++ repolarização

O intervalo QT
Um dos fatores que encurtam o platô do potencial de ação cardíaco é o aumento da
frequência cardíaca. Portanto a duração do intervalo QT é muito dependente da
frequência cardíaca.
O intervalo QT muitas vezes se expressa na maneira corrigida, que nada mais é do
que o ajuste do intervalo QT para a frequência de um batimento por segundo
Leitura e interpretação do eletrocardiograma
Determinação do ritmo - quando há regularidade entre os intervalos das ondas,
ocorre um ritmo cardíaco regular. Se os intervalos entre as ondas variam de modo
importante, ou seja, além daqueles esperados pela variação respiratória, acontece
em ritmo irregular. No ritmo cardíaco normal, também chamado de ritmo sinusal, a
sequência de ondas P, QRS e T é mantida em todos os ciclos cardíacos.
Duração das ondas e dos intervalos - o aumento de duração de uma onda indica
diminuição da velocidade de propagação nos segmentos específicos que o
eletrocardiograma representa. Assim, por exemplo, o aumento da duração do
segmento PR está associado à dificuldade de propagação do estímulo através da
junção atrioventricular.

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